:::::RIO DE JANEIRO - 09 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
09/05/06
Excesso de quórum faz Varig adiar assembléia

Segundo presidente, credores do lado de fora da reunião poderiam contestar resultado para escolher proposta
JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

A assembléia de credores da Varig foi adiada para hoje devido ao excesso de quórum. A Deloitte, administradora judicial da Varig, decidiu transferir a assembléia para o hangar da empresa no aeroporto Santos Dumont por questões de segurança.

O número de trabalhadores foi acima do previsto e alguns vieram de outros Estados para acompanhar os desdobramentos da situação da companhia aérea. Cerca de 540 pessoas já tinham se credenciado quando a assembléia foi adiada e mais de 150 esperavam do lado de fora para participar.

Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o adiamento não prejudica a empresa. "Há um problema de superlotação da área, existem pessoas que são credoras e estavam do lado de fora. Haveria o risco de contestarem depois a assembléia. Questão de horas não afeta a situação da Varig."

Nos bastidores, o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) apresentou sua proposta para os principais credores da aérea em reunião fechada. O grupo, que representa o voto dos aeronautas por decisão judicial, não aceita a proposta do governo e da Alvarez & Marsal, consultoria contratada para conduzir a reestruturação da Varig, que prevê a cisão da companhia em duas: uma voltada para o segmento doméstico e outra para os vôos internacionais.

O único consenso entre as propostas do TGV e a da consultoria é a alienação de ativos por leilão judicial para reestruturar as finanças da empresa. O TGV afirma que a Varig Internacional não conseguiria sobreviver por mais de seis meses sem uma companhia que operasse os trechos nacionais de alimentação dos vôos para o exterior. "Qual concorrente vai querer atuar como alimentadora para a Varig?", questionou um dos representantes do TGV.
Na noite de ontem, os credores voltaram a se reunir na sede da companhia. A idéia era fechar um acordo de unificação das propostas em que o mercado escolheria qual ativo da companhia seria vendido. "O investidor poderia fazer uma oferta somente pela Varig Doméstica ou pela Doméstica e Internacional", disse Marcio Marsillac, coordenador do TGV. O lance inicial da Varig Doméstica é estimado em US$ 700 milhões. Para Marsillac, o valor da fatia nacional e internacional chega a US$ 860 milhões.

O presidente da Varig defendeu a unificação das propostas. "Sou favorável a uma proposta que possa contemplar o máximo possível de opções para o investidor."

Para que qualquer proposta seja aprovada é preciso que ela tenha no mínimo a adesão de duas categorias e 30% dos votos de uma terceira categoria. Como o TGV tem peso significativo na votação da categoria dos trabalhadores, foi dado início a uma negociação.
Na avaliação de Elnio Borges, representante do TGV, a alteração no plano de recuperação representada pela proposta da Alvarez & Marsal significa uma fraude com os credores e a cisão da empresa só favoreceria os concorrentes.

Borges questiona até a destinação dos recursos do faturamento da empresa e diz que os trabalhadores estão dispostos a reduzir os salários em até 50% para que a Varig continue voando.

Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, disse que a aérea precisa ganhar fôlego financeiro no curto prazo, independentemente de divergências entre grupos. "Se não fechar uma posição amanhã [hoje] a Varig está fechada na quarta-feira [amanhã]. Não queremos escolher o patrão, queremos emprego e salários decentes."

Independente do resultado da reunião entre TGV e Varig, os credores vão analisar hoje a proposta do consultor Jayme Toscano, de US$ 1,9 bilhão, mas sem comprovação da origem dos recursos. Caso seja fechado um acordo, a proposta do TGV e da consultoria deve ser apresentada em conjunto.

Zero Hora
09/05/06
Mais 24 horas de esperança

PEDRO DIAS LOPES / Enviado Especial/Rio de Janeiro

Nove meses de quebra-não-quebra, uma vida inteira de dedicação, um futuro ameaçado, propostas sobre a mesa sendo negociadas e mais 24 horas de esperança. Os 9,4 mil funcionários da Varig, suas famílias e, a esta altura, as milhares de pessoas que dependem indiretamente da empresa e quem torce só por um final feliz viveram ontem mais um dia de forte expectativa.

