QUINTA, 06 DE ABRIL DE 2006
 
   

O GLOBO
06/04/2006 - 00:30h

A novela da Varig


Erica Ribeiro e Geralda Doca
RIO e BRASÍLIA

Espremida entre a pressão dos credores, o baixo fluxo de caixa e a falta de investidores, a Varig enfrenta mais uma crise e volta a pedir a ajuda do governo para continuar a voar. O presidente da companhia, Marcelo Bottini, descartou ontem a possibilidade de a empresa parar suas atividades mas admite que há urgência de dinheiro novo. Ele pediu audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para expor a situação. Lula, por sua vez, determinou uma análise do problema à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que chamou os credores públicos para uma reunião hoje.

A situação está sendo monitorada há alguns dias pela Casa Civil, mas integrantes do governo afirmam não há nada que indique uma intervenção direta no caso. A solução discutida seria de mercado. Ontem, chegou a ser noticiado que a empresa pararia de operar hoje. É necessário que haja investimento na companhia e isso tem que acontecer o mais rapidamente possível.

Ainda não tive um contato com o presidente Lula, mas temos feito contato com a ministra Dilma e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), há duas semanas. Já se fala do risco de a empresa parar há dez anos. Mas garanto que não há essa possibilidade disse Bottini.

Segundo ele, além da falta de um investidor, a Varig alega que o primeiro semestre é um período de baixa estação, com queda na venda de passagens, mais um fator que compromete o caixa. O caixa é bastante limitado e, por isso, temos pressa. Propomos ao governo e a credores do governo, como Infraero e BR Distribuidora, uma linha de crédito, uma facilitação por alguns meses para o pagamento das dívidas a partir do segundo semestre acrescentou.

Agência já avalia mercado sem Varig

Mesmo com a pressão da Varig, o Executivo não tem margem de manobra para evitar uma paralisação da empresa. De acordo com um técnico envolvido nas negociações, embora seja o principal sócio da BR, o governo não poderá determinar à distribuidora que dê um prazo de 60 dias como quer a empresa para pagar o combustível. Isso porque a medida precisa do aval dos acionistas minoritários e dificilmente seria aprovada, por se tratar de gestão temerária, diante do agravamento da situação financeira da Varig. Já a Infraero está presa a um acórdão do TCU.

Depois de uma auditoria, o tribunal determinou à estatal adotar medidas administrativas e judiciais para cobrar as dívidas da Varig, bem como evitar que o endividamento cresça. Na decisão, o TCU exige ainda o envio de um relatório com todas as ações tomadas para garantir o recebimento dos débitos atrasados. O acórdão foi endossado pelo procurador da República, Edson Pereira Peixoto, em fevereiro deste ano.

A Varig, que tem uma dívida atrasada com a Infraero de R$ 500 milhões, quer que a estatal suspenda a cobrança das tarifas aeroportuárias por cinco meses, a contar de abril. Para evitar que o débito aumente, a estatal passou a exigir pagamento antecipado (cerca de R$ 900 mil por dia) para que a Varig possa utilizar os aeroportos. A cobrança entrará em vigor tão logo seja publicada no Diário Oficial decisão do Tribunal Regional Federal da 2 Região que derrubou a liminar que isentava a empresa do pagamento.

Na terça-feira, a Anac já avaliava a capacidade das concorrentes em absorver o mercado caso a Varig pare de voar, quando foram ouvidas a TAM e a Gol. Ontem, foi a vez da BRA e da Ocean Air. A crise tem contribuído para a Varig encolher sua participação de mercado. Em fevereiro de 2006, a empresa respondeu por 19,25% dos vôos domésticos, contra 29,77% no mesmo período do ano passado.

No mercado internacional, a participação caiu de 79,88% em fevereiro de 2005 para 71,49% em 2006. Bottini afirmou que uma das estratégias da empresa é concentrar as operações nos vôos internacionais e manter vôos domésticos apenas nas principais cidades brasileiras, como forma de reduzir custos e garantir a operação em rotas rentáveis.

A proposta apresentada na terça-feira pela VarigLog, de aporte de US$ 350 milhões e a divisão da companhia em duas partes, uma operacionalmente saudável e que ficaria com o investidor e outra responsável pela dívida. O corte de cinco mil funcionários e a redução da frota não agradou aos credores. Bottini admite que a proposta é complexa e será novamente discutida. A primeira tentativa aconteceu ontem à noite.

