Invertia
Quarta, 6 de junho de 2007
Velha Varig vai leiloar acervo para
pagar dívidas
A Velha Varig vai levar a leilão o acervo artístico
acumulado em cerca de 80 anos de história para
pagar parte das dívidas com fornecedores e trabalhadores.
As obras estarão abertas a visitação,
a partir da próxima segunda-feira, na sede da empresa.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o leilão
está marcado para o dia 14 deste mês, com
estimativa que alcance R$ 1,5 milhão, o valor mínimo
das obras. As dívidas somam pelo menos R$ 7 bilhões.
O quadro "Baianas", de Di Cavalcanti, será
o principal destaque do leilão. O pintor era amigo
do presidente da empresa Ruben Berta. O quadro foi pintado
para marcar o início dos vôos ao Peru. Segundo
o leiloeiro Walter Rezende, até ontem haviam mais
de 26 lances pelo quadro, com preço mínimo
de R$ 1,1 milhão.
O acervo também inclui obras de artistas como
Fayga Ostrower, Juarez Machado, Ruben Gerchman, Tomie
Ohtake, entre outros.
Segundo Cristina Magrassi, advogada da Varig, o dinheiro
da venda irá para uma sociedade de propósito
específico, criada de acordo com o plano de recuperação
judicial da Varig.
Revista Consultor Jurídico
06 de junho de 2007
Advogado da VarigLog processa jornalistas
da IstoÉ
Elaine Resende
O advogado Roberto Teixeira entrou com ação
de indenização por danos morais contra a
Editora Três e os jornalistas Rodrigo Rangel e Carlos
Hugo Studart Corrêa, da revista IstoÉ. Em
textos publicados nas edições 1.955 e 1.961
da IstoÉ, o advogado, que defende a VarigLog, é
acusado de, na condição de compadre do presidente
da República, Luis Inácio Lula da Silva,
ter obtido vantagens no processo de venda da Varig à
Gol.
A narrativa inclui desde a suspeita de que Teixeira estaria
fazendo lobby para fornecedores estrangeiros de equipamentos
à Aeronáutica até a intermediação
de negócios relacionados ao setor aéreo.
O advogado alega que jamais foi consultor jurídico
da empresa Gol. Sustenta que foi contratado no início
de 2006 para defender os interesses da Varig Logística
S/A (“VarigLog”) no processo de recuperação
judicial da “Varig” S/A.
Acusado pela revista de ter sido o “responsável
pela arquitetura jurídica do negócio –
a venda da Varig para a Gol”, disse que na negociação
só atuou na estruturação jurídica
do contrato. E que, ao contrário do publicado,
seria advogado em ações públicas
contra a companhia.
Segundo os advogados de Teixeira, Cristiano Zanin Martins,
Luís Gustavo Esteves Ferreira, a revista ressuscitou
“denúncias” antigas e levianas já
veiculadas e sem comprovação inclusive ao
sugerir que seu cliente foi o responsável pela
saída do ministro da Defesa José Viegas,
em 2005.
A reportagem atesta que Viegas preferiu deixar o Ministério
a ceder à pressão do Planalto para que atendesse
aos interesses de Roberto Teixeira, “em especial
a transferência dos espaços inativos da Transbrasil
nos aeroportos para a novata Ocean Air”.
A defesa de Teixeira diz que o advogado sofreu grande
dano moral, teve sua imagem profissional maculada e foi
exposto de forma indesejada e negativa. Além disso,
o dano estaria sendo continuado em razão da disponibilidade
na internet do conteúdo dos textos publicados.
O Dia
06/06/2007 - 02:19h
Aviões fogem de tiroteio
Batalha de traficantes mudou
rota da ponte aérea. Jô Soares estava em
uma das aeronaves
Andréia Lopes, Christina Nascimento
e Fábio Dobbs
Rio - A guerra do tráfico nos morros Chapéu
Mangueira e da Babilônia, no Leme, alterou até
a rota de aviões da ponte aérea Rio-São
Paulo. Sexta-feira, registro feito no livro de ocorrência
da torre de controle do Aeroporto Santos Dumont, no Centro,
revela que pilotos mudaram o percurso das aeronaves devido
ao intenso tiroteio na Zona Sul. Em um dos vôos
estava o apresentador Jô Soares. É a primeira
vez que esse desvio é feito devido à violência,
segundo a Infraero.
