:::::RIO DE JANEIRO - 05 DE MAIO DE 2006 :::::

O Estado de São Paulo
05/05/2006
Varig atrai interesse de TAM e Gol

Representantes das duas companhias aéreas e da Ocean Air estiveram no BNDES para buscar informações

Nilson Brandão Junior

Pelo menos três companhias aéreas nacionais - TAM, Gol e a Ocean Air - já estão se movimentando e foram ao BNDES buscar informações e sondar sobre a possível venda da parte doméstica da Varig, em leilão. Caso a alternativa venha a ser aprovada na assembléia de credores da companhia, segunda-feira, o banco poderá financiar interessados em adquirir a parte doméstica da empresa e fazer um empréstimo-ponte, antecipando recursos.

A ida ao banco foi confirmada por três fontes que acompanham o assunto. O BNDES não comentou a informação. Mas segundo as mesmas fontes ,o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, esteve na semana passada no banco, acompanhado do executivo da área financeira. O principal executivo da Gol, Constantino Junior, também foi inteirar-se sobre a alternativa que está sendo preparada pelo governo.

Na última quarta-feira, foi a vez de o embaixador Jório Dauster, membro do Conselho Consultivo do Grupo Synergy, reunir-se no banco. O grupo engloba empresas aéreas em quatro países (Ocean Air, a colombiana Avianca, a equatoriana Vipsa e a peruana Wyara), além de negócios em petróleo e estaleiro naval. "Estivemos lá. Temos interesse em analisar o que está sendo colocado na mesa. Obviamente, há muita coisa que ainda está sendo modelada", disse Dauster ao Estado, afirmando que o grupo já fez proposta pela Varig e quer crescer.

Os empresários não assumiram, necessariamente, compromisso de participar do negócio, dizem as fontes. O quadro hoje é diferente do cenário de abril, quando havia risco de paralisação da Varig, o que forçaria os concorrentes a executarem planos de contingência e herdar rotas, diz um analista.

Agora, com o chamado Plano B, a perspectiva é de uma saída via solução de mercado, com injeção de recursos. Haveria um leilão programado e os interessados teriam de investir no negócio.

"As empresas, principalmente as duas maiores, se acostumaram com a idéia de que a Varig ia acabar, até surgir a idéia de separar a empresa em duas (doméstica e internacional)", disse um executivo que trabalha no setor há três décadas.

A TAM informou que é cliente do BNDES e que, portanto, vai sempre ao banco para atualizar suas linhas e discutir negócios. A Gol não retornou as ligações da reportagem. Ontem, uma versão dava conta de que a BRA teria feito contato telefônico com o banco, mas a empresa não quis comentar.

A participação de uma companhia aérea regular no consórcio que venha a disputar a Varig doméstica foi uma condição imposta pelo governo para facilitar a transferência de rotas e concessões. Do contrário, uma nova empresa levaria meses para se registrar.

Já há um consórcio se estruturando para disputar o negócio, caso venha a se concretizar, a ASM Asset Management. No início da semana, a Alvarez&Marsal, que reestrutura a Varig, informou que há três interessados com possibilidade de fazer oferta pela empresa.


O Estado de São Paulo
05/05/2006
CVM investiga especulação com ações da Varig

MÔNICA CIARELLI

A forte alta das ações da Varig nos últimos dias despertou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A CVM confirmou que irá analisar a movimentação dos papéis, que vêm apresentando uma variação de preços e um volume de negócios muito acima da média histórica, que antes sempre foi inferior a R$ 100 mil diários.

Ontem, as ações preferenciais da companhia subiam 70,2% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), para R$ 7,10, com volume financeiro de R$ 78,2 milhões. A alta acumulada em apenas três pregões de maio já chega a 358%.

Os papéis ganharam fôlego às véspera da criação do Fundo de Investimento em Participações (FIP), que será formado pelas ações da Fundação Ruben Berta (FRB), batizado de FIP-Controle. Com 87% do capital da Varig, a FRB após a criação do fundo perderá o controle sobre a empresa, sendo apenas cotista do fundo FIP-Controle.

A CVM comunicou à justiça que desobrigou a Fundação de apresentar um laudo de avaliação elaborado por uma empresa especializada, como determina as regras. A empresa, porém, continua obrigada a publicar as demonstrações financeiras pendentes.


