:::::RIO DE JANEIRO - 10 DE AGOSTO DE 2006 :::::
 

Folha De São Paulo
10/08/06
Infraero redistribuirá espaços da Varig

A medida, em caráter temporário, visa diminuir filas em 12 aeroportos brasileiros, atendendo à determinação da Anac
Estatal espera que em 24 horas serviço melhore; no RS, procurador analisa impacto da venda da Varig na Fundação Ruben Berta

IURI DANTAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL

A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) dará início a uma redistribuição emergencial dos guichês de atendimento em 12 aeroportos do país. Um dos objetivos é diminuir as filas causadas pelo cancelamento de vôos da Varig, nos últimos dois meses. A estatal nega que esteja adotando o modelo de guichês flexíveis apenas por isso.

"A idéia é fazer [a redistribuição] em caráter emergencial e provisório. Trazer um novo conceito ao mercado brasileiro de balcões flexíveis e rotativos que vão atender a própria Varig", disse Rogério Barzelai, diretor de operações da Infraero.

Em reunião, sindicatos e empresas aéreas chegaram a um acordo com a estatal, fixando em 15 dias o prazo para revisões da distribuição dos guichês. A revisão não significa necessariamente mudanças nos guichês, mas apenas uma análise sobre a eficiência da medida.

A Infraero deve apresentar amanhã o plano ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do RJ, que cuida da recuperação judicial da Varig.

Com o aval do magistrado, Barzelai estima que em 24 horas já haverá melhorias para o passageiro nos 12 aeroportos.

Segundo a Infraero, as mudanças ocorreriam em Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Congonhas e Guarulhos (em São Paulo), Galeão e Santos Dummont (Rio de Janeiro), Brasília, Vitória, Manaus, Foz do Iguaçu (PR) e Confins (MG).

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) solicitou, na semana passada, o repasse de guichês da Varig para as concorrentes. O sistema de rodízio dos postos de atendimento foi a saída jurídica encontrada pela estatal que administra os aeroportos, uma vez que, durante o processo de recuperação, a Varig não pode perder os espaços de forma definitiva.

Fundação Ruben Berta

O procurador de fundações da Procuradoria Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos Avelar Bastos, informou ontem que avaliará, até o final da semana, como ficou a situação da FRB (Fundação Ruben Berta), controladora da Varig afastada da gestão pela Justiça, depois que a aérea foi comprada pela VarigLog.

Segundo Bastos, se a constatação for de que a FRB foi muito prejudicada no negócio, ele pode pedir ressarcimento (para a fundação) ou até mesmo a anulação da venda. Conforme foi aprovado em assembléia de credores, as operações da Varig foram vendidas, sem dívidas, à VarigLog. O passivo da empresa, de mais de R$ 7 bilhões, ficou alocado na chamada "Varig antiga", controlada pela FRB.

"Tenho acompanhado o problema dos funcionários, que foram demitidos sem pagamento, e da FRB, que também está correndo risco de danos", disse Bastos. "Vou analisar a situação e até o final da semana devo ter uma posição sobre o caso."

Segundo ele, como a FRB foi afastada da gestão da companhia desde o final do ano passado, não pode ser responsabilizada pelas decisões que foram tomadas desde então.

 

Folha De São Paulo
10/08/06
Greve de prestadores de serviço ameaça vôos

CLARICE SPITZ DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Os funcionários da Sata, maior empresa prestadora de serviços para a Varig, iniciaram ao meio-dia de ontem paralisação por 24 horas nos aeroportos do Rio de Janeiro. Eles protestam contra o atraso no recebimento de benefícios, como cesta básica, vale-refeição e vale-transporte, e o parcelamento de salários há três meses.

O vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Fernando Galdino da Silva, estima que a adesão ao movimento tenha chegado a cerca de 1.000 dos 2.000 trabalhadores ao longo de todo o dia no Aeroporto Tom Jobim. No Aeroporto Santos Dumont a adesão foi praticamente nula.

A Sata não pertence nem à nova nem à velha Varig. É uma empresa da antiga controladora da empresa aérea, a Fundação Ruben Berta. A empresa tem 5.300 funcionários em todo o país e cuida do carregamento e descarregamento de aeronaves, além de fazer a limpeza de aviões de várias companhias, entre outros serviços.

Além da Varig, a Sata presta serviços para a VarigLog e companhias aéreas como Air France, Aerolíneas Argentinas, Pluna, TAP, Ocean Air e Webjet, entre outras.

Os trabalhadores marcaram nova assembléia para hoje, quando decidem se continuam ou não com a greve. Segundo a presidente do sindicato, Selma Balbino, os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado. "A empresa ainda não pagou o vale-refeição nem o vale-transporte, o que faz muita diferença para quem ganha esse tipo de salário."

Anteontem, os funcionários da Sata no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, pararam entre 18h e 20h. Segundo Armando de Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, os trabalhadores decidiram retornar às atividades depois que a direção da empresa ofereceu pagamento integral dos salários líquidos até R$ 300 e de 25% dos salários até R$ 1.000, além de parte dos benefícios, como a metade da cesta básica.

