Folha
de São Paulo
08/11/2006
Anac diz que licença da Varig
está "próxima"
O presidente da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, afirmou
que o processo de concessão da licença de
autorização de vôo para a Nova Varig
está próxima de ser concluída. A Nova
Varig é a fatia arrematada pela Varig Log.
Zuanazzi disse que a Varig definiu há
15 dias que vai operar com a malha de vôos atual,
composta por 15 aviões, nove rotas domésticas
e quatro internacionais. Por litígio judicial, as
demais rotas ficam congeladas, apesar de a agência
considerar que elas poderiam ser licitadas.
"O mais importante é como ela
[a Nova Varig] vai começar. Vai começar como
está hoje. As linhas permanecem congeladas."
Hoje a Anac participa de audiência com o juiz da 1ª
Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, e representante da
companhia para tratar da certificação.
Valor Econômico
08/11/2006
Anac vai licitar 29 horários
no aeroporto de Congonhas
Daniel Rittner
Na contramão de medidas para atenuar
o desconforto dos passageiros no mais movimentado aeroporto
do país, a Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) deverá licitar hoje 29 novos "slots"
(horários de pouso e decolagem das aeronaves) em
Congonhas, onde o fluxo anual de passageiros já ultrapassa
em cinco milhões a capacidade projetada. As novas
grades de horário, que não têm relação
com os vôos suspensos da Varig, foram criadas mediante
intensa pressão das companhias aéreas.
O Departamento de Controle do Espaço
Aéreo (Decea), ligado ao Comando da Aeronáutica,
autorizou a criação dos slots e garante que
eles não prejudicam a segurança do sistema.
A licitação estava prevista há mais
de três meses, mas coincide com um momento de profunda
insatisfação dos controladores de vôo.
"Num período em que o espaço
aéreo está sobrecarregado, é preocupante
colocar 29 novos slots, mesmo diluídos ao longo do
dia", adverte o presidente do Sindicato Nacional dos
Trabalhadores de Proteção ao Vôo, Jorge
Botelho. Segundo ele, a situação da torre
de Congonhas é menos preocupante do que o caso de
Brasília, mas há preocupação
com o excesso de vôos monitorados pelo Controle de
Aproximação e Saída de São Paulo
(APP, na sigla em inglês), responsável ainda
pelos aeroportos de Guarulhos e de Campinas. É o
APP que acompanha o espaço de 40 milhas em torno
dos aeroportos.
Todas as principais empresas, à
exceção da Varig, devem participar do leilão.
Esse será o primeiro teste do novo processo de distribuição
de slots implantado pela Anac. O Departamento de Aviação
Civil (DAC), antigo órgão regulador do setor,
distribuía aleatoriamente as grades de horário
disponíveis. Agora haverá um sorteio público,
com a participação das aéreas interessadas,
que dividirão os novos slots entre si. Desta vez,
serão 14 horários de partida, 14 de chegada
e um de partida ou chegada. O sorteio define a ordem de
escolha. "Ganha-se em transparência", comenta
o presidente da BRA, Humberto Folegatti, que assegurou presença
na licitação.
As companhias que têm mais de três
pares de slots por dia participam do leilão como
concessionárias "atuantes" e vão
dividir entre si 80% dos slots disponíveis. Aquelas
com até três pares de slots por dia participam
como concessionárias "entrantes" e dividem
entre si os 20% restantes. TAM e Gol, que controlam 90%
do mercado doméstico, defendiam a distribuição
proporcional à participação de mercado.
De outro lado, as pequenas reclamam que essa regra inibe
o crescimento da concorrência com as duas grandes.
"Não estamos satisfeitos, não",
diz Apostole Lazaro Chryssafidis, diretor-executivo da Associação
Brasileira de Empresas de Transportes Aéreos Regionais
(Abetar). Na forma atual, segundo ele, as entrantes não
podem sair do processo com um número significativo
de slots. "O que uma empresa que estréia no
aeroporto pode fazer com um par de slots?", indaga
Lazaro.
A Varig não pode participar do
leilão. A parte "nova" da empresa ainda
não obteve o certificado de concessionária
de transporte aéreo e a Varig "velha" tem
dívidas com a Infraero. Empresas regionais como OceanAir,
Trip, Total, Sete e Air Minas devem disputar slots.
