::::: RIO DE JANEIRO - 10 DE ABRIL DE 2008 :::::

 

Jornal do Brasil
10/04/2008
VarigLog: Justiça procura chinês
Lap Wai Chan é multado em US$ 1 milhão por transferência das reservas da empresa aérea
Cláudio Magnavita
Especial para o JB

A Polícia Federal foi notificada ontem à noite para impedir a saída do país de Lap Wai Chan, devido a irregularidades cometidas ao assumir de forma inédita o comando da VarigLog. O chinês é o primeiro estrangeiro a possuir e gerir uma empresa aérea no país. Ele também foi multado em US$ 1 milhão e terá de apresentar-se hoje, às 13h, em São Paulo, ao juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível. O magistrado atendeu às denúncias do comitê judicial da VarigLog, assinadas por Luiz Gaj e Alfredo Luis Kugelmas, que anexavam os documentos que comprovam que, contrariando a ordem judicial, o diretor da Matlin Patterson ordenava a transferência dos U$ 86 milhões depositados na Suíça para uma conta da Volo Logistics LLC.

O assunto estourou em São Paulo, durante a apuração da reportagem do Jornal do Brasil e levou a uma reação imediata dos gestores judiciais, no momento que tiveram conhecimento das cartas assinadas por Lap Wai Chan que já estavam na posse do JB. Os dólares depositados na Suíça, oriundos da venda da nova Varig, deveriam ser repatriados e aplicados na recuperação da companhia aérea, a maior transportadora de carga aérea do país. Na sua sentença o juiz Magano afirma: "Tendo em vista a gravidade dos fatos, suportados em documentos que afrontam a ordem judicial, defiro o requerido fixando multa de um milhão de dólares por ato de descumprimentos e determino que se oficie a Polícia Federal apreendendo o passaporte e impedindo a viagem, devendo Lap Wai Chan apresentar-se a este juízo às 13h de amanhã".

Segundo o assessor de imprensa da Matlin, Marcio Chaer, Lap Chan teria embarcado em um vôo diurno e já estaria fora do país.

Nos bastidores

Chan sempre atuou de forma discreta e passou a também ganhar uma exposição indesejável, que vem revelando, passo a passo, a série de atalhos que tomou ao resolver entrar no negócio da aviação comercial do Brasil, burlando o artigo 181 do Código Brasileiro Aeronáutico, como afirmou em sentença o juiz José Paulo Magano.

Na sentença, emitida no processo que afastou os três brasileiros que estavam à frente da VarigLog, o juiz afirma textualmente: "Os autores-reconvindos (Marco Audi, Luís Eduardo Gallo e Marcos Michel Haftel) foram inseridos na sociedade pela ré-reconvinte (Volo Logistics LLC e Lap Wai Chan) a fim de, a princípio, permitir o cumprimento do art. 181 do Código Brasileiro de Aeronáutica. Os autores-reconvindos não ingressaram com aporte financeiro. A sugestão que se tira do quadro é que a ré-reconvinte, em conluio com os autores-reconvindos, fez isso para, a princípio, e data vênia, burlar o referido artigo e assim conseguir a concessão".

Proferida no Dia Internacional da Mentira, 1º de abril, a sentença confirma o grande engôdo denunciado anteriormente pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas).

Juiz vê conluio

O mais surpreendente neste processo e que acabou expondo ainda mais Lap Wai Chan é que o juiz, apesar de afirmar na sentença que houve a formação de "um conluio para burlar" a legislação brasileira, acabou-lhe entregando a gestão da VarigLog, com plenos poderes como acionista majoritário, contrariando absolutamente a legislação. O chinês Lap Chan entra para a história da aviação brasileira como o primeiro estrangeiro a gerir e a ter as ações majoritárias de uma companhia aérea, já que o Código Brasileiro Aeronáutico no artigo 181 determina: "A concessão somente será dada à pessoa jurídica brasileira que tiver: I - sede no Brasil; II - pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital com direito a voto, pertencente a brasileiros, prevalecendo essa limitação nos eventuais aumentos do capital social; III - direção confiada exclusivamente a brasileiros".