A VarigLog convocou uma reunião com executivos do fundo de pensão Aerus, que, inicialmente, não foi citado na proposta apresentada. O fundo cobra da empresa o pagamento de parcelas atrasadas da renegociação de uma dívida de R$ 1 bilhão prevista para terminar em 2022. O presidente do Aerus, Odilon Junqueira, relatou ontem a situação da Varig à Secretaria de Previdência Complementar (SPC), em Brasília.

Ontem, os credores aprovaram, em assembléia, a criação do Fundo de Investimento de Participações (FIP Controle), que vai concentrar as ações hoje em poder da Fundação Ruben Berta (FRB). O banco Brascan vai assumir o gerenciamento do fundo e será responsável por atrair investidores. O processo de criação do fundo deverá se concluir em dez dias.
COLABORARAM: Cristiane Jungblut e Henrique Gomes Batista

 

05/04/2006 - 20h20
BNDES não confirma negociação de socorro à Varig
ANA PAULA RIBEIRO da
Folha Online, em Brasília

O novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Demian Fiocca, não confirmou hoje se a instituição irá negociar uma ajuda financeira à Varig.

"O BNDES não se pronuncia sobre questões que estão em conversações, em negociações. Se tivesse [uma negociação] eu não poderia dizer", disse.

Fiocca ressaltou que o BNDES trata todas as operações de maneira técnica e que na última negociação com a Varig, ela não se deu de forma direta, já que o dinheiro foi emprestado ao comprador da Varig Log e da VEM (Varig Engenharia e Manutenção), e não diretamente à empresa.

"O BNDES não emprestou para a Varig. O BNDES facilitou o empréstimo ao comprador para que o comprador pudesse desembolsar [recursos) para a Varig. De um modo geral o governo entende que, sempre que possível, é importante contribuir para que setores em dificuldade não enfrentem crises maiores", disse.

Para Fiocca, caso o BNDES volte a negociar com a Varig, o rigor técnico será mantido. "Se viemos a enfrentar essa questão novamente, vamos dar o mesmo tratamento técnico."

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, já pediu uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre a situação da Varig. Disse que a empresa tem um caixa "limitado" e que negocia uma linha de crédito com fornecedores, Infraero (empresa que administra aeroportos) e BR Distribuidora.

Prioridades

Questionado sobre quais são as prioridades do banco para esse ano, ele disse que o foco maior será nos setores de externalidades positivas para economia. Ou seja, as operações que possam contribuir para o crescimento da economia.

Entre essas áreas, ele citou as de inovação tecnológica, infra-estrutura e geração de energia elétrica.

 

InvestNews
05/04 - 19:31
Possível ajuda à Varig será técnica, diz novo presidente
Fernando Nakagawa


BRASÍLIA, 5 de abril de 2006 - O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, afirmou hoje que uma possível ajuda à Varig passará por análises técnicas, como os demais financiamentos feitos pelo banco. O executivo não quis comentar o suposto pedido de ajuda ao governo federal feito pela companhia aérea, que passa por nova crise agravada nos últimos dias.
Logo após a posse, o novo presidente lembrou aos jornalistas que o BNDES já colaborou com a Varig na venda de duas subsidiárias, a VarigLog e a Varig Engenharia e Manutenção (VEM). Também disse que o governo entende que é positivo ajudar uma empresa que passa por dificuldades quando possível.
Apesar desse discurso aparentemente favorável à companhia aérea, Fiocca lembrou que o BNDES é uma instituição que trabalha com "prudência bancária" e que uma possível nova ajuda à Varig teria de receber tratamento técnico da instituição para a liberação de créditos.
O novo presidente do banco não respondeu se foi contatado pela Presidência da República, que teria recebido carta do presidente da Varig, Marcelo Bottini, pedindo ajuda urgente para a aérea, que poderia parar nas próximas horas por falta de capacidade de pagamento dos compromissos.
Sobre o mesmo assunto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se limitou a dizer que o Ministério não empresta recursos e que a questão deveria ser dirigida ao presidente do BNDES.

 

05 de abril de 2006 - 18:55
Varig: Fazenda não empresta recursos e BNDES terá decisão técnica
Hoje, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou já ter solicitado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, uma audiência para falar sobre o plano de recuperação e a atual situação financeira da empresa

Renata Veríssimo e Lu Aiko Otta

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que, se a Varig quiser um empréstimo do governo, terá que se dirigir ao Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) porque o Ministério da Fazenda não empresta dinheiro. Ele fez essa afirmação em resposta a uma pergunta de jornalistas se o governo ajudaria a companhia aérea com aporte de recursos.