O aeroporto de Congonhas recebe anualmente
17 milhões de passageiros, embora tenha capacidade
para 12 milhões. As reformas no terminal de passageiros
diminuíram um pouco o desconforto, mas continua o
problema da pista principal do aeroporto. Em março,
após a derrapagem de um avião da BRA, a Infraero
anunciou a reforma da pista e o remanejamento de 40% dos
vôos de Congonhas para Cumbica e Viracopos. As companhias
protestaram e a reforma ficou para abril do ano que vem.
Durante as obras, os vôos mantidos
em Congonhas seriam transferidos para a pista auxiliar,
mais curta e com capacidade menor. A Infraero iniciou a
"retexturização" da pista principal,
um investimento de aproximadamente R$ 1 milhão, com
obras realizadas todas as noites. O processo aumenta a aderência
dos pneus e maximiza a freagem dos aviões, mas não
reverte a deformação contínua da pista,
explica o brigadeiro José Carlos Pereira, presidente
da Infraero. "Em abril de 2007, interditamos a pista
principal de qualquer jeito", diz.
As obras custarão cerca de R$ 35
milhões e podem durar até 60 dias. "Mas
quero reduzir o prazo a 50 dias para minimizar o transtorno
aos passageiros e às companhias", afirma. Um
executivo do setor disse ao Valor que as tarifas deverão
subir com o remanejamento a Cumbica e Viracopos, uma vez
que os custos fixos vão aumentar, haverá perda
de escala, mas a receita continuaria igual. Além
disso, ficará difícil encontrar tarifas promocionais
em vôos a partir de Congonhas.
Os onze ministros do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) devem julgar hoje o chamado encontro
de contas entre a União e a Varig. A empresa pede
na Justiça o pagamento de R$ 4,5 bilhões a
R$ 5 bilhões referentes ao congelamento das tarifas
no passado. A ação já foi ganha em
outras instâncias.
Se a Varig ganhar, os recursos devem ser
repassados quase que em sua totalidade aos trabalhadores
e ao fundo de pensão Aerus, que tem um rombo de R$
3 bilhões e foi liquidado em abril.
O ESTADO DE SÃO PAULO
08/11/2006
Anac usa 1,4 mil passagens de graça
por mês
Agência que fiscaliza empresas
tem utilizado o equivalente a 12 Boeings em viagens para
funcionários
Mariana Barbosa
Funcionários da Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac) - responsável
pela fiscalização de empresas aéreas
- recebem cerca de 1.400 passagens gratuitas por mês,
o equivalente a 12 Boeings 737-600 lotados. O acordo de
passes livres entre empresas concessionárias e o
órgão regulador existe há mais de cinco
anos. Porém, na época do Departamento de Aviação
Civil (DAC), antecessor da Anac, o número de passagens
solicitadas não passava da casa dos 600 por mês.
A agência foi instalada em 20 de
março, mês em que o volume de passagens saltou
para 1.012. De lá para cá, o número
não pára de crescer. 'Está havendo
total falta de critério', critica o diretor de Relações
Governamentais do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas
(Snea), Anchieta Hélcias.
O Estado apurou que, em reunião
sobre o tema no Snea, as empresas alegaram que boa parte
das passagens solicitadas era para sextas e segundas-feiras,
o que pode caracterizar uso para fins privados. Procuradas,
as companhias não quiseram comentar a informação.
O acordo de passes livres foi assinado
na gestão do brigadeiro Venâncio Grossi no
DAC, para permitir que inspetores de vôo, responsáveis
por fiscalizar empresas e tripulantes, pudessem fazer seu
trabalho depois que o governo Fernando Henrique começou
a contingenciar os recursos do órgão.
Atualmente, não são apenas
os inspetores que utilizam o passe, mas toda a diretoria
da Anac e funcionários de diversos departamentos.
Para ter direito ao passe, o funcionário só
precisa do aval da diretoria. 'Já houve casos de
liberarem passagens para palestrantes de um seminário',
conta um alto executivo de uma companhia.
Há duas semanas, as empresas propuseram
à Anac acordo limitando em 600 o número de
passes mensais, ou 7.200 por ano. Segundo as companhias,
a Anac defendeu o uso de 15 mil passagens por ano. A proposta
do Snea também prevê que fiscais de vôos
viajem ocupando assentos da tripulação, e
não como passageiros. Para tanto, precisariam avisar
às empresas com antecedência.