Depois do anúncio do adiamento da assembléia, ontem à noite representantes dos trabalhadores, da empresa e da consultoria Alvarez&Marsal, contratada para conduzir o processo de recuperação judicial tentavam obter uma solução negociada (leia mais na página ao lado).

Aguardada como decisiva para a definição de um plano para salvar da falência a maior companhia de aviação comercial do país, a segunda-feira começou ansiosa nos balcões de check-in da empresa e demorou para terminar.

- Meu Deus, estou preocupadíssima, com o coração na mão. Boa Sorte para todos nós - disse pouco antes das 6h uma funcionária da empresa no aeroporto Salgado Filho, aos passageiros que embarcariam no primeiro vôo para o Rio.

No começo da noite, depois de adiada a assembléia dos credores por razões de segurança, ainda se tentava alinhavar uma solução de consenso.

- Eles estão discutindo há horas, e eu não entendo uma palavra de português - desabafou um dos credores norte-americanos da empresa, ao sair de uma reunião que já durava mais de seis horas.

A expectativa sobre qual das propostas que disputam a aprovação dos credores seria a escolhida era a mesma entre funcionários e passageiros. O comandante do vôo 2342 (Porto Alegre ao Rio) resumiu o sentimento dele e de colegas no alto-falante da aeronave minutos antes de pousar no Aeroporto Tom Jobim:

- Hoje é um dia muito importante para todos nós. Uma assembléia que começa daqui a pouco definirá o futuro da empresa. A confiança dos senhores foi fundamental para a companhia continuar voando até agora. Obrigado a todos por escolherem a Varig.

O empresário José Roberto Resende, passageiro do vôo, comentou:

- Se a Varig quebrar será horrível. Nós, passageiros, ficaremos reféns de duas companhias apenas e nenhuma oferece o serviço que a Varig tem. Sou a favor da sobrevivência da empresa desde que não envolva dinheiro público.

Filas, boatos e protestos com nariz de palhaço

Às 9h, quando a assembléia já devia estar começando, uma longa fila serpenteava em torno do prédio da Fundação Ruben Berta, na Ilha do Governador. Eram trabalhadores se cadastrando para votar o futuro da empresa. Cerca de 540 pessoas já tinham se credenciado quando a assembléia foi adiada, e mais de 150 esperavam do lado de fora.

- Por motivo de segurança, vamos ter de transferir a assembléia para amanhã (hoje), no hangar da Varig, no aeroporto Santos Dumont - decidiu Luiz Alberto Fiore, da consultoria Deloitte, administradora judicial da Varig.

Funcionários, alguns deles uniformizados e com nariz de palhaço, protestaram, e sobrou até para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

- É tudo armação. Lula é o chefe da quadrilha - gritavam.

Nesse clima, aumentaram os boatos de que se costurava no andar de cima uma proposta de consenso. Funcionários faziam circular a informação de que o presidente da Varig, Marcelo Bottini, havia rompido com os representantes da Alvarez&Marsal, contratados para conduzir o processo de recuperação judicial, por não concordar com a divisão da companhia em uma empresa doméstica e outra internacional. Bottini desmentiu. Os desencontros continuaram.

- A situação é de perplexidade com tudo isso - reclamou um advogado de uma empresa estatal.

A frase foi repetida por todos os credores, visivelmente irritados com a confusão instalada. Outro advogado, este representante de uma empresa de leasing de aeronaves, caminhava de um lado para o outro falando ao celular. Ao encerrar a ligação, relatou que não soube explicar o que estava acontecendo ao cliente. A segunda-feira da Varig só deverá terminar hoje, com a retomada da assembléia de credores.


Zero Hora
09/05/06
"A Varig só estará salva quando o dinheiro entrar"
Entrevista: Marcelo Bottini, presidente da Varig


O presidente da Varig, Marcelo Bottini, fez uma rápida pausa na reunião com os credores que se estendia durante todo o dia de ontem e, no início da noite, concedeu rápida entrevista a ZH, em frente à sede da companhia, no Rio, sobre as negociações para conseguir um entendimento na assembléia de credores de hoje.

Zero Hora - Quais as chances de um entendimento?