Lista de demitidos

A Varig ainda não entregou a lista de demitidos requerida pela Justiça do Trabalho e informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.

A juíza Maria Theresa da Costa Prata, da 63ª Vara do Trabalho, determinou que a empresa forneça, no prazo máximo de dez dias, a relação dos funcionários demitidos de julho a agosto, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

A companhia aérea anunciou corte de 5.500 funcionários no dia 28 de julho.

Os sindicatos pediram à Justiça a liberação das guias de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e seguro-desemprego, o que não é possível sem a lista. Álvaro Quintão, advogado dos sindicatos, já disse que, caso a aérea não entregue as guias, a juíza pode liberar o FGTS por alvará.


O Estado de São Paulo
10/08/06
Disputa por balcões leva caos aos aeroportos
Infraero retomará guichês da Varig para aliviar filas nos concorrentes
Isabel Sobral, Mariana Barbosa

A Infraero, estatal que controla os aeroportos, anunciou ontem mudanças nas regras de concessão de balcões de check-in, numa tentativa de resolver os problemas causados aos passageiros pela crise da Varig.

Nos últimos dias, os aeroportos têm apresentado duas realidades diferentes. Enquanto os balcões da Varig estão praticamente desertos, os passageiros enfrentam filas intermináveis e se acotovelam nos guichês dos concorrentes.

Mesmo tendo reduzido drasticamente sua malha de vôos, a Varig se recusa a ceder, ainda que temporariamente, seus balcões nos aeroportos.

Para driblar a resistência da empresa, a Infraero anunciou que fará uma redistribuição geral dos balcões e uma revisão periódica da ocupação das áreas. A medida será apresentada hoje ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela recuperação judicial da empresa.

Os novos donos da Varig se recusam a devolver as áreas sob o argumento que elas foram "congeladas" no processo de recuperação judicial e fazem parte do ativo adquirido em leilão, junto com os direitos de vôo (slots). A empresa mantém quase a metade da infra-estrutura dos aeroportos, apesar de deter uma participação de mercado de 3,5%, inferior à da BRA.

ATRASOS

"A infra-estrutura é limitada", diz o diretor de assuntos governamentais do Sindicato das Empresas Aéreas (Snea), Anchieta Hélcias. "Não é possível manter metade do espaço nas mãos de quem praticamente não voa mais. Os aeroportos estão lotados, mas em frente às áreas da Varig dá até pra jogar vôlei."

Segundo ele, problemas de atendimento gerados pela falta de espaço de check-in têm provocado atrasos de 40 minutos a 1 hora nos vôos. "As empresas já têm pessoal contratado para ampliar o atendimento. Só faltam as áreas."

A proposta da Infraero diz respeito aos balcões de check-in de 12 aeroportos e prevê uma avaliação quinzenal para conferir a eficácia da medida. "Também poderemos analisar periodicamente a utilização correta dos balcões pelas empresas", diz o diretor de Operações da Infraero, Rogério Barzellay.

Para implementar a revisão da concessão das áreas, a Infraero se apóia em uma cláusula existente nos contratos assinados com as companhias aéreas.

A cláusula permite a redistribuição de espaços sempre que "houver ociosidade ou sub-aproveitamento" das instalações por determinada empresa. "Esses balcões não são propriedade das companhias, mas espaços públicos de atendimento aos passageiros", completou.

TRANSBRASIL

Caso a disputa chegue aos tribunais, será mais um capítulo de uma novela que começou com a Transbrasil e se repetiu com a Vasp. Sem voar desde dezembro de 2001, a Transbrasil manteve até o ano passado, e sem pagar aluguéis, todas as áreas operacionais (hangares) e comerciais (balcões e lojas). Chegou-se ao ponto de a estatal ter de reservar à Transbrasil espaços em áreas de aeroportos construídas depois de a empresa ter parado de voar. Recentemente a estatal conseguiu reaver parte das áreas da empresa, que conta com a assessoria jurídica do advogado Roberto Teixeira, o mesmo que agora assessora a Varig.

A Vasp, que não voa há um ano e meio, devolveu áreas comerciais, mas mantém a maior parte dos hangares. Assim como ocorreu com a Varig, os espaços foram congelados quando a empresa entrou em recuperação judicial.


O Estado de São Paulo
10/08/06

Funcionários da Sata em greve
Empresa, cujo maior cliente é a Varig, enfrenta crise
Alberto Komatsu

A dificuldade da Varig em honrar dívidas com fornecedores motivou ontem a greve dos funcionários da Sata, empresa de serviços aeroportuários controlada pela Fundação Ruben Berta, no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão). Os trabalhadores pararam suas atividades por volta das 10 horas e planejavam manter os braços cruzados até que os salários sejam colocados em dia. Eles também reivindicam benefícios atrasados, como vale-refeição.

"Tenho de pagar R$ 750 de aluguel e a minha família está passando fome lá em casa", afirmou um trabalhador da Sata durante a paralisação. A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, conta que há pelo menos dois meses a Varig já devia em torno de R$ 40 milhões para a Sata. Segundo Selma, a Varig não tem repassado nem 50% do que deve mensalmente à Sata, o que dificultou o fluxo de caixa da prestadora de serviços, já que 45% de seu faturamento é gerado pela Varig. A Sata também atende empresas como Aerolíneas Argentinas, Lan Chile, American Airlines e Air France.