Já o novo presidente da instituição, Demian Fiocca, limitou-se a afirmar: "Vamos tomar uma decisão técnica sempre dentro das regras de prudência bancária". Fiocca, ao ser novamente questionado se o Palácio do Planalto havia pedido uma atenção especial ao caso da Varig, repetiu que a decisão será técnica. Fiocca, porém, não confirmou nem desmentiu se há negociações entre o BNDES e a Varig porque, segundo ele, o BNDES não comenta casos específicos.

Apelos ao presidente

Hoje, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, informou já ter solicitado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, uma audiência para falar sobre o plano de recuperação e a atual situação financeira da empresa. Ele revelou que solicitou ao governo uma linha de crédito que permita adiar para o segundo semestre o pagamento aos principais fornecedores da companhia, entre eles Infraero e BR Distribuidora.

Segundo ele, essa linha poderia dar um alívio na situação financeira da Varig até o final da chamada baixa temporada, época em que tradicionalmente as receitas da empresa aérea diminuem. Bottini admitiu ainda que o caixa da Varig é "bastante limitado", o que exige uma solução mais rápida para a crise financeira em que ela está envolvida.

Ontem, a Infraero, estatal que administra os aeroportos brasileiros, deu um ultimato à Varig: se a companhia aérea não retomar os pagamentos diários das tarifas de operação nos aeroportos até o final desta semana, a estatal ameaça passar a cobrar os valores à vista nos aeroportos, no início de cada vôo da empresa. Com isso, várias rotas podem deixar de ser operadas e os clientes desses vôos poderão saber disso somente momentos antes da decolagem. A Varig deve R$ 116 milhões à Infraero.

Proposta da VarigLog não é bem aceita

Ontem, a companhia recebeu uma oferta da VarigLog, controlada por investidores brasileiros e o fundo americano Matlin Patterson. A oferta não foi bem recebida pelo principal credor da companhia, a Aerus. O projeto de compra da Varig pela ex-subsidiária VarigLog prevê um forte enxugamento da companhia, com queda dos cerca de 11 mil empregados atuais para apenas 6 mil, redução da frota de 71 (54 deles voando atualmente) para 48 aviões e a criação de uma nova empresa, sem dívidas. A proposta não contempla solução para o pesado endividamento, que ficaria isolado numa outra empresa. Sindicatos de trabalhadores e o fundo de pensão Aerus já rejeitaram ontem o projeto.

Segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, porém, os cortes podem ser ainda maiores. Ela disse que a proposta prevê a criação de uma nova empresa com apenas 4,9 mil empregados. Segundo os aeroviários, restariam na empresa 770 pilotos, 1,85 mil comissários e 2,25 mil empregados em terra.Na Varig, já há vários programas de desligamento incentivados, não quantificados ainda.

O presidente do Aerus, Odilon Junqueira, disse que o projeto deixa o fundo de pensão "no deserto", porque não reconhece a dívida acumulada. Segundo ele, "é consenso que os outros credores não devem aceitar". "Há um oportunismo grande na proposta. Querem ganhar dinheiro, comprar na bacia das almas", chegou a comentar o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Gelson Fochesato.

 

Valor Online
19:43 05/04
Novo presidente do BNDES toma posse e quer elevar financiamentos em 20% neste ano
Azelma Rodrigues

BRASÍLIA - O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, disse que vai trabalhar para aumentar em 20% o volume de financiamentos em relação ao de 2005, que foi de R$ 47 bilhões. Ele negou intenção do governo em liberar recursos diretos para a Varig.

Ao tomar posse cercado por cinco ministros, no Ministério do Desenvolvimento, o sucessor de Guido Mantega afirmou que o banco continuará adotando " solução técnica " no caso da Varig. Ele lembrou que, para a venda da VarigLog, o BNDES emprestou ao comprador e não à empresa aérea que está em dificuldades.

Ao desejar boa sorte a Fiocca, ex-vice-presidente do próprio BNDES, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, pediu que o banco estatal continue a um braço importante " para que o sonho de ter um país com crescimento acima de 5% ao ano possa se realizar " .