Marcelo Bottini -
As negociações estão caminhando bem. Queremos oferecer uma proposta unificada aos credores para dar mais opções aos investidores interessados na Varig.

ZH - Como funcionaria esta unificação?

Bottini -
Em vez de oferecer as opções de dividir a Varig em uma doméstica e outra internacional (com dívidas), ou partir a Varig em uma operacional (doméstica e internacional) e outra comercial (com dívidas), queremos misturar as duas idéias e permitir que o investidor decida o que quer comprar.

ZH - Mas isso não criará obstáculos jurídicos?

Bottini -
Justamente, é o que está sendo analisado e levado aos credores. Qualquer que seja a divisão, a parte que ficar com a dívida tem de ter meios para se recuperar. De qualquer forma, a assembléia desta terça terá ou as duas propostas em separado, mais a do Jaime Toscano, ou as duas propostas unidas e a do Jaime Toscano.

ZH - Como tem sido sua rotina durante os últimos dias?

Bottini -
Como moro na Barra (da Tijuca), que é longe daqui (da sede da Varig), tenho preferido dormir por aqui. Tenho um quartinho lá em cima (risos). Enfim, lamento não poder estar mais próximo da rotina da companhia, pois o envolvimento diário com as negociações é muito grande, de manhã à noite.

ZH - Se alguma das propostas passar, a Varig está salva?

Bottini -
Não, a salvação está encaminhada. A Varig só estará salva quando o dinheiro entrar.


Zero Hora
09/05/06

Em busca de uma proposta de entendimento

As negociações que duraram manhã, tarde e noite de ontem criaram um cenário de entendimento.

Até as 19h, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, e o representante do movimento Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Marcio Marsillac, confiavam na possibilidade de unificar a proposta da consultoria Alvarez&Marsal, contratada para conduzir o processo de recuperação judicial, com a dos funcionários e esforçavam-se para convencer os credores disso.

Zero Hora presenciou trecho da reunião em que TGV e Varig negociavam com as empresas que têm dinheiro a receber da Varig. A proposta mantém a idéia de cisão da Varig em duas empresas, mas sem quebrar em parte doméstica e parte internacional. O preço mínimo da Varig subiria para US$ 860 milhões e a fatia com as dívidas seria denominada parte comercial.

- O que queremos é oferecer um leque maior ao investidor. Se ele quiser comprar a Varig Doméstica mais as linhas da América do Sul, por exemplo, ele pode, sem engessamento - explicou Marcelo Bottini, presidente da Varig.

A análise tem respaldo na posição defendida por Marcio Marsillac, do TGV. Segundo o representante dos trabalhadores, não há razão para oferecer duas opções estritas aos investidores:

- Por que obrigaremos o investidor a escolher entre comprar só a doméstica, se podemos formatar algo mais amplo?

Entenda o caso
Três propostas seriam analisadas ontem pela assembléia. Com o adiamento, surgiu uma quarta - no caso, uma tentativa de consenso entre o que sugere o movimento TGV e a consultoria Alvarez&Marsal. Confira as opções:
1 - Jaime Toscano
O consultor Jaime Toscano ofereceu US$ 1,9 bilhão pela Varig, mas não deu garantias de onde viria o dinheiro.
2 - TGV
O movimento Trabalhadores do Grupo Varig, que representa os aeronautas, propôs dividir a empresa em duas: uma operacional e outra comercial, que ficaria com as dívidas. A operacional poderia ser vendida. Trabalhadores trocariam créditos do fundo de pensão Aerus por participação na empresa.
3 - Alvarez&Marsal
A consultoria Alvarez&Marsal, administradora da Varig escolhida pelos credores, desenhou um modelo que separaria a Varig em uma parte com as rotas domésticas, que seria leiloada, e outra com a parte internacional, que ficaria com as dívidas de R$ 8,4 bilhões. O BNDES financiaria o comprador da parte doméstica e emprestaria US$ 100 milhões para a Varig sobreviver até o leilão
4 - A solução negociada
Aprovar a idéia de divisão da Varig, sem especificar de que forma exata isso será feito. Desta forma, abriria precedente para que um investidor pudesse comprar a parte operacional inteira (linhas domésticas e internacionais), por exemplo, sem absorver a dívida de R$ 8,4 bilhões. As possibilidades seriam desenhadas nos próximos 15 dias, para serem colocadas no leilão, que ocorreria em 60 dias. Com isso, haveria duas propostas para assembléia de hoje (a outra seria do consultor Jaime Toscano)
O que é exigido
Para ser aprovada, qualquer proposta precisa de aprovação de duas, das três classes de credores, por maioria, mais pelo menos 30% da outra.