O Globo -Versão Impressa
05/05/2006
CVM investiga movimentação com ações da Varig

Patricia Eloy, Erica Ribeiro e Diogo de Hollanda*

A disparada nas ações da Varig chamou a atenção da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que decidiu abrir investigação para apurar a valorização de 602,9% nas ações da empresa nos últimos sete pregões. Para se ter uma idéia, no período o Índice Bovespa (Ibovespa), que reúne os papéis mais negociados da Bolsa, subiu apenas 3,07%. Apenas ontem, as ações preferenciais (sem direito a voto, as mais negociados) da Varig fecharam em alta de 70,26%, cotados a R$ 7,10. Há três semanas, valiam R$ 0,58, segundo dados da consultoria Economática.

Quando as ações registram oscilação ou volume financeiro fora dos padrões, as operações caem automaticamente no filtro da CVM, que abre investigação para apurar se houve, por exemplo, uso de informação privilegiada. No caso da Varig, tanto a alta quanto a movimentação chamaram a atenção.

Ações subiram mais de 1.000% em três semanas

No dia 24 de abril, a negociação com ações da Varig movimentou R$ 465,4 mil e o volume mais que triplicou no dia seguinte, atingindo R$ 1,61 milhão. Quatro dias depois, chegava à casa dos R$ 10 milhões. Ontem, as operações somaram R$ 78,3 milhões, quase o dobro da véspera.

A forte valorização dos papéis teve início há cerca de três semanas, com especulações de que o governo poderia ajudar a companhia. Desde o dia 13 de abril, as ações da Varig já acumulam alta de 1.124%.

— É pura especulação. Há muita notícia desencontrada — diz o analista Marcelo Ribeiro, da corretora Pentágono.

Dentro do plano de recuperação da Varig está prevista a criação de fundos de investimentos e participações (FIPs). O Banco Brascan foi escolhido para gerir estes fundos e o principal deles é o FIP Controle, que concentrará todas as ações hoje ainda em poder da Fundação Ruben Berta (FRB), em torno de 87%. Tão logo estas ações sejam transferidas (o que deverá acontecer após a formalização da constituição da FIP na assembléia de credores, marcada para a próxima segunda-feira), a FRB passa de acionista a cotista no fundo. O objetivo é, num segundo momento, vender cotas do FIP Controle para investidores e também para credores que queiram transformar dívidas em ações.

Mesmo que a proposta apresentada pelo governo, em conjunto com a consultoria Alvarez & Marsal, que prevê a divisão da empresa em Varig Doméstica e Varig Internacional, seja aprovada, a criação dos fundos não perde o valor. Isso porque, pela proposta, a Varig Internacional, que concentraria as operações para o exterior e ficaria com o passivo da companhia, continuaria em recuperação judicial.

Ribeiro lembra que, mesmo quando a empresa estava numa situação muito melhor, o preço médio de seus papéis girava em torno de R$ 1,50. De 2001 para cá, a Varig reduziu de 40% para 20% sua participação no mercado de vôos doméstico e teve a situação financeira bastante deteriorada. As dívidas estão entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões — os valores variam porque foram feitas várias auditorias.
(*) Do Globo Online


 

O Globo -Versão Impressa
05/05/2006
Turbina fica na empresa



A Varig informou ontem que nenhuma turbina dos aviões de sua frota foi arrestada e que o Boeing-737 onde está instalada a turbina que foi alvo de ação judicial pela empresa americana de leasing G.A.Telesis retornou à frota ontem, após manutenção programada no hangar da companhia, no aeroporto de Porto Alegre.

A G.A. Telesis entrou no início da semana com um pedido de arresto da turbina e obteve uma liminar, na 10 Vara Cível de Justiça do Rio, para reintegração de posse. O desembargador Marcus Basílio, no entanto, sustou a decisão por entender que a turbina está em plena operação e, se retirada, poderá causar problemas à operação da Varig e prejudicar os serviços aos passageiros.

Os credores da Varig estarão reunidos hoje, a partir das 10h, na sede da companhia, no Rio, com representantes da empresa e da consultoria Alvarez & Marsal. O objetivo é detalhar a proposta desenhada pela consultoria junto com o governo, de divisão da Varig em duas, uma com rotas domésticas e outra, internacionais. O projeto é um dos quatro que serão apresentados na assembléia marcada para segunda-feira, no Rio, desta vez sem necessidade de quórum.