Mantega destacou que, durante o período de pouco mais de um ano que ficou à frente do BNDES, foi ampliado o volume de desembolsos, reduzido o spread (ganho com a diferença entre o custo de captação e aplicação) e foi reestruturada a área voltada para o mercado de capitais.
O ministro da Fazenda brincou na cerimônia, ao dizer que vai sentir saudades do BNDES e que " mal deu para sentir um gostinho da Lapa ou de Ipanema " , durante sua temporada na sede do banco no Rio de Janeiro.

Entre as prioridades da gestão para 2006, Fiocca destacou o financiamento a projetos de inovação tecnológica, infra-estrutura e geração de energia elétrica, que segundo ele terão os spreads menores (entre 0,8% a 1,8% anuais) pela propagação desses investimentos a outras áreas.

Ele disse ainda que a aprovação de projetos pelo banco cresceu 44%, de R$ 37 bilhões em 2004 para R$ 54 bilhões em 2005.

Economia
JB On Line
14:30h
Credores querem acelerar saída do presidente da Varig
Rafael Rosas

RIO - Os credores da Varig aprovaram hoje a nomeação do Banco Brascan para gerir o Fundo de Investimentos e Participações (FIP) que vai controlar a empresa aérea. A mudança deverá significar a saída, ainda esta semana, de Marcelo Bottini da gestão da companhia.
A instituição foi escolhida com 100% dos votos válidos na Assembléia de Credores realizada hoje. Agora, o Brascan começará a montagem do FIP-Controle, o que deverá levar cerca de dez dias.
Passado este período, o banco, na condição de gestor do FIP-Controle estará apto para mudar os cargos executivos da companhia, inclusive a presidência, ocupada por Bottini, que acumula o cargo de gestor interino,
justamente o que passará às mãos do Brascan.
Mas os credores pretendem adiantar o cronograma. Márcio Marsillac, coordenador do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que engloba as associações de funcionários da empresa, revelou que enviará ainda hoje à 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro um pedido para que o Brascan assuma imediatamente a gestão da companhia e tire Bottini do cargo.
Bottini se mostrou tranqüilo em relação à mudança.
"É bom agilizar a mudança, mesmo antes da constituição do FIP. Estamos perdendo tempo, enquanto a empresa está com uma situação muito delicada de fluxo de caixa", disse.

 

05/04/2006 - 15h47
Presidente da Varig já admite deixar gestão da recuperação
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio

Pressionado por sindicatos e credores, o presidente da Varig, Marcelo Bottini, já admite deixar o cargo de gestor interino do plano de recuperação da companhia aérea.

A saída dele foi defendida hoje por um conjunto de credores encabeçado pelo fundo de pensão Aerus (dos trabalhadores de empresas aéreas), além do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e os sindicatos de aeroviários e aeronautas. Eles encaminharam o pedido de destituição à 8ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro.

Esses credores afirmam que Bottini falhou na implementação do plano de recuperação judicial da empresa e que deve ser substituído imediatamente. 'Isso é bom, esse trabalho me tomava muito tempo', afirmou Bottini.

Segundo ele, a saída já era prevista com a definição do novo gestor e ele defende uma agilização do processo. Hoje em assembléia os credores escolheram o banco Brascan como gestor dos FIPs (fundos de investimento e participação).

O pedido de destituição foi apresentado à Justiça após Bottini defender a proposta de capitalização da Varig feita pela VarigLog, sua ex-subsidiária para o transporte de cargas.

A VarigLog afirma estar disposta a injetar até US$ 350 milhões na companhia aérea. Defende, entretanto, a demissão de cerca de 5.000 funcionários da empresa e a devolução de mais de 20 aeronaves.

Junto com o plano de enxugamento de custos, a proposta da VarigLog também inclui a reestruturação societária da companhia. A "nova Varig" ficaria com os ativos e a marca da empresa. Já a "velha Varig" permaneceria com as dívidas. Os credores, a quem a empresa deve cerca de R$ 7 bilhões, teriam apenas 5% da "nova Varig".

Parar de voar

O presidente da Varig também negou ter enviado um e-mail dizendo que a companhia poderia parar 'nas próximas horas', como aponta reportagem da Folha de S.Paulo hoje.

Ele disse que enviou apenas um e-mail com o objetivo de pedir uma audiência com Lula há cinco dias.

Bottini admitiu, no entanto, que a empresa tem um caixa "limitado" e que negocia uma linha de crédito com fornecedores, Infraero (empresa que administra aeroportos) e BR Distribuidora.