 

O Globo
09/05/06 - Versão Impressa
Varig terá proposta de salvamento unificada


Erica Ribeiro

Os credores da Varig deverão decidir hoje se aprovam a proposta de unificação dos modelos apresentados pelo governo e a consultoria Alvarez & Marsal e pelo Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). A nova proposta veio à tona em meio aos preparativos da assembléia de ontem, no Rio, suspensa sob a alegação de que a superlotação — mais de 520 pessoas haviam se cadastrado e outras 150 esperavam na fila — não oferecia segurança para sua realização.

A proposta da Alvarez & Marsal prevê a cisão da Varig em duas, uma doméstica, que iria a leilão pelo preço mínimo de US$ 700 milhões, e outra, internacional, que ficaria com as dívidas, cujo total é estimado em R$ 7 bilhões. Já a proposta do TGV cria uma Varig Operacional, onde se concentrariam as operações domésticas e internacionais juntas, separada da Varig Comercial, que ficaria com o passivo da companhia.

Até as 22h de ontem os credores ainda discutiam detalhes do modelo de unificação, mas, segundo fontes, a tendência é a aprovação. Com isso, as ofertas isoladas da Alvarez & Marsal e do TGV desaparecem e a assembléia de hoje, que será realizada no hangar do Aeroporto Santos Dumont, no Rio, terá, além da proposta unificada, a oferta do consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores estrangeiros dispostos a injetar cerca de US$ 2 bilhões na companhia.

Justiça também terá que aprovar modelo

Antes mesmo de a assembléia ser oficialmente suspensa, os principais credores da companhia já discutiam em uma sala isolada detalhes da nova proposta. Depois da pausa para o almoço, eles seguiram para a sede da Varig, atrás do Aeroporto Santos Dumont, onde continuaram reunidos.

De acordo com o presidente da Varig, Marcelo Bottini, a empresa sempre buscou uma proposta ampla, que pudesse oferecer diferentes opções aos investidores.

— É como colocar vários produtos em uma prateleira. Se o mercado quer em um leilão só a parte doméstica, há um pacote pronto; se quiser comprar o internacional e o doméstico, também há um pacote; se quiser comprar o doméstico com rotas internacionais, já está pronto. Se isso se concretizar (a unificação), desaparecem os modelos isolados do TGV e da Alvarez & Marsal. Se não for aprovado, permanecem as propostas separadas e mais a do Toscano — disse Bottini.

Bottini afirmou que prefere o caminho da unificação. Mas ressaltou que todos os passos terão que respeitar o que determina a lei de recuperação judicial, inclusive quanto à venda dos ativos e à parte da empresa que ficar com o passivo. Segundo ele, se o modelo for aprovado pelos credores, a proposta terá que passar pelo crivo da Justiça.

Valor mínimo de leilão ainda será definido, diz Bottini

O presidente da Varig disse, ainda, que o valor mínimo de leilão da companhia também terá que ser redefinido. Pelo plano da Alvarez & Marsal, o valor mínimo da Varig Doméstica é de US$ 700 milhões. Já o TGV fez a conta de que a Varig Operacional (com as rotas domésticas e internacionais) teria valor mínimo de US$ 860 milhões.

O coordenador do TGV, Marcio Marsilac, defende que a unificação garante equilíbrio econômico e financeiro tanto da parte que for vendida em leilão, quanto da que ficar com o passivo e continuar em recuperação judicial. Segundo ele, há chance de a unificação ser aprovada. Marsilac afirmou que os trabalhadores não vão aceitar qualquer proposta que não seja viável econômica e financeiramente.