O gerente de recursos humanos da Sata, Carlos Henrique de Campos, diz que "até terça-feira deverá estar tudo resolvido". Segundo ele, não há repasse de dinheiro da Varig por causa da redução do número de vôos. A Varig só faz atualmente dois vôos diários a partir do Galeão: Rio-Buenos Aires e Rio-São Paulo-Frankfurt. Antes da crise, eram 75. A Infraero informou que não houve transtornos por causa da paralisação.

PLANO EMERGENCIAL

A Varig informou ontem ter entregue sua nova malha de vôos ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, que vai repassar o plano à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por meio de comunicado, a Varig informa que as novas rotas deverão ser implementadas a partir do dia 25 de agosto.

A Anac comunicou ter recebido um documento da Varig comunicando que a empresa está retomando sua operação e que não há mais necessidade de se renovar o plano de emergência, estabelecido em junho, quando a companhia reduziu a operação para 25 destinos.


O Globo
10/08/06
Varig dispensa prorrogar plano de emergência
Erica Ribeiro e Patrícia Duarte


RIO, BRASÍLIA e SÃO PAULO. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ontem no início da noite que recebeu documento da Varig afirmando não haver mais necessidade de prorrogação do plano de emergência nos aeroportos, tendo em vista a normalização de suas operações. Os funcionários da Anac nos aeroportos continuarão fiscalizando normalmente as operações das empresas aéreas. Segundo a Anac, se a Varig não cumprir o previsto e não atender aos passageiros, poderá ser punida.

A Varig apresentou ontem ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8 Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio e responsável pela recuperação judicial da empresa, a proposta de uma nova malha de vôos, a ser implementada a partir do próximo dia 25. A empresa aguarda a aprovação das autoridades para divulgá-la.

Mas a companhia pode perder vários de seus balcões nos aeroportos. A Infraero abriu ontem processo administrativo para tentar redistribuir, de forma emergencial, parte dos balcões de atendimento da Varig em 12 aeroportos, explicou o diretor de Operações da estatal, Rogério Barzellay.

— Estamos trabalhando com solução emergencial, provisória e em caráter precário. A redistribuição valerá para todas as empresas, e não só a Varig — disse Barzellay, acrescentando que o projeto deve começar a sair do papel amanhã, em reunião com todas as companhias aéreas brasileiras.

A proposta, explicou ele, será encaminhada hoje ao juiz Ayoub. A empresa não aceita redistribuir seus balcões, alegando que o contrato assinado com a Infraero lhe garante a concessão por alguns anos. Mas, segundo Barzellay, há uma cláusula que permite revisão no caso de diminuição do número de passageiros atendidos, caso hoje da Varig.

Polícia e Anac abrem inquérito sobre avião da TAM

O diretor citou como exemplo o fato de a Varig ter, no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), 54 dos 260 balcões disponíveis, mas não operar mais do que cinco vôos. A Infraero propõe também reavaliar a distribuição dos balcões a cada 15 dias. O critério a ser usado é a fatia de mercado que as empresas têm nos aeroportos incluídos no plano emergencial.

Mais tarde, a Infraero quer redistribuir os espaços em todos os 67 aeroportos no país, além de toda a estrutura aeroportuária, como hangares.

Nos aeroportos Tom Jobim, no Rio, e Congonhas, em São Paulo, os funcionários da Sata, empresa de serviços auxiliares, iniciaram ontem greve de 24 horas em protesto pelo atraso de salários e benefícios como vale-refeição e cestas básicas, informou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino. A Sata é do Grupo FRBPar, braço financeiro da Fundação Ruben Berta (FRB), ex-controladora da Varig. Ela faz os serviços de limpeza e movimentação de bagagens em aviões da Varig e de companhias estrangeiras, como LanChile e Aerolineas Argentinas.

O gerente de Recursos Humanos da Sata, Carlos Henrique de Campos, afirmou, no entanto, que não houve alteração na rotina de trabalho e que poucos trabalhadores participaram da manifestação. Mas Selma, do sindicato, garantiu que cerca de 400 empregados da Sata deixaram de trabalhar somente no Tom Jobim. Campos disse que o salário de junho está sendo depositado e que os benefícios também serão pagos este mês.

Em São Paulo, a Polícia Civil abriu ontem inquérito por danos materiais e lesão corporal culposa para apurar a responsabilidade e as causas do acidente com um Fokker 100 da TAM, na terça-feira. A porta dianteira do avião caiu logo após a decolagem de Congonhas, atingindo um hipermercado.

Segundo a delegada titular do 6 Distrito Policial (Cambuci), Iraci Medeiros Texeira, o laudo do Instituto de Criminalística (IC) deve ficar pronto em 90 dias. A Anac também abriu uma investigação e pode chamar os passageiros para depor.