Zero Hora
05/05/2006
Proposta de divisão da Varig deve ser aprovada
Na segunda-feira, credores participarão de assembléia-geral no Rio

Às vésperas da assembléia de credores da Varig, que ocorre nesta segunda-feira, crescem as chances de a proposta da consultoria Alvarez&Marsal, responsável pelo processo de recuperação judicial, ser aprovada. Ontem, em Recife, o interventor do Aerus, Erno Brentano, falou a aposentados, buscando tranqüilizar os pensionistas pernambucanos sobre o futuro do fundo.

O principal argumento foi justamente a idéia da Alvarez&Marsal de dividir a Varig em duas empresas: uma doméstica, que seria leiloada, e outra internacional, com um empréstimo-ponte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de US$ 100 milhões.

Se o Aerus, o principal credor da classe 2, votar favorável à proposta, é praticamente certa a aprovação, pois os principais credores da classe 3, as estatais, estariam fechados com o plano da Alvarez&Marsal. Uma fonte informou que a consultoria já teria negociado a retomada dos pagamentos mensais em atraso da Varig ao fundo, o que poderia resultar até na suspensão da liquidação extrajudicial do Aerus (ainda que a intervenção fosse mantida).

- O interventor nos tranqüilizou quanto aos desdobramentos do plano. De qualquer forma, sabemos que será necessário um grande aporte de recursos e a situação só será totalmente resolvida se o governo pagar os R$ 4,5 bilhões que deve à Varig - disse Manoel Neves, presidente da Associação dos Participantes e Beneficiários do Aerus.

Entre os trabalhadores, a classe 1 de credores, o clima ainda é de expectativa. Segundo Celso Klafke, presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, só houve uma reunião até agora com a consultoria sobre o plano em que "muitas perguntas" ficaram sem repostas, entre as quais o número total de demissões e quantos funcionários teria a parte internacional e a doméstica:

- Esperamos nos reunir nesta sexta-feira com a Alvarez&Marsal para esclarecer as pendências.

Na liderança
Proposta da Alvarez&Marsal:
Tem o apoio do governo federal. Prevê a divisão da Varig em duas, uma doméstica sadia e outra internacional com as dívidas, com financiamento de até 50% da venda pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco ainda fará um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões para a companhia agüentar 60 dias, até o leilão. Com o leilão, o dinheiro volta para o BNDES. No caso de um investidor se apresentar e funcionar como um intermediário do recebimento dos recursos da antecipação, o valor antecipado equivalerá a um percentual do preço mínimo da venda - ainda a ser definido. Os consórcios que participarem do leilão terão de incluir uma aérea. O operador pode ser nacional ou internacional, dentro do limite de até 20% do negócio. Isso abre espaço para a Gol e a TAM.


Zero Hora
05/05/2006
Alta do valor das ações sob investigação

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar a disparada das ações da Varig de abril para cá. Apenas nas duas últimas semanas, as ações preferenciais da companhia aérea subiram 1.168%, o que chamou a atenção do "xerife" do mercado financeiro. Só ontem as preferenciais (sem direito a voto) subiram 70,26%. Os papéis fecharam cotados a R$ 7,10, quase 13 vezes o valor de 13 de abril, quando atingiram a mínima de R$ 0,55.

Analistas são unânimes em afirmar que o movimento é especulativo, por mais que declarações do governo - admitindo a possibilidade de ajuda para a companhia aérea - possam ter gerado algum alento.

- É pura especulação. Há muita notícia desencontrada - disse o analista Marcelo Ribeiro, da corretora Pentágono, cético quanto à possibilidade de ajuda do governo:

- O máximo que pode acontecer é um oxigênio extra até as eleições.

Ribeiro lembra que, mesmo quando a Varig estava muito melhor, o preço médio de seus papéis girava em R$ 1,50. De 2001 para cá, a empresa reduziu em quase metade a sua participação no mercado doméstico e teve a situação financeira deteriorada. O operador Tommy Taterka, da corretora Concórdia, concorda que as ações estão "nitidamente sobrevalorizadas":

- Muita gente ganhou dinheiro porque as ações chegaram a valer centavos. Mas é especulação.


