O
Estado de São Paulo
07/04/2008
Gol cobra R$ 160 milhões de
indenização por problemas na Varig
Empresa recorre a corte internacional
para cobrar do fundo Matlin Patterson compensação
por passivos da velha Varig
Mariana Barbosa
A
Gol entrou com uma arbitragem internacional contra o fundo
americano Matlin Patterson para cobrar uma conta de R$ 160
milhões (US$ 92 milhões). O fundo Matlin,
por meio de sua subsidiária Volo Logistics LLC, é
sócio da VarigLog, empresa cargueira que vendeu a
nova Varig, rebatizada de VRG Linhas Aéreas, para
a Gol, em 29 de março do ano passado.
A
conta é referente, principalmente, a cobranças
que foram feitas à VRG no exterior. São acertos
de contas com aeroportos, fornecedores e prestadores de
serviço e trabalhadores no exterior, sobretudo na
Europa e na Argentina. Quando a Gol assumiu a empresa, precisou
liquidar essas dívidas para conseguir operar no exterior.
Segundo
fontes próximas ao negócio, o contrato de
compra e venda da VRG teria uma cláusula estabelecendo
que eventuais ativos e passivos que viessem a ser descobertos
após a venda, até um determinado valor, deveriam
ser acertados entre as partes. Se fossem descobertos ativos,
a Gol deveria pagar para a VarigLog. Se houvesse passivos,
a Gol cobraria do vendedor.
O
fundo Matlin detém apenas 20% do capital votante
da VarigLog - limite máximo estabelecido pela legislação
brasileira para participação estrangeira em
uma companhia aérea -, mas 100% do capital preferencial
da companhia. Como, na prática, o fundo é
que é o dono do dinheiro, e a VarigLog está
à beira da falência em meio a uma briga entre
o fundo e seus sócios brasileiros, a Gol entrou com
uma arbitragem diretamente contra o Matlin.
O
valor cobrado pela Gol é quase o mesmo que foi desembolsado
em dinheiro para comprar a VRG. A Gol pagou US$ 98 milhões
à vista e transferiu para a VarigLog 6 milhões
de ações da própria Gol. As ações,
que representavam à época 3% do capital, valiam
US$ 170 milhões. Hoje, com a desvalorização
das ações da Gol, elas perderam 53% do valor.
A
arbitragem é um instrumento de solução
de conflitos previsto em lei e que pode ser usado quando
há impasses em contratos empresariais. Procurados,
tanto o fundo Matlin Patterson quanto a Gol não quiseram
comentar.
LAN
A
Gol não é a única que cobra do Matlin.
A chilena Lan, que emprestou US$ 17,1 milhões para
a VRG em 31 de janeiro do ano passado, e que tinha a expectativa
de converter a dívida em participação
acionária, também está cobrando o empréstimo
do fundo, revelam fontes próximas à Lan no
Brasil.
À
época da compra da VRG, a Lan chegou a cobrar da
Gol e a exigir a manutenção do direito de
conversão acionária, mas a Gol declarou que
não havia vínculo entre as duas empresas e
que, no contrato de aquisição, havia “uma
declaração e a garantia da VarigLog de que
as ações da VRG estavam, no momento da venda,
inteiramente livres de qualquer opção ou direito
de terceiros”.
Os
credores da VarigLog tiveram a esperança renovada
na última terça-feira, quando um juiz de primeira
instância de São Paulo decidiu afastar os sócios
brasileiros (Marco Antonio Audi, Marcos Haftel e Eduardo
Gallo) e entregar a gestão da VarigLog para o fundo
Matlin durante um período de 60 dias, até
que este encontre outros sócios brasileiros. Com
o sócio capitalizado no comando da companhia cargueira,
até mesmo a velha Varig, agora chamada de Flex, espera
acertar uma conta de R$ 37 milhões.
