::::: RIO DE JANEIRO - 06 DE MARÇO DE 2008 :::::

 

O Estado de São Paulo
06/03/2008
Anac quer abrir espaço para outras companhias aéreas em Congonhas
Orgão regulador pretende combater o duopólio TAM/Gol, que começa a receber críticas em cidades do interior
Mariana Barbosa

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) pretende rever os critérios de alocação de slots - espécie de vaga para pouso e decolagem - no Aeroporto de Congonhas para acomodar a entrada de uma nova companhia que venha a fazer frente ao duopólio TAM e Gol. “Nosso papel como órgão regulador é estimular a competição”, disse ao Estado o diretor da Anac, Alexandre Gomes de Barros. “Não queremos favorecer nenhuma empresa, mas sim impedir a formação de cartel. Precisamos de mais competidores e é preciso haver oportunidade para se gerar mais competição.”

Com a redução do número de pousos e decolagens após o acidente do Airbus da TAM em Congonhas, a disputa pelo aeroporto mais movimentado do País ficou ainda mais acirrada. “Se uma nova empresa chegar hoje e solicitar slots em Congonhas ela poderá ter dificuldades. Mas com o passar do tempo, a cada troca de malha, podemos acomodar outros pedidos”, afirmou Barros.

A Anac estuda mudar a lei para permitir a retomada rápida de slots que não estejam sendo utilizados. A idéia é coibir a prática na qual as companhias pedem mais slots do que necessitam - os chamados slots de gaveta. “Estamos trabalhando uma forma de contabilizar a regularidade e a pontualidade das companhias e vamos usar isso no julgamento de pedidos de renovação de horário”, diz. “As empresas terão de ter índices mínimos. Caso contrário, perderão o slot.”

Barros explica que a Anac pode liberar ou não slots quatro vezes ao ano, a cada troca de malha nas mudanças de estação. “Nunca tivemos problema na hora de mudar essas malhas. Mas se houver demanda por uma terceira empresa, no momento da troca de malha será possível realocar alguns slots.”

Segundo apurou a reportagem, o empresário americano David Neeleman, que se prepara para lançar sua empresa aérea no Brasil, já foi informado das novas diretrizes. Neeleman, que pretende investir US$ 200 milhões no País, é visto pelo governo como um empresário capaz de enfrentar o duopólio TAM e Gol-Varig, que tem mais de 90% do mercado.

EFEITOS DO DUOPÓLIO

A Gol anunciou o cancelamento, a partir do dia 24, de duas rotas de Congonhas para o interior de São Paulo (Ribeirão Preto e São José do Rio Preto), que serão servidas apenas pela TAM. Coincidente, no mesmo dia a TAM deixará de voar para Maringá (PR) e Caxias do Sul (RS), deixando a Gol sozinha. O movimento das empresas está mobilizando políticos, que já enviaram ofícios à Anac e à Defesa, e fez reacender o debate em torno do duopólio. “É um movimento natural de acerto de rentabilidade”, afirma o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e de Políticas Públicas em Transporte Aéreo, Respício do Espírito Santo. “Quando uma empresa sai de uma localidade, a sociedade chia. Mas não há nada a fazer. As companhias têm liberdade para voar e deixar de voar para onde quiserem, desde que não haja limitação de infra-estrutura.”

Ainda que não estejam cometendo nenhuma ilegalidade, para o presidente do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação do Transporte Aéreo (Nectar) do ITA, Alessandro Oliveira, a coincidência dos cancelamentos pode ser um “sinal de que elas estão coordenando estratégias”. “O mercado está muito concentrado e é muito importante que o órgão regulador e o sistema de Defesa da Concorrência monitorem de perto esses sinais pois isso pode se tornar sistemático”, afirma. “Até para ter argumentos para justificar a abertura de Congonhas para uma terceira empresa.”

 

 

O Estado de São Paulo
06/03/2008
Tarifas de pouso para aviões parados por mais de uma hora aumentam 500%
Mariana Barbosa

Com o objetivo de reduzir os atrasos no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) decidiu aumentar em 500% as tarifas de pouso para aviões que fiquem parados em solo por mais de 60 minutos. A tarifa aumentará mais 500% a cada meia hora em que o avião estiver parado. “Congonhas é um ativo valioso e queremos utilizá-lo da forma mais eficiente possível”, disse Alexandre Gomes de Barros, diretor da Anac.

