:::::RIO DE JANEIRO - 06 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
06/05/06 - OPINIÃO ECONÔMICA

Recuperar a Varig
GESNER OLIVEIRA

O Brasil não pode se dar ao luxo de destruir empregos, capital, impostos e, sobretudo, marcas de penetração internacional. Muito menos quando se trata de empresa de transporte aéreo que ocupa posição estratégica na distribuição de rotas de interesse para o país.

Como membro do Conselho de Administração da Varig, havia optado até agora por não escrever sobre o tema na coluna. Mas, diante da gravidade da situação e do grau de desinformação de algumas manifestações sobre o assunto, prefiro submeter minha opinião ao leitor.

É absurda a idéia de que o governo não deveria ajudar a Varig sob pretexto de "proteger os recursos públicos" e "dar uma solução de mercado". É exatamente em defesa do interesse público, do dinheiro do contribuinte e do próprio mercado que o governo não pode se omitir. Isso se deve a sete razões.

Em primeiro lugar, a empresa se encontra em regime de recuperação judicial desde junho de 2005. A lógica da nova legislação é propiciar uma oportunidade de reestruturação, permitindo a continuidade de suas atividades em novas bases. A legislação contém incentivos para que os credores e devedores superem os problemas de coordenação e encontrem uma solução viável do ponto de vista econômico. No caso da Varig, o setor público é o maior credor. Os créditos do governo representam cerca de 64% do total da dívida contratada. Portanto, a posição de "deixar quebrar" a empresa é um tiro no pé. Equivale a destruir ativos do setor público.

Em segundo lugar, uma solução para a crise resolveria ao mesmo tempo o acúmulo de obrigações que a companhia detém contra o setor público. Não faz sentido interromper a atividade de uma empresa que detém direitos da ordem de R$ 4,5 bilhões por conta de defasagem tarifária e créditos de ICMS da ordem de R$ 1,3 bilhão.

Em terceiro lugar, ao deixar paralisar uma empresa do porte da Varig, o governo deixa de recolher impostos de cerca de R$ 1,28 bilhão anual referente a serviços prestados a quase 13 milhões de passageiros apenas em 2005.

Em quarto lugar, é errado afirmar que a cadeia de atividades promovida pela Varig seria restabelecida pelas concorrentes. A razão é simples. No plano doméstico, o mercado teria outra estrutura. Seria mais concentrado e, como resultado, haveria menor oferta e maiores preços em prejuízo do consumidor. No plano mundial, o país perderia para empresas estrangeiras a malha de linhas internacionais conquistada a duras penas nas últimas cinco décadas.

Em quinto lugar, o Brasil perderia enorme fonte geradora de divisas em serviços. As vendas de passagens aéreas no exterior representam ingresso anual da ordem de US$ 1,2 bilhão, algo equivalente à exportação de óleo de soja em 2005. Isso sem contar o mecanismo de promoção comercial que uma empresa aérea nacional como a Varig representa.

Em sexto lugar, é errôneo afirmar que os problemas atuais se devem exclusivamente a erros de estratégia empresarial e de gestão. Estes últimos ocorreram. Mas os problemas da empresa também decorrem de uma sucessão de falhas regulatórias e omissões de várias administrações. Isso inclui a incidência indevida de tributos, controle de preços artificiais, distribuição sem critérios de linhas internacionais, ausência de marco regulatório adequado, interferência direta nas decisões empresariais, entre outros problemas. Além disso, em nenhum país sério o Estado deixou de intervir para atenuar os efeitos de choques externos sobre a indústria de aviação civil.

Por fim, uma ação governamental criteriosa neste momento não estaria socorrendo antigos controladores. A atual recuperação judicial já prevê a assembléia de credores como instância de decisão. Uma nova Varig recuperada terá composição e organização societárias distintas, propiciando a continuidade dos empregos e serviços prestados pela companhia.

A recuperação da Varig é possível. Mas isso pressupõe superar a dificuldade de caixa até a constituição dos fundos de investidores previstos no plano de recuperação. Uma ação do BNDES nesse sentido pouparia recursos públicos e seria benéfica ao mercado.

Gesner Oliveira, 49, é doutor em economia pela Universidade da Califórnia (Berkeley), presidente do Instituto Tendências e ex-presidente do Cade. Atualmente, é professor visitante do Centro de Estudos Brasileiros na Universidade Columbia (EUA).
Internet: www.gesneroliveira.com.br
E-mail - gesner@fgvsp.br


Folha de São Paulo
06/05/06
Ex-subsidiária desiste de comprar a Varig
Varig Log afirma que não houve manifestação dos credores; proposta do governo para a cisão da empresa ganha força

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL


A Varig Log retirou a proposta de compra da Varig por US$ 400 milhões. A ex-subsidiária da Varig, que tem como acionista o fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, pretendia assumir a parcela saudável da Varig, mas desistiu por entender que a proposta já estava na mesa havia muito tempo e que nada tinha sido feito. Segundo a empresa, a Varig Log vai se dedicar exclusivamente ao segmento de logística.

A retirada da oferta fortaleceu a proposta do governo, que ganhou mais fôlego entre os credores.
A oferta da Varig Log foi alvo de críticas desde o início pela maioria dos credores, por prever manter apenas metade dos funcionários da companhia e não assumir as dívidas com o Aerus, fundo de pensão dos funcionários. Para Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, a desistência da Varig Log no negócio já era prevista. "A proposta dela tinha algumas dificuldades na parte legal e com os credores, mas não descarto que a Varig Log possa ser uma das interessadas na Varig doméstica."

Com a mudança no cenário, os credores vão avaliar, em assembléia na próxima segunda-feira, a proposta da Alvarez & Marsal, a do consultor Jayme Toscano, de US$ 1,9 bilhão, mas sem a comprovação da origem dos recursos, e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), de R$ 2,5 bilhões.

O detalhamento da proposta do governo foi apresentado a trabalhadores, empresas de leasing e estatais ontem em reunião na sede da companhia. De acordo com os credores ouvidos pela Folha, a tendência é a de que esta alternativa de recuperação seja aprovada na assembléia marcada para a próxima segunda-feira. "O clima da reunião foi muito bom, dificilmente esse plano deixa de ser aprovado na assembléia", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.

Segundo Gomes, o diferencial da proposta é permitir a separação da Varig em duas companhias com potencial de crescimento. Segundo o executivo, mais de dez grupos, entre companhias aéreas e fundos de investimento já procuraram o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para obter informações sobre o leilão. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) já qualificou 27 empresas. Credores afirmam que TAM, Webjet, Gol e OceanAir já manifestaram interesse.

Empréstimo

Caso a proposta seja aprovada pelos credores, o BNDES vai apresentar na terça-feira as condições para um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões. O banco vai antecipar cerca de 15% do valor mínimo do leilão a uma empresa intermediária, que vai repassar o valor à Varig. A intermediária poderá ser uma das empresas interessadas em participar do leilão.
A principal resistência à proposta do governo deve partir do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que ganhou na Justiça o direito de representar os trabalhadores. Segundo Rodrigo Marocco, presidente da Apvar (Associação dos Pilotos da Varig), o grupo é contrário à cisão da Varig em segmentos nacional e internacional. "Defendemos o leilão dos ativos operacionais da empresa como um todo e estamos construindo essa proposta de consenso com a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] e com setores do governo", disse.