 

JB On Line
08/05/06 - 19:03h
Anac só divulgará amanhã sua decisão sobre a venda da VarigLog

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou por meio de sua assessoria de imprensa a realização, hoje, de reunião para tomada de decisão sobre a venda da Varig Logística (VarigLog). A empresa era a subsidiária da Varig, especializada no transporte de carga, e foi vendida à Volo do Brasil, que representa o fundo de investimento norte-americano Matlin Paterson e empresários brasileiros.

A operação foi realizada em janeiro, ao preço de U$ 48,2 milhões, e aprovada em abril pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça. Porém, a documentação referente à venda, de acordo com o que determina a lei, tem que ser submetida à Anac.

Segundo a Radiobrás, a decisão da reunião só será divulgada amanhã, por meio de nota, conforme revelou a assessoria, sem antecipar se a venda da VarigLog foi aprovada pela Anac.


Estadão
08/05/06 - 19:00
Volo entrega documentação para compra da VarigLog
Anac deu prazo de 10 dias úteis para que toda a documentação fosse apresentada, já que o negócio não foi reconhecido pela agência reguladora do setor aéreo por causa da falta dos documentos. O prazo se encerrava às 18 horas de hoje.

BRASÍLIA - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) recebeu hoje documentos e ofícios da empresa Volo do Brasil sobre a aquisição da VarigLog, subsidiária da Varig na área de transporte de cargas. Segundo a assessoria da agência, ainda estão sendo analisados todos os papéis e somente hoje será confirmado se os documentos atendem às exigências da agência reguladora para homologar o negócio. A Volo entregou os papéis no último dia do prazo que lhe havia sido dado pela Anac.

A assessoria de imprensa da VarigLog informou "que todos os documentos solicitados foram entregues". A Volo do Brasil pagou US$ 46 milhões pela subsidiária da companhia aérea com recursos próprios em janeiro deste ano. A outra subsidiária da Varig vendida foi a Varig Engenharia e Manutenção (VEM) para a AeroLB, empresa criada no Brasil pela empresa aérea portuguesa TAP.

No dia 20 de abril, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, deu prazo de 10 dias úteis para que toda a documentação fosse apresentada, já que o negócio não foi reconhecido pela agência reguladora do setor aéreo por causa da falta dos documentos. O prazo se encerrava às 18 horas de hoje.

A venda da VarigLog para a Volo foi anunciada em janeiro deste ano. O negócio, no entanto, é questionado pelo Sindicato Nacional de Empresas Aéreas (Snea), que apresentou à Anac uma denúncia de que o fundo de investimentos Matlin Patterson, dos Estados Unidos, teria uma participação superior a 20% na Volo. A Constituição brasileira limita em até 20% a participação de estrangeiros no comando de empresas aéreas. Além do fundo dos EUA, a Volo tem como sócios empresários brasileiros.

 

O Dia
08/05/06 - 18:20h
Sindicalista diz que Varig não agüenta sobreviver mais uma semana sem solução


Rio - A solução para a Varig terá de ser encontrada nesta terça-feira "porque a empresa não agüenta mais". A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino. Segundo ela, "se não resolver amanhã, em uma semana a empresa não sobrevive mais".

Para Selma Balbino, a Varig necessita, "urgentemente", da entrada de dinheiro até a próxima sexta-feira. "Acho que dependendo do investidor que for aprovado, se ele não tiver dinheiro para botar em 72 horas, babau, já era. A empresa não tem condições de sobrevida". Ela considera que esta semana é definitiva para a Varig.

Selma afirmou que a transferência para amanhã (9) da assembléia de credores da Varig que estava marcada para hoje, a pedido da administradora judicial por questão de segurança, não terá grande desdobramento.

Sobre as três propostas de investimento reunidas até agora, Selma disse que a intenção dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) de injetar na companhia recursos do fundo de pensão Aerus "é inviável".

Ela disse que não pronunciaria sobre as demais propostas, porque conhece apenas a do governo e da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, que prevê a cisão da Varig em duas empresas, uma que operaria linhas domésticas, que seria vendida em leilão, e outra para rotas internacionais, incluindo o passivo, que permaneceria em recuperação judicial.

Selma comparou a proposta de um grupo estrangeiro, apresentada pelo consultor Jaime Toscano, a "um corpo sem cabeça", uma vez que não são identificados os investidores.