 

05/04/2006 - 15h19m
Varig: riscos de paralisação em meio a nova oferta de compra que prevê demissões em massa
Globo Online

RIO - O presidente da Varig, Marcelo Bottini, enviou correspondência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva informando que a empresa aérea pode parar nesta quinta-feira. A notícia foi publicada nos principais jornais do país nesta quarta-feira, mas o presidente da empresa aérea mudou o discurso e minimizou, esta manhã, a possibilidade de a Varig parar. O que está em jogo, ao que tudo indica, é a pressão para que o governo ajude a empresa.

- Eu descarto sim, sem dúvida - disse Bottini nesta quarta-feira ao ser perguntado se havia risco de a Varig parar por falta de recursos.

De acordo com reportagens publicadas nos principais jornais do país nesta quarta-feira, a empresa estaria em situação crítica e perto de interromper seus serviços.

Bottini lembrou que há 10 anos o mercado escuta boatos de que a Varig vai parar, mas que a empresa continua trabalhando para resolver seus problemas financeiros.

O executivo disse que solicitou encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para conversar sobre a situação da Varig e que tem feito contatos com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Com caixa bastante limitado, a Varig pediu ao governo carência no pagamento de contas à Infraero e à BR Distribuidora pelo menos até o segundo semestre, informou Bottini.

A juíza da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Marcia Cunha, reforçou nesta quarta-feira, após assembléia de credores, o discurso defendido em entrevista ao jornal "Valor", de que o risco de a empresa parar suas atividades se torna mais concreto pela situação crítica da companhia.

- Não posso prever se a Varig vai parar hoje, amanhã ou em um mês. O fato é que a situação da empresa está cada vez mais crítica. Uma empresa que ingressa em um processo de recuperação judicial já se encontra em situação delicada. A Varig está há dez meses na recuperação e até agora não conseguiu injeção de capital. Por isso, o risco de parar aumenta. Mas pode se reverter se a companhia conseguir investidores. Quem resolve isso não é a Justiça e sim o mercado. Se a empresa não conseguir injeção de capital pode se tornar insolvente - disse a juíza.

Segundo Marcia Cunha, os credores da companhia, pela lei, têm o direito de pedir a falência da Varig mas, até agora, nenhum deles entrou com pedido na Justiça.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira no jornal, a juíza já havia sinalizado que "sem caixa, não tem jeito".

- Ou os credores aceitam a proposta de compra feita pela VarigLog ou o governo terá que acenar de alguma forma para colocar recursos na companhia - disse a juíza ao "Valor".

A proposta apresentada pela VarigLog para a compra da operação da Varig dificilmente será aceita, segundo credores presentes à reunião ocorrida terça-feira na sede da empresa, no Rio.

Para a presidente do Sindicato dos Aeronautas, Graziella Baggio, a nova proposta "é um verdadeiro desastre".

Depois de adquirir em janeiro a VarigLog por US$ 46 milhões, o grupo Volo, composto por empresários brasileiros e o fundo de investimentos americano Matlin Paterson, ofereceu cerca de US$ 50 milhões a US$ 70 milhões pela marca da companhia e para pagar indenizações visando à demissão de 5 mil a 6 mil funcionários.

A idéia seria separar a "Varig boa" da "Varig ruim", e colocar novos recursos apenas na primeira. Isso deverá ser votado em assembléia dentro de 15 dias. Com a separação, a pesada dívida de mais de US$ 7 bilhões da Varig ficaria com a Fundação Ruben Berta, atual controladora da empresa, enquanto a Volo aportaria cerca de US$ 350 milhões na nova Varig para recuperar seus aviões e pagar alguns fornecedores imediatos, garantindo a operação da empresa.

A frota cairia dos atuais 71 aviões - sendo 15 parados -- para 48, e o quadro de funcionários ficaria em torno dos 4.900 empregados. O pedido ao governo seria de uma concessão por 20 anos.

- Essa proposta causaria um caos social, 48 aviões não atendem à necessidade do mercado, seria um calote generalizado nos credores, duvido que seja aprovada - avaliou Graziela, que se disse muito mais confiante na continuidade do plano de recuperação judicial.

 

Aviação – 06/04/2006 - 06:30
DIÁRIO DE PORTUGAL
Varig pede socorro a Lula


A situação financeira e operacional da Varig, que se agravou nos últimos dias, levou o presidente da transportadora, Marcelo Bottini, a pedir para ser recebido pelo presidente Lula.

