Jornal
do Brasil
10/04/2008
VarigLog: Justiça procura chinês
Lap Wai Chan é multado
em US$ 1 milhão por transferência das reservas
da empresa aérea
Cláudio Magnavita
Especial para o JB
A
Polícia Federal foi notificada ontem à noite
para impedir a saída do país de Lap Wai Chan,
devido a irregularidades cometidas ao assumir de forma inédita
o comando da VarigLog. O chinês é o primeiro
estrangeiro a possuir e gerir uma empresa aérea no
país. Ele também foi multado em US$ 1 milhão
e terá de apresentar-se hoje, às 13h, em São
Paulo, ao juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara
Cível. O magistrado atendeu às denúncias
do comitê judicial da VarigLog, assinadas por Luiz
Gaj e Alfredo Luis Kugelmas, que anexavam os documentos
que comprovam que, contrariando a ordem judicial, o diretor
da Matlin Patterson ordenava a transferência dos U$
86 milhões depositados na Suíça para
uma conta da Volo Logistics LLC.
O
assunto estourou em São Paulo, durante a apuração
da reportagem do Jornal do Brasil e levou a uma reação
imediata dos gestores judiciais, no momento que tiveram
conhecimento das cartas assinadas por Lap Wai Chan que já
estavam na posse do JB. Os dólares depositados na
Suíça, oriundos da venda da nova Varig, deveriam
ser repatriados e aplicados na recuperação
da companhia aérea, a maior transportadora de carga
aérea do país. Na sua sentença o juiz
Magano afirma: "Tendo em vista a gravidade dos fatos,
suportados em documentos que afrontam a ordem judicial,
defiro o requerido fixando multa de um milhão de
dólares por ato de descumprimentos e determino que
se oficie a Polícia Federal apreendendo o passaporte
e impedindo a viagem, devendo Lap Wai Chan apresentar-se
a este juízo às 13h de amanhã".
Segundo
o assessor de imprensa da Matlin, Marcio Chaer, Lap Chan
teria embarcado em um vôo diurno e já estaria
fora do país.
Nos
bastidores
Chan
sempre atuou de forma discreta e passou a também
ganhar uma exposição indesejável, que
vem revelando, passo a passo, a série de atalhos
que tomou ao resolver entrar no negócio da aviação
comercial do Brasil, burlando o artigo 181 do Código
Brasileiro Aeronáutico, como afirmou em sentença
o juiz José Paulo Magano.
Na
sentença, emitida no processo que afastou os três
brasileiros que estavam à frente da VarigLog, o juiz
afirma textualmente: "Os autores-reconvindos (Marco
Audi, Luís Eduardo Gallo e Marcos Michel Haftel)
foram inseridos na sociedade pela ré-reconvinte (Volo
Logistics LLC e Lap Wai Chan) a fim de, a princípio,
permitir o cumprimento do art. 181 do Código Brasileiro
de Aeronáutica. Os autores-reconvindos não
ingressaram com aporte financeiro. A sugestão que
se tira do quadro é que a ré-reconvinte, em
conluio com os autores-reconvindos, fez isso para, a princípio,
e data vênia, burlar o referido artigo e assim conseguir
a concessão".
Proferida
no Dia Internacional da Mentira, 1º de abril, a sentença
confirma o grande engôdo denunciado anteriormente
pelo Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas).
Juiz
vê conluio
O
mais surpreendente neste processo e que acabou expondo ainda
mais Lap Wai Chan é que o juiz, apesar de afirmar
na sentença que houve a formação de
"um conluio para burlar" a legislação
brasileira, acabou-lhe entregando a gestão da VarigLog,
com plenos poderes como acionista majoritário, contrariando
absolutamente a legislação. O chinês
Lap Chan entra para a história da aviação
brasileira como o primeiro estrangeiro a gerir e a ter as
ações majoritárias de uma companhia
aérea, já que o Código Brasileiro Aeronáutico
no artigo 181 determina: "A concessão somente
será dada à pessoa jurídica brasileira
que tiver: I - sede no Brasil; II - pelo menos 4/5 (quatro
quintos) do capital com direito a voto, pertencente a brasileiros,
prevalecendo essa limitação nos eventuais
aumentos do capital social; III - direção
confiada exclusivamente a brasileiros".