A reportagem enviou perguntas por escrito
à Anac e deixou quatro recados com a Assessoria de
Imprensa, mas não obteve resposta. O assunto está
no topo da agenda do novo presidente do Snea, Marco Bologna,
empossado ontem.
Divisão entre Rio e DF aumenta custo
Parte da Anac ainda funciona na sede do antigo DAC; desempenho
da agência deixa a desejar, dizem especialistas
A crescente necessidade de passagens por
parte do corpo funcional da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) é agravada pelo fato de o órgão,
na prática, não ter sido totalmente transferido
para Brasília, como previsto no seu projeto de criação.
Os cinco diretores da agência despacham duas a três
vezes por semana no prédio do antigo Departamento
de Aviação Civil (DAC), no centro do Rio,
onde têm direito a carro com motorista e secretárias.
Continuam funcionando no Rio a Superintendência
do Serviço Aéreo, responsável pelas
autorizações judiciais para empresas, o setor
de Segurança Operacional e os de Informática
e de Infra-Estrutura Aeroportuária.
Em funcionamento desde 20 de março,
a Anac nasceu com uma previsão orçamentária
para o ano de R$ 104 milhões, dotação
inferior à metade da verba considerada necessária
pelo governo federal, da ordem de R$ 230 milhões.
O projeto aprovado pelo Congresso no ano anterior previa
o repasse à Anac de um terço das taxas de
embarque pagas pelos passageiros. Mas o parágrafo
foi vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
por pressão da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuária (Infraero), que é quem recebe
as taxas.
Para especialistas, a Anac tem tido desempenho
aquém do esperado. Apesar de ressalvar que é
cedo para avaliar o órgão, eles consideram
que já ficou claro que a agência herdou vícios
antigos do DAC.
A presidente do Sindicato Nacional dos
Aeronautas, Graziella Baggio, aponta como um dos problemas
a má fiscalização de novas rotas concedidas
a empresas aéreas, que deveria ser realizada de forma
mais rigorosa. “É muito prematuro para falar
sobre o papel que a Anac desempenha, mas já estamos
detectando falhas na fiscalização. Isso nos
preocupa sobremaneira, porque é a continuação
de falhas que já existiam no DAC”, afirmou.
Para Renato Cláudio da Costa Pereira,
ex-presidente da Organização de Aviação
Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês), a
questão não é a rapidez com que as
mudanças acontecem, e sim a falta de cuidado na transição
do DAC para a Anac. Isso aconteceu embora o governo tenha
tido bastante tempo para pensar no que fazer, explicou,
já que o projeto de criação da agência
- aprovado em setembro do ano passado -, tramitou por seis
anos no Congresso. “A transição do DAC
para a Anac não foi preparada como deveria”,
criticou.
Pereira citou como um dos pontos mais delicados
da passagem a desmilitarização do quadro de
funcionários. “Esqueceram que nada funciona
sem pessoas e elas não podem ser encontradas numa
prateleira. Não se pode improvisar em aviação
civil, porque é uma área extremamente técnica”,
diz Pereira.
A questão é complexa porque
faltam civis habilitados para trabalhar no agência.
Pelas regras de criação da Anac, os militares
deverão ser substituídos ao longo de cinco
anos, ao ritmo de 20% ao ano. No entanto, esse ritmo esbarra
na formação dos profissionais, que é
demorada. Por enquanto, fiscais, inspetores e investigadores
continuam sendo os mesmos militares de antes.
O processo de desmilitarização
do setor aéreo envolve ainda a categoria dos controladores
de vôo, embora estes não sejam funcionários
da Anac, mas sim do Departamento de Controle do Espaço
Aéreo (Decea), diretamente subordinado ao comando
da Aeronáutica. Pelo projeto de lei original que
tratava da criação da Anac, os controladores
responsáveis pelo tráfego civil, que ficam
baseados nas torres dos aeroportos, sairiam do Decea e passariam
para os quadros da Infraero. No entanto, por pressão
militar, esse item não foi aprovado.
Uma das intenções do governo
ao transformar um órgão subordinado à
Aeronáutica em agência reguladora era torná-la
mais independente. Na opinião de Pereira, isso não
ocorre na prática, uma vez que as indicações
para cargos têm seguido critérios políticos,
e não técnicos.
