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Valor
Econômico
08/02/2007
Cai proibição aos aviões,
mas briga segue na Justiça
Denise Abreu, presidente em exercício
da Agência Nacional de Aviação Civil,
afirma que a decisão do Tribunal Regional Federal
fortalece o papel da agência reguladora
Daniel Rittner e Roberta Campassi
Valter Campanato/ABr
O Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região
derrubou ontem liminar que proibia a operação
de três tipos de aeronaves, a partir da 0h de hoje,
no aeroporto de Congonhas. A medida foi recebida com alívio
pela Infraero e pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), que temiam um caos no aeroporto mais movimentado
do país, com a impossibilidade de atender 10 mil
passageiros por dia. Gol e OceanAir eram as aéreas
mais prejudicadas pela liminar.
Conforme decisão proferida ontem
pelo desembargador Antônio Cedenho, a determinação
de primeira instância "extrapola as situações
de risco ao determinar a interrupção das atividades
de pouso das aeronaves mencionadas na decisão hostilizada
independentemente do panorama meteorológico".
A ação judicial movida pelo Ministério
Público Federal (MPF), que pede a interdição
total da pista principal de Congonhas, continua em curso
e ainda deverá ser julgada. Por enquanto, contudo,
somente em dias de chuva em que a água atinja três
milímetros da pista - com risco de derrapagem dos
aviões - o aeroporto será temporariamente
fechado, mantendo os procedimentos anteriores executados
pela Anac.
"A decisão está muito
bem fundamentada", elogiou Denise Abreu, diretora-presidente
em exercício do órgão regulador, referindo-se
aos argumentos expostos por Cedenho. O desembargador mencionou,
entre outros, o Código de Defesa do Consumidor, a
lei de criação da Anac e das agências
reguladoras para subsidiar sua decisão. Em um trecho
da decisão, ele ressalta que as agências "dispõem,
ou é presumível que disponham, do cabedal
técnico" para restringir certas operações.
Ou seja, atribui à Anac e não aos tribunais
a responsabilidade por tais medidas.
Para Denise, trata-se de um reconhecimento
tão importante que poderá ter efeitos além
do episódio que ameaçou os passageiros de
Congonhas, influenciando até mesmo na disputa entre
a Anac e a 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável
pelo processo de recuperação judicial da Varig.
Em janeiro, juízes da 8ª Vara impediram a Anac
de retirar "slots" inutilizados pela Varig em
Congonhas, embora a agência não tenha sido
notificada até agora. Nesse sentido, a decisão
do desembargador do TRF é uma nova arma a favor da
Anac.
"Foi uma medida sensata", reagiu
o presidente da Infraero, José Carlos Pereira. "Agora,
temos tranqüilidade para tocar as obras em Congonhas",
completou, em referência à reforma das pistas
principal e auxiliar do aeroporto.
Segundo Celio de Abreu Junior, assessor
de segurança de Vôo do Sindicato Nacional dos
Aeronautas (SNA), a proibição total do uso
dos três tipos aeronaves era inadequada. "Com
a pista seca, todas as aeronaves podem operar. E com a pista
molhada, a operação de toda e qualquer aeronave
deve ser impedida", disse. O SNA defende que as operações
em Congonhas sejam paralisadas assim que as chuvas começam.
Hoje, conforme determinação da Anac, a pista
é interditada quando o acúmulo de água
ultrapassa 3 milímetros de altura.
Ontem, o principal executivo da OceanAir,
Carlos Ebner, disse que não houve cancelamento de
reservas durante o período de incerteza em relação
à possibilidade de operação em Congonhas.
O executivo avalia que não há motivo para
interdição total. "A decisão do
TRF só confirma que não há problemas
com as aeronaves", disse.