Folha De São Paulo
05/05/2006
AVIAÇÃO

CVM investiga alta de ações da Varig

A CVM, órgão responsável pela fiscalização do mercado de ações, suspeita que pode ter ocorrido uso de informação privilegiada para a compra de ações da Varig. A autarquia considerou anormal o movimento das ações nos últimos dias. Em sete pregões, o papel preferencial da Varig acumulou valorização de 523%. A ação, que valia R$ 1,14 em 25 de abril, fechou ontem a R$ 7,10. Somente nos três pregões desta semana, subiu 358%.



04/05/2006 - 23h52m
O Globo

Credores da Varig se reúnem novamente na sexta-feira

Érica Ribeiro

RIO - Os credores da Varig estarão reunidos nesta sexta-feira, a partir das 10h, na sede da companhia, no Rio, com representantes da empresa e da consultoria Alvarez & Marsal. O objetivo do encontro é detalhar a proposta desenhada pela consultoria juntamente com o governo, de divisão da Varig em uma empresa doméstica (criada por meio de uma Sociedade de Propósito Específico e que, posteriormente, iria a leilão) e outra, internacional.

Segundo uma fonte ligada aos credores, a Alvarez & Marsal pretende esclarecer todas as dúvidas dos credores sobre a proposta, uma das quatro que serão apresentadas na assembléia marcada para a próxima segunda-feira, na sede da Fundação Ruben Berta, na Ilha do Governador.

A assembléia acontece em segunda convocação e sem necessidade de quórum. A assembléia anterior, que aconteceu na última terça-feira, foi adiada por falta de quórum. A ausência de alguns dos principais credores foi orientada pelo governo e pela consultoria Alvarez & Marsal, afirmam credores, para dar mais tempo para acertos no plano.


Valor Econômico
04/05/2006 - 19:51h
CVM vai investigar disparada das ações da Varig; papéis sobem 688% em dez dias


SÃO PAULO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar a disparada das ações da Varig nas últimas semanas. Em apenas dez dias, as ações preferenciais da companhia aérea subiram 688,9%, fato que chamou a atenção da CVM. Somente no pregão de hoje da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o papel apresentou valorização de 70,26%, negociado a R$ 7,10.

De acordo com analistas, a forte alta dos papéis só pode ser justificada por um movimento especulativo, de investidores que se baseiam nas notícias sobre a recuperação judicial da empresa para apostar em ganhos rápidos. As altas mais fortes, verificadas essa semana, estão amparadas na sinalização de que o governo federal venha a financiar um eventual comprador da Varig, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na próxima segunda-feira (8), os credores da Varig irão analisar as quatro propostas de compra da companhia.
(Murillo Camarotto | Valor Online)

 

4/5/2006 18:40:00
O Dia

Varig informa que vôos de Boeing 737 foram retomados hoje

Rio - A assessoria de imprensa da Varig informou que os vôos regulares do Boeing 737, que estava em manutenção programada no hangar da empresa em Porto Alegre (RS), estão sendo retomados nesta quinta-feira, conforme previsto.

Em comunicado divulgado à imprensa, a direção da companhia aérea disse que nenhuma turbina das aeronaves da frota da companhia foi arrestada, apesar da liminar concedida no início da semana pela 10ª Vara Cível de Justiça do Rio de Janeiro à empresa norte-americana G.A.Telesis para reintegração de posse de uma turbina de avião.

Ontem, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Marcus Basílio suspendeu a liminar, ao entender que a turbina se encontra em plena operação. "Se retirada, poderá acarretar lesão irreparável à Varig, interferindo e dificultando a sua recuperação judicial, inviabilizando a operacionalização de vôos e prejudicando serviços prestados aos passageiros".


04/05/2006 - 18h08
Folha On Line
CVM vai investigar alta de mais de 500% das ações da Varig

IVONE PORTES

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão responsável pela fiscalização do mercado de ações, suspeita que pode ter ocorrido uso de informação privilegiada para compra de ações da Varig.

A autarquia considerou anormal o movimento das ações da companhia nos últimos dias. Em sete pregões, o papel preferencial da Varig acumulou "expressiva" valorização de 523%. A ação, que no dia 25 de abril valia R$ 1,14, fechou hoje a R$ 7,10. Somente nos três pregões desta semana, subiu 358%.