Site da ALERJ
08/11/2006
REPRESENTANTES DO FUNDO DE PENSÃO
DA VARIG ESPERAM DA JUSTIÇA SOLUÇÃO
PARA CRISE
Na nona reunião da Comissão
Parlamentar de Inquérito para apurar a venda da Varig,
os depoentes Erno Dionizio Brentano, liquidante do Fundo
de Pensão da Varig (Aerus), e Odilon Junqueira, ex-presidente
do fundo, foram unânimes em afirmar que a única
solução para recuperar os planos de previdência
complementar dos funcionários da Varig está
nas mãos do Poder Judiciário. "Hoje,
a única possibilidade de recuperar os fundos de pensão
dos funcionários da Varig que estão sendo
liquidados é a vitória na ação
de defasagem tarifária, que será julgada nesta
quarta-feira (8/11) pelo Superior Tribunal de Justiça",
explicou Brentano.
No último acordo firmado entre a Varig e o Aerus,
em abril de 2003, a Varig ofereceu como garantia para o
pagamento do que devia ao Aerus a ação de
defasagem tarifária movida contra a União
em virtude dos planos econômicos de 1986 e 1990. Hoje,
a dívida da Varig com o fundo chega a R$ 3 bilhões.
Segundo o liquidante, haveria ainda uma outra ação
na Justiça contra a União, esta contra o fim
da terceira fonte. "Quando o Aerus foi criado havia
três fontes de patrocínio do fundo: os participantes,
a Varig e 3% sobre todas as passagens aéreas domésticas
vendidas no País. Em 1991, por determinação
do Departamento de Aviação Comercial (DAC)
isto deixou de ser recolhido para o fundo. A partir daí
os déficits começaram a ser crescentes",
analisou o liquidante do fundo. Esta ação,
porém, que poderá contribuir para a quitação
da dívida da Varig com o fundo, ainda não
foi julgada em primeira instância.
Os depoentes foram convocados a explicar qual a situação
atual do Aerus e que motivos levaram à intervenção
federal no fundo de pensão. Segundo Brentano, a Varig
deixou de cumprir suas obrigações com a Aerus
a partir de 1987. "Desde 1987 a Varig vem mitigando
pagamentos", afirmou Brentano. Em abril de 2006, a
Secretaria de Previdência Complementar (SPC), do Ministério
da Previdência Social, decretou a intervenção
no Instituto Aerus de Securidade Social e a liquidação
extrajudicial de dois planos de benefícios patrocinados
pela Varig.
Com a intervenção, o mandato
de todos os membros da diretoria e dos conselhos Deliberativo
e Fiscal do fundo de pensão, incluindo aí
o do então presidente, Odilon Junqueira, foi interrompido.
A secretaria nomeou Erno Dionízio Brentano como interventor
do Aerus e liquidante dos dois planos patrocinados pela
Varig. Coube a Brentano fazer um levantamento dos ativos
e a relação dos credores, que estão
recebendo parte do que têm direito, além das
complementações na medida em que os bens do
Aerus estão sendo vendidos. Os beneficiários
do Plano 1 passaram a receber, a partir da intervenção,
50% do benefício e deixarão de recebê-lo
em dezembro deste ano, quando os recursos disponíveis
acabam. Os beneficiários do Plano 2 recebem 70% do
benefício a que têm direito até 2010.
Para o ex-presidente do Aerus, Odilon Junqueira, a intervenção
federal no fundo foi inevitável. "Sempre afirmei
que o futuro do Aerus estava intimamente ligado ao futuro
da Varig. Quando, logo depois do acordo da recuperação
judicial, a Varig deixou de retomar o pagamento das parcelas
que tinha se comprometido a depositar mensalmente, se esgotou
ali o que se poderia fazer", afirmou Junqueira, que
fez questão de frisar que durante todo o processo
procurou manter os participantes informados do que ocorria.
Os mais de 50 ex-funcionários, pensionistas e aposentados
da empresa presentes à audiência manifestaram-se
e diversas vezes interromperam a sessão para aplaudir
ou interpelar os depoentes.