A administração da Varig pretende que o governo socorra a empresa.
Os credores da Varig reuniram ontem no Rio de Janeiro e aprovaram a consultora Brascan para gestora dos Fundos de Investimentos e Participações da Varig, que será responsável pela concentração de 87% das acções, actualmente em poder da Fundação Ruben Berta. A Brascan foi escolhida com os votos do fundo de pensões Aerus, da Infraero - a estatal administradora dos aeroportos -, e da VEM, adquirida no início do ano pela TAP.
Mas o assunto mais controverso para os credores é a oferta apresentada pela VarigLog, ex-subsidiária da Varig, que  propôs o desmembramento da empresa e ofereceu 350 mil dólares por uma Varig sem dívidas. Alguns dos principais credores já anunciaram a oposição à oferta.

 

05/04/2006 - 11h51m
Varig: Caixa é limitado e há urgência por investidor, diz presidente
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - O presidente da Varig Marcelo Bottini reconheceu nesta quarta-feira que o caixa da Varig hoje é bastante limitado e que a empresa tem tentado controlar a situação, mas voltou a dizer que é preciso ter pressa para encontrar a solução, apontando para a urgência de que um investidor seja encontrado.

Questionado sobre a solicitação da Varig de ganhar mais prazo junto aos principais credores do governo e empresas de leasing, Bottini justificou que, além do caixa baixo, o primeiro semestre do ano mostra sazonalidade nas operações da companhia, o que prejudica as vendas de passagens.

- O plano de recuperação mostra que o primeiro semestre do ano tem uma sazonalidade negativa, o que nós chamamos de baixa estação. Isso precisa ser enfrentado. A primeira medida que tomamos foi junto aos credores, para que todos pudessem ter um entendimento disso, já que todos conhecem o plano, para criar um colchão, alguma facilidade para superar isto. A segunda medida é a busca de investidores. Enquanto o processo de recuperação não é finalizado, que é a criação dos FIPs (Fundos de Investimentos e Participações), não há investidor. Neste momento não temos carência de prazos. Temos algumas entidades envolvidas e todos devem estar de acordo para que as coisas funcionem.

Pouco antes de se juntar à assembléia de credores, que nesta quarta-feira deve nomear os gestores dos fundos (FIPs), Bottini comentou que a proposta da VarigLog não invalida a criação das FIPs.

- Foi uma proposta fora dos FIPs, já que os FIPS não estão prontos. Sem dúvida, os fundos continuarão existindo e acharemos uma maneira de conviver com isso - disse o executivo, ao comentar que é possível equacionar a proposta com a existência dos fundos.

O presidente da companhia também destacou que a estratégia da Varig é ter foco nos vôos internacionais e concentrar as operações domésticas nas principais cidades do país, como rotas alimentadoras destes vôos internacionais que chegam ao Brasil.

Com relação ao governo, Bottini informou que enviou propostas aos credores federais e pediu uma audiência com o presidente Lula, que ainda não foi agendada. O presidente da Varig confirmou ainda que tem mantido contato com a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff para tratar de assuntos ligados a empresa.

O objetivo de Bottini é fechar com os principais credores do governo, entre eles a Infraero e a BR Distribuidora, uma linha de crédito que facilite por alguns meses o pagamento das despesas correntes e que possa começar a ser quitada a partir do segundo semestre, quando as vendas de passagens começam a voltar, segundo ele, ao ritmo normal.

 

05/04/2006 - 10h27m
Procon: em caso de falência da Varig, cliente Smiles deve se habilitar como credor
Globo Online

RIO - Em tempos de crise na Varig e de indefinições referentes ao futuro da companhia, os mais de cinco milhões de clientes do programa de milhagens Smiles estão preocupados com o futuro das inúmeras milhas acumuladas nos últimos meses, numa eventual ausência da empresa. Enquanto isso, a companhia, que batalha para evitar o agravamento da crise, amenizou as preocupações ao estender o prazo de validade das milhas conquistadas por clientes entre 2002 e 2005. A empresa adicionou ao prazo anterior (de três anos) os meses até o mês de inscrição do participante no programa.