Folha de São Paulo
08/02/2007
Cai a restrição a aviões
em Congonhas
Com a decisão liminar,
estão autorizados os pousos de Boeings e Fokkers
que haviam sido proibidos pela Justiça Federal
Proibição, que passaria a vigorar hoje, afetaria
10 mil passageiros por dia; ordem para fechar o aeroporto
em caso de chuva está mantida
AFRA BALAZINA DA REPORTAGEM LOCAL
IURI DANTAS DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PAULO DE ARAUJO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O desembargador Antônio Cedenho,
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, revogou
ontem a proibição a aeronaves Boeing-737/700,
Boeing-737/ 800 e Fokker-100 de pousar no aeroporto de Congonhas
(zona sul de SP) a partir de hoje. A decisão, em
caráter liminar, atendeu a recurso da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil). Mas o desembargador
determinou que a pista principal seja fechada em caso de
chuva forte e moderada para evitar aquaplanagem.
Ontem, por exemplo, Congonhas fechou às 20h10 em
razão da chuva. Os transtornos se espalharam pelo
país, segundo a Anac. Às 22h20, a pista auxiliar
estava liberada. A principal seguia fechada até o
fechamento desta edição. O órgão
não tinha balanço do efeito-cascata. O bloqueio
dos três modelos de aeronaves havia sido determinado
pelo juiz-substituto Ronald Carvalho Filho, da Justiça
Federal de São Paulo. "É certo que a
interrupção dos pousos e decolagens no aeroporto
de Congonhas, independentemente de precipitação
pluviométrica, configura medida que poderia influenciar
negativamente o cenário econômico-financeiro,
quer em âmbito nacional, quer com repercussão
internacional", afirma o desembargador. Se o bloqueio
entrasse em vigor, pelo menos 10 mil passageiros e cerca
de 40% dos vôos do aeroporto de Congonhas seriam afetados
por dia. Para Denise Abreu, presidente interina da agência,
foi uma decisão "correta" e "muito
bem embasada tecnicamente".
"Para nós, a manutenção do aeroporto
de Congonhas do modo como já funciona, mantida a
operação da pista, é o correto para
o usuário, para o país e para a América
do Sul." Ela citou os argumentos aceitos pelo desembargador:
se a agência regula e fiscaliza a aviação,
é a responsável pela segurança das
operações. Logo, para Denise Abreu, se a agência
dava chancela técnica à segurança em
Congonhas, o aeroporto tinha condições de
operar. Com a decisão do TRF, Anac e Infraero desmobilizaram
as medidas previstas para a restrição. Hoje
a agência anuncia os planos das companhias aéreas
para evitar atrasos no Carnaval. Para José de Anchieta
Moreira Hélcias, da diretoria do Snea (Sindicato
Nacional das Empresas Aeroviárias), a decisão
foi positiva. "A Anac e a Infraero já tinham
tomado as medidas para dar total segurança às
operações em Congonhas."
Empresas
O presidente da Ocean Air, Carlos Ebner, disse ontem que
a suspensão da proibição foi "uma
volta ao bom senso". A Ocean Air afirma não
ter nenhum plano de saída de Congonhas. "A movimentação
logística seria muito grande e a cidade de Guarulhos
[onde está o aeroporto de Cumbica] não tem
infra-estrutura para isso." Para a TAM, foi "correta"
a queda da proibição. A Gol, que havia marcado
uma coletiva de imprensa para a tarde de ontem, cancelou
o evento.
Folha de São Paulo
08/02/2007
Reforma da pista usará asfalto
indevido, afirma engenheiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pista principal do aeroporto de Congonhas
precisa há anos ser destruída e reconstruída.
O governo deveria utilizar o chamado "asfalto ecológico",
por ser um material de melhor performance para evitar alagamentos.
O diagnóstico e a sugestão foram dados pelo
engenheiro Oswaldo Sansone, que estudou durante dois anos
a aderência do asfalto das pistas de pouso de Congonhas.
A Infraero concorda com parte da avaliação
de Sansone -por isso vem tentando licitar a reforma das
pistas desde 20006. Sobre o asfalto, porém, decidiu
pelo uso do comum.
Formado em engenharia de infra-estrutura aeronáutica
pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica),
Samsone diz que a pista principal de Congonhas precisa ter
seu declive corrigido. Isso significa elevar a altura do
meio da pista, para facilitar o escoamento da água.
