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O
Estado de São Paulo
04/04/2007
Gol entrega à Anac plano para
a Varig
Parecer sobre a compra da empresa
pode sair ainda hoje
Mariana Barbosa
O presidente da Gol, Constantino de Oliveira
Junior, entregou ontem à diretoria da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) o seu plano
de negócios para a Varig. O plano começou
a ser analisado durante a reunião semanal da diretoria
da agência, realizada ontem em Brasília. Mas
a reunião não foi conclusiva e a expectativa
é de que o parecer sobre a compra da Varig pela Gol
seja anunciado hoje. Segundo fontes em Brasília,
a Anac não deverá fazer restrições
ao negócio.
A Gol anunciou a compra da Varig por US$
320 milhões na semana passada, durante uma reunião
com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cinco
ministros de Estado. Na ocasião, Lula pediu ao diretor-presidente
da Anac, Milton Zuanazzi, que fosse rápido na apreciação
do negócio. Além da autorização
da Anac, a compra da Varig precisa passar pelo crivo do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Durante entrevista de imprensa para detalhar
o negócio na semana passada, Constantino Junior afirmou
que aguarda a aprovação do Cade e da Anac
para fechar a contratação de novos aviões
e efetivamente assumir a gestão da companhia.
Pelos planos anunciados, as duas empresas
serão geridas de forma independente. A Gol promete
manter a marca Varig tanto no mercado doméstico como
no internacional. As duas marcas explorarão nichos
diferentes de mercado, mas aproveitarão todas as
sinergias possíveis em termos de operação.
A frota será similar (Boeing 737), permitindo, eventualmente,
que a tripulação de uma companhia venha a
operar na outra.
A Varig focará no mercado executivo,
com a manutenção do programa Smiles e vôos
diretos entre os principais destinos de negócios
do País. No mercado internacional, os vôos
de longo curso da Varig para Europa e Estados Unidos deverão
ser retomado ao longo dos próximos doze meses, mas
sem primeira classe.
SITE DO STJ
03/04/2007
STJ pode julgar na semana que vem
processo envolvendo indenização bilionária
à Varig
Indenização bilionária
da Varig está na pauta do dia 11 de abril
O recurso por meio do qual o Ministério Público
Federal e a União tentam impedir pagamento de indenização
bilionária à Viação Aérea
Rio-grandense (Varig) pelo congelamento das tarifas durante
o governo Sarney vai continuar a ser julgado pela Primeira
Seção do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) no próximo dia 11. O valor da indenização
ultrapassa os R$ 3 bilhões.
O julgamento foi interrompido pelo ministro
Herman Benjamim, que pediu vista do processo após
o relator, ministro Castro Meira, negar provimento aos agravos
regimentais interpostos pela União e pelo Ministério
Público Federal. Se esse posicionamento for mantido,
valerá a decisão que garante indenização
à empresa aérea. Caso contrário, a
Seção irá apreciar outro recurso –
embargos de divergência – para decidir a questão.
Aguardam para votar os ministros Denise
Arruda, Humberto Martins, José Delgado, Eliana Calmon,
Luiz Fux, João Otávio de Noronha, Teori Zavascki
além de Herman Benjamin.
Site da ANAPAR
03/04/2007
APAGÃO EM FUNDOS DE PENSÃO
Quem mexeu no cofre deve
andar por aí, livremente, e com bastante dinheiro
no bolso.
A Justiça deveria obrigar essas pessoas a pagar a
conta que deixaram com a sociedade
Nos últimos meses, a crise nos aeroportos brasileiros
vem sendo discutida à exaustão. Fica até
difícil encontrar uma questão que ainda não
tenha sido abordada no meio desse qüiproquó.
Mas um assunto no setor de aviação tem passado
despercebido da grande maioria das pessoas. Trata-se do
calote dos fundos de pensão da Varig e Vasp em seus
aposentados. As duas empresas, antes vistas como exemplo
de administração, sofreram, nas últimas
duas décadas, com gestões temerosas que levaram
ambas ao fracasso. Como se não bastasse a dilapidação
do patrimônio, os maus administradores também
conseguiram causar danos irreparáveis a seus ex-funcionários.