COLABOROU Rodrigo Ferreira, do Diário de S.Paulo


Valor Econômico
10/08/2006
Infraero vai redistribuir áreas da Varig em aeroportos
Daniel Rittner

A diretoria da Infraero aprovou ontem a retomada dos espaços ociosos da Varig nas áreas de atendimento aos passageiros em 12 aeroportos. Os balcões de check-in serão redistribuídos, seguindo o critério de participação das empresas aéreas em cada aeroporto. Quinzenalmente, a estatal reavaliará essa divisão, a ser feita em "caráter emergencial e provisório", segundo o diretor de operações, Rogério Barzellay.

Representantes da procuradoria jurídica da Infraero vão apresentar hoje o plano de redistribuição dos espaços, que já está pronto, ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig. Barzellay afirmou que o objetivo é evitar dúvidas do magistrado e complicações jurídicas que possam adiar a divisão. Ele prevê que a medida começará a ser implementada a partir de amanhã.

Os 12 aeroportos são: Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Brasília, Confins, Manaus, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Foz do Iguaçu e Vitória. Segundo a Infraero, a meta é garantir maior conforto aos passageiros. Os padrões internacionais determinam como eficiente, nos balcões de check-in, o número de 35 passageiros por atendente/hora, em média.

Barzellay deixou claro que isso não vem acontecendo, em muitos aeroportos, pela superlotação nos guichês provocada pela crise da Varig. Os passageiros migraram para as demais companhias, mas elas continuaram com os mesmos espaços. Como exemplo, o diretor da Infraero mencionou o caso de Guarulhos, em que a Varig ocupa 54 dos 260 balcões. É com base nisso que a Infraero recorrerá a cláusulas dos contratos de concessão com a Varig para rompê-los, já que a companhia recusou-se a negociar a questão.

"Por enquanto, não estamos falando de (redistribuir) hangares ou pátios", explicou o executivo. Segundo ele, advogados da Aéreo Transportes Aéreos, empresa criada pelo grupo Volo do Brasil para arrematar a Varig no leilão do mês passado, alegaram que o juiz Ayoub havia "congelado" os espaços da aérea nos aeroportos, bem como os slots (horários de pouso e decolagem).

Paralelamente, a Infraero decidiu abrir um processo administrativo, sem data prevista de conclusão, para fazer uma redistribuição geral nos 67 aeroportos do país administrados pela estatal. Esse processo englobará não apenas os guichês de atendimento, mas áreas de vendas, hangares, pátios e terminais. Os técnicos da Infraero vão discutir com todas as companhias aéreas critérios para partilhar as áreas aeroportuárias, mas é provável que elas obedeçam níveis próximos dos indicadores de participação de mercado no setor. A repartição dos balcões de check-in, nas novas concessões, também deverão atender ao princípio de rotatividade a cada 15 dias, seguindo as mudanças de "market share".

Nas estatísticas divulgadas nesta semana pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a fatia da Varig no mercado doméstico caiu de 24,79% em julho de 2005 para 3,54% em igual período deste ano. TAM e Gol já somam 87% do mercado.

Segundo a Infraero, houve consenso das demais empresas em relação aos espaços de cada uma na redistribuição temporária dos balcões. O Valor não localizou o diretor de relações governamentais do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), Anchieta Hélcias, para comentar o assunto. Procurada, a assessoria de imprensa da Varig disse que a aérea ainda não tinha nenhum posicionamento sobre a decisão da estatal.


Valor Econômico
10/08/2006
Funcionários da Sata fazem greve no Rio
Ana Paula Grabois


Cerca de dois mil funcionários da Sata decidiram fazer uma paralisação de 24 horas desde o meio-dia de ontem nos aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont, no Rio. A Sata presta serviços de carga e descarga e de limpeza de aeronaves para várias companhias aéreas, como Varig, Air France, Lan Chile, Iberia e Aerolineas Argentinas.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários, os empregados pedem o pagamento de benefícios como vale-refeição e cesta básica, que estão atrasados. Além disso, o pagamento dos salários tem sido feito de forma parcelada.

A Sata faz parte dos negócios da Fundação Rubem Berta, detentora de 87% da ações da Varig velha (parte da Varig em recuperação judicial, com uma dívida de R$ 7 bilhões). A companhia tem sofrido com a crise da Varig, agravada neste ano, pois a aérea é o seu principal cliente.

Na terça-feira, os funcionários da Sata no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP), fizeram uma paralisação de duas e retornaram às atividades após a direção da empresa oferecer o pagamento integral dos salários líquidos até R$ 300 e de 25% dos salários até R$ 1mil, além de parte dos benefícios, como a cesta básica. (Com Folhapress, do Rio)




Agência EFE
10/08 - 05:35h
Companhias alemãs cancelam vôos para o Reino Unido

Várias companhias aéreas alemãs cancelaram todos os seus vôos com destino ao Reino Unido, pelo menos até as 12h (9h de Brasília), devido ao alerta de terrorismo em Londres.

Uma porta-voz da Lufthansa afirmou que a medida foi tomada porque ainda não há certeza da situação nos aeroportos britânicos. A Air Berlim também cancelou a maioria de seus vôos para o Reino Unido, disse uma porta-voz.