O
Estado de São Paulo
07/04/2008
Sucessão de dívidas
não estava clara
Mariana Barbosa
O
fundo Matlin Patterson entrou no Brasil em dezembro de 2005,
com a compra da VarigLog, por US$ 48 milhões. Na
época, a Varig estava em recuperação
judicial e vendeu suas subsidiárias de cargas (VarigLog)
e manutenção (VEM) para fazer caixa e conseguir
sobreviver até o leilão. Por ser um fundo
estrangeiro - e a lei brasileira limita em 20% do capital
votante a participação de estrangeiros no
setor aéreo -, o Matlin fundou a Volo Logistics LLC
e se associou aos brasileiros Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo
Gallo e Marcos Haftel para poder comprar a VarigLog. A intenção
inicial era ficar apenas com a empresa de cargas. Mas, em
julho de 2006, um mês depois do fracasso do primeiro
leilão, o fundo arrematou a própria Varig,
que passou a ser chamada de VRG Linhas Aéreas.
Por
se tratar da primeira experiência notável com
a lei de recuperação judicial, era grande
a dúvida em relação à sucessão
de dívidas da velha Varig. Muitos investidores se
interessaram pela Varig, mas ninguém, com exceção
do fundo, se habilitou a dar um lance pela empresa. A VarigLog
pagou US$ 20 milhões pela VRG e se comprometeu a
realizar uma série de investimentos. Uma vez obtida
a documentação para operar como transportadora
aérea (o chamado Cheta), o fundo foi atrás
de um comprador para a VRG. TAM, Lan e Gol fizeram propostas.
E assim, em 29 de março, a VRG foi revendida para
a Gol por US$ 270 milhões, considerando o valor das
ações da Gol na época.
O
Estado de São Paulo
07/04/2008
Juizado fica por mais 1 mês
em aeroportos
Tribunal de Justiça de
São Paulo atendeu ao pedido da OAB-SP
A pedido da OAB-SP, o Órgão Especial do Tribunal
de Justiça de São Paulo prorrogou por mais
um mês os trabalhos dos Juizados Especiais Cíveis
de Conciliação instalados nos aeroportos de
São Paulo (Cumbica e Congonhas). O presidente da
Ordem, Luiz Flávio Borges D’Urso, havia encaminhado
no último dia 2 de abril pedido neste sentido ao
presidente do TJ-SP, Vallim Bellocchi, propondo que a experiência
fosse mantida em âmbito estadual, uma vez que a Justiça
Federal havia decidido encerrar os trabalhos desses juizados
no dia 31 de março.
“O
desembargador Bellocchi também me confirmou que encaminhará
o pleito da OAB-SP ao Órgão Especial do TJ
para que seja mantido por prazo indeterminado o trabalho
desses juizados, face ao resultado positivo que apresentaram
desde sua instalação em outubro do ano passado”,
diz D’Urso.
Esta
é a segunda prorrogação dos trabalhos
dos Juizados Especiais nos aeroportos. Inicialmente, os
postos só funcionariam até 31 de janeiro.
De
outubro de 2007 a março de 2008, o Juizado Especial
de Cumbica registrou 2.293 reclamações, com
524 acordos obtidos, o que representa um índice de
22,85%. Em Congonhas, foram registradas 1.535 reclamações
e obtidos 325 acordos, equivalentes a 21,17% do total.
Valor
Econômico
07/04/2008
Delta e Northwest
Delta Air Lines e a Northwest Airlines retomaram as negociações
em torno de uma fusão, de acordo com uma pessoa que
acompanha o assunto, revelou o jornal "Financial Times".
As duas companhias áreas americanas procuram alternativas
para ganhar escala em face da brutal retração
do setor. Na semana passada, três companhias de baixo
custo - Aloha Airgroup, ATA Airlines e SkyBus - baixaram
as portas. A Delta e a Northwest haviam chegado perto de
um acordo em fevereiro, mas as negociações
pararam depois que seus sindicatos de pilotos falharam em
estabelecer uma estrutura comum de cargos e salários,
entre outros itens.
Jornal
do Brasil
06/04/2008
Até tu, Neeleman?
A
Anac anda muito afinada com as companhias aéreas
que deve fiscalizar. A agência vai promover a Feira
da Aviação Civil em Brasília, dias
11, 12 e 13. Custo: R$ 300 mil. Os patrocinadores são
TAM, Gol, Varig e a empresa de David Neeleman, que nem aberta
foi ainda.
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