Em declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, Anchieta Élcias, secretário-geral do Conselho Consultivo do Snea, afirmou que o fundo Matlin Patterson faz uma confissão de fraude, quando prova que todo o dinheiro investido na VarigLog era dele. Afirma ainda que "o Snea vai analisar os fatos para decidir que medida tomar, se é o caso de pedir a anulação da venda e a devolução da VarigLog para a Fundação Ruben Berta". A mesma reportagem, publicada em 4 de abril, conclui que uma eventual anulação davenda da VarigLog poderia implicar na anulação de todos os negócios subseqüentes, como a própria venda da Varig em leilão judicial, em junho de 2006, para a VarigLog e a posterior venda para a Gol, em março do ano passado.

O mais grave foi que ao sentar na cadeira de gestor da VarigLog, uma das primeiras medidas do chinês Lap Wai Chan foi assinar uma correspondência, já na qualidade de administrador de uma empresa aérea brasileira, para a transferência do saldo total da conta da VarigLog na Suíça, para a conta da Volo Logistics, no JP Morgan Private Bank.

 

 

Jornal do Brasil
10/04/2008
Dinheiro serviria para pagar dívidas e salários atrasados

Para Luís Gaj, membro do Comitê Judicial da VarigLog, formado por três membros nomeados pelo juiz da 17ª Vara, não existe nenhuma mudança no que foi decidido na audiência.

– O dinheiro depositado na Suíça deveria ser repatriado para pagamentos de dívidas da própria VarigLog, entre elas salários e fornecedores, e estava vetado a transferência para a própria Volo LLC.

Surpreso com o documento assinado por Lap Wai Chan, que dá outra destinação aos US$ 89 milhões da empresa, ele afirmou que será rigoroso na apuração.

O receio dos credores e funcionários é que, com isso, a VarigLog possa ter o mesmo destino da outra companhia aérea da Matlin Patterson, a ATA Airlines, que entrou em concordata na semana passada com a demissão de 2 mil empregados e a suspensão de 50 vôos.

Nas próximas 24 horas, o processo de transferência destes recursos poderá ser concretizado, já que todos os trâmites finais de senha e autorizações estão sendo tomados, o que deixa a empresa sem lastro e entregue à própria sorte.

Enquanto Wai Chan ordenava a transferência de fundos, os funcionários da VarigLog continuavam sem receber o ultimo salário, tendo sido pago apenas um abono, os franqueados sofrendo com uma redução brutal da malha, a suspensão de todos os vôos internacionais e os credores sem uma perspectiva de recebimento.

O presidente da VarigLog, João Luis Bernes de Sousa, foi usado por Lap Wai Chan para dar o lance na aquisição de compra da Varig. Enquanto o chinês se escondia no meio da platéia do leilão, foi sumariamente demitido no segundo dia da decisão judicial, sem ter nenhuma cláusula do seu contrato respeitada. Wai Chan recomendou-lhe que procure os seus direitos na Justiça e o classificou como um consultor apenas, que agora era descartado. Pela credibilidade no setor, a demissão de João Luís, que foi diretor da Varig, assustou ainda mais o mercado, sinalizando um processo que coloca em risco a maior empresa aérea de transporte de cargas.

Enquanto o Brasil assiste o colapso da VarigLog, a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) se mantém distante do processo e principalmente da quebra do Artigo 181 do Código Brasileiro Aeronáutico. Age como se o problema fosse em outro país ou se não estivesse sob a sua responsabilidade.

Dirigentes da antiga Anac lembram que endureceram o processo de aprovação da venda, exigindo maiores comprovações do capital e dos sócios que formavam a VarigLog e depois a Varig e que sofreram pressões da própria Justiça do Rio, onde o processo de recuperação judicial da antiga Varig estava na 1ª Vara Empresarial. (C.M.)

 

Jornal do Brasil
10/04/2008
Operação de US$ 17 milhões contraria juiz

Numa outra correspondência, também dirigida à Suíça, o chinês Lap Wai Chan comunica o afastamento dos sócios brasileiros. Em uma livre tradução para o português (veja o original em inglês nesta página) o novo gestor da companhia aérea brasileira afirma: "Por favor saiba que de acordo com a decisão referendada no dia 1º de abril de 2008, Haftel, Audi e Gallo foram excluídos como controladores da Volo Brasil, assim sendo não têm autoridade nenhuma na empresa. Saiba que você deve receber ordens de mim e não deles. A Volo Brasil me escolheu como gerente e como agente legal da empresa".