Segundo o modelo de segregação da Varig em duas, a fatia doméstica deve ficar com 30 aeronaves e a internacional, com 25. Nesse cenário, a Varig Internacional poderá operar rotas domésticas de maior procura e fundamentais para a alimentação da malha internacional.

A Varig Internacional não vai se voltar para o segmento de baixo custo e baixa tarifa. Segundo o estudo da Alvarez & Marsal, a análise dos resultados financeiros da empresa mostra maior rentabilidade nos produtos com foco em passageiros executivos, mais opções noturnas, freqüências diárias e menor utilização das aeronaves.

Segundo Balbino, deve haver mais demissões porque será necessário adequar o perfil da Varig Doméstica ao das concorrentes.

Folha de São Paulo
06/05/06
Ocean Air quer adquirir operações

DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda há dúvidas por parte de possíveis investidores sobre como o leilão da Varig doméstica poderia ser operacionalizado. Até agora, a Ocean Air foi a única companhia a manifestar oficialmente interesse na compra da empresa, apesar de ressaltar que alguns pontos não estão claros.

O presidente da aérea, Carlos Ebner, confirmou nesta semana o interesse da companhia em participar do leilão das operações domésticas da Varig, proposta que será votada pelos credores da empresa na próxima segunda-feira.

Segundo o executivo, as linhas da Varig complementariam as rotas da Ocean Air. "Vemos esse leilão como uma grande oportunidade." Ebner afirma, entretanto, que há muitos pontos ainda a serem esclarecidos. A proposta da consultoria Alvarez & Marsal, que atua na reestruturação da companhia, prevê que a operação doméstica da Varig seja leiloada como uma nova empresa, livre de dívidas. A Varig internacional ficaria com os débitos.
Essa proposta tem o aval do governo. Pelo plano da Alvarez & Marsal, seis linhas da Varig internacional seriam canceladas.

"Nada está muito definido ainda. Há uma série de questões pendentes, e acredito que o governo esteja trabalhando nesses pontos", diz o executivo. Segundo ele, não se definiu ainda quais partes da operação doméstica entrariam no leilão. Segundo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, só podem participar do leilão as companhias aéreas regulares.
Isso porque, se uma empresa de fora do setor assumisse a nova Varig doméstica, precisaria ser aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o que poderia levar até seis meses. Esse é um fôlego que a Varig, em sérias dificuldades financeiras, não possui atualmente.

Segundo Leur Lomanto, diretor da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), nada está definido ainda. "Se essa regra realmente for estabelecida, na prática o interesse na Varig doméstica ficaria muito limitado." Procuradas pela reportagem, TAM, Gol e BRA preferiram não comentar o leilão da parte doméstica da Varig.

Folha de São Paulo
06/05/06
Com baixa ocupação, Varig recorre a desconto
Preços de passagens para 13 trechos são reduzidos em 90%; participação da empresa no mercado doméstico cai para 16%

MAELI PRADO

Com baixíssima taxa de ocupação em vôos importantes durante o mês de abril, a Varig anunciou ontem descontos de 90% em 13 trechos de ida dos seus vôos domésticos. A promoção, válida para um número limitado de assentos nesses vôos, está em vigor entre hoje e o dia 31 deste mês.

O trecho de ida de São Paulo a Belo Horizonte, por exemplo, estará disponível por R$ 96, informou ontem a companhia. Outros vôos com tarifas promocionais são Rio de Janeiro/Brasília, São Paulo/Natal, Rio de Janeiro/Salvador, São Paulo/Florianópolis e Goiânia/Brasília, entre outros.

Na avaliação de analistas do setor, a medida é a forma encontrada pela Varig para gerar caixa em tempos difíceis. No trecho ligando os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, a Pampulha, em Belo Horizonte, ela registrou uma taxa de ocupação de 35% em abril. No mesmo trecho, a TAM voou com 70% dos assentos ocupados no mês passado.

Outro exemplo é o trecho São Paulo/Brasília, no qual o aproveitamento da Varig foi de 57%. A TAM e a Gol conseguiram, nessa ordem, uma taxa de ocupação nesses vôos de 76% e 91% no mês passado, segundo dados informados à Comissão de Coordenação de Linhas Aéreas, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

Já na ponte aérea Rio de Janeiro/São Paulo, os aviões da companhia decolaram com somente 36% dos assentos ocupados. O percentual para TAM e Gol foi de, respectivamente, 61% e 68%.

A ponte aérea também é alvo de uma promoção da Varig: a companhia informou que o passageiro que pagar R$ 798 por um bilhete de ida e volta ganha um outro bilhete se pagar mais R$ 79. Nesse caso, a restrição é que os dois passageiros têm que embarcar juntos nos vôos de ida e volta.

A taxa de ocupação geral da Varig nos vôos domésticos no mês passado foi de 64%. A TAM registrou 73% dos seus assentos ocupados, e a Gol, 78%. A explicação para a baixa taxa de ocupação da Varig nesses vôos específicos é que são trechos voados geralmente por homens de negócios, que não podem se arriscar a ter vôos cancelados ou atrasados. Ao mesmo tempo, esses trechos estão entre os mais rentáveis.

A participação de mercado da Varig caiu no mês passado, segundo dados preliminares informados pelas companhias à Comissão de Coordenação de Linhas Aéreas, da Anac. Segundo esses dados, a Varig teve no mês passado 16,4% do mercado doméstico (a empresa tinha 18,9% em março). A TAM teria ficado com 44,3%, e a Gol, com 33,4%.



Zero Hora
06/05/ 06
Céu aberto para a Varig

Valor mínimo de venda da parte doméstica será de US$ 700 milhões

Com a última rodada de reuniões informais com credores encerrada ontem, está tudo pronto para que a chamada proposta de consenso para a Varig seja aprovada na assembléia desta segunda-feira. Se isso ocorrer, estará desenhado o modelo para salvar o grupo da falência.

O plano, elaborado pela consultoria Alvarez&Marsal, prevê a divisão da companhia em duas empresas: uma doméstica, a ser leiloada a um preço mínimo de cerca de US$ 700 milhões, e uma internacional, que permanecerá em recuperação judicial.

Ontem, a VarigLog confirmou a desistência de comprar a Varig, restando agora, além da proposta de consenso, mais duas ofertas pela aérea - a dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e a do consultor Jaime Toscano. Contudo, as duas têm escassas chances de serem escolhidas (veja quadro).

Nos últimos dias, o plano da Alvarez&Marsal foi bem recebido por credores das três classes e só enfrenta resistências entre os representantes do TGV.

- Tudo leva crer que a proposta de consenso vai passar - disse uma fonte que acompanha as negociações.

O diretor no Brasil da Alvarez&Marsal, Marcelo Gomes, informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se pronunciará na terça-feira, caso a proposta seja aprovada, sobre como funcionará o empréstimo de US$ 100 milhões que a instituição fará para garantir o funcionamento da Varig durante os 60 dias até a realização do leilão da parte doméstica.