Samsone vistoriou e realizou medições na pista
de Congonhas para sua dissertação de mestrado.
Hoje é consultor do aeroporto de Guarulhos.
O chamado asfalto ecológico sugerido por Samsone
vem sendo utilizado em diversas pistas de pouso no exterior.
Conhecido como SMA, é uma mistura de asfalto com
polímeros.
Folha de São Paulo
08/02/2007
Pista como está provoca
risco de vida, aponta Procuradoria
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Ministério Público Federal
de São Paulo considera que há "risco
de vida" enquanto a situação da pista
principal de Congonhas seguir como está.
O órgão prepara recurso para manter a interdição
e a reforma do solo, mas ainda não definiu a data
ou a forma de recorrer.
Por enquanto, o fechamento da pista em caso de chuva, amparado
por decisão judicial, melhora as condições
de segurança, mas não é a fórmula
perfeita, informou a Procuradoria.
"Pelo menos agora, há a garantia de que não
vai haver flexibilização dos critérios
para interdição em caso de chuva, mas a melhor
solução é o fechamento da pista."
A ação do Ministério Público
corre desde o dia 24 de janeiro.
Coluna Claúdio Humberto
08/02/2007
Agenda 2007
A Assembléia Legislativa do Rio voltou com gás
do recesso: das 29 CPIs aprovadas, três estão
confirmadas: venda da Varig, morte de mais de 500
PMs nos últimos cinco anos no Rio, e perda de arrecadação
do ICMS.
Valor Online
07/02/2007 16:44
Assembléia Legislativa do RJ
vai instalar sete CPIs
RIO - A Assembléia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj) vai instalar sete comissões
parlamentares de inquérito. Uma delas vai investigar
as perdas na arrecadação tributária
de ICMS e da dívida ativa no período do governo
Rosinha Matheus, de 2003 a 2006, e foi aberta a pedido do
deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB).
As outras CPIs vão investigar mortes
de policiais no Estado, crimes ambientais ocorridos nos
últimos oito anos, as responsabilidades das três
instâncias de poder na efetivação de
investimentos de infra-estrutura para viabilizar a instalação
e operação dos pólos petroquímicos
de Itaboraí, Duque de Caxias e Siderúrgico
de Itaguaí e ainda outra sobre as enchentes. As
CPIS da Terra e da Varig, iniciadas
na legislatura passada, terão continuidade.
Apesar de autores de pedidos de investigações,
parlamentares de diversos partidos da Alerj estão
sob investigação. No mês passado, o
Ministério Público Eleitoral pediu ao Tribunal
Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) a cassação
dos mandatos e a inelegibilidade de 17 deputados, incluindo
o presidente da casa, Jorge Picciani (PMDB), por crimes
de corrupção, abuso de poder e fraude. O pedido
ainda não foi julgado pelo tribunal.
Jornal de Turismo
07/02/2007 - 14:28h
Justiça revoga decisão
que proíbe aeronaves em CGH
A decisão judicial que proibia o
pouso de aviões Fokker 100, Boeing 737-700 e 737-800
no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, foi revogada
nesta quarta-feira pelo desembargador federal Antonio Cedenho,
que acatou recurso apresentado pela Anac.
Com a decisão, o aeroporto mais
movimentado do País, não terá restrições
quanto ao pouso e decolagens destes três modelos de
aeronaves. Nesta segunda-feira, o juiz Ronald de Carvalho
Filho, da 22ª Vara Cível Federal, havia proibido
operações destes modelos, com base em pedido
do MPF (Ministério Público Federal).
Cedenho afirmou que a decisão revogada
"não merece prosperar, na medida em que viola
os princípios da razoabilidade, bem como da continuidade
dos serviços públicos". O desembargador
ainda completa que é "legítima a preocupação
do Ministério Público Federal com a possibilidade
de eventuais acidentes no Aeroporto de Congonhas em decorrência
de aquaplanagem."
Apesar da decisão tomada nesta quarta-feira,
o MPF pede a interdição total da pista principal
do aeroporto paulistano e sua imediata reforma são
a única garantia para a segurança de passageiros,
tripulantes e moradores da região.