Em
declaração ao jornal O Estado de S. Paulo,
Anchieta Élcias, secretário-geral do Conselho
Consultivo do Snea, afirmou que o fundo Matlin Patterson
faz uma confissão de fraude, quando prova que todo
o dinheiro investido na VarigLog era dele. Afirma ainda
que "o Snea vai analisar os fatos para decidir que
medida tomar, se é o caso de pedir a anulação
da venda e a devolução da VarigLog para a
Fundação Ruben Berta". A mesma reportagem,
publicada em 4 de abril, conclui que uma eventual anulação
davenda da VarigLog poderia implicar na anulação
de todos os negócios subseqüentes, como a própria
venda da Varig em leilão judicial, em junho de 2006,
para a VarigLog e a posterior venda para a Gol, em março
do ano passado.
O
mais grave foi que ao sentar na cadeira de gestor da VarigLog,
uma das primeiras medidas do chinês Lap Wai Chan foi
assinar uma correspondência, já na qualidade
de administrador de uma empresa aérea brasileira,
para a transferência do saldo total da conta da VarigLog
na Suíça, para a conta da Volo Logistics,
no JP Morgan Private Bank.
Jornal
do Brasil
10/04/2008
Dinheiro serviria para pagar dívidas
e salários atrasados
Para
Luís Gaj, membro do Comitê Judicial da VarigLog,
formado por três membros nomeados pelo juiz da 17ª
Vara, não existe nenhuma mudança no que foi
decidido na audiência.
–
O dinheiro depositado na Suíça deveria ser
repatriado para pagamentos de dívidas da própria
VarigLog, entre elas salários e fornecedores, e estava
vetado a transferência para a própria Volo
LLC.
Surpreso
com o documento assinado por Lap Wai Chan, que dá
outra destinação aos US$ 89 milhões
da empresa, ele afirmou que será rigoroso na apuração.
O
receio dos credores e funcionários é que,
com isso, a VarigLog possa ter o mesmo destino da outra
companhia aérea da Matlin Patterson, a ATA Airlines,
que entrou em concordata na semana passada com a demissão
de 2 mil empregados e a suspensão de 50 vôos.
Nas
próximas 24 horas, o processo de transferência
destes recursos poderá ser concretizado, já
que todos os trâmites finais de senha e autorizações
estão sendo tomados, o que deixa a empresa sem lastro
e entregue à própria sorte.
Enquanto
Wai Chan ordenava a transferência de fundos, os funcionários
da VarigLog continuavam sem receber o ultimo salário,
tendo sido pago apenas um abono, os franqueados sofrendo
com uma redução brutal da malha, a suspensão
de todos os vôos internacionais e os credores sem
uma perspectiva de recebimento.
O
presidente da VarigLog, João Luis Bernes de Sousa,
foi usado por Lap Wai Chan para dar o lance na aquisição
de compra da Varig. Enquanto o chinês se escondia
no meio da platéia do leilão, foi sumariamente
demitido no segundo dia da decisão judicial, sem
ter nenhuma cláusula do seu contrato respeitada.
Wai Chan recomendou-lhe que procure os seus direitos na
Justiça e o classificou como um consultor apenas,
que agora era descartado. Pela credibilidade no setor, a
demissão de João Luís, que foi diretor
da Varig, assustou ainda mais o mercado, sinalizando um
processo que coloca em risco a maior empresa aérea
de transporte de cargas.
Enquanto
o Brasil assiste o colapso da VarigLog, a diretoria da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) se mantém
distante do processo e principalmente da quebra do Artigo
181 do Código Brasileiro Aeronáutico. Age
como se o problema fosse em outro país ou se não
estivesse sob a sua responsabilidade.