Falácia

Já o presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, classificou de "falácia" a  de dividir a Varig em duas companhias, "é uma falácia".

Segundo ele, seriam necessários U$ 100 milhões somente para colocar em operação as 22 aeronaves que atualmente estão inoperantes. Na avaliação dele, mesmo que o governo subvencione essa quantia vendendo o ativo doméstico da Varig, aconteceria o que foi feito quando houve a venda das subsidiárias Varig Log e Varig Engenharia de Manutenção.

"Coloca dinheiro agora e, daqui a dois meses, a companhia está agonizando novamente. A Varig precisa de uma solução de no mínimo entre U$ 500 milhões e U$ 600 milhões para poder pensar em voltar a ser uma empresa que possa recuperar sua saúde financeira e concorrer de igual para igual nas linhas nacionais e internacionais", afirmou.
Com informações da Agência Brasil


Folha on Line
08/05/2006 - 17h45
Varig fecha na quarta se credores não chegarem a acordo, diz sindicato
IVONE PORTES


A Varig fecha na quarta-feira se não sair uma decisão da Assembléia dos Credores na reunião que foi transferida desta segunda-feira para amanhã. A afirmação foi feita hoje pela presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.

"Amanhã terá que ser decidido [sobre o futuro da empresa]. Se amanhã não tiver uma posição, a Varig estará fechada na quarta-feira", disse Selma, logo após o anúncio de adiamento da assembléia.

A Varig negou que possa parar na quarta-feira se os credores não chegarem a um acordo amanhã. Segundo a Varig, as afirmações da sindicalista "não tem qualquer fundamento". A expectativa da empresa é que a assembléia aconteça amanhã e que chegue a um consenso.

A sindicalista afirmou ainda que vai apoiar a proposta que garantir mais empregos, que pagar os salários e que preservar a empresa. "Nós do sindicato não queremos escolher o nosso patrão. Nós queremos fechar com a proposta que mantém empregos e o nível de salário."

Na última sexta-feira (5), Selma afirmou que a proposta mais viável é a apresentada pela consultoria Alvarez & Marsal, que prevê a divisão da empresa, uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

O presidente da companhia, Marcelo Bottini, negou que o adiamento da assembléia seja uma manobra para ganhar tempo.

A Assembléia de Credores da Varig deveria ter ocorrido na manhã desta segunda-feira, mas foi transferida para amanhã por causa do excesso de pessoas presentes na reunião, ao contrário da última terça-feira (2), quando foi adiada por falta de quórum.

Segundo o administrador judicial da Varig, Luiz Alberto Fiore, a assembléia foi adiada por motivos de segurança.

"O adiamento [da assembléia] foi puramente por superlotação da área", disse. Ele afirmou que a mudança da assembléia para amanhã não vai atrapalhar as negociações, e acrescentou que qualquer resultado a que se chegasse hoje poderia ser contestado porque muitos credores não conseguiram se credenciar.

Mais de 250 pessoas já estavam credenciadas para participar da reunião e outras 150 ainda estavam fora da sala para tentar fazer o credenciamento quando foi anunciado o adiamento da assembléia.


O Globo
08/05/2006 - 15h48m
Assembléia de credores da Varig é adiada

Erica Ribeiro - O Globo


RIO - A assembléia de credores da Varig que escolheria nesta segunda-feira uma das três propostas para o salvamento da empresa foi adiada por causa da grande quantidade de pessoas presentes. A nova assembléia acontecerá nesta terça-feira, às 9h, no hangar do Aeroporto Santos Dummont, no Rio. Depois do cancelamento, um quarto plano de salvamento começou a ser discutido entre trabalhadores e credores. Caso seja aprovado, ele também será posto em votação nesta terça.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, negou que o adiamento tenha sido uma manobra para ganhar tempo. Bottini também disse não acreditar que o atraso atrapalhe a situação da companhia.

- O adiamento não atrapalha. Acertadamente, o administrador judicial, a Deloitte, decidiu adiar a assembléia por motivo de segurança e pela quantidade de credores que ainda estavam do lado de fora e que poderiam contestar a assembléia. Questões de horas não afetam a situação da empresa - disse.