A Alemanha adotou o nível máximo de alerta em todos os vôos entre o país e o Reino Unido. Não será permitido levar nenhum tipo de bagagem de mão, com exceção de óculos, passaporte, carteiras, remédios com receita e leite para bebês.


Estadão
09 de agosto de 2006 - 23:21h
Trabalhadores da Sata iniciam greve no Galeão
Funcionários voltarão a trabalhar somente quando a empresa pagar seus salários atrasados

Alberto Komatsu

RIO - A dificuldade da Varig em honrar dívidas com fornecedores motivou nesta quarta-feira a greve dos funcionários da Sata, empresa de serviços aeroportuários, no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão). Os trabalhadores pararam suas atividades por volta das 10 horas e planejavam manter os braços cruzados até a Sata pagar salários que estão sendo parcelados em três vezes, há quatro meses. Também reivindicam benefícios atrasados, como vale refeição. A Infraero informou que não houve transtornos por causa da paralisação. Nas lojas do Galeão, a reclamação é a de que o faturamento caiu 50%, em média, desde junho, quando a Varig começou a encolher suas operações.

"Tenho de pagar R$ 750 de aluguel e a minha família está passando fome lá em casa", afirmou um trabalhador da Sata durante a paralisação. A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, contou que há pelo menos dois meses a Varig já devia em torno de R$ 40 milhões para a Sata, que é controlada pela Fundação Ruben Berta, ex-dona da Varig. A empresa também atende diversas empresas aéreas, como Aerolíneas Argentinas, Lan Chile, American Airlines e Air France.

Segundo Selma, a Varig não tem repassado nem 50% do que deve mensalmente à Sata, o que dificultou o fluxo de caixa da prestadora de serviços, já que 45% de seu faturamento é gerado pela companhia aérea. A sindicalista estima que em torno de 1.000 empregados da Sata parariam nesta quarta-feira, incluindo o último turno, da zero hora. Selma contou que também houve paralisação em São Paulo, mas não soube estimar a quantidade de funcionários mobilizados.

O gerente de recursos humanos da Sata, Carlos Henrique de Campos, estima que "até terça-feira deverá estar tudo resolvido". Segundo ele, não há repasse de dinheiro da Varig por causa da redução do número de vôos. O executivo conta que são 5 mil funcionários em todo o País, sendo 1.200 no Rio. A Varig só faz atualmente dois vôos diários a partir do Galeão: Rio-Buenos Aires e Rio-São Paulo-Frankfurt. A Infraero lembra que a companhia fazia 75 vôos diários.

Com essa redução de vôos, que eram concentrados no terminal 2 do Galeão, o quiosque especializado em presentes e artesanato típico brasileiro, Goal Brasil, teve queda de 50% em suas vendas. A vendedora Michele Costa, de 19 anos, relata que só havia feito uma venda nesta quarta-feira, até às 14 horas. Situação bem diferente antes de a Varig cancelar vôos e reduzir sua operação. "Estou aqui há 6 meses, este é o pior movimento daqui", afirma.

O restaurante Pastatore também teve queda de 50% no faturamento, contou a gerente Mônica Cristina Paulino Soares, de 23 anos. "Desde que estou aqui, há 3 anos, este é o movimento mais fraco", afirmou. Segundo ela, antes da Varig reduzir e cancelar vôos, a média de pizzas tamanho família vendidas era de até 40 por dia. Agora, não são nem 20.

Antes de a Varig cortar vôos do Galeão, "temporariamente", ressalta a empresa, a loja de quadros Copy Oil vendia até 2 mil itens por mês, conta a vendedora Vitória Pastor, de 27 anos. Agora, ela contou, são, no máximo, 400 quadros. Vitória lembrou que o terminal 2 tinha muito movimento por causa dos vôos internacionais da Varig, que traziam turistas dispostos a fazer compras.

Anac

A Varig informou nesta quarta-feira que entregou sua nova malha de vôos ao juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig, que vai repassar o plano à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por meio de comunicado, a Varig informou que as novas rotas deverão ser implementadas a partir do dia 25 de agosto, quando irá divulgar as novas rotas e espera receber a homologação como empresa de transporte aéreo para a nova Varig.

A Anac comunicou nesta quarta-feira que recebeu um documento da Varig comunicando que a empresa está retomando sua operação e que não há mais necessidade de a agência renovar o plano de emergência, estabelecido em junho, quando a companhia reduziu sua operação para 25 destinos. A Anac informou que vai manter funcionários fiscalizando a operação e que se a Varig não atender adequadamente seus passageiros estará sujeita a punições.


O Globo Online
09/08/2006 - 21h50m

Varig diz que nova malha entra em operação no dia 25
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - A Varig informou ter apresentado nesta quarta-feira ao Juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, proposta de uma nova malha de vôos para a empresa, a ser implementada a partir do dia 25 de agosto.

A nova malha, segundo a empresa, amplia consideravelmente as operações e representa o início da retomada de sua expansão.