Dirigentes
da antiga Anac lembram que endureceram o processo de aprovação
da venda, exigindo maiores comprovações do
capital e dos sócios que formavam a VarigLog e depois
a Varig e que sofreram pressões da própria
Justiça do Rio, onde o processo de recuperação
judicial da antiga Varig estava na 1ª Vara Empresarial.
(C.M.)
Jornal
do Brasil
10/04/2008
Operação de US$ 17 milhões
contraria juiz
Numa
outra correspondência, também dirigida à
Suíça, o chinês Lap Wai Chan comunica
o afastamento dos sócios brasileiros. Em uma livre
tradução para o português (veja o original
em inglês nesta página) o novo gestor da companhia
aérea brasileira afirma: "Por favor saiba que
de acordo com a decisão referendada no dia 1º
de abril de 2008, Haftel, Audi e Gallo foram excluídos
como controladores da Volo Brasil, assim sendo não
têm autoridade nenhuma na empresa. Saiba que você
deve receber ordens de mim e não deles. A Volo Brasil
me escolheu como gerente e como agente legal da empresa".
Contrariando
a decisão do juiz, que na audiência determinou
que todos os valores depositados na Suíça
fossem aplicados para resolver os problemas de caixa da
própria companhia aérea no Brasil, Chan determina
ainda na sua carta: "Em relação ao litígio
entre a Volo e a CAT eu peço que você junto
com a Volo Swiss tome as providências necessárias
para garantir que o Loyds Bank faça o pagamento de
acordo com as instruções dadas na carta anexada".
Só
nesta operação são US$ 17 milhões
para pagar o consórcio da LAN, que antecipou esta
importância ao caixa da companhia Varig.
Entre
os compromissos assumidos na audiência da 17ª
Vara em São Paulo para conseguir afastar os sócios
brasileiros, Lap Chan acordou, como consta na ata da audiência
que: "Caso concedida a tutela antecipada, comprometem-se
a liberar paulatinamente os valores bloqueados na Suíça,
destinando-os exclusivamente às sociedades, e não
para o pagamento de si próprio ou da Volo LLC. A
proposta não abrange as ações da GTI
S/A (Gol) que se encontram penhoradas nas execuções
perante a 9ª Vara Cível Central e 16ª Vara
Cível Central".
Recursos
bloqueados
Como
comprovam os documentos que foram enviados pelo próprio
Lloyds TSB Bank, que, assustados com a decisão em
primeira instância da justiça paulista e pelo
volume de transferência de recursos de US$ 86 milhões,
tentaram contactar os advogados de todas as partes envolvidas.
Os
recursos também estavam bloqueados por causa da ação
movida pelo grupo LAN, o que impossibilitou a primeira ordem
de transferência do Lloyds para o JP Morgan. No dia
8, um novo documento foi enviado a Ricardo Birkmaire, responsável
pela gestão na conta nos Lloyds TSB Bank, autorizando
o pagamento de US$ 17.167.300 para a Atlantic Aviation Investments
(Grupo LAN) e o saldo (aproximadamente US$ 61 milhões)
para a Volo Logistics LLC, o que contraria frontalmente
as decisão do juiz José Paulo Magano.
O
que torna ainda mais grave este confronto com a decisão
judicial é que a ordem para a transferência
no banco suíço parece ter sido transmitida
pelo aparelho de fax do próprio advogado da Matlin
Patterson no Brasil, e ex-advogado da VarigLog, o Escritório
Teixeira Martins & Advogados, já que cópia
enviada pelo Lloyds consta esta assinatura eletrônica
e o horário de transmissão 23h05.
O
titular do escritório, o advogado Roberto Teixeira,
atendeu ontem a nossa ligação, porém
afirmou que não poderia falar nada sobre o assunto
e que só o cliente Lap Wai Chan poderia se pronunciar.
A assessoria de imprensa do empresário informou que
o dirigente da Matlin Patterson estava em vôo e que
não teria como contactá-lo até o fechamento
da edição. (C.M.)