Atualmente, TAM, Gol e Varig pagam R$ 117 a cada pouso em Congonhas. Com o novo regime tarifário, o preço subirá para R$ 700 na primeira meia hora e para R$ 1.285 na meia hora seguinte. “É uma forma de incentivar a pontualidade”, afirmou Barros.

Segundo ele, são poucos os aviões que têm horário de solo programado acima de 60 minutos. Entretanto, com a volta das conexões no aeroporto, muitas vezes os aviões extrapolam o tempo de solo programado para esperar outros vôos de conexão. “Quando as companhias ficam esperando para fazer as conexões, elas geram congestionamento no pátio e acabam atrasando outros vôos, gerando o efeito cascata.” É justamente esse congestionamento no pátio que provoca o troca-troca de portões de embarque, motivo de muita reclamação.

As novas tarifas entram em vigor no dia 21 de março. Essa é a primeira medida de diferenciação tarifária em aeroportos adotada pelo órgão regulador. A Anac tentou aumentar as tarifas no aeroporto de Guarulhos, também em São Paulo, mas enfrentou forte resistência das companhias aéreas estrangeiras e das cargueiras. Depois de ir a consulta pública, o aumento de até 5000% nas tarifas de permanência de aviões no pátio de Guarulhos, previsto para março, foi adiado para o final de novembro.

Os novos valores a serem cobrados em Guarulhos ainda não foram definidos, mas devem ser publicados até o dia 31 de maio. “Vimos que, se adotássemos as tarifas inicialmente planejadas, só iríamos gerar prejuízo para as companhias e não atingiríamos o nosso objetivo, que era liberar o pátio para os vôos domésticos, estimulando as companhias estrangeiras a deixar os aviões durante o dia em outros aeroportos, como o Galeão”, disse Barros.

No lugar de um drástico aumento em Guarulhos, a tendência é que seja dado um desconto na tarifa do Galeão, a ponto de compensar os custos da companhia aérea de levar o avião para o Rio de Janeiro no intervalo entre a chegada do vôo pela manhã e a partida à noite.

 

 

O Estado de São Paulo
06/03/2008
Câmara quer restringir tráfego aéreo em SP

Vereadores de São Paulo pedirão ao Congresso Nacional apoio à criação de uma autoridade aeroportuária, que ordenaria o tráfego aéreo na capital. Hoje, a Comissão Permanente de Estudos sobre o Aeroporto de Congonhas entrega relatório que sugere restrições ao tráfego de helicópteros e ao número de conexões e escalas em Congonhas.

 

 

Folha de São Paulo
06/003/2008
Câmera flagra funcionário ao furtar bagagem em Cumbica
Circuito interno de TV filmou homem violando mochila e pegando carregador
Um segundo funcionário, que aparece na cena observando o crime, foi acusado pela polícia de ser cúmplice do colega

KLEBER TOMAZ DA REPORTAGEM LOCAL

Dois funcionários que trabalham no aeroporto de Cumbica (Guarulhos, na Grande São Paulo) foram presos anteontem após um deles ter sido flagrado por câmeras do circuito interno de TV do local violando a bagagem de um passageiro e furtando um carregador de telefone celular.

O outro empregado foi acusado pela Polícia Civil de agir como cúmplice.

Às 13h09 de anteontem, os dois empregados da empresa Sata foram filmados por câmeras do circuito interno de vigilância e monitoramento da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) agindo de maneira suspeita no espaço restrito a funcionários do setor de esteira de bagagem do embarque internacional das companhias aéreas Lan Chile e TAP.

No setor, o trabalho dos funcionários é o de carregamento e descarregamento de bagagem. Nas imagens, o agente de operações Célio da Silva Geraldo, 32, aparece abrindo uma mochila que passava na esteira. Depois, retira um carregador de aparelho de telefone celular da mala e o coloca no bolso de sua calça.