Contrariando a decisão do juiz, que na audiência determinou que todos os valores depositados na Suíça fossem aplicados para resolver os problemas de caixa da própria companhia aérea no Brasil, Chan determina ainda na sua carta: "Em relação ao litígio entre a Volo e a CAT eu peço que você junto com a Volo Swiss tome as providências necessárias para garantir que o Loyds Bank faça o pagamento de acordo com as instruções dadas na carta anexada".

Só nesta operação são US$ 17 milhões para pagar o consórcio da LAN, que antecipou esta importância ao caixa da companhia Varig.

Entre os compromissos assumidos na audiência da 17ª Vara em São Paulo para conseguir afastar os sócios brasileiros, Lap Chan acordou, como consta na ata da audiência que: "Caso concedida a tutela antecipada, comprometem-se a liberar paulatinamente os valores bloqueados na Suíça, destinando-os exclusivamente às sociedades, e não para o pagamento de si próprio ou da Volo LLC. A proposta não abrange as ações da GTI S/A (Gol) que se encontram penhoradas nas execuções perante a 9ª Vara Cível Central e 16ª Vara Cível Central".

Recursos bloqueados

Como comprovam os documentos que foram enviados pelo próprio Lloyds TSB Bank, que, assustados com a decisão em primeira instância da justiça paulista e pelo volume de transferência de recursos de US$ 86 milhões, tentaram contactar os advogados de todas as partes envolvidas.

Os recursos também estavam bloqueados por causa da ação movida pelo grupo LAN, o que impossibilitou a primeira ordem de transferência do Lloyds para o JP Morgan. No dia 8, um novo documento foi enviado a Ricardo Birkmaire, responsável pela gestão na conta nos Lloyds TSB Bank, autorizando o pagamento de US$ 17.167.300 para a Atlantic Aviation Investments (Grupo LAN) e o saldo (aproximadamente US$ 61 milhões) para a Volo Logistics LLC, o que contraria frontalmente as decisão do juiz José Paulo Magano.

O que torna ainda mais grave este confronto com a decisão judicial é que a ordem para a transferência no banco suíço parece ter sido transmitida pelo aparelho de fax do próprio advogado da Matlin Patterson no Brasil, e ex-advogado da VarigLog, o Escritório Teixeira Martins & Advogados, já que cópia enviada pelo Lloyds consta esta assinatura eletrônica e o horário de transmissão 23h05.

O titular do escritório, o advogado Roberto Teixeira, atendeu ontem a nossa ligação, porém afirmou que não poderia falar nada sobre o assunto e que só o cliente Lap Wai Chan poderia se pronunciar. A assessoria de imprensa do empresário informou que o dirigente da Matlin Patterson estava em vôo e que não teria como contactá-lo até o fechamento da edição. (C.M.)

 

 

O Estado de São Paulo
10/04/2008
Lap Chan, ex-dono da Varig, é proibido de deixar o País
Sócio do fundo americano Matlin Patterson, Lap é acusado de desviar recursos da VarigLog
Mariana Barbosa

O juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível de São Paulo, determinou que a Polícia Federal impeça a saída do Brasil do executivo Lap Wai Chan, sócio do fundo americano Matlin Patterson, e apreenda seu passaporte. O juiz aplicou ainda uma multa de US$ 1 milhão ao executivo e determinou que o empresário se apresente à Justiça nesta quinta-feira até às 13 horas..

O fundo Matlin é o sócio estrangeiro da VarigLog e estava, desde o dia 1º - por meio de uma decisão judicial do próprio Magano -, no controle da gestão da companhia. Lap é acusado de desviar recursos da VarigLog.

A decisão do juiz Magano foi tomada após ele tomar conhecimento de uma ordem de transferência assinada por Lap Chan para que o saldo de quase US$ 90 milhões da conta da VarigLog na Suíça seja transferido para a conta da Volo Logistics, subsidiária do Matlin Patterson, no JP Morgan, em Nova York. Procurado, Lap não foi localizado.

A transferência foi feita ontem, oito dias depois de o juiz Magano ter decidido afastar os sócios brasileiros do controle da VarigLog, sob acusação de gestão temerária. Cópias das correspondências com as ordens de transferência, às quais a reportagem teve acesso, foram anexadas ontem ao processo na 17ª Vara pelos advogados dos sócios brasileiros da VarigLog.