A CVM informou que o trabalho de investigação é amplo e visa apurar quem são os compradores dos papéis.

Segundo analistas de mercado, a expectativa de que o governo federal poderá ajudar a companhia a sair da crise tem impulsionado os papéis.

Para Marcelo Ribeiro, analista da corretora Pentágono, a CVM "faz bem em investigar a alta das ações da Varig".

"Essa alta não tem fundamento. É pura especulação e perigosa", afirmou.

Hoje, a Varig informou que conseguiu derrubar a liminar que obrigava a empresa a devolver a turbina de um Boeing-737 para a norte americana G.A. Telesis Turbine.

O desembargador Marcus Basílio, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, suspendeu a decisão por entender que a turbina está em plena operação e se for retirada poderá "acarretar lesão irreparável à companhia aérea brasileira", interferindo e dificultando a sua recuperação judicial, inviabilizando a operacionalização de vôos e prejudicando serviços prestados aos passageiros.

Já a notícia de que a Varig poderá cortar seis linhas de vôos internacionais --três na América dos Sul e três na Europa-- não desestimularam os investidores a comprarem ações da empresa. A informação consta do auto do processo de recuperação da companhia.

Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pelo processo de reestruturação da Varig, entretanto, negou que haja intenção de cortar linhas internacionais. Segundo ele, o objetivo é "maximizar os vôos internacionais mais rentáveis".

04 de maio de 2006 - 17:37
Estadão
Varig discute proposta de divisão com credores
A empresa discutirá detalhes sobre a proposta que pretende dividi-la em duas, e que será votada em assembléia na semana que vem

Nilson Brandão Junior

RIO DE JANEIRO - A Varig chamou credores da empresa para uma reunião geral, na manhã de sexta-feira, a partir das 10hs, na sede da empresa. A idéia é discutir detalhes e tirar dúvidas sobre a proposta que prevê a divisão da Varig em duas, uma doméstica, que seria vendida em leilão, e outra internacional, que ficará dentro do plano de recuperação.

A proposta vai ser votada em assembléia de credores segunda-feira que vem e a idéia é fazer uma espécie de apresentação geral, antes da formulação do texto final do projeto. O encontro será na sede da empresa e deverá ser prolongado, segundo um credor que foi chamado para o evento.


04/05/2006 - 16h54m
O Globo

CVM vai investigar disparada de ações da Varig

Diogo de Hollanda - Globo Online

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai investigar a disparada das ações da Varig nas últimas semanas. Nos últimos sete dias, as ações preferenciais da companhia aérea subiram 534,91%, o que chamou a atenção do xerife do mercado financeiro. Nesta quinta-feira, às 16h28m, os papéis da empresa avançavam 60,7%, a R$ 6,70 - mais de 12 vezes o valor de 13 de abril, quando atingiram a mínima de R$ 0,55.

Analistas consultados pelo Globo Online são unânimes em afirmar que o movimento é especulativo, por mais que recentes declarações do governo - admitindo a possibilidade de ajuda para a companhia aérea - possam ter gerado algum alento.

- É pura especulação. Há muita notícia desencontrada - disse o analista Marcelo Ribeiro, da corretora Pentágono, declarando-se cético quanto à possibilidade de ajuda do governo.

- O máximo que pode acontecer é um oxigênio extra até as eleições - acredita.

Ribeiro lembra que, mesmo quando a empresa estava numa situação muito melhor, o preço médio de seus papéis girava em torno de R$ 1,50. De 2001 para cá, a Varig reduziu em quase metade a sua participação no mercado de vôos doméstico (de 40% para 20%) e teve a situação financeira bastante deteriorada. As dívidas da empresa estão em um patamar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões - os valores variam porque foram feitas várias auditorias.

O operador de bolsa Tommy Taterka, da corretora Concórdia, concorda que as ações da Varig estão "nitidamente sobrevalorizadas".

- Muita gente ganhou dinheiro porque as ações chegaram a valer centavos. Mas é especulação. A Varig não vale esse preço - comenta.


JB Online
04/05/2006
13:03h
Justiça libera Varig de devolver turbina a fornecedor

RIO - A Varig divulgou nota nesta quinta-feira reiterando que nenhuma turbina dos aviões de sua frota foi apreendida. Segundo a companhia aérea, as operações fluem normalmente e o Boeing-737 que estava em manutenção programada no hangar da Varig, no aeroporto de Porto Alegre, retoma hoje, conforme previsto, os vôos regulares.