O
Estado de São Paulo
10/04/2008
Lap Chan, ex-dono da Varig, é
proibido de deixar o País
Sócio do fundo americano
Matlin Patterson, Lap é acusado de desviar recursos
da VarigLog
Mariana Barbosa
O
juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Cível
de São Paulo, determinou que a Polícia Federal
impeça a saída do Brasil do executivo Lap
Wai Chan, sócio do fundo americano Matlin Patterson,
e apreenda seu passaporte. O juiz aplicou ainda uma multa
de US$ 1 milhão ao executivo e determinou que o empresário
se apresente à Justiça nesta quinta-feira
até às 13 horas..
O
fundo Matlin é o sócio estrangeiro da VarigLog
e estava, desde o dia 1º - por meio de uma decisão
judicial do próprio Magano -, no controle da gestão
da companhia. Lap é acusado de desviar recursos da
VarigLog.
A
decisão do juiz Magano foi tomada após ele
tomar conhecimento de uma ordem de transferência assinada
por Lap Chan para que o saldo de quase US$ 90 milhões
da conta da VarigLog na Suíça seja transferido
para a conta da Volo Logistics, subsidiária do Matlin
Patterson, no JP Morgan, em Nova York. Procurado, Lap não
foi localizado.
A
transferência foi feita ontem, oito dias depois de
o juiz Magano ter decidido afastar os sócios brasileiros
do controle da VarigLog, sob acusação de gestão
temerária. Cópias das correspondências
com as ordens de transferência, às quais a
reportagem teve acesso, foram anexadas ontem ao processo
na 17ª Vara pelos advogados dos sócios brasileiros
da VarigLog.
O
dinheiro, motivo da briga entre sócios brasileiros
e estrangeiros, é parte do pagamento feito pela Gol
para comprar a Varig (VRG).
Na
sentença da semana passada, o juiz Magano determinou
que a Volo Logistics - que é uma empresa estrangeira
e, pela lei brasileira, não pode ter mais de 20%
do capital votante de uma companhia aérea - assumisse
o controle da VarigLog por um prazo de 60 dias, até
que fossem encontrados novos sócios brasileiros.
Entretanto, na sentença o juiz estabelece como contra
partida para dar o controle temporário ao fundo Matlin
que o dinheiro seja destinado “exclusivamente às
sociedades, e não para o pagamento de si próprio
ou da Volo LLC”.
A
conta da VarigLog, no banco Lloyds na Suíça,
havia sido bloqueada pelo próprio Matlin Patterson
que, depois de brigar com os sócios brasileiros,
ficou alijado da gestão da companhia cargueira. Com
a retomada do controle, o Matlin fez uma ordem de transferência
de US$ 71 milhões da conta da VarigLog na Suíça
para uma conta da Volo Logistics no JP Morgan. Outros US$
17,1 milhões foram transferidos para uma subsidiária
da empresa aérea chilena Lan, a Atlantic Aviation
Investments LLC.
As
ordens de transferência mostram que a intenção
inicial de Lap Chan era fazer a transferência integral
dos US$ 88 milhões depositados na conta da VarigLog
para a conta da Volo. Mas foi impedido em razão de
uma disputa judicial com a Lan. A Lan emprestou US$ 17,1
milhões para a VRG no início do ano passado,
operação que lhe dava preferência para,
eventualmente, adquirir uma participação acionária
na VRG. No entanto, o Matlin optou por vender a empresa
para a Gol. Com a concretização da venda,
a Lan resolveu cobrar o empréstimo da própria
Gol - que disse que o problema não era com ela.
A
Gol também tem uma disputa judicial com o Matlin.
A empresa cobra R$ 160 milhões por conta de dívidas
herdadas da velha Varig.
