::::: RIO DE JANEIRO - 07 DE JUNHO DE 2007 :::::

 

O Dia
07/06/2007
Bala traçante assusta pilotos
Além de vôo da Gol, um comandante da Varig pediu mudança de rota ao ver os tiros do confronto no Leme
Andréia Lopes e Francisco Édson Alves

Rio - Dos pilotos que mudaram a rota de aviões na sexta-feira por causa de tiroteio nos morros Chapéu Mangueira e da Babilônia, no Leme, conforme O DIA mostrou ontem com exclusividade, pelo menos um viu balas traçantes cruzando o céu da região. Com medo de ser atingido, pediu à torre de controle do Aeroporto Santos Dumont para fazer trajeto alternativo para chegar ao Centro.

Segundo o diretor técnico e especialista em segurança de vôos do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias, Ronaldo Jenkins, o piloto de um Boeing 737 da Varig, em manobra sobre a Enseada de Botafogo para aterrissar na pista 02, ficou assustado ao avistar projéteis vermelhos riscando o céu e pediu permissão à torre para mudar a direção do corredor de aproximação. A torre, então, de acordo com registro no livro de controle, autorizou o pouso por Niterói.

“O piloto viu a luminosidade das balas, que chamava muita atenção, e não se sentiu confortável para fazer a manobra pela Enseada de Botafogo. Não houve outros pedidos de desvio pelo mesmo motivo, mas outras companhias podem ter feito o trajeto do avião da Varig, já que esse procedimento é tão normal que nem é reportado pelas empresas”, afirmou Jenkins.

No livro da torre, foi registrado sexta-feira que aeronaves pediram para alterar o trajeto por causa dos tiroteios no Leme — que duraram quatro dias. Entre os aviões estava o Boeing 737 da Gol em que viajava o apresentador Jô Soares. Segundo ele contou em seu programa, terça-feira, o vôo demorou 30 minutos a mais por causa da mudança de rota. O sindicato desconhece a alteração desse vôo.

Apesar de ter confirmado terça-feira a alteração no percurso da Gol, ontem, a Infraero negou que outros pousos tenham sido feitos via Niterói por causa do tiroteio.

O professor Ronaldo Leão, do Núcleo de Estudos Estratégicos da UFF (Universidade Federal Fluminense), especializado em projéteis, disse que a bala traçante pode derrubar uma aeronave de grande porte. “Dependendo da altitude do avião, esse tipo de munição pode atingir uma turbina, por exemplo, e, devido às misturas dos materiais acoplados junto às cápsulas, que são incandescentes, pode causar incêndio e conseqüências catastróficas”, justificou Leão.

Ainda segundo o especialista, ao iniciar descida para pouso, as aeronaves ficam entre aproximadamente 100 e 200 metros de altitude. Um arma como fuzil, por exemplo, tem poder de alcance de até 1.500 metros.

A preocupação que vem do céu assusta passageiros da ponte aérea. “Depois de sermos diariamente reféns na terra, passamos a ser no céu. É absurdo o ponto que chegamos”, desabafou a economista carioca Vanessa Nascimento, 28 anos.

O governador Sérgio Cabral não comentou o risco às aeronaves. Apenas disse que a polícia está desarmando os bandidos: “O combate à criminalidade vai continuar. Essa é a nossa decisão”.

A Gol e a Varig não se pronunciaram sobre o caso. Já a TAM negou que aeronaves tenham alterado rota.

Desvio de tiros também no Tom Jobim

Há pouco mais de um ano, segundo o especialista em aviação Ronaldo Jenkins, outro piloto de avião que ia pousar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, também viu balas traçantes sobre favela em Caxias (provavelmente a do Lixão) e avisou à torre. “Balas traçantes assustam, porque não tem como o piloto dimensionar a distância dos projéteis”, explica.

Ronaldo Leão disse que as balas traçantes, que chegaram ao Rio após serem usadas na Guerra do Golfo, no início dos anos 90, são utilizadas por bandidos para causar mais efeito psicológico. “São projéteis caros e mais leves. Traficantes costumam usá-los, em geral, como efeito mais plástico que objetivo”, explicou.

Jô Soares também contou que aeromoça comentou que, quarta-feira da semana passada, outro vôo da ponte aérea chegou a ser cancelado porque o avião estava com furos na fuselagem causados por projéteis.