O dinheiro, motivo da briga entre sócios brasileiros e estrangeiros, é parte do pagamento feito pela Gol para comprar a Varig (VRG).

Na sentença da semana passada, o juiz Magano determinou que a Volo Logistics - que é uma empresa estrangeira e, pela lei brasileira, não pode ter mais de 20% do capital votante de uma companhia aérea - assumisse o controle da VarigLog por um prazo de 60 dias, até que fossem encontrados novos sócios brasileiros. Entretanto, na sentença o juiz estabelece como contra partida para dar o controle temporário ao fundo Matlin que o dinheiro seja destinado “exclusivamente às sociedades, e não para o pagamento de si próprio ou da Volo LLC”.

A conta da VarigLog, no banco Lloyds na Suíça, havia sido bloqueada pelo próprio Matlin Patterson que, depois de brigar com os sócios brasileiros, ficou alijado da gestão da companhia cargueira. Com a retomada do controle, o Matlin fez uma ordem de transferência de US$ 71 milhões da conta da VarigLog na Suíça para uma conta da Volo Logistics no JP Morgan. Outros US$ 17,1 milhões foram transferidos para uma subsidiária da empresa aérea chilena Lan, a Atlantic Aviation Investments LLC.

As ordens de transferência mostram que a intenção inicial de Lap Chan era fazer a transferência integral dos US$ 88 milhões depositados na conta da VarigLog para a conta da Volo. Mas foi impedido em razão de uma disputa judicial com a Lan. A Lan emprestou US$ 17,1 milhões para a VRG no início do ano passado, operação que lhe dava preferência para, eventualmente, adquirir uma participação acionária na VRG. No entanto, o Matlin optou por vender a empresa para a Gol. Com a concretização da venda, a Lan resolveu cobrar o empréstimo da própria Gol - que disse que o problema não era com ela.

A Gol também tem uma disputa judicial com o Matlin. A empresa cobra R$ 160 milhões por conta de dívidas herdadas da velha Varig.

BRIGA

A briga do fundo Matlin com os sócios brasileiros - Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo - começou após a venda da VRG para a Gol, em 29 de março de 2007. O Matlin, que por meio da VarigLog pagou US$ 20 milhões pela VRG no leilão judicial em 2006, entende que o dinheiro da venda (US$ 98 milhões, mais 6 milhões de ações da Gol) deve ser destinado ao próprio fundo, como parte do pagamento de uma série de empréstimos feitos pelo Matlin à VarigLog e a VRG. Os sócios brasileiros dizem, contudo, que o dinheiro deve ficar na VarigLog e que os empréstimos vencem apenas em 2011. Em meio à briga, o Matlin acusa os brasileiros de má gestão, desvio e mal uso dos recursos da VarigLog. E os brasileiros acusam o Matlin de tentar quebrar a empresa.

Em sua sentença na semana passada, o juiz afirma que os sócios brasileiros geriram a VarigLog de forma “temerária” e reconhece que o Matlin contratou Audi, Haftel e Gallo com o intuito claro de “burlar” o Código Brasileiro da Aeronáutica. Os três seriam, portanto, laranjas do Matlin.

A VarigLog chegou a ter mais de 50% do mercado de cargas brasileiro e hoje está praticamente parada devido a briga entre os sócios. Depois que a Volo Logistics, em sociedade com a Volo do Brasil (empresa de Audi, Gallo e Haftel), adquiriu a VarigLog, em 2006, a empresa recebeu uma forte injeção de capital e conseguiu recuperar a importância que tinha nos bons tempos da velha Varig. A empresa chegou a exibir um faturamento mensal de R$ 80 milhões. No mês passado, contudo, o faturamento despencou para menos de R$ 17 milhões.

ENTENDA O CASO

Compra da VarigLog - O fundo Matlin Patterson, por meio da subsidiária Volo Logistics LLC, se associa a Volo do Brasil (de Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo) e adquire a VarigLog, em janeiro de 2006.

Compra da VRG - A VarigLog adquire a VRG em leilão judicial em julho de 2006, por US$ 20 milhões, além de outros compromissos de investimentos.

Venda da VRG - Em março de 2007, a VarigLog vende a VRG para a Gol, por US$ 98 milhões mais 6 milhões de ações da Gol.