O secretário-chefe de Gabinete da Governadoria, Fernando
Peregrino quis saber por que o Aerus, analisando a situação
crítica da Varig, não havia elaborado nenhum
plano de contingência. "Quando uma empresa vai
à falência os primeiros prejudicados são
os funcionários. Se a empresa tem um fundo de pensão,
ele é o segundo maior prejudicado", analisou
Junqueira, acrescentando que tanto o Aerus quanto o Governo
do estado são credores da Varig e vítimas
do não-cumprimento dos acordos estabelecidos antes
da recuperação judicial. "Estes depoimentos
mostraram que o desemprego, a inoperância do sistema
Varig e as perdas econômicas geradas a partir disso
para o estado e os funcionários da empresa só
estão beneficiando as concorrentes", afirmou
Peregrino.
Segundo o presidente da Associação dos Mecânicos
de Vôo da Varig, o aposentado Carlos Vital Gouveia,
a situação de muitos aposentados que deixarão
de receber a complementação previdenciária
pelo plano 1 a partir de dezembro é calamitosa. "Temos
associados cujas famílias inteiras eram de funcionários
da Varig. O pai era aposentado e seus dois filhos e as noras,
que trabalhavam na Varig, foram despedidos. Hoje estão
todos vendendo figurinhas na porta das escolas e, a partir
de dezembro, a situação piora mais ainda",
afirma.
Na próxima terça-feira (14/11) serão
ouvidos o presidente da Agência Nacional de Aviação
Comercial (Anac), Milton Zuanazzi, e os diretores da Anac
Denise Abreu e o coronel Jorge Luis Vellozo. No dia 16/11,
será a vez de a presidente do Sindicato Nacional
dos Aeronautas Graziella Baggio, a presidente do Sindicato
Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino e o representante
do Grupo dos Trabalhadores da Varig (TGV) prestarem depoimento.
"Estou convencido de que havia um plano de desmonte
da Varig, mas vamos aguardar os próximos depoimentos
e o relatório", afirmou o presidente da CPI,
deputado Paulo Ramos.
O Globo Online
07/11/2006 - 21h06
Anac diz que Nova Varig vai operar
com malha aérea atual mas não define prazo
O presidente da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Milton Zuanazzi, disse nesta terça-feira
que a VRG (Nova Varig) definiu que vai começar a
operar com a malha atual, composta de 15 aeronaves para
nove destinos domésticos e quatro internacionais.
Segundo Zuanazzi, a partir desta definição,
o processo de concessão será mais ágil,
porém sem especificar datas para isso.
As rotas da Varig vendidas em leilão
à VarigLog permanecem congeladas mas, na avaliação
de Zuanazzi, se não houvesse litígio as rotas
já seriam distribuídas. A agência defende
que as rotas devem ser logo licitadas e a Justiça
do Rio entende que, pelo artigo 60 da Lei de Recuperação
Judicial, ao vender as rotas em leilão, elas devem
permanecer por um prazo específico em poder dos novos
donos, a partir da concessão como empresa aérea.
— Já que há um litígio,
o mais importante é como ela (Nova Varig) vai começar.
E a empresa definiu que vai começar do tamanho que
está. As demais linhas permanecem congeladas até
que a solução do litígio — disse
Zuanazzi.
Zuanazzi, que esteve na posse do presidente
da TAM, Marco Antonio Bologna, na presidência do Sindicato
Nacional das Empresas Aéras (Snea), disse que a autarquia
está estudando juntamente com a Petrobras e a Agência
Nacional de Petróleo (ANP), uma nova forma de cálculo
do QAV (combustível de aviação). De
acordo com Zuanazzi, estudos feitos pela Anac apontam queda
de todos os custos relacionados à aviação
mas o combustível, que responde por 35% a 45% dos
gastos das empresas aéreas, continua sendo pesado.
O custo do QAV tem sido motivo de reclamação
da direção do Snea e, ontem, foi listado dentro
de uma série de medidas emergenciais apresentadas
pelo Snea em ofício à Anac. As companhias
aéreas representadas por seu sindicato pedem redução
de 15% no custo do QAV para minimizar as perdas causadas
pela operação padrão dos controladores
de vôo.
Zuanazzi disse que nesta segunda-feira
terá uma reunião no Rio com representantes
das companhias aéreas para discutir os pedidos apresentados
no oficio que, além da redução do QAV,
pede também a diminuição em 50% dos
gastos com tarifas aeroportuárias.