- O importante é que o modelo proposto abre espaço para que tanto a Varig Internacional, quanto a Varig Doméstica, possam crescer. A reação dos credores foi extremamente positiva - disse Gomes.

O executivo explicou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pré-qualificou 27 empresas aéreas nacionais para participarem do leilão. Dez grupos, entre companhias aéreas e fundos de investimentos, já buscaram informações no BNDES sobre a venda da Varig Doméstica. Grupos internacionais poderão participar do leilão desde que dentro do limite de 20% de participação no capital.



A proposta
Ao dividir a Varig em uma parte doméstica e outra internacional a empresa se capitaliza. Veja como:
> Para ajudar a Varig a se manter durante os 60 dias entre a assembléia de segunda-feira e o leilão de venda, o BNDES concederá um empréstimo-ponte (feito para um intermediador financeiro, que repassará à Varig) de US$ 100 milhões. Depois da venda da parte doméstica, esse valor volta para o banco.
> Investidores terão de pagar pelo menos US$ 700 milhões pela parte doméstica (sem dívidas). Parte desse valor (pelo menos US$ 600 milhões) vai para ajudar a parte internacional, que seguirá em recuperação judicial e com a dívida de R$ 8,4 bilhões.
> A parte internacional seguirá credora dos R$ 4,5 bilhões que o governo deve à Varig, e credores devem alongar prazos de dívidas, para facilitar a recuperação. Além disso, podem converter suas dívidas em participação no controle da empresa.
Por que o plano deve ser aprovado?
Porque os credores das classes dois (Aerus) e três (estatais e empresas de leasing) já teriam fechado com a proposta. Entre os credores da classe 1 (trabalhadores) ainda há divisão, mas, mesmo assim, o plano de consenso deve ganhar por maioria simples, pois apenas o grupo dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) resiste à idéia. As duas outras propostas, do próprio TGV e do consultor Jaime Toscano, não tem trânsito entre os credores como o plano da Alvarez&Marsal.


O Estado de São Paulo
06/05/06
VarigLog desiste da Varig e plano B avança
Já há 10 interessados na compra da parte doméstica da companhia, sem dívidas: negócio é de US$ 700 milhões
Nilson Brandão Junior
COLABOROU: MARIANA BARBOSA

A VarigLog retirou ontem sua proposta de US$ 400 milhões de aquisição da Varig. Com isso, a empresa concentra todos os seus esforços no chamado plano B, que prevê a separação da empresa em duas, a doméstica, sem dívidas, e a internacional. Ontem, credores reuniram-se na sede da empresa para avaliar a alternativa da cisão, que tem apoio do governo. Os credores consideraram a proposta "viável" e deverão votá-la em assembléia na segunda-feira.

Para Marcelo Gomes, diretor-geral da Alvarez&Marsal, empresa reestruturadora da Varig, a saída da VarigLog, que até duas semanas atrás era tida como a melhor proposta, não preocupa, pois já existem "mais de dez" interessados em analisar a compra da parte doméstica da Varig. A operação doméstica foi avaliada em US$ 700 milhões e conta com possível financiamento do BNDES.

Gomes não revelou os nomes dos investidores. Indicou apenas que seriam companhias aéreas e fundos de investimento. TAM, Gol e Ocean Air já estiveram no BNDES para levantar informações sobre o assunto, conforme antecipou o Estado. Ontem, foi a vez da Trip Linhas Aéreas visitar a instituição. A Webjet também está disposta a buscar dados. "Temos interesse de olhar a alternativa", disse o presidente da empresa, Paulo Enrique Coco. A principal preocupação das empresas é obter uma garantia absoluta de que não haveria sucessão de dívidas numa eventual aquisição.

A ASM Asset Management está montando um consórcio e haveria um fundo texano e um banco de investimento no grupo de potenciais interessados.

A venda terá financiamento em até 50% do valor pelo BNDES, que também deverá conceder empréstimo-ponte de US$ 100 milhões. Caso a proposta venha a ser apresentada em assembléia, Gomes informou que na terça-feira o banco deverá anunciar detalhes da operação. O BNDES indicou que não terá relação comercial com a Varig endividada. O financiamento sairia por meio de empresa interessada, que funcionaria como uma etapa intermediária, garantindo a operação.

Na próxima segunda-feira, serão votadas a proposta da venda da parte doméstica - que segundo a Alvarez&Marsal é de consenso com o governo - e os projetos dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e do consultor Jayme Toscano. Há apenas três propostas, disse o executivo. A alternativa da cisão leva em conta que a Varig Internacional continuaria com as dívidas e dentro do plano de recuperação judicial. A injeção de recursos da venda da parte doméstica serviria para acertar parte do passivo, principalmente recomposição da frota e pagamento das dívidas. A idéia é partir para a disputa de tarifas mais elevadas.

Também serão votadas alterações no plano, como o alongamento do prazo e redução dos juros para o pagamento de dívidas acumuladas (no processo de recuperação).

Já a VarigLog, que era a principal candidata à compra da Varig, mudou de planos. Sem apoio governamental à proposta da VarigLog, a Volo do Brasil, que adquiriu a subsidiária de cargas no ano passado, agora irá se concentrar em obter a aprovação para a compra da própria VarigLog. Segundo fontes que acompanham o caso, ainda faltam documentos importantes para que a operação seja aprovada. "A VarigLog ainda pode voltar para a Varig", diz a fonte.


O Globo - Versão Impressa
06/05/06
Varig dá cheque sem fundos de R$ 9 milhões à Infraero


Geralda Doca, Erica Ribeiro e Mirelle de França

BRASÍLIA e RIO. A situação limite a que chegou a Varig — que deu cheque sem fundos à Infraero para pagar tarifas de embarque atrasadas no valor de R$ 9 milhões — levou o governo a bater o martelo sobre a sua participação na operação de salvamento da empresa, via BNDES. No encontro anteontem entre os ministros da Defesa, Waldir Pires, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, houve consenso de que a situação da empresa é gravíssima e a solução não pode passar da próxima segunda-feira, quando será realizada a assembléia de credores.

Na segunda-feira, a assembléia de credores da Varig deverá confirmar a aceitação da proposta do governo, de dividir a Varig em duas empresas, uma doméstica, que posteriormente irá a leilão, e outra, internacional, que permaneceria com as dívidas e em recuperação judicial.

O diretor da consultoria Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, explicou detalhes do plano aos principais credores. Segundo Gomes, com a proposta aprovada, o BNDES deverá anunciar já na terça-feira o detalhamento do empréstimo-ponte à Varig. O financiamento, estimado em US$ 100 milhões (equivalente a 15% do valor mínimo da parte brasileira da Varig que vai a leilão) será concedido a um investidor, que será intermediário e garantidor e irá repassar os recursos à companhia para capital de giro.

O leilão acontecerá 60 dias após a aprovação do plano e o lance mínimo será de US$ 700 milhões. Ainda de acordo com Gomes, a Anac pré-qualificou 27 empresas para o leilão, cujo data room deverá acontecer em um mês. Segundo fontes, TAM, Gol, BRA, Ocean Air, Trip e Webjet estão entre as escolhidas. TAM e Gol não confirmam, mas o presidente da Ocean Air, Carlos Ebner, afirmou que tem interesse em participar do leilão. Fundos também poderão participar do consórcio com empresas aéreas.