O humorista contou sobre a mudança do trajeto
em seu programa, da Rede Globo, que foi ao ar ontem de
madrugada. Ele saiu às 19h25 do Aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, num Boeing 737, da Gol, que tinha
chegada prevista para 20h15. Jô Soares veio ao Rio
para apresentar um espetáculo. “O avião
atrasou 30 minutos porque teve que contornar o Leme em
virtude de um intenso tiroteio”, comentou ele, no
programa, quando entrevistava o deputado federal Onix
Lorenzoni.
A Infraero confirmou que houve mudança de rota
e que a alteração ocorreu a pedido do piloto
daquele vôo, que teria ficado assustado após
ler notícias sobre o confronto nas duas favelas.
O órgão, no entanto, nega que outros aviões
tenham mudado o percurso aéreo, apesar do registro
no livro da torre. Segundo o livro, “aeronaves para
pouso na pista 02 (Enseada de Botafogo), devido ao tiroteio
próximo ao Leme, tiveram que pousar por Niterói”.
O medo é porque, ao fazer a curva para chegar
ao aeroporto, antes da Enseada de Botafogo, o avião
ficaria exposto ao tiroteio. “Os tiros vindos do
Leme poderiam atingir a aeronave. Ao girar em Botafogo,
a fuselagem fica virada para Copacabana”, explicou
um controlador de vôo do Santos Dumont.
Na rota alternativa, os aviões passam pela Ponte
Rio-Niterói. A desvantagem é que o piloto
não tem visão total da pista, que fica à
direita do co-piloto. Por isso, a rota é pouco
usada, apesar de não apresentar risco para passageiros.
Ontem, Jô Soares se negou a comentar o assunto,
alegando que não queria estender a polêmica.
A empresa Gol disse que somente hoje falaria sobre o episódio.
Sexta-feira, a troca de tiros entre quadrilhas rivais
do tráfico aterrorizou a região —
até balas traçantes puderam ser vistas.
PÂNICO PROVOCADO PELA DISPUTA ENTRE
FACÇÕES
Ontem, o dia foi de trégua nas favelas do Leme.
Desde terça-feira da semana passada, moradores
do Chapéu Mangueira e da Babilônia viveram
momentos de pânico. Traficantes rivais da Rocinha
e do Vidigal, controlados pela facção Amigos
dos Amigos do Lulu (ADALL), invadiram as duas comunidades
e expulsaram integrantes do Comando Vermelho (CV).
O bando chegou em vários carros e numa van branca
e impôs toque de recolher aos moradores. Creches
e escolas da comunidade chegaram a fechar. Um ex-pára-quedista
que atua no tráfico da Rocinha teria participado
do ataque.
Uma dona-de-casa contou que os traficantes picharam paredes
das casas com o nome das favelas de onde vieram e teriam
a obrigado a cozinhar e a lavar roupas para eles durante
três dias.
Há informações de que os invasores
teriam fugido pela mata e saído por uma vila da
Avenida Princesa Isabel, em Copacabana.
Dois furos em outra aeronave
O apresentador Jô Soares contou ainda, em seu programa,
que uma aeromoça disse que, dois dias antes —
quarta-feira —, outro vôo da ponte aérea
foi suspenso porque havia dois furos provocados por projéteis
na fuselagem do avião. Os danos teriam sido constatados
durante inspeção externa da aeronave. “Quer
dizer: se pega no tanque de combustível, babau
o avião”, ainda tentou descontrair o humorista,
sem citar em qual empresa teria acontecido o episódio.
A Infraero afirma desconhecer o caso. A Gol diz que nenhuma
das suas aeronaves foi alvo de tiros. A TAM nega que o
fato tenha ocorrido com seus aviões.
Sobre a mudança na rota do avião onde viajava
Jô Soares, o presidente do Sindicato Nacional dos
Controladores de Vôos do Rio de Janeiro, Jorge Botelho,
é enfático: “É possível
que tenha acontecido para desviar de tiroteio”.
A Aeronáutica afirmou que a torre de controle do
Santos Dumont é de responsabilidade da Infraero
e que aguarda informações do órgão
para apurar o caso.