A Varig aguarda a aprovação das Justiça e da Anac para divulgar a nova malha. Em comunicado recente a empresa já havia anunciado que a partir do dia 25 já entraria em operação vôos para Brasília, Curitiba e Caracas.

Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já havia informado que não haveria necessidade de prorrogar Plano de Emergência nos aeroportos, tendo em vista a normalização das operações da Varig comprovada em documento entregue nesta quarta-feira.

Os funcionários da Anac em serviço nas Seções de Aviação Civil nos aeroportos continuarão normalmente executando seu trabalho de fiscalização das operações das empresas aéreas.

De acordo com a Anac, caso a Varig não cumpra o que é previsto e não atenda os passageiros, poderá ser punida.

Funcionários da Sata, empresa que atua na prestação de serviços em aeronaves, iniciaram greve de 24 horas nesta quarta-feira, à tarde.

Segundo representantes do Sindicato Nacional dos Aeroviários, trabalhadores do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio, do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, já não estão mais realizando o serviço de limpeza e movimentação de bagagens em aviões da Varig e também de outras companhias aéreas internacionais como LanChile e Aerolineas Argentinas que são atendidas pela empresa.


 

O Globo Online
09/08/2006 - 20h22m

Anac diz que não precisará prorrogar plano de emergência em função da Varig
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou, em nota, que recebeu documento da Varig informando não haver mais necessidade de prorrogação do Plano de Emergência nos aeroportos, tendo em vista a normalização de suas operações.

Os funcionários da Anac em serviço nas Seções de Aviação Civil nos aeroportos continuarão normalmente executando seu trabalho de fiscalização das operações das empresas aéreas.

De acordo com a Anac, caso a Varig não cumpra o que é previsto e não atenda os passageiros, poderá ser punida pela agência.


UOL - Economia
09/08/2006 - 20h12
Varig avisa à Anac que não precisa mais de plano de emergência

SÃO PAULO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou ter recebido da Varig o aviso de que está operando dentro da normalidade e que não precisa mais de prorrogação de seu plano de emergência, que previa o cancelamento de alguns vôos e endosso dos bilhetes por parte de companhias concorrentes.

Desde o dia 21 de junho a Varig vem operando sob um plano de emergência temporário, no qual os bilhetes de vôos suspensos pela empresa são endossados por outras companhias aéreas. Mesmo após a venda da empresa à VarigLog no mês passado, esse plano foi mantido até a entrega da malha definitiva de vôos.

Em nota divulgada há pouco, a Anac afirma que prosseguirá com a fiscalização das atividades não só da Varig como de outras companhias aéreas, "monitorando o cumprimento", da legislação do setor.

"Caso a transportadora aérea não cumpra o que lhe é previsto e não atenda adequadamente seu passageiro, estará passível das punições pertinentes", avisa a agência reguladora.

(Valor Online)


Estadão
09 de agosto de 2006 - 19:40
Infraero estuda "rodízio" de balcões em aeroportos
Estatal quer driblar a negativa da companhia aérea em ceder seus espaços temporariamente a outras empresas
Isabel Sobral

BRASÍLIA - A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) anunciou nesta quarta-feira, 09, que fará uma redistribuição geral das dos balcões de "check-in" em 12 aeroportos do País. Dessa forma, a estatal, que administra os 67 aeroportos brasileiros, pretende driblar a negativa da Varig em ceder temporariamente às suas concorrentes os seus espaços de atendimento ao público que estão ociosos. A Infraero vai negociar nesta quinta com a justiça empresarial do Rio de Janeiro para tentar implementar a idéia já nesta sexta-feira.

O diretor de Operações da Infraero, Rogério Barzellay, informou que a diretoria da estatal aprovou a abertura de um processo administrativo para implantar a revisão geral. A proposta prevê uma avaliação quinzenal da redistribuição que for feita. "E também poderemos analisar periodicamente a utilização correta dos balcões pelas empresas", disse Barzellay, acrescentando que esse é o primeiro passo para a implantação de um sistema de rodízio na utilização dos espaços nos aeroportos, algo que já acontece em vários países.

A Infraero está se apoiando em uma cláusula existente em todos os contratos de concessões de espaços nos aeroportos assinados com as companhias aéreas. Essa cláusula permite a redistribuição de espaços sempre que "houver ociosidade ou sub-aproveitamento" das instalações por determinada empresa aérea. "É preciso ficar claro que esses balcões não são propriedade das companhias, mas são espaços públicos de atendimento aos passageiros", completou.

A Infraero já tem um estudo prévio para fazer a redistribuição. Foram inicialmente escolhidos os aeroportos mais movimentados do País: Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Guarulhos e Congonhas (SP), Galeão e Santos Dumont (RJ), Manaus, Brasília, Vitória, Confina (Belo Horizonte) e Foz do Iguaçu. Barzellay não quis antecipar detalhes do estudo, alegando que a idéia ainda precisa ser apresentada ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pela recuperação da Varig, e também à própria companhia aérea.