Briga de sócios - O fundo Matlin e os sócios brasileiros iniciam uma briga pelo dinheiro pago pela Gol que acaba por paralisar a companhia.

Estrangeiro no comando - Em 1º de abril, a Justiça afastou os sócios brasileiros da VarigLog, sob acusação de gestão temerária.

 

 

O Estado de São Paulo
10/04/2008
Boeing confirma mais um atraso do 787

A Boeing anunciou mais um atraso na entrega do 787 Dreamliner. Os problemas ocorreram principalmente na montagem final do avião. A Boeing disse que o primeiro vôo do novo modelo será realizado no quarto trimestre, seis meses depois da previsão anterior. As entregas começarão no terceiro trimestre de 2009 e não no primeiro trimestre.

 

 

O Estado de São Paulo
10/04/2008
Mercado de aviação doméstica cresce 13,7%
Alberto Komatsu

As companhias aéreas nacionais registraram crescimento de 13,7% no transporte de passageiros em março, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A oferta de assentos cresceu 14,8%, na mesma base de comparação. A taxa de ocupação dos aviões foi de 64%, mesmo resultado de março de 2007.

Nos vôos internacionais, a expansão na demanda foi de 39%, com 35,2% a mais de lugares e aproveitamento dos aviões de 68%.

De janeiro a março, o transporte aéreo de passageiros no País acumula crescimento de 9,4% e a oferta de assentos teve expansão de 11,6%. Já a taxa de aproveitamento dos aviões foi de 68%,ou recuo de um ponto porcentual em relação ao primeiro trimestre de 2007. A demanda para o exterior subiu 51,8%, com 46,5% de aumento no número de poltronas. A taxa de ocupação dos aviões foi de 69%, dois pontos porcentuais a mais que os três primeiros meses de 2007.

DUOPÓLIO

“TAM e Gol mantiveram suas posições, pois o crescimento do duopólio foi próximo ao do setor. Outras empresas, como OceanAir e WebJet cresceram muito acima da média”, afirma o consultor Paulo Bittencourt Sampaio. Trip, WebJet e OceanAir foram as companhias que mais cresceram no mercado doméstico em março, com taxas acima de 150%.

A TAM seguiu liderando o transporte de passageiros no Brasil em março, com 51,44% de participação, ou crescimento de 14% em relação ao mesmo mês do ano passado. Logo atrás está a Gol, com 37,43% e expansão de 15,4% em sua participação, seguida por sua controlada Varig, com 3,93%, o que representou uma queda de 2,6% na comparação com a sua fatia de março de 2007.

Juntas, as três maiores empresas aéreas do País responderam por 92,8% do fluxo de passageiros transportados. A OceanAir ficou com a quarta posição, com uma participação de 3,78%. As demais 14 companhias aéreas brasileiras ficaram com os 3,42% restantes.

No mercado internacional, a TAM continuou na primeira posição, com 68,88%. A participação da Varig foi de 18,82% e da Gol foi de 9,81%, nos vôos ao exterior.

No primeiro trimestre, a TAM respondeu por 50,56% do transporte doméstico de passageiros, seguida pela Gol, com 38,80%. No acumulado do ano, a OceanAir está à frente da Varig, com 4,20%.

A Varig, por sua vez, teve 2,93% da demanda. A TAM liderou os vôos internacionais, com fatia de 67,70%. A Varig vem em seguida com 19,36%.

A Gol está na terceira posição, com 10,72%.

“A TAM tem investido muito no mercado internacional. A Varig também cresceu muito, mas com uma taxa de ocupação dos aviões baixa”, avaliou Sampaio. Segundo a Anac, a TAM teve expansão de 49,5% no exterior. O crescimento da Varig foi de 140,9%. Já a Gol registrou recuo de 22,5%.

Sampaio chama a atenção para o desempenho da regional TAF, que em março registrou queda de 48,2% no volume de passageiros transportados e recuo de 72,4% na oferta de assentos. Segundo ele, a empresa está passando por dificuldades financeiras e operacionais. A TAF suspendeu, em fevereiro, alguns vôos, alegando como motivo a baixa temporada.