A situação na Varig é, por assim dizer,
a mais caótica. Tudo indica que cerca de 8 mil funcionários
deixarão de receber as aposentadorias depois de abril.
A maioria dessas pessoas ficou surpresa quando começaram
a aparecer denúncias sobre a casa-de-mãe-joana
em que se transformou o Aerus, fundo de pensão da
companhia. No ano passado, a Secretaria de Previdência
Complementar determinou uma intervenção no
Aerus e alegou que, em pouco tempo, não haveria dinheiro
em caixa suficiente para pagar os benefícios aos
ex-funcionários da Varig. Esse dia, infelizmente,
chegou. E, agora, quem vai pagar essa conta?
O Aerus foi fundado em 1982, numa época em que a
empresa aérea voava em céu de brigadeiro.
Em seus tempos de glória, a Varig chegou a contar
com 27 mil pessoas em seu quadro de funcionários,
com capacidade para operar até 450 vôos diários.
No ano passado, o reflexo do descaso a que foi submetida
culminou com a venda em leilão, por US$ 20 milhões.
Com um detalhe: o comprador adquiriu o que ainda restava
de saudável na companhia, deixando a parte podre
na mão dos credores. Dessa forma, as dívidas
de R$ 3 bilhões da companhia com o fundo de pensão
ficaram para trás.
Agora, os administradores que fizeram essas operações
com o dinheiro dos funcionários nada têm a
declarar. O novo proprietário não se responsabiliza
pelo que fizeram antes de sua chegada e o governo também
não deseja assumir um rombo que não é
seu. No meio dessa confusão, sobra para o aposentado.
Como sempre, essas pessoas guardam na lembrança somente
as promessas feitas há 25 anos para que aderissem
ao Aerus, um plano que oferecia vantagens e com um rendimento
que traria tranqüilidade quando fosse necessário.
Agora, porém, o fundo de pensão só
existe no papel. As contribuições mensais
descontadas no salário evaporaram. Para sobreviver,
os aposentados têm de pedir ajuda aos filhos ou vender
o patrimônio acumulado se tiverem algo para vender.
A situação na Vasp não difere da ex-concorrente.
Segundo o sindicato dos aeronautas, a situação
no Aeros, o fundo de pensão da companhia, é
caótica, com aposentados passando dificuldades para
comprar remédios e encontrar atendimento médico
digno. Um triste fim para uma empresa estatal que foi um
orgulho paulista e viveu dias de glória nos céus
do país e no exterior. O mais triste é que
a maioria das pessoas ajudou a construir a reputação
da Vasp e contribuiu em quase nada com a bancarrota da empresa.
Quem mexeu no cofre deve andar por aí, livremente,
e com bastante dinheiro no bolso. A Justiça deveria
obrigar essas pessoas a pagar a conta que deixaram com a
sociedade. Não estamos falando de esmolas ou ajuda
a esses aposentados. A maior parte sequer imaginou que os
descontos em folha de pagamento terminariam sendo utilizados
para outros fins, que não fossem os acordados na
assinatura do contrato com o fundo de pensão. O dinheiro
de suas contas voou, sumiu, desapareceu como se estivesse
no meio do apagão aéreo previdenciário.
(Diário da Tarde - Milton Dallari, é consultor
empresarial, engenheiro, advogado e presidente da Associação
dos Aposentados da Fundação Cesp).
COLUNA CLAUDIO HUMBERTO
03-04-2007
O saboroso charuto da czarina do apagão
Circula na internet, acompanhada de mensagens de profunda
indignação, o flagrante do repórter
fotográfico Dida Sampaio, da Agência Estado,
mostrando Denise Abreu, influente diretora da Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) saboreando
um charuto, durante a festa de casamento de uma filha de
seu colega de dirtoria, Leur Lolanto, em Salvador, na mesma
noite de 30 de março em que os controladores de vôo
paralisavam o País com seu motim.
Correio Forense
02/04/2007
Justiça decide no dia 11 sobre
indenização para a Varig
O congelamento das tarifas aéreas
durante o governo José Sarney pode fazer com que
a União indenize a Viação Aérea
Rio-Grandense (Varig) em cerca de R$ 3 bilhões.