A intenção da estatal, ao negociar antecipadamente a implantação da decisão, é evitar questionamentos da empresa aérea na Justiça que poderão gerar uma decisão liminar que impeça a operação. Na terça-feira passada, os advogados dos controladores da nova Varig não concordaram em ceder os balcões, alegando que esses espaços pertencem à companhia e estão "congelados" pela Justiça. "Neste momento, nossa intenção é tornar o atendimento aos passageiros mais eficiente e estamos agindo de forma emergencial", afirmou o diretor.


Folha Online
09/08/2006 - 19h14
Infraero redefine check-in de aéreas em 12 aeroportos
PATRÍCIA ZIMMERMANN

A diretoria da Infraero aprovou hoje um plano de redistribuição dos balcões de atendimento de todas as companhias aéreas em 12 dos 67 aeroportos administrados pela estatal.

Estão incluídos no plano, que está sendo tratado como emergencial, os aeroportos de Congonhas e Guarulhos (SP), Tom Jobim e Santos Dumont (RJ), Brasília (DF), Confins (MG), Vitória (ES), Manaus (AM), Foz do Iguaçu e Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).

Apesar da preocupação da Infraero em revisar os contratos de todas companhias, a expectativa é a de que apenas no caso da Varig haja redução de áreas de atendimento na maioria dos aeroportos citados, já que a empresa diminuiu significativamente a sua participação no mercado nos últimos meses.

A companhia, que ocupa até 40% dos balcões em alguns aeroportos, terá seu espaço redimensionado para os vôos que estiver efetivamente operando, com base na norma internacional de eficiência, que prevê o atendimento de 35 passageiros em uma hora em cada balcão (atendente).

O diretor de Operações da Infraero, Rogério Barzellay, preferiu não adiantar como ficará a distribuição dos balcões, e disse que a proposta será apresentada nesta quinta-feira primeiro ao juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig, antes de ser colocada em prática, para que não haja problemas com a Justiça.

Se não houver contestação do juiz, o plano poderá ser operacionalizado na sexta-feira, após uma nova reunião com as companhias aéreas.

Segundo Barzellay, o plano foi elaborado com base no movimento de passageiros e de forma a garantir espaço para todas as companhias nos aeroportos.

A revisão dos balcões será feita por meio de um processo administrativo, baseado em uma cláusula operacional do contrato da Infraero com as companhias aéreas. Segundo Barzellay, essa cláusula diz que a Infraero tem direito a rediscutir a ocupação dos espaços se houver ociosidade dos balcões, queda do movimento ou sub-aproveitamento. 'Não vamos quebrar contratos', disse, ao comentar que o assunto está sendo tratado pela procuradoria jurídica da empresa.

A idéia da Infraero é avaliar o plano a cada 15 dias para verificar se há a necessidade de revisão dos espaços ocupados. Barzellay destacou que, a idéia do plano é fazer com que as áreas de atendimento nos aeroportos sejam utilizadas de forma eficiente para melhorar a prestação do serviço aos usuários, e por isso as companhias também serão cobradas.

Segundo ele, algumas empresas que solicitam espaços adicionais sequer utilizam toda a capacidade disponível hoje, colocando atendentes em todos balcões nos horários de pico.

Na avaliação do diretor, a redistribuição dos espaços é uma das medidas para melhorar o atendimento, mas o aumento da quantidade e o treinamento dos atendentes é necessário para aumentar a eficiência, o que deve ser providenciado pelas companhias.


 

O Globo Online
09/08/2006 - 18h15m

Gerente da Sata diz que atendimento nos aeroportos está normal
Erica Ribeiro - O Globo


RIO - O gerente de Recursos Humanos e Relações do Trabalho da SATA, Carlos Henrique de Campos, disse que os serviços de movimentação de bagagens e limpeza de aeronaves feito pela empresa não sofreu alterações. Funcionários da SATA estão parados desde o início da tarde desta quarta-feira em protesto contra o atraso de salários e benefícios.

Carlos Henrique afirmou, no entanto, que o movimento teve poucas adesões nos aeroportos e que os salários do mês de junho, pagos em julho, estão sendo quitados até esta quinta-feira. Ele disse ainda que o salário de maio, pago em junho, já foi quitado e que os benefícios como vale refeição e cesta básica referentes a junho também serão pagos esta semana.

- Estamos passando as informações para os funcionários sobre o pagamento dos salários e benefícios. O movimento nos aeroportos não sofreu alterações porque poucos aderiram à paralisação. Os salários atrasaram porque a Varig não vem pagando as faturas referentes aos serviços prestados. Mas os demais clientes de outras companhias aéreas estão honrando os compromissos - disse Carlos.

Ao contrário do que disse o gerente da SATA, a direção do Sindicato Nacional dos Aeroviários afirma que a paralisação já concentra no momento mais de 400 empregados somente no Rio. Um novo turno de funcionários que deveria entrar até 18h desta quarta-feira promete aderir à greve de 24 horas, segundo o sindicato.


Valor Online
09/08 - 17:03h
Funcionários da Sata estão em greve de 24 horas nos aeroportos do Rio

RIO - Cerca de dois mil funcionários da Sata decidiram fazer uma paralisação de 24 horas desde o meio-dia desta quarta-feira nos aeroportos Tom Jobim e Santos Dumont, no Rio

A Sata presta serviços de carga e descarga e de limpeza de aeronaves para várias companhias aéreas, como Varig, Air France, Lan Chile, Ibéria e Aerolineas Argentinas.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroviários, os empregados da empresa pedem o pagamento de benefícios como vale-refeição e cesta básica, que estão atrasados.

