O Estado de São Paulo
04/09/2007
Vice-presidente da Gol assume
cargo na TAM
Executivo, um dos pioneiros
da Gol, leva informações estratégicas
Alberto Komatsu
A disputa entre TAM e Gol pela liderança do
mercado de aviação nacional ganhou ontem
um novo ingrediente, com o anúncio que o vice-presidente
técnico da Gol, David Barioni Neto, vai assumir
a vice-presidência de operações
da TAM. Segundo pessoas próximas a Barioni, os
motivos de sua saída foram a insatisfação
com a política salarial da Gol e a necessidade
da TAM de reformular sua política operacional.
Segundo essas pessoas, em sete anos de carreira na Gol,
Barioni não teria recebido nenhum aumento salarial.
'Parto levando comigo o orgulho de ter participado
de uma das mais belas páginas da aviação
brasileira. Construir uma empresa do zero, estabelecer
um novo modelo, quebrar um sem-número de paradigmas,
conciliar atividade comercial com máxima atenção
técnica, quebrar recordes, quem pode querer mais?',
disse Barioni em e-mail enviado aos funcionários
da Gol. O executivo assume a TAM com carta branca e
leva cinco pessoas de sua equipe.
Como Barioni tem informações estratégicas
da Gol e da nova Varig, relata uma fonte do setor, a
TAM passaria a dispor de dados importantes sobre a expansão
da Varig no mercado internacional, área que tem
conquistado cada vez mais prioridade dentro da TAM.
A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella
Baggio, porém, não acredita que os planos
serão repassados.
'O Barioni é um profissional competente. Não
acredito que ele vá se utilizar de informações
estratégicas', diz. Barioni foi um dos pioneiros
na criação da Gol, cujos primeiros esboços
teriam sido traçados na cabine de um avião
da Vasp, comandado pelo executivo, durante conversas
com Constantino de Oliveira Jr., presidente da Gol.
Para o lugar de Barioni, a Gol promoveu o número
dois da área operacional, Fernando Rockert de
Magalhães.
O Estado de São Paulo
04/09/2007
Piloto faz alerta e pista fecha
Camilla Rigi e Alexandra Penhalver
Por causa da chuva, ontem a pista principal de Congonhas
fechou por três vezes. Primeiramente, entre 16h40
e 18h02. Depois, às 18h56, quando um piloto reportou
à torre de controle que a pista estava escorregadia.
Nesse caso, o comando pode paralisar as operações.
A Infraero reabriu a pista às 21h03 e voltou
a fechá-la às 22 horas. Entre zero e 21
horas, das 259 partidas programadas, houve 17 atrasos
de mais de uma hora, 55 cancelamentos e 4 vôos
alternados para Guarulhos - que teve 29 atrasos e 6
cancelamentos, em 208 partidas.
Jornal do Brasil
04/09/2007
Opinião: O estilo caudilho
de Nelson Jobim
Claudio Magnavita, presidente da Associação
Brasileira de Jornalistas de Turismo e apresentador
da TVJB
O ministro da Defesa, Nelson Jobim acabou fazendo
mea culpa em uma reunião de ministros quando
afirmou: "Fui autoritário, tive que ser
autoritário, e tive que fingir autoritarismo".
Depois explicou que precisou agir dessa forma porque
era preciso passar a idéia de que não
existia mais falta de comando no setor aéreo
brasileiro.
Jobim vem demonstrando que tem perdido o tom. Exagerando
nos embates públicos e se desgastando com os
factóides que tem criado, até mesmo ignorando
o seu passado como ser político. Deputado federal
de dois mandatos pelo Rio Grande do Sul, foi ministro
da Justiça por dois anos do governo Fernando
Henrique, até ser indicado pelo Planalto para
uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Durante sua vida
parlamentar foi militante ativo do PMDB, legenda pela
qual espera concorrer à próxima sucessão
presidencial. Foi do próprio partido que partiu
a primeira reação pública que se
mobilizou para defender o ex-deputado Leur Lomanto,
que ficou na linha de tiro de Jobim.
Filho do ex-governador e ex-senador da Bahia Lomanto
Junior, Leur Lomanto foi deputado federal por duas décadas
(foi colega do próprio Nelson Jobim) e na Câmara
foi o relator do projeto de lei que criou a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac). Sua
ida para a agência decorreu desse trabalho, que
o fez debruçar em seminários, audiências
públicas e a conhecer profundamente este assunto.
O que tem revoltado os correligionários peemedebistas
de Lomanto é a forma truculenta com que o ministro
vem tratando os diretores da Anac, todos com currículos
e especializações, como é o caso
de Josef Barat, ex-secretário de Transportes
do Rio, especialista em logística e com formação
na área acadêmica. O mesmo ocorria com
o coronel aviador Jorge Velozo, que tem a sua base na
aeronáutica, e com Milton Zuanazzi, especialista
no setor de turismo, uma área que responde por
86% das vendas das companhias aéreas. Um mix
de experiências, no qual somam-se experiências
legislativas, acadêmicas, operacionais e de mercado.