No início desta semana, a empresa americana G.A. Telesis obteve uma liminar, na 10ª Vara Cível de Justiça do Rio de Janeiro, para reintegração de posse de uma turbina do avião.

O desembargador Marcus Basílio sustou a decisão por entender que a turbina está em plena operação e se retirada poderá acarretar lesão irreparável à Varig, interferindo e dificultando a sua recuperação judicial, inviabilizando a operacionalização de vôos e prejudicando serviços prestados aos passageiros.


04/05/2006 - 12h20
Folha On Line
Justiça derruba liminar que obrigava Varig a devolver turbina

IVONE PORTES

A Varig conseguiu derrubar a liminar que obrigava a empresa a devolver a turbina de um Boeing-737 para a norte americana G.A. Telesis Turbine.

A empresa norte-americana havia obtido liminar, na 10ª Vara Cível de Justiça do Rio de Janeiro, para reintegração de posse de uma turbina do avião.

Segundo informações da Varig, o desembargador Marcus Basílio, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sustou a decisão por entender que a turbina está em plena operação e se for retirada poderá acarretar lesão irreparável à companhia aérea brasileira, interferindo e dificultando a sua recuperação judicial, inviabilizando a operacionalização de vôos e prejudicando serviços prestados aos passageiros.

As Varig informou que as operações da companhia "fluem normalmente e que o Boeing-737 que estava em manutenção programada no hangar da empresa, no aeroporto de Porto Alegre, retoma hoje, conforme previsto, os vôos regulares".

Ontem, as ações da Varig dispararam e fecharam com alta de quase 90%, impulsionados por especulações em torno da companhia.

A ação preferencial da empresa subiram 87% e fecharam a R$ 4,17, maior cotação desde março de 2000 (R$ 4,19). Foram realizados 4.610 negócios com o papel da companhia no pregão da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ontem. Hoje os papéis sobem mais 51%, para R$ 6,33.

04/05/2006 - 11h33m
O Globo

Varig derruba liminar e evita devolução de turbina

Agências Internacionais

RIO DE JANEIRO - A Varig conseguiu mais uma vitória na Justiça e derrubou a liminar que a obrigava a devolver a turbina de uma Boeing 737 à empresa americana GA Telesis Turbine. A liminar havia sido concedida no mês passado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, informou a assessoria da empresa. Nessa quarta, a empresa desviou a rota da aeronave para evitar o arresto da turbina.

Com isso, a terceira maior companhia aérea do país, líder de mercado até meados de 2003, mantém em operação 49 aeronaves da sua frota de 60 aviões. A redução da operação fez a empresa perder mercado e, segundo fontes, em abril registrou apenas 12% de participação no número de passageiros transportados, contra 19% em março.

Apesar da queda de participação, as indicações de que o governo vai tentar ajudar a companhia a evitar a falência cooperando com a implantação do seu Plano de Recuperação Judicial - inclusive com uma empréstimo de US$ 100 milhões do BNDES-, tem animado investidores a especularem com papéis da empresa.

Na quarta-feira, as ações preferenciais da companhia fecharam em alta de quase 90%. Nesta quinta-feira a alta continua e os papéis subiam quase 46%, cotadas a R$ 6,10, o maior patamar nos últimos seis anos. O número de negócios também vem surpreendendo, com 2.172 operações até o horário.

Segundo analistas, a criação de Fundos de Investimento e Participação, os Fips, que serão montados com ações da Fundação Ruben Berta, controladora da empresa com 87% do capital, também ajudavam a alta dos papéis.

"Finalmente a Fundação vai sair da gestão da empresa e isso dá mais segurança para os investidores", disse um analista que preferiu não se identificar.

Para o analista Marcelo Ribeiro, da corretora Pentágono, no entanto, a alta das ações não passa de especulação e "é um negócio bem arriscado, eu não compraria", avaliou.

O plano de recuperação prevê a separação da Varig em duas empresas, uma saudável e voltada para o mercado doméstico e outra endividada e com operações internacionais. As duas serão vendidas a investidores para pagar as dívidas de mais de R$ 7 bilhões da companhia.