O Procon de São Paulo não lida com falencistas, mas orienta o consumidor a buscar seus direitos junto à empresa no caso da ausência da companhia. Segundo a advogada e técnica em proteção e defesa do consumidor do Procon-SP, Hilda Araújo, o Código de Defesa do Consumidor defende o cliente em casos anteriores a uma possível falência, baseado na lei da oferta, ou seja, a empresa e o cliente são responsáveis por honrar um contrato comercial, o que caracteriza responsabilidades de ambas as partes:

- A expectativa é que sejam honradas as milhas adquiridas por quem já tem direito à premiação. O ideal é que o cliente mantenha todos os documentos que comprovem sua intenção de usufruir daquele benefício. Em caso de falência, o Procon vê sim um prejuízo ao consumidor. Orientamos que, em caso da suspensão das atividades, o consumidor busque um advogado e tente se habilitar como credor junto ao síndico da massa falida para que sejam estabelecidas as condições para esta negociação - afirmou a técnica.

A Varig, primeira companhia aérea do país a entrar em processo de recuperação judicial, em junho de 2005, sob a guarda da Nova Lei de Falências, foi pioneira na adoção do modelo de programas de milhagens criado pela American Airlines em 1981 e, em caso de falência, seria a primeira sul-americana, integrante da aliança comercial Star Alliance, a lidar com a questão dos bônus adquiridos pelos passageiros.

Especialistas de mercado e advogados falencistas não se arriscam em prever o que aconteceria com os usuários do programa de milhagens, nem em taxar como credores os clientes destes serviços, em caso de a Varig fechar as portas. Representantes da aliança comercial Star Alliance no Brasil também evitam comentar, mas não existe acordo formal que garanta a absorção dos usuários do Smiles por parte dos parceiros comerciais estrangeiros. As normas internacionais da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), tratam o assunto "programa de milhagem" como "negociação comercial", de responsabilidade das empresas. O Código Brasileiro de Aviação Civil, anterior à adoção dos programas no país, não prevê soluções.

Em tempos de indefinição, um dos advogados que acompanhou o processo inicial de recuperação judicial da Varig lembra que a situação é atípica, uma vez que não há precedentes nem à luz da Nova Lei de Falências nem entre empresas de aviação civil.

- Não há precedentes. Esperamos apenas que a recuperação seja bem sucedida para que este compromisso seja cumprido sem maiores problemas porque há uma obrigação assumida perante os clientes - disse o advogado.

O regulamento do Programa Smiles e outras informações podem ser consultados no site oficial do serviço ( http://www.smiles.com.br/).

 

05/04/2006 - 11h38m
O Globo
Brascan é escolhida gestora do FIP Controle da Varig
Erica Ribeiro

RIO - Terminou há pouco a votação para a escolha da empresa que será a gestora dos Fundos de Investimentos e Participações (FIP Controle) da Varig, que será responsável por concentrar 87% das ações da companhia que hoje estão em poder da Fundação Ruben Berta (FRB). A Brascan foi escolhida pelos credores como a gestora do FIP Controle em valores referentes aos créditos por classes de credores.

Os votos da classe 1, que representa os trabalhadores da Varig, chegaram a 94,038 milhões em créditos na votação. Na classe 2, que tem como principal representante o fundo de pensão Aerus, o valor em créditos foi de 1,8 bilhão. Somente o fundo Aerus votou a favor da Brascan, enquanto os demais credores da classe 2, entre eles empresas de leasing, optaram pela abstenção.

Na classe 3, que tem como representantes credores do governo - entre eles Infraero e BR Distribuidora -, a votação em créditos chegou a 338,4 milhões. Entre os que votaram a favor da Brascan estão a Infraero e a Varig Engenharia e Manutenção (VEM).

O menor volume em créditos foi registrado junto a classe 3. A maioria dos credores optou pela abstenção em todas as classes e o Mellon Bank, que seria a outra opção à Brascan, não teve qualquer voto.

Neste momento os credores votam pela nomeação do agente fiduciário do FIP Controle. O agente escolhido foi a empresa Oliveira Trust DTVM.

 

Agencia Brasil
20:46 05/04
Credores da Varig aprovam banco Brascan para administrar novo fundo

Alana Gandra -Repórter da Agência Brasil

Rio - Em nota divulgada no início desta noite, a direção da Varig comunicou que a assembléia de credores da empresa aprovou, por unanimidade, o banco Brascan como administrador do Fundo de Investimento e Participação Controle (Fip-Controle), que será criado para "planejar e executar estratégias com o objetivo de atrair novos investidores para a companhia".

A entrada da Brascan permitirá ao presidente da Varig, Marcelo Bottini, que desempenhava até então a função de gestor interino, dedicar-se de forma integral ao processo de reestruturação da empresa aérea.

A assessoria de imprensa da Varig informou que a proposta de aporte de dinheiro novo, no montante de US$ 350 milhões, feita pela Varig Log à companhia no último dia 3, continua sendo.apresentada.aos.credores.