Quem destoou sempre deste colegiado foi Denise Abreu,
que deveria trazer uma bagagem jurídica e de
regulamentação, mas sempre prevaleceu
o seu gênio forte e uma rispidez que lhe trouxe
os primeiros desgastes públicos. A sua renúncia
da diretoria da Anac deveria ter sido suficiente para
equilibrar os fatos, mas não foi isso que ocorreu,
por culpa da determinação do ministro
da Defesa em implodir a agência ou de subordiná-la
de forma servil à sua pasta.
O pior é que se estabelece às claras
um perigoso quadro de embate entre o Executivo e uma
agência reguladora, que é um órgão
de Estado, que tem a sua missão subvertida quando
é colocada como subserviente ao setor que deveria
fiscalizar.
O que está em jogo é muito grave. Neste
caso é só focar na essência do que
está ocorrendo. Um ministro de Estado resolve
publicamente questionar até mesmo a existência
ou não de uma agência reguladora e, aproveitando
a carona da imagem desgastada da Anac, pressiona pela
saída dos diretores mandatários. Abre-se
um perigoso precedente, principalmente quando será
o próprio ministro da Defesa que indicará
os nomes que substituirão os diretores que não
resistirem à pressão.
É só questionar e refletir sobre o que
está ocorrendo. Os novos nomes que embarcarão
na Anac não serão escolhidos por um ser
político? Será que Jobim está rasgando
o seu passado partidário e o seu sonho de concorrer
à sucessão presidencial? Se a indicação
não será feita pela sociedade civil e
nem em audiência pública, continuará
ou não uma das principais queixas que hoje atingem
a Anac, o de ser gerida por indicações
políticas? A diferença é que os
nomes serão indicados por um único político
que terá a chance de colocar uma mordaça
de ferro na agência que deveria fiscalizar o setor
sob sua responsabilidade.
A Agência Nacional de Aviação
Civil, que tem menos de um ano e meio de existência,
está sendo responsabilizada por um problema encastelado
há pelo menos uma década e meia no país.
A Anac é a sucessora do Departamento de Aviação
Civil (DAC) e herdou não só os quadros
funcionais como também todo o cenário
que DAC deixou.
Quando o próprio ministro da Defesa afirma
no Plenário da CPI do Apagão Aéreo
da Câmara que a agência não deveria
ter permitido o crescimento do fluxo em Congonhas, não
existe um único assessor capaz de informá-lo
que este quadro foi responsabilidade dos militares do
Departamento de Aviação Civil e não
da Anac, que desde a sua existência só
reduziu as operações em Congonhas.
Durante seis horas de depoimento na mesma comissão,
o ministro Nelson Jobim foi autor de uma avalanche de
comentários primários e leigos assustadores.
Entre eles, defendeu a diminuição da oferta
e não demonstrou preocupação com
a elevação dos custos e o repasse desses
valores para o valor dos bilhetes pagos pelos passageiros.
Estas exposições à base de factóides
e desprovida de sustentação técnica
já começam a perder gás. O voto
de confiança que é dado para aqueles que
chegam ao cargo público está se esgotando
no caso de Jobim, pela surpresa de encontrar uma personalidade
truculenta, sem impor limites na sua sensação
de poder. O irônico é que, num plano maior,
Jobim está cometendo os mesmos pecados que vitimou
Denise Abreu. Coincidentemente os dois têm a mesma
origem profissional: o mundo jurídico. E os dois
exageraram nas suas ações no exercício
do poder com soberba, causando terremotos. Esses abalos
sísmicos causaram o próprio tsunâmi
que afogou Denise e, no caso de Jobim, o epicentro do
primeiro tremor foi no próprio PMDB, que está
profundamento desagradado com o estilo caudilho do seu
correligionário.
Valor Econômico
04/09/2007
Varig recebe Boeing
A VRG, operadora da marca Varig, anunciou ter recebido
mais um Boeing 767-300ER, que deverá ser utilizado
em suas novas rotas internacionais. O início
das operações do avião está
marcado para o dia 20, quando a empresa passa a voar
para Paris e Roma. Até o fim do ano, a companhia
espera receber mais seis unidades desse modelo para
tentar retomar trajetos abandonados em 2006, informou
o Valor Online. A companhia foi adquirida em março
deste ano pela Gol, pouco menos de um ano após
ter sido leiloada em um processo de recuperação
judicial.
Folha de São Paulo
04/09/2007
TAM contrata diretor que ajudou
a fundar a Gol
Com imagem abalada após
acidente em São Paulo, aérea tira da concorrente
David Barioni, vice-presidente técnico
Gol não se pronuncia sobre saída de executivo,
que deve levar com ele para a concorrente dois membros
de sua equipe
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos executivos que participaram da fundação
da Gol, o vice-presidente técnico da companhia
aérea, David Barioni Neto, considerado peça
importante na estratégia da empresa, foi contratado
pela concorrente TAM, com sérios problemas de
imagem após o acidente deste ano, a peso de ouro.