Enquanto os credores estavam reunidos, a VarigLog retirava sua proposta, alegando que irá se concentrar nas atividades de logística. Segundo fontes, a empresa já antecipou US$ 80 milhões em recebíveis à Varig. Outra reviravolta poderá marcar a assembléia. Fontes ligadas ao consultor Jayme Toscano informaram que está marcado para hoje encontro com o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) para costurar uma proposta única. O coordenador do TGV, Marcio Marsilac, no entanto, disse que não há encontro agendado. Ontem, o TGV reuniu cerca de 200 pessoas numa manifestação em frente à Câmara de Vereadores do Rio.

Ao fim da reunião com a Alvarez & Marsal, a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, disse que dificilmente a proposta de divisão será rejeitada.


O Globo - Versão Impressa
06/05/06
Ancelmo Gois - Estrela brasileira

Jorge Benjor fez a alegria dos comissários da Varig no vôo RG 8756, que partiu às 21h30m de São Paulo para Londres, segunda passada.

Ao desembarcar, o cantor entoou “estrela brasileira no céu azul, iluminando de Norte a Sul”, o velho jingle da companhia que ganhou as TVs brasileiras por bom tempo.


O Dia
06/06/2005 - 00:13
Lucro da TAM sobe 107,9%
Companhia cresce no espaço deixado pela Varig, que tenta pôr fim a sua crise segunda-feira


A companhia área TAM obteve um lucro líquido de R$ 111,2 milhões no primeiro trimestre. O avanço é de 107,9% sobre o resultado registrado no período de janeiro a março do ano passado (R$ 53,5 milhões).

Mesmo sendo muito expressivo, o lucro da TAM é inferior ao obtido pela Gol, que chegou a a R$ 160,7 milhões no primeiro trimestre. Com os resultados, as duas companhias aéreas mostram que estão conseguindo ocupar os espaços deixados no mercado pela Varig em conseqüência da grave crise financeira que atravessa.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar a alta superior a 300% das ações da Varig só nesta semana. Apesar da crise financeira, os papéis da empresa aérea dispararam. Responsável pela fiscalização do mercado de ações, a CVM definiu a situação como “atípica” e decidiu investigar o movimento de alta.

Os papéis da Varig caíram forte ontem, depois de a VarigLog anunciar ter desistido da proposta de US$ 400 milhões para comprar a companhia aérea. Justificou que o processo vinha se arrastando há algum tempo e, por isso, decidiu se concentrar no seu negócio estratégico — a logística de cargas.

A retirada da proposta, no entanto, já era esperada pelos credores, devido ao fortalecimento da idéia de se dividir a Varig em duas empresas, conforme propõe a consultoria Alvarez & Marsal: uma, livre das dívidas, ficaria com os vôos domésticos e seria leiloada a investidores privados, sob financiamento do BNDES; a outra manteria as rotas internacionais e assumiria as dívidas, mas ficaria com os R$ 4,5 bilhões que a Varig cobra na Justiça da União por causa de prejuízos com planos econômicos passados, além de créditos de ICMS de 15 estados, estimados em R$ 1,2 bilhão, que também estão sendo cobrados judicialmente.

Nesta sexta-feira, o jornal de negócios russo “Viedomosti” publicou que o magnata Boris Berezovski está negociando a compra de ações da Varig. Ex-proprietário das companhias aéreas russas Aeroflot e Transaero, o empresário se recusou a comentar o assunto. No entanto, porta-voz da Varig, Flavia Caldeira, confirmou que Berezovski fez oferta pela empresa, embora não tenha dado detalhes. Na segunda-feira, os credores da Varig farão assembléia no Rio para discutir as propostas que estão na mesa de negociações. A mais forte é a da Alvarez & Marsal.


Valor Online
05/05/2006 -20:21h
Sindicalista acredita que proposta de cisão da Varig tem grandes chances de ser aprovada

Murillo Camarotto

SÃO PAULO - A proposta de divisão da Varig em duas empresas distintas, sendo uma com os vôos nacionais e a outra com as rotas internacionais e as dívidas, foi bem recebida pelos credores da companhia, que se reuniram nesta sexta-feira com advogados da Varig. De acordo com a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, se não houver mais nenhuma surpresa, a proposta deve ser aprovada na próxima segunda-feira, durante assembléia de credores. A sindicalista lembrou, no entanto, que os credores da classe 1, que representam a TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) ainda resistem à cisão, pois têm sua própria oferta de compra da aérea.

Se a aprovação for confirmada, o leilão da parte doméstica da Varig deverá ser realizado no início do mês de julho. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez e Marsal (responsável pela reestruturação da Varig), o preço mínimo para compra da companhia está estimado em US$ 700 milhões.

De acordo com as regras do leilão, apenas empresas aéreas nacionais poderão se candidatar à compra dos ativos. No entanto, essas companhias poderão entrar no negócio em parceria com fundos de investimentos. Empresas aéreas estrangeiras poderão entrar no leilão dentro do limite da lei, que estipula um teto de 20% de participação.

Segundo Gomes, 27 companhias aéreas nacionais já foram pré-qualificadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para participar de um eventual leilão. Selma Balbino, revelou ao Valor Online o nome de cinco empresas que já estariam credenciadas no BNDES para entrar no negócio. São elas: TAM, Gol, BRA, OceanAir e WebJet.

Com a aprovação do plano, o BNDES deverá divulgar já na terça-feira, segundo Gomes, as condições do empréstimo-ponte de US$ 100 milhões, que seriam usados para financiar as atividades da Varig até a data do leilão. Na prática, o banco de fomento fornecerá os recursos para uma empresa intermediária que, por sua vez, emprestará dinheiro à Varig. Após a definição do comprador, o BNDES poderá financiar até 50% do valor do negócio.

Pelas diretrizes da proposta, os US$ 700 milhões seriam utilizados para pagar dívidas da Varig Internacional. Já a Varig Nacional, mais sadia, poderia ter seu fluxo de caixa utilizado na recuperação financeira da companhia internacional. Possíveis créditos do governo federal, referentes às perdas geradas pelo congelamento de preços na década de 90, também entrariam nos cofres da Varig Internacional.



Invertia / Terra
05/05/06 - 19:56h

Crise pode se resolver na 2ª, diz presidente da Varig
Fonte: Agência Brasil

A crise financeira da Varig, desencadeada por uma dívida total da empresa que soma R$ 7 bilhões, pode ter uma solução definitiva na próxima segunda-feira, após reunião com os credores, no Rio de Janeiro. A informação foi dada pelo presidente da empresa, Marcelo Bottini, durante seminário sobre transporte aéreo como setor estratégico para o desenvolvimento do turismo, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda.

Ele disse que a Varig recebeu quatro propostas. "A primeira é a compra da companhia de aviação pela Variglog, de transportes de cargas, por US$ 400 milhões. Outra seria um plano da venda de um ativo, ou seja, as linhas nacionais, por meio de leilão a ser realizado em um prazo de 30 a 60 dias, com lance mínimo de US$ 700 milhões", contou.