BRIGA
A
briga do fundo Matlin com os sócios brasileiros -
Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo - começou
após a venda da VRG para a Gol, em 29 de março
de 2007. O Matlin, que por meio da VarigLog pagou US$ 20
milhões pela VRG no leilão judicial em 2006,
entende que o dinheiro da venda (US$ 98 milhões,
mais 6 milhões de ações da Gol) deve
ser destinado ao próprio fundo, como parte do pagamento
de uma série de empréstimos feitos pelo Matlin
à VarigLog e a VRG. Os sócios brasileiros
dizem, contudo, que o dinheiro deve ficar na VarigLog e
que os empréstimos vencem apenas em 2011. Em meio
à briga, o Matlin acusa os brasileiros de má
gestão, desvio e mal uso dos recursos da VarigLog.
E os brasileiros acusam o Matlin de tentar quebrar a empresa.
Em
sua sentença na semana passada, o juiz afirma que
os sócios brasileiros geriram a VarigLog de forma
“temerária” e reconhece que o Matlin
contratou Audi, Haftel e Gallo com o intuito claro de “burlar”
o Código Brasileiro da Aeronáutica. Os três
seriam, portanto, laranjas do Matlin.
A
VarigLog chegou a ter mais de 50% do mercado de cargas brasileiro
e hoje está praticamente parada devido a briga entre
os sócios. Depois que a Volo Logistics, em sociedade
com a Volo do Brasil (empresa de Audi, Gallo e Haftel),
adquiriu a VarigLog, em 2006, a empresa recebeu uma forte
injeção de capital e conseguiu recuperar a
importância que tinha nos bons tempos da velha Varig.
A empresa chegou a exibir um faturamento mensal de R$ 80
milhões. No mês passado, contudo, o faturamento
despencou para menos de R$ 17 milhões.
ENTENDA
O CASO
Compra
da VarigLog - O fundo Matlin Patterson, por meio da subsidiária
Volo Logistics LLC, se associa a Volo do Brasil (de Marco
Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo Gallo) e adquire a
VarigLog, em janeiro de 2006.
Compra
da VRG - A VarigLog adquire a VRG em leilão judicial
em julho de 2006, por US$ 20 milhões, além
de outros compromissos de investimentos.
Venda
da VRG - Em março de 2007, a VarigLog vende a VRG
para a Gol, por US$ 98 milhões mais 6 milhões
de ações da Gol.
Briga
de sócios - O fundo Matlin e os sócios brasileiros
iniciam uma briga pelo dinheiro pago pela Gol que acaba
por paralisar a companhia.
Estrangeiro
no comando - Em 1º de abril, a Justiça afastou
os sócios brasileiros da VarigLog, sob acusação
de gestão temerária.
O
Estado de São Paulo
10/04/2008
Boeing confirma mais um atraso do
787
A Boeing anunciou mais um atraso na entrega do 787 Dreamliner.
Os problemas ocorreram principalmente na montagem final
do avião. A Boeing disse que o primeiro vôo
do novo modelo será realizado no quarto trimestre,
seis meses depois da previsão anterior. As entregas
começarão no terceiro trimestre de 2009 e
não no primeiro trimestre.
O
Estado de São Paulo
10/04/2008
Mercado de aviação doméstica
cresce 13,7%
Alberto Komatsu
As
companhias aéreas nacionais registraram crescimento
de 13,7% no transporte de passageiros em março, em
relação ao mesmo período do ano passado,
segundo a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac). A oferta de assentos cresceu 14,8%, na mesma
base de comparação. A taxa de ocupação
dos aviões foi de 64%, mesmo resultado de março
de 2007.
Nos
vôos internacionais, a expansão na demanda
foi de 39%, com 35,2% a mais de lugares e aproveitamento
dos aviões de 68%.
De
janeiro a março, o transporte aéreo de passageiros
no País acumula crescimento de 9,4% e a oferta de
assentos teve expansão de 11,6%. Já a taxa
de aproveitamento dos aviões foi de 68%,ou recuo
de um ponto porcentual em relação ao primeiro
trimestre de 2007. A demanda para o exterior subiu 51,8%,
com 46,5% de aumento no número de poltronas. A taxa
de ocupação dos aviões foi de 69%,
dois pontos porcentuais a mais que os três primeiros
meses de 2007.