Na mesma gravação, aparece o auxiliar de cargas Jorge Luiz da Silva, 37, que conversa com Geraldo e observa o furto.

As cenas chamaram a atenção de um funcionário da coordenação de prevenção e emergência da Infraero que operava a câmera do quinto andar do prédio do aeroporto. Ele acionou um representante da Sata e depois a Polícia Civil.

Os dois empregados foram abordados e revistados por policiais. Com Geraldo, foi encontrado o carregador que apareceu nas imagens. E de posse de Silva estava um telefone celular. Os armários de ambos também foram vistoriados, mas nada mais foi encontrado.

Em depoimento à polícia, Geraldo confessou o crime e chorou. Silva, porém, negou a acusação. Alegou que o celular era dele e que pagou R$ 360 pelo aparelho, mas, como não apresentou nota fiscal do produto, o telefone foi apreendido pela polícia para averiguação.

O passageiro que teve a mochila aberta não foi localizado pela polícia.

O delegado José Carlos de Melo afirmou que, independentemente de ter furtado ou não o celular, Silva deu "cobertura" ao colega. "Ele, no mínimo, foi conivente ao ver o outro rapaz furtar e não fazer nada", disse Melo.

O auxiliar nega. Em seu depoimento, Silva disse ter repreendido o colega por furtar o objeto.

Ambos os acusados são casados. Geraldo estava na empresa havia oito meses; Silva, havia sete. Eles ganhavam em torno de R$ 560 de salário mensal.

Procurada pela Folha, a Sata (Serviços Auxiliares de Transportes Aéreos S/A) informou que irá demitir os dois funcionários da empresa. A Sata é uma empresa terceirizada contratada por companhias aéreas para prestar auxílio ao transporte de bagagens, limpeza de aviões e serviços operacionais internos.

 

 

Coluna Claudio Humberto
06/03/2008
Americano insiste: TAM levou armas

O americano Kenneth Rijock, da consultoria World Check, ex-"lavador" de dinheiro e hoje consultor do FBI, reafirmou a esta coluna seu informe de 2 de março, alertando para o "perigo de guerra civil" com o envio de armas em "vôos secretos" da TAM para a Venezuela. O senador tucano Arthur Virgílio (AM) fez a denúncia e o ministro Nelson Jobim (Defesa) desmentiu, mas Rijock diz que um "alto executivo" da TAM o informou.

Céu nublado

Kenneth Rijock diz que só "o primeiro de quatro vôos secretos" da TAM levou à Venezuela "armas de borracha" e "munição" citadas por Jobim.

Operação legal

A TAM não informou o suposto importador de 1,33 tonelada de "pistolas Taurus" que admite haver levado, nem seus vôos dos últimos dez dias.

 

 

Mercado e Eventos
06/03/2008 - 15:50h
Varig oferece novo espaço Vip em Buenos Aires

Os passageiros da Varig portadores do Smiles com cartões Ouro e Diamante ou viajando em Classe Executiva passam a contar com novo espaço no Aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, onde a empresa opera sete freqüências diárias a partir do Brasil: a Sala de las Américas.

Para quem está aguardando o embarque, o novo espaço oferece buffet, bebidas, sanduíches frios e diferentes tipos de petiscos, além de entretenimento. Para o público corporativo, a sala oferece ainda um business center com internet wireless e salas para pequenas reuniões.

A empresa atualmente opera na Argentina com vôos oriundos dos aeroportos internacionais de Guarulhos, em São Paulo, Galeão, no Rio de Janeiro, e Hercílio Luz, em Florianópolis.

Apagão na Infraero

O chefe de Tecnologia da Infraero, Luiz Julio, que o presidente Sérgio Gaudenzi trouxe da Bahia, provocou apagão no sistema de faturamento de Congonhas, aeroporto mais movimentado do continente, paralisando-o há dois dias. E realiza um intrigante troca-troca de fornecedores.

Asas da crise

Um militar da FAB anotou ontem na Base Aérea de Brasília que o avião oficial do Equador que trouxe e levou o presidente Rafael Correa era um modelo EMB. São as asas da Embraer voando na crise bolivariana.