Reuters
Quarta, 6 de junho de 2007, 7h09
Gol e Varig registram taxa de ocupação
de 64% em maio
O Grupo Gol, que opera as companhias aéreas Gol
e Varig, informou na noite de terça-feira que teve
taxa de ocupação de 64% em maio.
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários,
o grupo informou que a taxa de ocupação
da Gol caiu de 68,7% em maio de 2006, para 66,9% no mês
passado.
Já a Varig, recentemente adquirida pela Gol, teve
taxa de ocupação de 52% em maio. O grupo
não divulgou dados comparativos para a taxa de
ocupação da empresa.
Tanto Gol quanto Varig registraram taxa de ocupação
em suas rotas domésticas superior às dos
vôos internacionais. Na Gol, a taxa no mercado doméstico
foi de 70,3%, contra 47,2% no internacional. Na Varig
as rotas internas tiveram ocupação de 64%,
contra 42,5% das externas.
Jornal do Brasil
06/06/2007
Sata desmente boatos de paralisação
dos serviços aeroportuários
BRASÍLIA. O presidente da Sata, Mário Mariz,
negou ontem que a empresa corra o risco de paralisar as
atividades. Essencial para o bom funcionamento dos aeroportos
do Rio durante os Jogos Pan-Americanos, a prestadora de
serviços tem todas as condições de
continuar auxiliando a Infraero a manter o fluxo de passageiros
e cargas dos aeroportos do país, garantiu o executivo.
- Só nós temos os grandes elevadores de
carga necessários para abastecer e descarregar
os aviões que chegarão dos países
participantes do Pan com barcos e cavalos - disse Mariz.
- A empresa está se recuperando. Está em
franca reação e tem potencial de crescimento
muito grande.
O empresário foi ontem a Brasília para
conversar com o presidente da Infraero, tenente-brigadeiro
José Carlos Pereira, sobre a solidez da empresa.
Está em contato também com as companhias
aéreas para rebater os rumores divulgados na imprensa,
de que a Sata estaria com dificuldades econômico-financeiras.
Para Mariz, os boatos foram divulgados por gente que quer
enfraquecer a Sata, líder do mercado de prestação
de serviços aeroportuários.
- A conversa com o presidente da Infraero foi bem-sucedida.
A empresa faturou R$ 166 milhões no ano passado.
A previsão de Mariz é que a companhia obtenha
uma receita de R$ 130 milhões neste ano. Tal queda
deve-se à crise da Varig, que deixou de pagar R$
80 milhões à Sata.
A empresa já tirou do papel a estratégia
que a fará crescer. Diversificou locais de atuação
e clientes. Passou a operar em Montevidéu, Aruba
e ampliou os negócios em Porto Seguro (BA).
- A expectativa é que a Sata tenha um faturamento
de R$ 200 milhões no ano que vem.
A Sata, revelou Mariz, deve R$ 2 milhões à
União. A dívida tributária da empresa,
cujo valor não foi revelado, está sendo
refinanciada. A empresa tem 27 bases no país. Com
53 anos de história, conta com 3.600 funcionários.
Estadão
05 de junho de 2007 - 22:59
CPI do Apagão Aéreo
analisa relatório parcial nesta quarta
Documento responsabiliza controladores
e pilotos por acidente da Gol
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Instalada há 20 dias, a CPI
do Apagão Aéreo do Senado deverá
aprovar nesta quarta-feira o relatório parcial
do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) responsabilizando
por crime culposo quatro controladores de vôo e
os dois pilotos norte-americanos, que dirigiam o jato
Legacy que colidiu com o boeing da Gol, em 29 de setembro
de 2006. No acidente, os 154 passageiros do avião
da Gol morreram.
A rapidez na apresentação de relatório
no Senado causou ciumeira na CPI do Apagão Aéreo
da Câmara, levando os relatores das duas comissões
de inquérito a baterem boca.
Um dia depois de Demóstenes Torres ter chamado
o relator da CPI da Câmara, Marco Maia (PT-RS),
de "Pedro Bó" (personagem criado pelo
humorista Chico Anísio), o deputado Leonardo Quintão
(PMDB-MG) saiu ontem em defesa do petista e chamou o senador
de "Zé Goiaba" (individuo limitado).