Valor Online
07/11 - 20:13h
Anac dará concessões
apenas a rotas já operadas pela Varig
RIO - O presidente da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) Milton Zuanazzi, disse que a nova Varig receberá
a certificação de transporte aéreo
apenas para os vôos operados atualmente pela empresa
"A nova Varig vai começar do tamanho que ela
é hoje", disse..
Por ora, a empresa opera com uma frota
de 15 aeronaves e voa para nove destinos nacionais e quatro
internacionais.
Atualmente, a Varig espera da Anac a autorização
de um documento que permite à aérea aumentar
suas operações, o chamado certificado de empresa
de transporte aéreo.
Sem essa certificação, a
empresa não conseguirá obter financiamentos
para compra de aviões.
"Podemos estar num prazo bastante
próximo de concluir esse processo", disse.
Na avaliação da Anac, a expansão
da Varig se daria por meio de rotas licitadas ou concedidas,
dependendo do aeroporto escolhido, em condições
de igualdade com as concorrentes.
O presidente da agência participou
hoje da cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato
Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
O novo presidente da entidade é
também presidente da TAM, Marco Bologna.
Do total de dez diretores empossados, seis
são da Gol ou da TAM.
A nova Varig ficou sem nenhuma representação
no sindicato, pois ainda não é considerada
companhia aérea.
Quando a parte operacional da Varig foi
vendida à VarigLog, a Justiça do Rio congelou
272 rotas para a empresa, que não poderiam ser redistribuídas
para a concorrência.
Entretanto, a Anac avalia que a Varig só
pode ficar com as concessões das rotas que efetivamente
está operando.
Depois de muitos embates na justiça,
a questão hoje está no Tribunal Regional Federal
(TRF) do Rio de Janeiro, onde ainda haverá uma decisão
final.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)
Folha do Turismo
07/11 - 19:30h
Diretoria do Snea para triênio
2007/2009 toma posse
Mercado&Eventos - Henrique Porto
O Sindicato Nacional das Empreas Aeroviárias
(Snea) empossou na tarde de hoje (07/11), durante cerimônia
no Rio de Janeiro, a diretoria eleita em 2 de outubro último
para o triênio 2007/2009. O novo presidente é
Marco Antonio Bologna, também presidente da Tam,
que ocupa o lugar deixado por George Ermakoff, ex-diretor
executivo da Varig, e que esteve à frente da entidade
por dois mandatos consecutivos, desde 2002.
Em seu discurso de posse, Bologna apontou as questões
do setor que serão trabalhadas pelo sindicato a curto
prazo. "O preço do querosene de aviação,
a alta incidência de ICMS e a revisão das tarifas
aeroportuárias são de prioridade máxima.
Daremos urgência a elas", reconheceu.
Já Ermakoff fez um balanço
de seu mandato a agradeceu aos funcionários e diretores
do Snea que trabalharam ao seu lado nos seis anos como presidente.
"Trabalhei para aperfeiçoar relações
e retirar os entraves da aviação civil no
Brasil, garantindo assim o progresso do setor", afirmou.
Prestigiaram a solenidade o presidente
e o vice-presidente da Associação Brasileira
de Agências de Viagens (Abav Nacional), João
Martins e Carlos Alberto Amorim Ferreira, respectivamente;
o presidente da Adetur-SE, Alain Baldacci; e a presidente
do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino,
entre outros.
Veja os integrantes da nova diretoria do
Snea:
DIRETORIA
Diretor-presidente: Marco Antonio Bologna (Tam)
1° Vice-Presidente: Constantino de Oliveira Jr. (Gol)
Suplente: Miguel Dau (Nordeste)
2° Vice-Presidente: José de Anchieta Moreira
(Tam)
Suplente: Paulo Enrique Coco (Webjet)
Diretor-Secretário: Wilson Maciel Ramos (Gol)
Diretor-Tesoureiro: Paulo Cezar Castello Branco (Tam)
Suplente: Marco Antonio Provetti (Gol)
Diretor de Ass. de Inter. da Aviação Regional:
José Mário Caprioli dos Santos (Trip)
Suplente: Ramiro E. Andreotti Gomes Tojal (Pantanal)
CONSELHO
FISCAL
Presidente: Eduardo Matzenbacher (Tam)
Membros: Nivaldo França (Gol) e Odilon César
Nogueira Junqueira
Valor Online
07/11 - 16:53h
STJ julga amanhã encontro de
contas da União com a Varig
RIO - O Superior Tribunal de Justiça (STJ)
julga nesta quarta-feira o chamado encontro de contas entre
a União e a Varig
A empresa pede na Justiça o pagamento
de R$ 4,5 bilhões a R$ 5 bilhões referentes
ao congelamento das tarifas no passado.