Ronaldo Jenkins acha pouco provável. Segundo ele, o material que compõe a estrutura dos aviões, principalmente vidros, é muito resistente, capaz de suportar, por exemplo, chuva de granizo a 800 km/h. “Tiro disparado de longa distância certamente não teria força suficiente para atravessar a fuselagem”, ressaltou.

No Santos Dumont, os passageiros comentaram a situação. O consultor Renato Okano, 44, ironizou: “Agora, até para sair da cidade de avião é perigoso”. Já o analista de sistema Ricardo Prata, 28, disse que não se surpreende mais com a violência: “Nem saio do hotel”.

 

 

Zero Hora
06/06/2007

 

 

Jornal do Comercio - RS
06/06/2007
Kepler Weber tenta evitar a falência na Justiça
Cristiano Vieira


Em fato relevante divulgado ao mercado, o grupo Kepler Weber informou que entrou com pedido de recuperação judicial com o "objetivo de propiciar condições para a superação das dificuldades econômico-financeiras enfrentadas pela empresa". Com prejuízos de R$ 250 milhões em 2006, a Kepler Weber recorreu à Lei 11.101/2005, conhecida como Lei de Falências, na tentativa de se reerguer.

Com o instrumento, a companhia ganha tempo para renegociar débitos com os credores. A dívida total da Kepler Weber atinge R$ 308 milhões. A empresa está sem crédito com fornecedores e só obtém matérias-primas com pagamento à vista. O capital da Kepler Weber está dividido entre três fundos de pensão: Previ (24,68%), Aerus (24,70%) e Serpros (24,70), além de 24,68% pertencentes ao Banco do Brasil. Apenas 1,24% está disperso na Bovespa.

Segundo fontes do mercado, os problemas da Kepler Weber teriam iniciado em 2004, quando a empresa fez uma grande compra de insumos a preços elevados, acreditando em uma demanda maior por silos no ano seguinte. Contudo, devido à estiagem que assolou o agronegócio em 2005, a Kepler entrou em crise.

Dois anos atrás, a empresa também havia inaugurado uma fábrica em Campo Grande (MS), um investimento de R$ 35 milhões. A unidade foi desativada em novembro de 2006, resultando na demissão de 1,5 mil funcionários.

Vinícius Piazzeta, sócio da Pactum Consultoria Empresarial, explica que, antes mesmo da elaboração de um plano de recuperação, o juiz nomeado para ser o administrador judicial da recuperação busca verificar a viabilidade do plano a ser elaborado. "O juiz pede três balanços, relatórios de fluxo de caixa, relação de credores e lista de ativos, entre outros", explica Piazzeta.

Deste modo, o magistrado terá uma visão global da companhia, avaliando se o futuro plano poderá mesmo ter resultado positivo. Com a anuência do juiz, a companhia deve apresentar o plano em 60 dias, que deve ser aprovado pelos credores. "Se em seis meses a organização não colocar em prática as mudanças, a saída será a falência", avisa o advogado.

Piazzeta ressalta que o objetivo primordial da Lei 11.101 é recuperar a companhia, preservando assim investimentos, empregos e produção. "Antes, os credores podiam dificultar um processo de saneamento, pois poderiam obter assim mais benefícios", explica. No caso da Kepler Weber, Piazzeta pondera que a companhia pode aproveitar o bom momento vivido pelo agronegócio brasileiro este ano, em franco crescimento. "A fábrica de Campo Grande é um ativo interessante, que poderia ser vendido para diminuir as dívidas", completa Piazzeta.

Histórico da empresa Kepler Weber

1925 - A 12 de maio surge uma pequena ferraria, fundada pelos irmãos Otto Kepler e Adolfo Kepler Jr.

1928 - O pequeno empreendimento se transforma em indústria fabricando, entre outros produtos, prensas de banha, fumo e óleo vegetal, centrífugas de mel e carrocerias para caminhões e ônibus.

1939 - Paulo Otto Weber é admitido como sócio, surgindo a "Kepler Irmãos & Weber".

1961 - Entra em operação o primeiro secador para cereais, fabricado pela Kepler Weber.

1963 - A empresa se transforma em sociedade anônima e passa a operar sob a denominação de Kepler Weber S.A. - Indústria, Comércio, Importação e Exportação.