Segundo o administrador judicial do processo de recuperação da Varig, Alberto Fiori, da Consultoria Deloitte, a assembléia na sede da Fundação Rubem Berta foi cancelada por motivo de segurança. Cerca de 540 pessoas já tinham se credenciado e outras 150 aguardavam na fila para credenciamento. Fiori explicou que o espaço físico do auditório não comportava com segurança os presentes e por conta disso a direção da empresa e a consultoria decidiram pelo adiamento. Não haverá necessidade de novo credenciamento para os que já passaram por esse processo, apenas uma checagem. Houve revolta depois da decisão, mas não tumulto.

A quarta proposta de salvamento da companhia aérea negociada nesta segunda-feira prevê a separação da parte saudável da companhia (Varig operacional, com todas as rotas e aeronaves) da parte podre (Varig comercial, que ficaria com o passivo).

Até agora, a proposta preferida pelos credores era a do governo, que prevê a divisão da Varig em duas empresas, uma doméstica e outra internacional. A Varig doméstica posteriormente iria a leilão pelo preço mínimo de US$ 600 milhões. Já a Varig internacional ficaria com o passivo da companhia e continuaria em recuperação judicial.

Outra alternativa vem dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que planeja a criação de uma Varig operacional e utilizaria os recursos do Fundo Aerus para a capitalização da empresa. O último plano é o do consultor Jaime Toscano, que diz representar investidores europeus dispostos a injetar US$ 1,9 bilhão na companhia.

Segundo o coordenador do TGV Márcio Masillac, a idéia é dar uma quarta opção ao mercado e a possíveis compradores da companhia. A nova proposta não invalidaria as anteriores.


Valor Online
08/05/2006 - 15:18h
Assembléia de credores da Varig é adiada para amanhã
Murillo Camarotto

SÃO PAULO - A assembléia de credores da Varig, que escolheria hoje uma das três propostas de compra da companhia aérea, foi adiada em virtude do excesso de pessoas presentes, o que acabou comprometendo a segurança da reunião. A nova assembléia está marcada para amanhã, às 9 horas, no hangar do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

O presidente da companhia, Marcelo Bottini, negou que o adiamento tenha por objetivo dar mais tempo para os credores analisarem as propostas.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, a proposta do governo, que prevê a cisão da Varig em duas empresas, uma doméstica e outra internacional, é a grande favorita para ser aprovada pelos credores.

Correm por fora as propostas dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que prevê a criação de uma Varig operacional e a utilização dos recursos do fundo Aerus para capitalizar a empresa, e a do consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores europeus dispostos a injetar US$ 1,9 bilhão na aérea.

JB On Line
08/05/06 - 13:15h
Reunião de credores para solucionar crise da Varig foi adiada para amanhã

RIO – A assembléia de credores da Varig, que seria realizada na manhã desta segunda-feira no Rio para definir uma proposta de venda da companhia, foi transferida para amanhã. Houve falta de espaço e de segurança do local – na sede da administração da empresa na Fundação Ruben Berta –, segundo justificou o administrador judicial da Varig, Luiz Alberto Fiori.

Cerca de 540 pessoas chegaram a ser cadastradas e por volta de 200 ainda estavam do lado de fora. Na assembléia, prevista para ocorrer amanhã às 9 horas no aeroporto Santos Dumont, os credores da Varig devem optar por uma das três propostas já debatidas.

- Uma seria um plano da venda de um ativo, ou seja, as linhas nacionais, por meio de leilão a ser realizado em um prazo de 30 a 60 dias, com lance mínimo de US$ 700 milhões - disse o presidente da empresa, Marcelo Bottini, na última sexta-feira.

A segunda opção, segundo Bottini, foi apresentada por trabalhadores do grupo Varig e traz o mesmo conceito da venda do ativo doméstico, por meio da atração de investidores.

- O último projeto é o do consultor Jayme Toscano, intermediário de um investidor, que oferece U$ 1,8 bilhão pela compra da empresa.