"Se ele (Demóstenes) chamou o senhor desse
nome, quero dizer que ele é um Zé Goiaba.
É um homem que faltou com o respeito a nós
e a Câmara", reclamou Quintão. "Estou
mais para Chico Bento do que Zé Goiaba", desconversou
Demóstenes Torres, que evitou polemizar com a CPI
da Câmara. Chico Bento é um personagem de
Maurício Sousa que representa o mundo caipira.
Divergências entre comissões
Para o presidente da CPI do Apagão Aéreo
do Senado, Tião Vianna (PT-AC), essas divergências
entre as duas comissões acabam manchando a imagem
do Congresso. "É uma mistura de infantilidade
com vaidade", afirmou o petista. "Não
devia ter ciumeira entre as comissões de inquérito.
Estamos criando uma polêmica que vai repercutir
mal no nosso trabalho", disse o presidente da CPI
da Câmara, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI).
As desavenças entre as duas CPI´s começaram
quando o relator Marco Maia considerou "precipitadas"
as declarações de Demóstenes Torres
culpando os controladores de vôo pelo acidente com
o avião da Gol.
No relatório parcial que vai apresentar nesta
quarta à CPI do Apagão Aéreo do Senado,
Demóstenes vai indicar que os quatro controladores
são passíveis de punição por
crime culposo. "Concordo com todo o trabalho de investigação
feito pelo Polícia Federal e o Ministério
Público. Não vou pedir o indiciamento de
ninguém porque o Ministério Público
já fez isso", explicou Demóstenes.
A Justiça já acatou o pedido do Ministério
Público para que o controlador Jomarcelo Fernandes
dos Santos seja enquadrado em crime doloso (intencional).
Os outros três controladores - Lucivando Tibúrcio
de Alencar, Leandro José Santos Barros e Felipe
Santos dos Reis - foram enquadrados em crime culposo.
"Não concordo com o enquadramento do Jomarcelo
em crime doloso. Vou propor um crime menos grave para
ele", disse o senador. Jan Paladino e Joseph Lepore,
que pilotavam o jato Legacy que colidiu com o avião
da Gol, também serão enquadrados em crime
culposo.
Na semana que vem, a CPI do Senado entrará na
segunda fase, com investigações sobre a
crise do setor aéreo brasileiro.
Jornal de Turismo
05 de Junho de 2007 - 15:45h
Diretor da Anac presta depoimento
na CPI do Senado
O diretor da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), Milton Zuanazzi, informou em depoimento
nesta segunda-feira na Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo,
no Senado, que a empresa TAM recebeu 584 autos de infração
no final do ano passado.
Ainda segundo ele, cada auto se refere a multa no valor
máximo de R$ 6 mil. Há dez dias, no entanto,
na CPI do Apagão Aéreo na Câmara dos
Deputados, ele havia dito que naquele período seis
aviões da TAM, ou quase 10% da frota da empresa,
pararam por problemas de manutenção e "ela
não teve como recolocar passageiros em outros vôos".
De 18 a 25 de dezembro, 328 vôos foram cancelados
e segundo Zuanazzi explicou na Câmara, a TAM "não
descumpriu o marco legal, por isso não foi punida".
No último dia 29, o presidente da TAM, Marco
Antonio Bologna, disse em depoimento à CPI do Senado
que o apagão foi causado por "um somatório
de eventos". E citou a retirada de seis aeronaves
da empresa para manutenção, o fechamento
do aeroporto de Congonhas (SP) e a queda no sistema de
check-in da TAM por algumas horas, no dia 20 de dezembro.
"Em conseqüência, retiramos 16% da capacidade
de oferta do dia. Transferimos os passageiros para o dia
seguinte (21) que, pela proximidade com o Natal, teve
um movimento ainda maior, assim como os dias seguintes",
afirmou.
O resultado foram 115 mil passageiros da TAM embarcados
com mais de quatro horas de atraso. E cinco mil não
embarcados pela empresa, o que causou a confusão
nos aeroportos.
O presidente da empresa garantiu, ao depor, que não
houve venda de passagens em número superior à
capacidade das aeronaves. E que os passageiros não
embarcados foram colocados pela empresa em vôos
de outras empresas e da Força Aérea Brasileira
(FAB), cujos aviões foram disponibilizados nos
dias de maior demanda.