DUOPÓLIO
“TAM
e Gol mantiveram suas posições, pois o crescimento
do duopólio foi próximo ao do setor. Outras
empresas, como OceanAir e WebJet cresceram muito acima da
média”, afirma o consultor Paulo Bittencourt
Sampaio. Trip, WebJet e OceanAir foram as companhias que
mais cresceram no mercado doméstico em março,
com taxas acima de 150%.
A
TAM seguiu liderando o transporte de passageiros no Brasil
em março, com 51,44% de participação,
ou crescimento de 14% em relação ao mesmo
mês do ano passado. Logo atrás está
a Gol, com 37,43% e expansão de 15,4% em sua participação,
seguida por sua controlada Varig, com 3,93%, o que representou
uma queda de 2,6% na comparação com a sua
fatia de março de 2007.
Juntas,
as três maiores empresas aéreas do País
responderam por 92,8% do fluxo de passageiros transportados.
A OceanAir ficou com a quarta posição, com
uma participação de 3,78%. As demais 14 companhias
aéreas brasileiras ficaram com os 3,42% restantes.
No
mercado internacional, a TAM continuou na primeira posição,
com 68,88%. A participação da Varig foi de
18,82% e da Gol foi de 9,81%, nos vôos ao exterior.
No
primeiro trimestre, a TAM respondeu por 50,56% do transporte
doméstico de passageiros, seguida pela Gol, com 38,80%.
No acumulado do ano, a OceanAir está à frente
da Varig, com 4,20%.
A
Varig, por sua vez, teve 2,93% da demanda. A TAM liderou
os vôos internacionais, com fatia de 67,70%. A Varig
vem em seguida com 19,36%.
A
Gol está na terceira posição, com 10,72%.
“A
TAM tem investido muito no mercado internacional. A Varig
também cresceu muito, mas com uma taxa de ocupação
dos aviões baixa”, avaliou Sampaio. Segundo
a Anac, a TAM teve expansão de 49,5% no exterior.
O crescimento da Varig foi de 140,9%. Já a Gol registrou
recuo de 22,5%.
Sampaio
chama a atenção para o desempenho da regional
TAF, que em março registrou queda de 48,2% no volume
de passageiros transportados e recuo de 72,4% na oferta
de assentos. Segundo ele, a empresa está passando
por dificuldades financeiras e operacionais. A TAF suspendeu,
em fevereiro, alguns vôos, alegando como motivo a
baixa temporada.
O
Estado de São Paulo
10/04/2008
American Airlines cancela mais de
mil vôos
A realização de
inspeções técnicas em aviões
MD-80 provocou caos nos aeroportos dos EUA
A companhia aérea americana American Airlines cancelou
mais de 1000 vôos ontem - o equivalente a 45% de sua
escala - para realizar as inspeções técnicas
de seus aviões do tipo MD-80. A decisão provocou
problemas para milhares de passageiros em todo o país
e provocou o caos nos aeroportos mais movimentados dos Estados
Unidos.
A
empresa, que já suspendeu na última terça
cerca de 500 vôos, também afirmou que os cancelamentos
continuariam hoje.
A
American Airlines está revisando novamente sua frota
de 300 aviões MD-80, após a Agência
Federal de Aviação (FAA, em inglês)
não aprovar alguns aspectos relacionados aos cabos
no compartimento que guarda o trem de pouso.
Como
resultado dessas revisões, 50 vôos foram suspensos
ontem nos aeroportos em Nova York e em Nova Jersey. O aeroporto
internacional Dallas Fort Worth, no Texas, foi outro dos
mais atingidos e, segundo fontes da empresa aérea,
foram cancelados 251 chegadas e partidas, praticamente a
metade da capacidade de operação do terminal.