A Varig, que teve sua parte operacional
vendida à VarigLog, está sob recuperação
judicial e administra uma dívida de R$ 7 bilhões.
A ação já foi ganha
em outras instâncias judiciais e amanhã será
julgada pelos onze ministros do STJ.
Se a empresa ganhar, os recursos devem
ser repassados quase que em sua totalidade aos trabalhadores
e ao fundo de pensão Aerus.
Somente o fundo de pensão, em liquidação
desde abril após intervenção da Secretaria
de Previdência Complementar (SPC), tem um rombo de
R$ 3 bilhões.
Segundo o interventor do Aerus, Erno Brentano,
se a ação for vitoriosa, o fundo deve receber
cerca de R$ 2,5 bilhões.
A liquidação financeira da
fundação prevê que os participantes
com plano de aposentadoria de benefício definido
ganhem metade do que deveriam de benefício até
janeiro do ano que vem.
No caso dos que têm plano de contribuição
definida, os participantes recebem 70% do valor do benefício
até 2010.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)
Estadão
07 de novembro de 2006 - 16:17
STJ deve julgar nesta 4ª processo
da Varig contra União
A informação é
do interventor do fundo de pensão Aerus, Erno Dionízio
Brentano, que prestou depoimento nesta terça-feira
à CPI da Varig, realizada na Alerj
Alberto Komatsu
RIO - O Superior Tribunal de Justiça
(STJ) deve realizar nesta quarta-feira o julgamento final
do processo em que a Varig cobra da União entre R$
4,5 bilhões e R$ 5 bilhões por perdas com
o congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90. A informação
é do interventor do fundo de pensão Aerus,
Erno Dionízio Brentano, que prestou depoimento nesta
terça à CPI da Varig, realizada na Assembléia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Caso o
resultado favoreça a Varig, a União ainda
pode recorrer no Supremo Tribunal Federal (STF). Até
o momento, o STJ não confirma essa informação.
Segundo a Varig, nesta quarta serão
julgados dois agravos movidos pela União e Ministério
Público Federal, contestando o pagamento da indenização.
A companhia informa que já obteve vitórias
tanto na primeira quanto na segunda instância e que
o STJ vai julgar nesta quarta questões processuais,
não o mérito da questão, que já
é favorável à Varig.
Segundo Brentano, do total devido pela
União, R$ 2,5 bilhões serão destinados
ao Aerus para cobrir o rombo do fundo de pensão,
atualmente em torno de R$ 3 bilhões. No dia 12 de
abril, a secretaria de Previdência Complementar (SPC)
decretou intervenção no Aerus e liquidou os
planos 1 (benefício definido) e 2 (contribuição
definida) de aposentadoria da Varig.
Brentano calcula que o plano 1 da Varig
tem ativos da ordem de R$ 100 milhões e o 2 de cerca
de R$ 500 milhões. Em ambos os casos, porém,
apenas 50% dos ativos têm liquidez, ou seja, podem
ser transformados imediatamente em dinheiro para pagar os
benefícios dos cerca de 15 mil participantes. Desde
a liquidação dos planos, o Aerus só
tem depositado 50% do benefício mensal para os aposentados
do plano 1. No plano 2, os participantes têm recebido
70% do total.
De acordo com o interventor, os participantes
do plano 1 só têm garantia de recebimento de
seus benefícios no máximo até janeiro
do ano que vem. Já para os aposentados do plano 2,
Brentano afirma que há liquidez até 2010.
Além do encontro de contas com o governo, ele ainda
conta com ações judiciais movidas por sindicatos
de funcionários que pedem que a União complemente
o pagamento dos benefícios. Há também
outro recurso judicial que solicita o retorno de uma taxa
de 3% das passagens aéreas que era destinada ao Aerus
e que foi suspensa em 1991.