 

 

O Estado de São Paulo
10/04/2008
American Airlines cancela mais de mil vôos
A realização de inspeções técnicas em aviões MD-80 provocou caos nos aeroportos dos EUA

A companhia aérea americana American Airlines cancelou mais de 1000 vôos ontem - o equivalente a 45% de sua escala - para realizar as inspeções técnicas de seus aviões do tipo MD-80. A decisão provocou problemas para milhares de passageiros em todo o país e provocou o caos nos aeroportos mais movimentados dos Estados Unidos.

A empresa, que já suspendeu na última terça cerca de 500 vôos, também afirmou que os cancelamentos continuariam hoje.

A American Airlines está revisando novamente sua frota de 300 aviões MD-80, após a Agência Federal de Aviação (FAA, em inglês) não aprovar alguns aspectos relacionados aos cabos no compartimento que guarda o trem de pouso.

Como resultado dessas revisões, 50 vôos foram suspensos ontem nos aeroportos em Nova York e em Nova Jersey. O aeroporto internacional Dallas Fort Worth, no Texas, foi outro dos mais atingidos e, segundo fontes da empresa aérea, foram cancelados 251 chegadas e partidas, praticamente a metade da capacidade de operação do terminal.

O presidente e executivo-chefe da American Airlines, Gerard Arpey, se viu obrigado na última terça para pedir desculpas publicamente por causa dos problemas causados aos passageiros.

“Nós obviamente falhamos em atender a todas as ordens e padrões que a FAA exige, disse Arpey, durante uma entrevista coletiva em Los Angeles. “Eu assumo total responsabilidade pelo que está acontecendo.”

A empresa disse que as inspeções estão relacionadas ao cumprimento de questões técnicas e “não com aspectos relacionados à segurança” dos vôos.

A American Airlines e outras companhias aéreas americanas já foram obrigadas no final de março a cancelar centenas de vôos para a realização de uma inspeção mais rigorosa de seus aviões, o que gerou confusão e problemas nos aeroportos.

 

 

Consultor Jurídico
10/04/2008
Dança das contas
Justiça proíbe acionista da VariLog de sair do Brasil

Lap Wai Chan, gestor do Fundo Matlin Patterson que é o acionista majoritário da VarigLog, estaria proibido de sair do país, se estivesse no Brasil (ele reside em Nova York). Ele ainda foi multado em US$ 1 milhão e deveria se apresentar ao juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível de São Paulo, na tarde desta quinta-feira (10/4). A Polícia Federal foi notificada da decisão na quarta-feira (9/4). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A decisão faz parte da disputa entre a Volo Logistics, empresa constituída no Brasil pelo Fundo Matlin Patterson com os sócios brasileiros Marco Antônio Audi, Marcos Michel Haftel e Luiz Eduardo Gallo para controlar a VarigLog, empresa de transporte de cargas da antiga Varig, adquirida em sociedade pelos dois grupos.

A VoLo, dona da integralidade do capital aplicado na VarigLog, acusa os sócios brasileiros de terem desviado o dinheiro da empresa para uma conta na Suíça. a Matlin teria pedido a transferência deste mesmo dinheiro, segundo o juiz, da conta da VarigLog na Suíça para a conta da Volo Logistics, no JP Morgan Private Bank.

O pedido para impedir a saída do empresário do Brasil foi feito por Luiz Gaj e Alfredo Luis Kugelmas, os administradores judiciais da VarigLog, que anexaram aos autos do processo documento que comprovaria a ordem de Lap Chan de transferir US$ 86 milhões da conta da Suíça para a conta da Volo Logistics. O dinheiro é oriundo da venda da nova Varig e deveria ser repatriado e aplicado na recuperação da companhia aérea.

 

 

Folha de São Paulo
10/04/2008
Boeing adia, agora para o terceiro trimestre de 2009, lançamento do modelo 787
DA FOLHA ONLINE

A Boeing anunciou ontem que adiará novamente a estréia comercial do seu avião 787 Dreamliner, agora para o terceiro trimestre de 2009. A previsão anterior era de estrear em maio.

Essa é a quarta vez que a empresa revisa o calendário de estréia do avião. Segundo a Boeing, o adiamento foi causado por problemas no fornecimento de peças.

Analistas do setor já esperavam esse anúncio, que deteriora ainda mais a credibilidade da empresa perante seus clientes -já corroída por outros três adiamentos.

O Dreamliner 787 é considerado o mais moderno avião comercial de passageiros do mundo. Foi apresentado em julho de 2007. Nessa época, já havia 670 unidades encomendadas por 48 companhias aéreas.