O
presidente e executivo-chefe da American Airlines, Gerard
Arpey, se viu obrigado na última terça para
pedir desculpas publicamente por causa dos problemas causados
aos passageiros.
“Nós
obviamente falhamos em atender a todas as ordens e padrões
que a FAA exige, disse Arpey, durante uma entrevista coletiva
em Los Angeles. “Eu assumo total responsabilidade
pelo que está acontecendo.”
A
empresa disse que as inspeções estão
relacionadas ao cumprimento de questões técnicas
e “não com aspectos relacionados à segurança”
dos vôos.
A
American Airlines e outras companhias aéreas americanas
já foram obrigadas no final de março a cancelar
centenas de vôos para a realização de
uma inspeção mais rigorosa de seus aviões,
o que gerou confusão e problemas nos aeroportos.
Consultor
Jurídico
10/04/2008
Dança das contas
Justiça proíbe acionista
da VariLog de sair do Brasil
Lap Wai Chan, gestor do Fundo Matlin Patterson que é
o acionista majoritário da VarigLog, estaria proibido
de sair do país, se estivesse no Brasil (ele reside
em Nova York). Ele ainda foi multado em US$ 1 milhão
e deveria se apresentar ao juiz José Paulo Magano,
da 17ª Vara Cível de São Paulo, na tarde
desta quinta-feira (10/4). A Polícia Federal foi
notificada da decisão na quarta-feira (9/4). As informações
são do jornal O Estado de S.Paulo.
A
decisão faz parte da disputa entre a Volo Logistics,
empresa constituída no Brasil pelo Fundo Matlin Patterson
com os sócios brasileiros Marco Antônio Audi,
Marcos Michel Haftel e Luiz Eduardo Gallo para controlar
a VarigLog, empresa de transporte de cargas da antiga Varig,
adquirida em sociedade pelos dois grupos.
A
VoLo, dona da integralidade do capital aplicado na VarigLog,
acusa os sócios brasileiros de terem desviado o dinheiro
da empresa para uma conta na Suíça. a Matlin
teria pedido a transferência deste mesmo dinheiro,
segundo o juiz, da conta da VarigLog na Suíça
para a conta da Volo Logistics, no JP Morgan Private Bank.
O
pedido para impedir a saída do empresário
do Brasil foi feito por Luiz Gaj e Alfredo Luis Kugelmas,
os administradores judiciais da VarigLog, que anexaram aos
autos do processo documento que comprovaria a ordem de Lap
Chan de transferir US$ 86 milhões da conta da Suíça
para a conta da Volo Logistics. O dinheiro é oriundo
da venda da nova Varig e deveria ser repatriado e aplicado
na recuperação da companhia aérea.
Folha
de São Paulo
10/04/2008
Boeing adia, agora para o terceiro
trimestre de 2009, lançamento do modelo 787
DA
FOLHA ONLINE
A
Boeing anunciou ontem que adiará novamente a estréia
comercial do seu avião 787 Dreamliner, agora para
o terceiro trimestre de 2009. A previsão anterior
era de estrear em maio.
Essa é a quarta vez que a empresa revisa o calendário
de estréia do avião. Segundo a Boeing, o adiamento
foi causado por problemas no fornecimento de peças.
Analistas do setor já esperavam esse anúncio,
que deteriora ainda mais a credibilidade da empresa perante
seus clientes -já corroída por outros três
adiamentos.
O Dreamliner 787 é considerado o mais moderno avião
comercial de passageiros do mundo. Foi apresentado em julho
de 2007. Nessa época, já havia 670 unidades
encomendadas por 48 companhias aéreas.
Com capacidade para transportar de 200 a 350 passageiros,
dependendo do modelo e da configuração, o
787 é o primeiro avião comercial a ser fabricado
primariamente com material composto e fibra de carbono.
O 787 foi criado para fazer vôos sem escalas entre
cidades muito distantes, com alcance entre 6.500 quilômetros
e 15 mil quilômetros.