A crise financeira da Varig foi desencadeada por uma dívida total da empresa que soma R$ 7 bilhões. (Agência Brasil)


Estadão
08/05/06 - 12:49
Presidente da Varig nega manobra para ganhar tempo
Reunião foi adiada por mais um dia, o que, segundo fontes, seria uma maneira de se realizar um acordo com a TGV
Mônica Ciarelli

RIO - O presidente da Varig, Marcelo Bottini, negou que o adiamento da assembléia de credores da companhia seja para "ganhar tempo". Suspeitas rondam em torno de uma possibilidade de se costurar um acordo, para garantir uma solução para a crise na empresa aérea. O encontro seria realizado nesta segunda-feira, mas passou para a próxima terça, sob alegação de que a sede da Fundação Ruben Berta, no Rio de Janeiro, não teria capacidade para abrigar os 400 credenciados.

Entretanto, fontes que acompanham as reuniões entre os credores informaram que a questão da segurança foi usada como desculpa para se adiar por mais um dia o encontro. A real intenção seria elaborar uma proposta que pudesse unificar as ofertas feitas pela Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e por Alvarez e Marsal, que prevê a cisão da Varig em duas companhias: uma internacional, com os passivos, e outra doméstica, a ser leiloada em 60 dias.

A TGV já havia avisado que não apoiaria, durante a reunião, a cisão da companhia. A posição, segundo o presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apivar), Rodrigo Marocco, foi tomada porque "esse modelo não é viável em nenhum lugar do mundo. Nenhuma empresa se sustenta apenas com linhas de longa distância".

Mesmo com a sinalização negativa da TGV, como essa seria a segunda convocação para a reunião, as regras permitiam que a proposta fosse aprovada sem a maioria das três classes de credores. Seria preciso apenas o aval de mais duas classes e, no mínimo, 30% da terceira classe de credores. Mas, a oferta ainda teria de ser sancionada pelo juiz responsável pelo processo de recuperação judicial.

"Questão de horas não afeta a situação da Varig", avaliou Bottini. Segundo ele, o local estava superlotado e ainda havia credores do lado de fora. Esses credores poderiam mais tarde contestar a decisão aprovada na assembléia.

Empresa pode fechar na quarta

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários Selma Balbino alertou na manhã de hoje que, se os credores da Varig não chegarem a um consenso e aprovarem uma proposta de recuperação da companhia na assembléia de amanhã, a empresa aérea estará fechada na quarta-feira. Segundo ela, a Varig não terá fôlego financeiro para continuar operando.

Selma Balbino não acredita na unificação das propostas da TGV e da Alvarez & Marsal, que prevê a cisão da Varig em duas empresas - uma internacional com os passivos e a outra doméstica que seria leiloada em 60 dias. "Não tem possibilidade. A proposta da TGV só serve se eles mandarem qual credor que vai colocar dinheiro e refinanciar para essas pessoas", disse Selma Balbino.

 

Estadão
08/05/06 - 11:42
Assembléia da Varig é adiada por excesso de pessoas
Encontro será realizado na próxima terça-feira, às 9 horas
Monica Ciarelli

RIO - A assembléia de credores da Varig, que seria realizada nesta segunda-feira, foi adiada para esta terça, às 9 horas. O motivo foi o excesso de participantes que compareceram à sede da Fundação Ruben Berta, no Rio de Janeiro, onde havia sido marcado o encontro.

A segurança do local informou que o espaço não teria capacidade para os 400 credenciados. O novo encontro será realizado no hangar do aeroporto Santos Dumont, que tem capacidade para mais pessoas.

O adiamento ocorreu em meio à discussões sobre a situação da companhia aérea. A Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) já havia avisado que não apoiaria, durante a reunião, a cisão da Varig em duas empresas: uma internacional, que ficaria com os passivos, e outra da parte doméstica, que seria leiloada. A posição, segundo o presidente da Associação de Pilotos da Varig (Apivar), Rodrigo Marocco, foi tomada porque "esse modelo não é viável em nenhum lugar do mundo. Nenhuma empresa se sustenta apenas com linhas de longa distância".

Mesmo com a sinalização negativa da TGV, como essa seria a segunda convocação para a reunião, as regras permitiam que a proposta fosse aprovada sem a maioria das três classes de credores. Seria preciso apenas o aval de mais duas classes e, no mínimo, 30% da terceira classe de credores. Mas, a oferta ainda teria de ser sancionada pelo juiz responsável pelo processo de recuperação judicial.