O anúncio foi feito ontem pela companhia aérea.
Barioni, segundo a Folha apurou, deve levar com ele
dois membros de sua equipe, e a avaliação
no setor aéreo e na própria Gol é
que sua perda foi um golpe duro para a empresa.
Fernando Rockert de Magalhães, que trabalhava
desde janeiro de 2004 com Barioni na companhia, assumirá
o cargo. No setor aéreo, entretanto, a avaliação
é que a TAM está levando, além
do know-how do executivo, seus conhecimentos estratégicos
sobre a Gol, praticamente sua única concorrente.
Hoje, a TAM possui 50,6% dos vôos domésticos.
A Gol e a Varig (recém-adquirida pela empresa)
têm, juntas, cerca de 40% do mercado.
Para a TAM, a chegada do executivo, pouco mais de um
mês depois do acidente em Congonhas, acontece
em um momento de crise interna na empresa. Sua imagem
já estava abalada desde o apagão do Natal
do ano passado, quando seis aviões seus pararam
para manutenção não-programada
e causaram caos nos aeroportos.
A avaliação no setor é que a companhia
também não soube gerir bem as conseqüências
da tragédia sobre sua imagem.
A companhia afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa,
que a negociação para levar Barioni estava
acontecendo desde antes do acidente.
A Gol não se pronunciou sobre a saída
de Barioni. Limitou-se a soltar uma nota. "Para
nós, é uma grande satisfação
contar com a experiência e a capacidade de gestão
do comandante Rockert para uma área importante
da companhia num momento de transição
do mercado brasileiro", afirma o presidente da
empresa, Constantino Júnior, no texto à
imprensa.
O executivo, segundo a Folha apurou, foi atraído
pela TAM por uma série de benefícios.
Além disso, ele, que começou como piloto
da Vasp, estaria insatisfeito, por motivos financeiros,
com a família Constantino Júnior, dona
da Gol.
Hoje, haveria insatisfação na TAM com
o relacionamento da vice-presidência operacional
com a tripulação (a vice-presidência
de operações inclui a coordenação
de comandantes e co-pilotos). Com a tragédia,
a empresa sofreu críticas por não ser
tão rigorosa quanto poderia em suas normas para
pouso no aeroporto paulistano, inclusive por seus próprios
pilotos.
Mau momento
A situação financeira das empresas já
foi melhor. Os atrasos e cancelamentos, que se tornaram
rotineiros no primeiro semestre, fizeram com que as
empresas aéreas tivessem que reduzir tarifas
para tentar atrair passageiros e aumentassem gastos,
como combustível e hotel e alimentação
para passageiros de vôos atrasados.
A TAM anunciou, para o período entre abril e
junho, seu primeiro prejuízo trimestral desde
o segundo trimestre de 2005. A companhia aérea
divulgou resultado negativo de R$ 28,6 milhões
de abril a junho deste ano, ante lucro de R$ 97,1 milhões
no mesmo período do ano passado.
Já a Gol informou prejuízo de R$ 35,37
milhões (pelo padrão americano) no segundo
trimestre, ante lucro de R$ 106,68 milhões em
2006.
A expectativa de analistas especializados no setor aéreo
é de melhoria até o final do ano.
Mercado e Eventos
04/09/2007
Varig recebe sua 20ª aeronave
A VRG Linhas Aéreas acaba de receber uma aeronave
boeing 767-300 ER que será utilizado nas novas
rotas internacionais. "A VARIG inicia em 20 de
setembro seus vôos diários para Paris e
Roma, que serão operados com a nova aeronave",
disse Lincoln Amano, diretor comercial da empresa.
Segundo ele, a renovação e ampliação
da frota são frutos da expansão internacional
e da consolidação da empresa. "Até
o fim deste ano, receberemos mais dez aeronaves e voaremos
também para Cidade do México, Montevidéu,
Londres, Santiago e Madri", afirmou
A integração da aeronave à frota
representa um avanço na estratégia da
Varig de ampliar a oferta de assentos para vôos
internacionais no país. A empresa passa a ter
quatro aeronaves 767-300 ER e planeja encerrar 2007
com dez aviões deste modelo, o que lhe permitirá
cumprir seu cronograma de operação de
novas rotas fora do Brasil.
No mercado internacional, a Varig tem 18 vôos
diários, divididos entre América do Sul
e Europa. A partir do Brasil, são cinco vôos
para Buenos Aires (Argentina), um para Bogotá
(Colômbia) e um para Caracas (Venezuela), além
de dois para Frankfurt (Alemanha), um direto do Rio
de Janeiro e o outro partindo do Galeão, com
escala em São Paulo.
O Globo
04/09/2007