Invertia
10/04/208 - Atualizada às 15h54
Empresas
Funcionários da Alitalia protestam
em Roma
O
futuro da companhia aérea italiana Alitalia, em grave
crise financeira, será decidido depois das eleições
gerais deste domingo e segunda-feira, segunda a agência
Ansa. Os sindicatos presentes na companhia aérea
se reuniram hoje com o governo italiano, e a companhia fixou
para a próxima terça-feira a nova convocatória
das centrais, prevista para ontem e depois adiada. Em Roma,
funcionários da companhia realizaram protestos contra
a morosidade da negociação em cartões
postais, como a Fontana di Trevi.
Na
reunião de hoje com os representantes dos nove sindicatos,
participaram o subsecretário da presidência
de governo, Enrico Letta; o subsecretário da Economia,
Massimo Tononi, e os ministros do Desenvolvimento Econômico,
Pier Luigi Bersani, e do Transporte, Alessandro Bianchi.
"O
trabalho que fizemos nestes dias tinha como fim buscar uma
segunda oportunidade para que o acordo com a Air France-KLM
se encerre: estamos convencidos, porém, que terceiras
ocasiões não vão se apresentar",
disse Letta ao abrir o encontro com os sindicatos.
Segundo
ele, "a proposta da Air France-KLM é a única
que há sobre a mesa" e a companhia de bandeira
"não pode permanecer em pé sozinha e,
como certificou a diretoria da Alitalia, a liquidez da companhia
está se esgotando".
"A
compra por parte da Air France-KLM se apresenta com condições
financeiras honoráveis e com um plano industrial
que assegura a continuidade e, no futuro, a expansão
da companhia de bandeira italiana", acrescentou.
Enquanto
acontecia a reunião, centenas de trabalhadores da
Alitalia - entre 500 e 600, segundo a polícia - se
manifestavam na praça de Montecitorio. Eles percorreram
o centro da cidade e protestaram em frente a cartões
postais da capital italiana, como a Fontana di Trevi e a
Piazza Colona.
Entre
eles, havia muitos trabalhadores da Alitalia service, junto
a pilotos uniformizados.
Ontem,
na Bolsa de Milão, o título da Alitalia caiu
21% depois de quatro sessões em alta, após
a interrupção das negociações
com a Air France-KLM.
Na
última segunda-feira, o grupo franco-holandês,
após a reunião de sua diretoria, aprovou a
ruptura das negociações para a compra da Alitalia
e disse que agora cabia à companhia italiana, a seus
empregados e às organizações sindicais
dizer como viam o futuro da empresa.
A
Air France-KLM apresentara uma oferta vinculante de compra
da Alitalia, mas o presidente da companhia franco-holandesa
abandonou a mesa de negociações ao considerar
inaceitável a contra-oferta apresentada pelos sindicatos
da companhia italiana.
Valor
Econômico
10/04/2008
Justiça multa Matlin
A
Justiça paulista fixou uma multa de US$ 1 milhão
ao fundo MatlinPatterson, sócio da companhia VarigLog.
Além disso, determinou a apreensão do passaporte
do sócio da empresa, Lap Chan. A decisão se
deve ao fato de que o Matlin descumpriu uma determinação
judicial anterior ao tentar transferir para si cerca de
US$ 85 milhões em uma conta na Suíça,
que já estava bloqueada. O bloqueio foi conseguido
pelos ex-sócios brasileiros do fundo.
Valor
Econômico
10/04/2008
Mercado aéreo cresce
A
demanda no mercado aéreo doméstico cresceu
13,7% em março, em relação ao mesmo
mês de 2007. A oferta de assentos aumentou 14,8%.
A Trip, companhia aérea regional, atingiu 1% de participação
pela primeira vez. A TAM ficou com 51,4%, a Gol obteve 37,4%,
a Varig, 3,9%, a OceanAir, 3,8%, e a WebJet, 1,5%. A demanda
por vôos internacionais, apenas de empresas brasileiras,
cresceu 39% e a oferta, 35,2%,s egundo a Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac).
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