"A terceira idéia, apresentada por trabalhadores do grupo Varig traz o mesmo conceito da venda do ativo doméstico, por meio da atração de investidores. O último projeto é o do consultor Jayme Toscano, intermediário de um investidor, que oferece U$ 1,8 bilhão pela compra da empresa", completou.

Bottini informou que já vêm ocorrendo várias ações no sentido de reduzir gastos do plano de recuperação da Varig - aprovado em 19 de dezembro do ano passado, pelos credores da companhia. "Um deles foi a suspensão do vôo para o Japão que estava dando prejuízos de US$ 1 milhão por mês. Outra iniciativa recente é a desativação de tripulações técnicas e de bordo em Los Angeles, nos Estados Unidos.", observou.

A reestruturação da empresa também inclui a demissão de funcionários. "Na parte de redução de pessoal, estamos esperando a definição de segunda-feira para fazer o ajuste necessário. Não podemos prever se a empresa será divida, sabemos que o que vai acontecer agora é uma fase de ajustes, para que a Varig volte a crescer novamente no futuro", disse.

A Varig, que ainda permanece como a maior empresa área brasileira de vôos internacionais, possui 60 aeronaves. Por conta da crise, a empresa teve prejuízos de 20% a 30% na venda de passagens.


05/05/2006 - 19h54
Folha On Line
Proposta de divisão da Varig é a mais viável, diz sindicato dos aeroviários
IVONE PORTES

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, saiu otimista hoje da reunião dos credores da Varig, em que foi apresentada a chamada "proposta de consenso", criada pelo governo federal, em conjunto com os credores e a Justiça do Rio. A proposta prevê a divisão da empresa, uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

De acordo com ela, essa é a proposta mais viável e, se for aprovada na próxima segunda-feira, durante a assembléia dos credores, em um prazo de sete dias entra o empréstimo-ponte, estimado em cerca de US$ 100 milhões.

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve conceder um empréstimo para o investidor que tiver condições de comprar a operação doméstica da Varig, dentro da proposta de divisão da empresa.

"É tudo o que a empresa precisa para continuar suas operações, desencravar e parar de perder mercado", disse Selma, ao sair da reunião.
Caso a proposta seja aprovada, a empresa doméstica poderá ser leiloada em um prazo estimado de 60 dias. De acordo com Selma, já demonstraram interesse em participar do leilão a TAM, Gol, BRA, Webjet, e OceanAir, entre outras menores.

De acordo com a proposta apresentada hoje aos credores, segundo a presidente do sindicato, a Varig internacional ficaria com 25 aviões e a doméstica com 30.

Entretanto, a Varig internacional poderá também operar rotas domésticas de grande densidade por freqüência e fundamentais para alimentação da malha internacional.

Selma destacou, como exemplo, as rotas para Manaus. "Esta é uma rota com concentração grande de turistas."

Durante a apresentação, porém, não ficou claro se ocorrerão demissões. "Mas se houver terão que respeitar os acordos coletivos", afirmou a sindicalista.

Quantos à milhas, ela afirmou que deverão ficar concentradas na Varig internacional, para não criar obstáculo para o novo investidor na companhia doméstica.

"Pelo que foi colocado, o usuário não vai perder as milhas. Esse ponto foi apresentado com muito cuidado, até porque é um dos atrativos da companhia."

Outras duas propostas serão analisadas pelo conselho na próxima segunda-feira. Mas, para Selma, nenhuma delas é concreta.

O consultor Jayme Toscano propôs US$ 1,9 bilhão pela aérea, o que incluiria a aquisição do controle das três empresas em recuperação judicial --Varig, Rio Sul e Nordeste. Ele não afirmou quem seria o investidor por trás desses recursos.

Já a TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) ofereceu R$ 2,5 bilhões, cujo pagamento seria feito com parte dos recursos do fundo de pensão Aerus, que está em liquidação.

A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, anunciou hoje que retirou sua proposta de compra da ex-controladora por US$ 400 milhões.



Invertia / Terra
05/05/06 - 19:49h
Leilão da Varig ocorrerá daqui 60 dias e preço mínimo é US$ 700 mi

Fonte: Reuters

A Varig revelou nesta sexta-feira detalhes da sua chamada "proposta de consenso", que alia o seu Plano de Recuperação Judicial a interesses do governo. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, a proposta prevê o leilão da parte doméstica da companhia aérea em 60 dias, com preço mínimo ao redor de US$ 700 milhões.

"Esse modelo de separação provocaria uma potencialidade de a Varig doméstica crescer e a Varig internacional também... com o capital que vai adquirir da venda do leilão da Varig nacional", disse Gomes.

O consultor disse que a proposta foi apresentada nesta sexta-feira para que credores da companhia a avaliem antes da assembléia da próxima segunda-feira, na qual concorrerá com outras duas propostas - uma do investidor Jayme Toscano, que ofereceu US$ 1,9 bilhão pela empresa, e outra da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que pagaria US$ 2 bilhões.

A quarta proposta, da VarigLog, ex-subsidiária da companhia, foi retirada nesta sexta-feira. A empresa de logística, adquirida pela Volo do Brasil - empresa formada por empresários brasileiros e pelo fundo norte-americano Matlin Patterson -, oferecia US$ 400 milhões pela empresa e o compromisso de manter 6 mil dos 11 mil empregos da companhia.

Gomes disse que a retirada da VarigLog já era esperada, devido a dificuldades legais que encontraria, e que não descarta a participação da empresa no leilão. Segundo o consultor, a proposta foi bem recebida pelos credores e já há "mais de 10 grupos que já se apresentaram como interessados", entre companhias aéreas e fundos.

"A Anac (agência reguladora do setor) pré-qualificou 27 empresas para essa aquisição, que são as empresas aéreas nacionais", disse Gomes.

Se aprovada a proposta, segundo ele, no dia seguinte o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciará um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões para a Varig.

De acordo com Gomes, contingências e dívidas ficarão na Varig internacional, que tem 19 aeronaves. A parcela doméstica da companhia conta com 36 aeronaves, ainda conforme o consultor.

A dívida da parte internacional da companhia é de mais de R$ 7 bilhões.


05/05/06 - 19:45h
Estadão

Confirmado leilão da Varig em 60 dias
O preço mínimo deve girar em torno de US$ 700 milhões

Mônica Ciarelli

RIO DE JANEIRO - Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, consultoria responsável pela reestruturação da Varig, informou hoje que já existem mais de dez grupos interessados em participar do leilão da Varig doméstica. A proposta de cisão da companhia aérea em duas empresas: uma para atuar no mercado doméstico e outra no internacional foi apresentada hoje oficialmente aos credores. A intenção foi dar tempo aos credores para que analisem a oferta antes da assembléia que votará o tema na próxima segunda-feira.

Gomes informou que o leilão irá ocorrer daqui a 60 dias e que o preço mínimo deve girar em torno de US$ 700 milhões. Segundo ele, os estrangeiros poderão participar dos consórcios interessados no leilão desde que não ultrapasse o limite de 20% do capital estabelecido pela legislação do setor.