1973 - É iniciada a era das exportações, com a venda dos primeiros equipamentos para o Paraguai.

1975 - Marca a inauguração do novo Parque Fabril, em Panambi/RS.

1976 - Com o surgimento da KW Engenharia, tem início a elaboração de projetos, fabricação e montagem de equipamentos especiais, como maltarias, cervejarias, instalações industriais e portuárias, e de armazenagem e movimentação de cereais, de grande porte. Neste mesmo ano, é fabricada a primeira bateria de silos metálicos.

1980 - A Kepler Weber passa a produzir máquinas e instalações para fábricas de alimentos balanceados.

1981 - A empresa ganha novo impulso na área das exportações ao fundar sua trading própria, a GKS - Companhia de Comércio Exterior.

1988 - O lançamento de uma nova linha de silos metálicos, atingindo capacidades de até 13.000 toneladas revolucionou o mercado de armazenagem.

1996 - Em fevereiro de 1996, teve seu controle acionário adquirido por instituições de primeira linha do mercado financeiro e de investimentos da América Latina, como BB Administração de Ativos - Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S/A, Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI, Instituto Aerus de Seguridade Social, SEPROS Fundo Multipatrocinado, Outros - Minoritário.

1997 - O Grupo Kepler Weber adquiriu a empresa Cepem - Centro de Engenharia e Montagem Ltda.

1999 - Em busca de novas e desafiadoras posições de mercado, o Grupo Kepler Weber passou por relevantes reestruturações, a partir de junho de 1999, quando adotou novos procedimentos de gestão e implantou modificações radicais na condução de seu negócio orientada pelos novos controladores.

2001 - Entram no mercado as Estruturas Metálicas para linhas de transmissão de energia elétrica e suportes para antenas de telecomunicações.

2002 - A Unidade de Galvanização é inaugurada junto ao Complexo Industrial da Fábrica 2, em Panambi.

2003 - Alteração da razão social do Cepem - Centro de Engenharia e Montagem Ltda. para Kepler Weber Inox Ltda., com o foco voltado para a produção de equipamentos destinados à pecuária leiteira (tanque de resfriamento e transporte de leite à granel, ordenhadeiras).

2004 - Em 19 de novembro de 2004, foi inaugurada a nova unidade industrial, localizada em Campo Grande, MS, tornando o Grupo Kepler Weber o maior produtor de sistemas completos de armazenagem de grãos do mundo. Desativada em novembro de 2006.


2004 - Em dezembro, foi criada a Kepler Weber Automação e Instalações Elétricas Ltda., com o objetivo de fabricar e comercializar equipamentos eletrônicos e elétricos e desenvolvimento de sistemas de automação industrial.

 

Panrotas
06/06/2007 - 18:26h
Varig desenvolverá nova programação visual

O novo diretor de Marketing da Varig, Murilo Barbosa, anunciou que contratou a DM9 como a agência de publicidade da empresa. A agência será responsável pela nova campanha publicitária e desenvolverá toda a programação visual da marca da companhia aérea.

“A agência apresentou a proposta que mais atendeu as expectativas do momento atual da empresa, e o outro fator importante para essa escolha é a experiência da agência no setor de aviação civil”, disse Barbosa. “Posso adiantar que a nova campanha refletirá a revitalização dos valores da marca Varig”, adiantou o executivo.

Barbosa possui mais de 18 anos de experiência na indústria de pagamentos. É graduado em administração de empresas pela Fundação Mineira de Educação e Cultura, com MBA em marketing pela Fundação José Pinheiro e Columbia University, em Nova York. O executivo é ainda responsável também pela área do p
rograma de fidelidade da empresa, o Smiles – hoje com uma base de 6 milhões de clientes.

 

 

Mercado e Eventos
06/06/07 - 17:35
Varig realizará almoço de relacionamento na próxima semana


A Varig vai realizar na próxima terça-feira (12/06) um almoço de relacionamento para estreitar as relações entre os membros da nova diretoria e os jornalistas convidados. Participarão do encontro o novo diretor de Marketing da companhia, Murilo Jaber Barbosa, que acaba de assumir o cargo, e o diretor comercial, Lincoln Amano, que atua na empresa desde o dia 26 de abril. O encontro terá início às 13h no restaurante Praça São Lourenço, em São Paulo.