Ainda não há um posicionamento final a respeito, frisou a assessoria. A VarigLog, ex-subsidiária da Varig, foi adquirida no dia 25 de janeiro deste ano pelo fundo norte-americano Matlin Patterson e investidores brasileiros.

 

ESTADÃO
05 de abril de 2006 - 18:34
Vasp inicia amanhã manutenção em avião para voltar a voar

É a primeira vez que a companhia dá mostras de retomada das operações depois que paralisou os vôos, em janeiro de 2005. Em nota, a empresa informa que ainda não há data para reinício de freqüências regulares
Renata Stuani

SÃO PAULO - Um avião da Vasp decolará do Aeroporto de Recife (PE) amanhã com destino ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para iniciar serviços de manutenção regular. É a primeira vez que a companhia dá mostras de retomada das operações depois que paralisou os vôos, em janeiro de 2005. Em nota, a empresa informa que ainda não há data para reinício de freqüências regulares. O Departamento de Aviação Civil (DAC) deu homologação para funcionamento de hangares e das oficinas de manutenção da Vasp, inclusive para prestação de serviços a terceiros.

A companhia aérea está sob intervenção judicial desde março de 2005, e ingressou na Nova Lei de Falências em outubro, quando teve aceito pela Justiça seu pedido de recuperação judicial. "Em princípio, a Vasp ainda não retoma vôos regulares, mas a chegada da aeronave já sinaliza uma movimentação, que leva otimismo para os trabalhadores que esperam pela volta da operação", diz a companhia, em nota oficial.

Os credores vão se reunir em 30 de maio para aprovar o plano de recuperação. Nesta data, será apresentada a conclusão de uma auditoria que avaliará os números de patrimônio e dívidas. Mesmo sem realizar vôos, a Vasp continua a funcionar na antiga sede ao lado de Congonhas, com um grupo de 350 funcionários liderados por três interventores judiciais.

 

JB ONLINE
05/03/2006
Economia
Vasp ensaia retorno de operações
InvestNews

SÃO PAULO - Fora de operação desde o começo de 2005, a companhia aérea Vasp ensaia seu retorno amanhã com um vôo de Recife a São Paulo. Uma aeronave deve chegar a Congonhas às 15 horas para serviços de manutenção regular.
A aérea anunciou o vôo como "mais um passo da empresa pela recuperação". A Vasp já recebeu autorização do Departamento de Aviação Civil (DAC) para reativar seus hangares e oficinas de manutenção, inclusive para serviço de manutenção a terceiros.
"A princípio, a Vasp ainda não retoma vôos regulares, mas a chegada da aeronave já sinaliza uma movimentação, o que leva otimismo para os trabalhadores que esperam pela volta da operação", diz nota enviada hoje à imprensa.
Na última Assembléia de credores, foi aprovado um Orçamento complementar de R$ 6 milhões para que a aérea continue pagando seus funcionários.

 

05/04/06
Jornal de Turismo
13:45h
TAP: Receita para o mercado brasileiro aumenta 52%

Postado por pratti em Quarta-feira, 5 de Abril de 2006 (13:45:00)

Com sete vôos diários para o Brasil, a TAP disponibiliza hoje 7.300 assentos para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Natal e Salvador. Entre janeiro e fevereiro, o aumento de receita para o mercado brasileiro ficou em 52%.

Os dados foram divulgados por Dionísio Barum, diretor de vendas da companhia, em declarações na BNTM 2006, realizada no fim-de-semana. Por seu turno, o aumento médio da tarifa aumentou 30 pontos percentuais.

A intenção da TAP é a de consolidar os seis novos vôos para o Brasil à partir de Porto (sendo três para o Rio de Janeiro e três para São Paulo, a partir do dia 8 de maio). Este acréscimo de ligações permitirá um aumento de 48% da capacidade para São Paulo e de 36% para o Rio de Janeiro. Aumento que resulta, em parte, da utilização de dois novos A330, que substituem o A310.

A partir desta data, a TAP passa então a disponibilizar 26 vôos para o Nordeste e 21 para o Sudeste. Neste momento, as ligações para Sudeste representam cerca de 50% da oferta para o Brasil, segundo Mário de Carvalho, responsável da TAP no mercado brasileiro. No entanto, este número deve ser alterado a partir de 8 de maio, com o incremento a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Fonte: Publituris.pt


   
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