Ele acredita que a proposta de cisão da companhia aérea é positiva ao permitir uma injeção de recursos na nova empresa, a Varig Internacional. Isto porque, os recursos oriundos do leilão da parte doméstica irá para o caixa da Varig Internacional. Segundo ele, os credores receberam bem a proposta.

Em teleconferência, o diretor informou que o banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá conceder um financiamento de US$ 100 milhões à Varig até o leilão, como forma de antecipação de crédito. Se a proposta for aprovada, o BNDES irá divulgar na terça-feira as condições do empréstimo.

A decisão da VarigLog de retirar sua oferta de compra da companhia não surpreendeu o executivo. Entretanto, o executivo não descarta o interesse da VarigLog no leilão da parte doméstica. Pela proposta apresentada oficialmente aos credores hoje, a Varig Doméstica a ser leiloada ficará com 36 aeronaves e a Internacional com 19 aviões.


Invertia / Terra
05/05/06
- 19:34h
Infraero prorroga por 5 dias prazo de dívida da Varig
Fonte: Agência Brasil

A Infraero decidiu prorrogar por mais cinco dias o prazo que vencia ontem para a companhia aérea acertar a dívida acumulada desde setembro do ano passado referente a taxas aeroportuárias. A decisão foi tomada diante do adiamento da assembléia de credores da Varig para o próximo dia 8, por falta de quórum.

Segundo a Infraero, a dívida no período chega a R$ 135 milhões. Com a decisão, a cobrança diária à Varig começará a ser feita na sexta-feira da semana que vem.

A informação foi dada nesta sexta-feira pela assessoria de imprensa da Infraero, um dos credores estatais da Varig. A assessoria confirmou que o valor da taxa devida pela Varig gira em torno de R$ 900 mil por dia. A dívida total acumulada pela companhia junto à Infraero, porém, é superior a R$ 500 milhões, segundo os assessores da instituição.

Dependendo do que for aprovado na assembléia, a Varig terá de sentar com a Infraero para conversar e encontrar alguma maneira de quitar a dívida, destacou a assessoria. Caso a Varig continue inadimplente, não está descartada a adoção de sanções legais, de acordo com análise de especialistas.


Jornal de Turismo
05/05/06 - 18:51h
Varig amplia descontos para até 90% no aniversário
por pratti

A Varig ampliou para até 90%, a partir de amanhã, 6 de maio, a faixa de descontos nas tarifas dos vôos domésticos da promoção “Mês do Aniversário”. Com validade até 31 deste mês, a promoção é parte da comemoração pelos 79 anos da companhia.

O desconto máximo de 90% abrange 13 trechos domésticos. Com isso, é possível viajar no trecho Brasília/Goiânia por apenas R$ 51 ou pagar R$ 83 pelo bilhete Rio/Vitória. Além de oferecer descontos, a promoção permite ao passageiro acumular milhas no Programa Smiles.

Outra novidade é a promoção exclusiva na ponte aérea Rio/São Paulo, onde os passageiros têm bom motivo para viajarem acompanhados. Na compra do bilhete ida-e-volta no valor de R$ 798, a Varig oferece uma passagem de acompanhante por apenas R$ 79. E mais: os dois acumulam milhas no Programa Smiles por cada trecho voado. Para ter ao direito ao desconto, o passageiro e o acompanhante precisam viajar juntos na ida e na volta.


05/05/2006 - 17:55h
Magnata russo Boris Berezovski é interrogado pela Procuradoria
Folha Online

O magnata russo Boris Berezovski foi interrogado hoje pelos procuradores da República Silvio Luís Martins de Oliveira e Rodrigo De Grandis e pela Polícia Federal na investigação que apura crimes financeiros na gestão do Corinthians pelo fundo de investimentos MSI.

O interrogatório durou oito horas. O MSI seria comandado por Berezovski, que vive na Inglaterra na condição de refugiado.

O Ministério Público Federal obteve na noite de ontem autorização do juiz Márcio Rached, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, para interrogar Berezovski e apreender documentos.

O orgão pediu a autorização judicial quando soube que Berezovski estaria no jogo de ontem entre Corinthians e River Plate pela Taça Libertadores.

Hoje, de posse de informações de que Berezovski embarcaria de volta ao Reino Unido em seu avião particular, no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a Polícia Federal cumpriu a ordem.

Berezovski esteve à disposição do Ministério Público federal das 6h às 14h e com ele foram apreendidos dois notebooks, celulares e documentos que serão analisados na investigação do caso MSI/Corinthians. Assim que terminou o depoimento, foi liberado.



O Dia
050/5/2006 17:54h
VarigLog retira proposta de compra da Varig


São Paulo - A VarigLog, ex-subsidiária da Varig, anunciou nesta sexta-feira que retirou sua proposta de compra da endividada companhia aérea.

De acordo com a VariLog, os acionistas da empresa ponderaram que o processo de venda da Varig está muito demorado e preferiram se concentrar nas atuais atividades.

A VarigLog foi adquirida pela Volo do Brasil, empresa formada por empresários brasileiros e pelo fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson.

Recentemente, a VarigLog ofereceu uma proposta de R$ 400 milhões para comprar sua antiga controladora.


O Dia
05/05/2006 - 17:08h
Milionário russo que quer comprar a Varig é detido pelo MP

O milionário russo Boris Berezovsky foi detido na manhã desta sexta-feira pelos procuradores do Ministério Público Federal para ser interrogado em São Paulo. Berezovsky estava no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, quando tentava embarcar para Londres. O russo estaria no País para tentar comprar a empresa aérea Varig. A companhia confirmou hoje ter recebido uma oferta dele.

O Ministério Público obteve um mandado de busca pessoal e apreensão - autorizado pelo juiz Márcio Rached, da 6ª Vara Criminal de São Paulo. O russo é investigado pelo crime de lavagem de dinheiro.

Berezovsky prestou depoimento por oito horas e foi liberado em seguida, após negar qualquer ligação com o Corinthians - existe a suspeita de que ele seria um dos donos do fundo de investimentos MSI, controladora do clube.


05/05/2006 - 16h58
Folha On Line
VarigLog retira proposta de compra da Varig
IVONE PORTES

A VarigLog, ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, anunciou hoje que retirou sua proposta de compra da ex-controladora.

A empresa havia oferecido US$ 400 milhões para ficar com a parte boa da Varig, que exclui dívidas estimadas em R$ 7 bilhões.

Hoje, entretanto, a assessoria de imprensa da empresa afirmou que decidiu desistir porque o processo "está demorando muito" e por isso prefere "se concentrar nas operações de logística" --ou seja, na própria VarigLog.

A proposta de compra, entretanto, nunca foi bem-recebida por credores e trabalhadores da Varig. A VarigLog chegou a propor a demissão de metade dos funcionários da companhia aérea. Além disso, pretendia dar aos credores apenas 5% das ações da empresa que reuniria a parte boa da Varig.

Na assembléia da Varig que acontecerá nesta segunda-feira, os credores poderão analisar outras propostas de compra apresentadas à empresa.

A mais cotada é a criada pelo governo federal, em conjunto com os credores e a Justiça do Rio, que prevê a divisão da empresa: uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

Caso esta proposta seja aprovada, a primeira empresa poderá ser leiloada em um prazo estimado de 60 dias.