Além disso, o pagamento dos salários tem sido feito de forma parcelada.

A Sata faz parte dos negócios da Fundação Rubem Berta, detentora de 87% da ações da Varig velha (parte da Varig em recuperação judicial, com uma dívida de R$ 7 bilhões).

A empresa não faz parte da Varig velha nem da Nova Varig (parte operacional da empresa vendida à VarigLog).

A Sata tem sofrido com a crise da Varig, agravada neste ano, pois a aérea é o seu principal cliente.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)

 

Folha Online
09/08/2006 - 13h03
Funcionários da maior prestadora de serviços da Varig param por 24h
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


Os funcionários da Sata, maior empresa prestadora de serviços para a Varig, começaram a partir do meio-dia desta quarta-feira paralisação por 24 horas nos aeroportos do Rio de Janeiro.

Eles se queixam de atraso no recebimento de benefícios, como cesta básica e vale-refeição, e dizem que os salários estão sendo pagos de forma parcelada há três meses.

Fernando Galdino da Silva, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, estima que a adesão ao movimento possa chegar a 1.300 dos 2.000 trabalhadores no Rio de Janeiro.

A Sata não pertence nem à nova nem à velha Varig. É uma empresa da antiga controladora da empresa aérea, a Fundação Ruben Berta. A empresa cuida do carregamento e descarregamento de aeronaves e faz limpeza de aviões de várias companhias, entre outros serviços.

Além da Varig, a Sata presta serviços para a VarigLog, além de companhias aéreas como a Air France, Aerolíneas Argentinas, entre outras.

Ontem, os funcionários da Sata no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, fizeram paralisação entre as 18h e 20h. Segundo Armando de Almeida, secretário-geral do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, os trabalhadores decidiram retornar às atividades após a direção da empresa oferecer o pagamento integral dos salários líquidos até R$ 300 e de 25% dos salários até R$ 1.000, além de parte dos benefícios, como a cesta básica. Segundo ele, os trabalhadores não descartam retomar a paralisação caso não recebam o restante dos benefícios.

 

Agência Estado
09/08 - 09:52h
Varig continua sem poder usar sistema de compensação

A Varig continua sem pagar suas taxas à Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), por isso, ficará impedida de usar o sistema de compensações de pagamentos da entidade sediada em Genebra. Na prática, a dívida impede que a Varig possa pedir que outra empresa aérea acomode passageiros que tenham comprado seus bilhetes. "A Varig continua suspensa do mecanismo da Iata", afirmou o porta-voz da entidade, Anthony Concil.

A suspensão foi decretada em junho, já que a Varig não quitava suas dívidas desde abril. Para a Iata, a empresa poderá voltar a usar o mecanismo se quitar a dívida. "Reincorporaríamos a Varig no sistema no dia seguinte ao pagamento", disse Concil.


O mecanismo de compensações permite que uma empresa acomode passageiros de outra companhia e, depois, obtenha o reembolso por meio da Iata. Por ano, o sistema movimenta cerca de US$ 30 bilhões entre as companhias que fazem parte da associação internacional.


REVISTA EXAME
09.08.2006 
Infraero anuncia plano de redistribuição geral de guichês
Mudanças serão apresentadas ao juiz Ayoub, responsável pela recuperação judicial da Varig

A Infraero definiu, em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (9/8), que será feita uma redistribuição geral de todas as áreas de check-in e check-out dos aeroportos e não apenas dos espaços destinados anteriormente à operação da Varig. Em comunicado, a Infraero informou que a medida, de caráter emergencial, terá validade por 15 dias e voltará à discussão posteriormente.

De acordo com a estatal, não haverá quebra de contrato com a Varig. O plano será discutido pela procuradoria jurídica da Infraero em encontro amanhã (10/8) com o juiz titular da 8º Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da companhia. Caso haja a concordância do juiz, o plano será apresentado às companhias aéreas. Apenas após consenso, a Infraero dará início à redistribuição.

A Infraero informou que está pronto um estudo para a implantação da medida em 12 aeroportos: Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre; Aeroporto Internacional de Florianópolis; Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba; Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu; Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus; Aeroporto Internacional de Brasília; Aeroporto de Vitória; Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Belo Horizonte; Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão); Aeroporto Santos-Dumont, no Rio; Aeroporto Internacional de São Paulo (Guarulhos); e Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A estatal decidiu pela redistribuição dos espaços mesmo antes de a Varig entregar o plano da nova malha aérea da companhia, compromisso previsto para ontem e não cumprido pela empresa, informou a Infraero. O documento serviria de base para a definição da nova distribuição dos balcões antes utilizados pela companhia. Numa reunião realizada na terça-feira (8/8) no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, entre as companhias aéreas, não houve acordo para a utilização dos guichês da Varig, segundo a Infraero, cujos representantes presenciaram o encontro.