Com capacidade para transportar de 200 a 350 passageiros, dependendo do modelo e da configuração, o 787 é o primeiro avião comercial a ser fabricado primariamente com material composto e fibra de carbono.

O 787 foi criado para fazer vôos sem escalas entre cidades muito distantes, com alcance entre 6.500 quilômetros e 15 mil quilômetros.

 

 

Invertia
10/04/208 - Atualizada às 15h54
Empresas
Funcionários da Alitalia protestam em Roma

O futuro da companhia aérea italiana Alitalia, em grave crise financeira, será decidido depois das eleições gerais deste domingo e segunda-feira, segunda a agência Ansa. Os sindicatos presentes na companhia aérea se reuniram hoje com o governo italiano, e a companhia fixou para a próxima terça-feira a nova convocatória das centrais, prevista para ontem e depois adiada. Em Roma, funcionários da companhia realizaram protestos contra a morosidade da negociação em cartões postais, como a Fontana di Trevi.

Na reunião de hoje com os representantes dos nove sindicatos, participaram o subsecretário da presidência de governo, Enrico Letta; o subsecretário da Economia, Massimo Tononi, e os ministros do Desenvolvimento Econômico, Pier Luigi Bersani, e do Transporte, Alessandro Bianchi.

"O trabalho que fizemos nestes dias tinha como fim buscar uma segunda oportunidade para que o acordo com a Air France-KLM se encerre: estamos convencidos, porém, que terceiras ocasiões não vão se apresentar", disse Letta ao abrir o encontro com os sindicatos.

Segundo ele, "a proposta da Air France-KLM é a única que há sobre a mesa" e a companhia de bandeira "não pode permanecer em pé sozinha e, como certificou a diretoria da Alitalia, a liquidez da companhia está se esgotando".

"A compra por parte da Air France-KLM se apresenta com condições financeiras honoráveis e com um plano industrial que assegura a continuidade e, no futuro, a expansão da companhia de bandeira italiana", acrescentou.

Enquanto acontecia a reunião, centenas de trabalhadores da Alitalia - entre 500 e 600, segundo a polícia - se manifestavam na praça de Montecitorio. Eles percorreram o centro da cidade e protestaram em frente a cartões postais da capital italiana, como a Fontana di Trevi e a Piazza Colona.

Entre eles, havia muitos trabalhadores da Alitalia service, junto a pilotos uniformizados.

Ontem, na Bolsa de Milão, o título da Alitalia caiu 21% depois de quatro sessões em alta, após a interrupção das negociações com a Air France-KLM.

Na última segunda-feira, o grupo franco-holandês, após a reunião de sua diretoria, aprovou a ruptura das negociações para a compra da Alitalia e disse que agora cabia à companhia italiana, a seus empregados e às organizações sindicais dizer como viam o futuro da empresa.

A Air France-KLM apresentara uma oferta vinculante de compra da Alitalia, mas o presidente da companhia franco-holandesa abandonou a mesa de negociações ao considerar inaceitável a contra-oferta apresentada pelos sindicatos da companhia italiana.

 

 

Valor Econômico
10/04/2008
Justiça multa Matlin

A Justiça paulista fixou uma multa de US$ 1 milhão ao fundo MatlinPatterson, sócio da companhia VarigLog. Além disso, determinou a apreensão do passaporte do sócio da empresa, Lap Chan. A decisão se deve ao fato de que o Matlin descumpriu uma determinação judicial anterior ao tentar transferir para si cerca de US$ 85 milhões em uma conta na Suíça, que já estava bloqueada. O bloqueio foi conseguido pelos ex-sócios brasileiros do fundo.

 

 

Valor Econômico
10/04/2008
Mercado aéreo cresce

A demanda no mercado aéreo doméstico cresceu 13,7% em março, em relação ao mesmo mês de 2007. A oferta de assentos aumentou 14,8%. A Trip, companhia aérea regional, atingiu 1% de participação pela primeira vez. A TAM ficou com 51,4%, a Gol obteve 37,4%, a Varig, 3,9%, a OceanAir, 3,8%, e a WebJet, 1,5%. A demanda por vôos internacionais, apenas de empresas brasileiras, cresceu 39% e a oferta, 35,2%,s egundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).