Outras duas propostas serão analisadas pelo conselho. O consultor Jayme Toscano propôs US$ 1,9 bilhão pela aérea, o que incluiria a aquisição do controle das três empresas em recuperação judicial --Varig, Rio Sul e Nordeste. Ele não afirmou quem seria o investidor por trás desses recursos.

Já a TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) ofereceu R$ 2,5 bilhões, cujo pagamento seria feito com parte dos recursos do fundo de pensão Aerus, que está em liquidação.




Valor Online
05/05/2006 - 16:20
VarigLog diz ter retirado proposta de compra da Varig
Paula Cleto e Murillo Camarotto

SÃO PAULO - A assessoria de imprensa da VarigLog informou que a empresa retirou a proposta de compra que tinha feito pela Varig, no valor de US$ 400 milhões. A empresa, antiga subsidiária da Varig e que foi comprada pela Volo do Brasil, vai agora se concentrar em sua atividade principal, a logística. Por meio da assessoria, a VarigLog informou ainda que a morosidade do processo de solução para a crise da empresa aérea foi outro motivo para a desistência.

Procuradas pelo Valor Online, tanto a Varig quanto a 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro disseram ainda não terem sido comunicadas da decisão.

A proposta era de pagamento de US$ 400 milhões por uma " nova Varig " , a ser constituída sem dívidas a partir do plano de reestruturação da Varig. A compradora assumiria as dívidas contraídas após a reestruturação e usaria os US$ 400 milhões para regularizar salários, impostos e manutenção de aeronaves. Os funcionários (que somariam cerca de 6,5 mil após a reestruturação) teriam um assento no Conselho de Administração e 5% da nova companhia ficariam para a " Varig antiga "

Essa é uma das quatro ofertas feitas pela Varig e que precisam ser avaliadas pelos credores. A assembléia marcada para dia 2 com essa finalidade foi adiada para dia 8, porque alguns dos credores (como o fundo de pensão Aerus) não compareceram.

Por intermédio da assessoria, a VarigLog disse esperar que seja encontrada uma saída para o impasse na empresa aérea, por considerar que ela é de grande importância para o mercado brasileiro.

Hoje está sendo realizada uma reunião entre os credores e a Alvarez & Marsal (consultoria encarregada do processo de reestruturação) na qual se analisa a proposta de cisão da companhia em duas: uma "Varig nacional", com os vôos domésticos, e uma "Varig internacional", com as rotas ao exterior e as dívidas da aérea.

05/05/06 - 16:19h
Estadão

Magnata russo negocia a aquisição de ações da Varig
Não foram dados detalhes sobre a transação, mas um porta-voz da companhia aérea confirmou a oferta

EFE

MOSCOU - O magnata russo exilado em Londres Boris Berezovski negocia a aquisição de ações da Varig, informou nesta sexta-feira o jornal de negócios russo Viedomosti. O empresário, ex-proprietário das companhias aéreas russas Aeroflot e Transaero, negou-se a comentar o assunto com o jornal. Porém, sem dar detalhes, uma porta-voz da Varig, Flavia Caldeira, confirmou a oferta.

Berezovski, que após suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, foi acusado de fraude e recebeu asilo político no Reino Unido, vendeu há tempos todos os seus negócios na Rússia, na comunidade pós-soviética e na Europa oriental.

Viedomosti, editado juntamente do The Wall Street Journal e do Financial Times, comentou que o magnata escolheu investir em uma companhia "problemática", em alusão à grave crise financeira enfrentada pela companhia aérea brasileira.

Passo excêntrico

"Seria um passo muito excêntrico", disse ao jornal a analista da investidora russa Aton, Tatiana Kapustina, em alusão às dívidas da companhia e às despesas para reestruturar sua gestão. Mesmo com a declaração, Tatiana destacou que a Varig supera a Aeroflot em seu parque de aviões e no capital que movimenta.

Representantes da Fundação Ruben Berta, principal acionista da Varig, negaram-se a comentar o assunto, enquanto o departamento de investimentos da companhia indicou que todas as ofertas de compra são por enquanto extra-oficiais.

Tais ofertas deverão ser aprovadas pelos credores da Varig numa reunião do próximo dia 8, e depois pela Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo caso de quebra da companhia.

Ofertas

Segundo a agência Dow Jones, a Varig recebeu até agora três ofertas de investidores brasileiros que contam com mais probabilidades de concretização que a de Berezovski, pois as leis brasileiras não permitem que estrangeiros adquiram mais de 20% das ações das companhias nacionais.

A Varig, com cerca de 11 mil empregados, tem dívidas de cerca de R$ 9,2 bilhões, a maior parte com organismos públicos. Nas últimas semanas, a companhia admitiu não ter recursos em caixa para custear as obrigações diárias, como combustível e aluguéis nos aeroportos.


05/05/2006 - 16h15m
O Globo

Ações da Varig caem 24,2%


SÃO PAULO - As ações da Varig despencaram nesta sexta-feira depois que a VarigLog retirou a oferta de compra da companhia por US$ 400 milhões. A empresa diz ter cansado da morosidade do processo. Às 16h13, os papéis (Varig PN) caíam 24,2%.


05/05/06 - 15:58h
Estadão
VarigLog retira proposta de compra da Varig
A decisão já era esperada por parte dos credores, por conta do fortalecimento da proposta da divisão da Varig em duas

Nilson Brandão Júnior

RIO - A VarigLog informou nesta sexta-feira que decidiu retirar a proposta de compra da Varig no valor de US$ 400 milhões. A empresa explicou que o processo está transcorrendo com morosidade e, dessa forma, a empresa se concentrará no seu negócio estratégico, que é a logística de cargas.

A decisão será encaminhada na tarde desta sexta para a Varig e para a 8ª Vara Empresarial. A retirada da proposta já era esperada por parte dos credores, por conta do fortalecimento da proposta da divisão da Varig em doméstica e internacional.

Com a cisão, a empresa nacional, saneada das dívidas, seria leiloada a investidores privados, sob financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).

Já a outra, além das rotas internacionais, arcaria com as dívidas, mas também ficaria com os créditos de cerca de R$ 4,5 bilhões que a Varig cobra na justiça da União por causa de prejuízos sofridos com planos econômicos do passado, além de créditos de ICMS, estimados em R$ 1,2 bilhão, de 15 Estados - créditos que também são frutos de ações judiciais.
Este texto foi atualizado às 16h13.


05/05/2006 - 15h53m
O Globo

VarigLog retira proposta de compra da Varig

Erica Ribeiro

RIO - A assessoria de imprensa da empresa de logística VarigLog informou nesta sexta-feira que a empresa retirou sua proposta para a compra da companhia aérea Varig no valor de US$ 400 milhões.

A Varig e o juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Luiz Roberto Ayoub, estão sendo comunicados da desistência da ex-subsidiária da Varig de participar da assembléia de credores prevista para a próxima segunda-feira.

Segundo a assessoria de imprensa, o motivo da desistência é a morosidade na solução para a companhia ser vendida.

A empresa também informou que a partir de agora a VarigLog vai se concentrar em sua atividade na área de logística e espera que a Varig "consiga encontrar uma solução de mercado".