Ultimo Segundo
07/02 - 13:31h, atualizada às 15:50h
Justiça libera pousos e decolagens
de aviões grandes em Congonhas
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região acatou
nesta quarta-feira o recurso da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) e da Empresa Brasileira
de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e liberou
o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para pousos
e decolagens de aviões grandes. A Anac apresentou
à Justiça laudos técnicos, aprovados
por convenções internacionais, para derrubar
a liminar.
O desembargador Antônio Cedenho revogou
a decisão que proibiria, a partir da zero hora de
amanhã, pousos e decolagens de aeronaves dos modelos
Boeing 737-700 e Boeing 737-800 e Fokker 100 na principal
pista de Congonhas, na zona sul da capital paulista.
A suspensão dos vôos está
mantida, no entando, em dias de chuvas fortes ou quando
o acúmulo de água na pista seja maior que
três milímetros para evitar derrapagens.
De acordo com o desembargador, a proibição
afetaria o cenário econômico. "Poderia
influenciar negativamente o cenário econômico-financeiro,
quer em âmbito nacional, quer com repercussão
internacional", afirmou.
O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura
Aeroportuário (Infraero), brigadeiro José
Carlos Pereira, disse que considera "extremamente sensata"
a decisão do desembargador. "Considero sensata
a decisão, e isso nos dá fôlego e tranqüilidade
para acelerar as obras (de recuperação da
pista auxiliar) do Aeroporto de Congonhas dentro do planejado",
afirmou.
A Anac e Infraero recorreram na manhã
desta quarta-feira em conjunto da decisão do juiz-substituto
Ronald Carvalho Filho, da 2ª Vara da Justiça
Federal de São Paulo.
Se a proibição não
fosse revogada, pelo menos 10 mil passageiros, somente em
Congonhas, seriam diretamente prejudicados, calcula a Anac.
Já a OceanAir, que tem 95% da frota composta por
Fokker, poderia até fechar. As informações
são da Agência Estado.
MPF pedirá
novamente fechamento de Congonhas
O Ministério Público Federal
em São Paulo afirmou nesta terça-feira que
pedirá novamente a interdição da pista
principal do aeroporto e sua imediata reforma. No recurso,
o MPF insistirá também na proibição
das operações do aeroporto de Congonhas após
às 23h. O recurso será encaminhado assim que
a Procuradoria receber a decisão judicial, segundo
o Ministério.
Para o MPF, essa medida é a única
garantia para a segurança de passageiros, tripulantes
e moradores da região. O recurso exige que a reforma
comece pela pista principal "o mais rapidamente possível".
De acordo com o MPF, a reforma da pista
principal e o reagendamento dos vôos para os aeroportos
de Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas) ainda é
a melhor solução possível para minimizar
o desconforto dos consumidores, que constantemente têm
seus vôos adiados em virtude das chuvas na cidade,
apontada como o motivo para sucessivas interrupções
de pousos e decolagens na pista.
O MPF lembrou, ainda, que a decisão
de Carvalho Filho não atinge, por exemplo, o Boeing
737-300. A aeronave derrapou no último dia 6 de outubro
de 2006, um dos quatro incidentes ocorridos nos últimos
11 meses.
Em 28 de dezembro passado foi determinado
que a pista deverá ser interditada em condições
de chuva. Quem define o momento da interdição
é o Serviço Regional de Proteção
ao Vôo (SRPV-SP). Porém, mesmo após
a adoção dessa medida, uma derrapagem aconteceu
no último dia 17 de janeiro, após o piloto
de um Boeing da Varig realizar uma freada busca para evitar
um alagamento no meio da pista principal de Congonhas.
Procon
O Procon realiza uma reunião entre
órgãos de defesa do consumidor, Companhias
Aéreas, e representantes do Ministério Público,
na próxima quinta-feira. A pauta da reunião
é a relação das companhias aéreas
com os consumidores em casos de atrasos nos vôos e
em relação à oferta de passagens aéreas
para os próximos feriados.
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