Agência Brasil
07.11.2006 - 13:17h
Turismo resiste às crises da
Varig e dos controladores de vôo, garante a Embratur
Brasil mostra otimismo em feira
mundial de viagens que acontece esta semana em Londres
O setor de viagens aéreas no Brasil
está em crescimento, amparado por uma política
criada em torno do turismo. Nem a recente crise da Varig
ou a dos controladores de vôo diminuiu o otimismo.
De acordo com a presidente da Embratur,
Jeanine Pires, nos últimos três anos aumentaram
os vôos regulares semanais, de 500 para 720 em janeiro
deste ano. Os vôos charters, que são fretados
por operadoras, não entram nessa contagem.
Apesar do crescimento, Jeanine Pires lembrou
que, no auge da crise da Varig foi registrada uma queda
no número de vôos. "Em julho foram 610
vôos semanais, o que representa 144 mil assentos.
De janeiro a setembro, a queda foi de 500 mil assentos."
Segundo a presidente da Embratur, mesmo
com a recente crise da Varig, a perspectiva é otimista.
"Começamos a nos recuperar e em setembro registramos
660 vôos".
Para o vice-presidente da portuguesa TAP,
Luis Mor, a retaguarda do governo brasileiro é nem
mesmo a recente crise de controladores de vôo, que
segundo ele foi conjuntural, deverá afetar esse mercado.
"Os vôos internacionais não sofreram,
os atingidos foram os nacionais", avalia.
Jeanine Pires lembrou que o turismo é
uma atividade eminentemente privada (transportes, hotelaria,
serviços etc) e o papel do governo é estimular
o setor e criar políticas que o promovam, função
exercida pela Embratur.
A presidente da empresa falou durante a
27ª World Travel Market, que se realiza em Londres
até quinta-feira. O Brasil tem um stand no evento,
com a participação de 250 pessoas, entre operadores
de representantes de governo, agências de viagem,
hotelaria, entre outros.
O país aproveita para divulgar a
diversidade cultural e ambiental e promover o Forúm
Mundial para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável,
que acontece no final do mes em Porto Alegre, além
de apresentar ações de sucesso como o programa
Turismo Sustentável e Infância.
A TAM aproveitou a feira promover sua nota rota ligando
São Paulo à capital inglesa.
Coluna Cláudio Humberto
07/11/2006 : 10:12h
Varig no martelo
A pedido da Varig, a Bolsa de Artes e o
leiloeiro Evandro Carneiro avaliaram mais de 400 obras da
empresa, incluindo um Di Cavalcante, para leilão
no salão Ícaro. Mas só se for autorizado
pelo juiz da 8a. Vara Empresarial do Rio, Luiz Roberto Ayoub.
Revista Consultor Jurídico
07 de novembro de 2006
Conflito de sucessão
STJ suspende processos trabalhistas
contra a Varig
Quatro ações trabalhistas contra a Varig foram
suspensas nesta terça-feira (7/11) pelo ministro
Ari Pargendler, do Superior Tribunal de Justiça.
Os trabalhadores, autores dos processos, querem que a Nova
Varig responda pelas ações da empresa antiga.
A questão deve voltar a ser analisada nesta quarta-feira
(8/11) pelos ministros da 2ª Seção do
STJ.
Recentemente, outra ação
nesse mesmo sentido foi cancelada pelo STJ, que suspendeu
decisão da 33ª Vara Trabalhista do Rio de Janeiro
a pedido do Ministério Público do Trabalho.
O advogado da Varig, Cristiano Zanin Martins,
do escritório Teixeira, Martins & Advogados,
explica que, de acordo com a Lei de Recuperação
Judicial, os compradores da unidade produtiva Varig não
podem assumir os débitos trabalhistas da velha Varig.
A Justiça Estadual do Rio de Janeiro já havia
decidido nesse sentido quando houve o leilão judicial.
Para Cristiano Zanin Martins, a decisão
do ministro Ari Pargendler “prestigia a Lei de Recuperação
Judicial, a segurança jurídica e estimula
novos investimentos no país”.
Há uma semana, o STJ reafirmou que
a competência para conduzir processo de recuperação
judicial é da Justiça Estadual e definiu que
o patrimônio da nova Varig (unidade produtiva destacada
da massa falida para restaurar a empresa) deve ser preservado.
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