Segundo fontes, a VarigLog já teria antecipado US$ 80 milhões em recebíveis e espera que esse valor seja pago.

Com a saída da VarigLog da lista de propostas, a assembléia avaliará três propostas: uma do governo, que prevê a divisão da Varig em duas empresas - uma doméstica e uma internacional; uma do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que prevê a criação de uma Varig operacional e o uso de recursos do fundo de pensão Aerus para investir na empresa; e a proposta oferecida pelo consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores de um grupo financeiro europeu, dispostos a injetar US$ 1,9 bilhão na Varig.

No início da tarde desta sexta-feira foi reiniciada a reunião da consultoria Alvarez & Marsal para discutir detahes da proposta do governo.


05/05/06 - 15:25h
Estadão

Termina primeira etapa da reunião de credores da Varig
As discussões, que giram em torno da cisão da companhia aérea em duas, transcorrem tranqüilamente

Nilson Brandão

RIO - Terminou por volta de 13h30 desta sexta-feira a primeira etapa da reunião da Varig com seus principais credores, com o objetivo de detalhar mudanças no plano de recuperação judicial. Com início às 10 horas, o encontro foi retomado às 15 horas, sem previsão para seu término.

A principal delas é a divisão da empresa em duas. Na cisão, uma parte - a doméstica - deve ser vendida em leilão. Participam da discussão credores estatais, como Infraero e Banco do Brasil, e privados, como arrendadores de avião, e ainda representantes de trabalhadores, além do Fundo de Pensão Aerus.

De forma geral, segundo dois representantes de credores que participaram do encontro, foi informado que a Varig Doméstica deverá nascer com 30 jatos e a frota internacional com 25 aeronaves. Foi informado também que empresas aéreas regulares e não regulares poderão participar dos consórcios que disputarão o leilão. O valor mínimo da parte doméstica seria de US$ 750 milhões, dos quais US$ 100 milhões poderiam ser antecipados por financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). A informação também é de que caso seja aprovada a proposta na segunda-feira, o BNDES já nos dias seguintes deverá divulgar o detalhamento do empréstimo-ponte.

Segundo a presidente do Sindicato de Aeroviários, Selma Balbino, a reunião transcorre de forma "tranqüila", e há expectativas de que "dificilmente o plano deixará de ser aprovado na assembléia". Selma reconhece, contudo, que uma incógnita está na votação da classe 1 de credores e trabalhadores. Há uma divisão entre empregados e um grupo representado pelo movimento Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que defende uma proposta própria. Essa idéia também deverá ser votada na assembléia. Ainda assim, a presidente acredita que o chamado Plano B poderá ser aprovado.


05/05/2006 - 14h24m
O Globo

Termina primeira parte da reunião de credores da Varig

Érica Ribeiro

RIO - Terminou há pouco a primeira parte da reunião entre os principais credores e os executivos da consultoria Alvarez & Marsal, iniciada nesta sexta-feira, às 10h. Os executios da consultoria retornarão às 15h, após a pausa do almoço, para discutir os últimos detalhes sobre a proposta elaborada pelo governo junto com a consultoria de divisao da Varig em duas empresas: uma Varig doméstica, que seria colocada posteriormente em leilão, e a Varig Internacional, que permaneceria no plano de recuperação judicial (Lei de Falências) e ficaria com o passivo da companhia.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, na primeira parte da reunião, o diretor da consultoria, Marcelo Gomes apresentou algumas alterações na proposta inicialmente apresentada aos credores, entre elas, o aumento da frota internacional, de 19 para 25 aviões, e redução da frota da Varig nacional, de 36 para 30 aviões.

Segundo Selma, se o plano for aprovado nesta segunda-feira na assembléia de credores, no Rio, o BNDES divulgará no dia seguinte o detalhamento do empréstimo ponte, no valor de US$ 100 milhões, para investidores interessados no leilão da Varig Doméstica. Além disso, segundo Selma, outro ponto discutido na reunião é que empresas não regulares, incluindo companhias internacionais, no limite da lei, possam participar de consórcios que deverão disputar o leilão.

A presidente do sindicato considerou o clima da reunião muito bom.

- Acho o clima muito bom e dificilmente deixará de ser aprovada (a proposta), a não ser pelo voto da classe 1 (Trabalhadores), porque o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) defende o seu plano e morre abracado a ele (a proposta da TGV será uma das quatro a serem votadas na assembéia de segunda-feira). Queremos uma solução que também preserve a empresa e a que se mostra viável é a do governo - afirmou Selma.


Invertia / Terra
Varig confirma oferta de dono da empresa que controla o Corinthians
05/05/06 - 12h14 - Atualizada às 15h33
Fonte: Agência EFE


A Varig confirmou hoje ter recebido oferta de compra feita pelo magnata russo exilado em Londres Boris Berezovski, dono da MSI - empresa que controla o futebol do Corinthians. A confirmação veio por meio de uma porta voz, em entrevista à edição online do jornal de negócios russo Viedomosti.

O empresário, ex-proprietário das companhias aéreas russas Aeroflot e Transaero, negou-se a comentar o assunto com o jornal, mas uma porta-voz da Varig, Flavia Caldeira, confirmou que Berezovski fez uma oferta, embora não tenha dado detalhes.

Berezovski, que após suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, foi acusado de fraude e recebeu asilo político no Reino Unido, vendeu há tempos todos os seus negócios na Rússia, na comunidade pós-soviética e na Europa oriental.

Viedomosti, editado conjuntamente com o The Wall Street Journal e o Financial Times, comentou que o magnata escolheu investir em uma companhia "problemática", em alusão à grave crise financeira enfrentada pela companhia aérea brasileira.

"Seria um passo muito excêntrico", disse ao jornal Tatiana Kapustina, analista da investidora russa Aton, em alusão às dívidas da companhia e às despesas para reestruturar sua gestão, embora tenha destacado que a Varig supera a Aeroflot em seu parque de aviões e no capital que movimenta.

Representantes da Fundação Ruben Berta, principal acionista da Varig, negaram-se a comentar o assunto, enquanto o departamento de investimentos da companhia indicou que todas as ofertas de compra são por enquanto extra-oficiais.

Tais ofertas deverão ser aprovadas pelos credores da Varig numa reunião do próximo dia 8, e depois pela Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo caso de quebra da companhia.

Segundo a agência Dow Jones, a Varig recebeu até agora três ofertas de investidores brasileiros que contam com mais probabilidades de concretização que a de Berezovski, pois as leis do Brasil não permitem que estrangeiros adquiram mais de 20% das ações das companhias nacionais.

A Varig, com cerca de 11 mil empregados, tem dívidas de cerca de R$ 9,2 bilhões, a maior parte com organismos públicos, e nas últimas semanas admitiu não ter recursos em caixa para custear as obrigações diárias, como combustível e aluguéis nos aeroportos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na semana passada que o Governo poderia financiar uma operação que permita salvar a Varig.

Lula alertou que o Governo não injetará recursos públicos na companhia aérea para manter os vôos, mas pode financiar uma operação de salvação da empresa, que consistiria em créditos a uma companhia interessada em adquirir a Varig.