O julgamento do caso está programado
para o próximo dia 11. Por enquanto, o relator, ministro
Castro Meira, votou negando pedido do Ministério
Público Federal (MPF) e da União, que tentam
reverter a decisão para que a empresa seja indenizada.
Faltam os nove demais ministros que compõem a 1ª
Seção.
O caso tem chances de vitória para
a empresa, já que a Varig vem ganhando desde a primeira
instância e há precedentes a favor. A Transbrasil,
por exemplo, já recebeu cerca de R$ 700 milhões
por conta de defasagens na tarifa na época do plano
Sarney. (...)
A ação de indenização
da Varig foi proposta em 1993. A empresa pede o ressarcimento
dos prejuízos, com a inclusão de danos emergentes
e lucros cessantes, acrescidos de correção
monetária e juros. (...)
Se o governo não conseguir reverter
a derrota no caso, o valor exato a ser pago será
calculado no momento da execução da sentença,
na primeira instância, depois que houver decisão
definitiva e não couber mais recurso.
A Varig alegou, no processo, que houve
quebra do equilíbrio financeiro do contrato de concessão
porque o Departamento de Aviação Civil (DAC),
na época, fixou as tarifas abaixo do custo das operações,
o que trouxe prejuízos econômicos para a companhia.
Julgamento
Quatro dos cinco ministros foram favoráveis
ao pagamento da indenização quando o processo
foi analisado pela 2ª Turma do Superior Tribunal de
Justiça. O Ministério Público Federal
e a União, porém, recorreram para que o caso
fosse julgado pela Seção (que reúne
ministros de duas turmas).
A União alegou que o debate sobre
esse processo é de repercussão econômica
e financeira e, por isso, deveria ser julgado pela seção
composta por dez ministros.
Na decisão da seção,
o ministro Castro Meira manteve seu posicionamento, pois
entendeu que não ficou demonstrada a divergência
alegada pela União.
O ministro Herman Benjamin pediu vista
do processo depois de o ministro Castro Meira ter votado
rejeitando os recursos. Os demais ministros da Primeira
Seção do STJ são Francisco Falcão
– que a preside e só vota em caso de empate
–, José Delgado, Eliana Calmon, Luiz Fux, João
Otávio de Noronha, Teori Albino Zavascki, Denise
Arruda, Herman Benjamin.
IstoÉ Dinheiro
28/03/2007
O Rombo da Kepler
LANA PINHEIRO
Controlada pelo Banco do Brasil e pelos
fundos de pensão, a maior fabricante nacional de
silos só escapará da falência se receber
ajuda oficial.
O fundos de pensão estatais e o
Banco do Brasil têm “um tremendo pepino”
nas mãos. - Ôrra meu, o Aerus não é
estatal, ainda.
Trata-se da Kepler Weber, que é
a principal fabricante nacional de silos para armazenagem
de grãos e cujo controle é compartilhado pelas
fundações e pelo BBI - o banco de investimentos
ligado ao BB.
Numa carta confidencial escrita em março
deste ano, à qual DINHEIRO teve acesso com exclusividade,
os executivos da Kepler Weber relatam aos acionistas a grave
situação financeira da companhia, que hoje
deve cerca de R$ 400 milhões. Nela, eles apontam
riscos para a continuidade operacional da empresa e indicam
que o caixa estava negativo em R$ 20,9 milhões. "Estamos
iniciando o mês de março e, através
desta, julgamos necessário demonstrar a total inviabilidade
operacional da companhia por falta de capital de giro",
assina o próprio presidente Anastácio Fernandes
Filho, ao lado de três diretores.
Internamente, atribui-se a derrocada da
Kepler à crise que o agronegócio enfrentou
nos últimos dois anos, mas isso é apenas parte
da história. Houve também erros de gestão
e uma certa megalomania na definição dos investimentos.
Em 2004,por exemplo, a empresa inaugurou no Mato Grosso
do Sul uma fábrica em Mato Grosso do Sul que tornaria
o Brasil o maior produtor de silos do planeta. O projeto
era superlativo, com capacidade de processamento de 100
mil toneladas de aço por ano. Sem demanda suficiente
por silos, as vendas caíram, os prejuízos
se acumularam e a empresa mergulhou em dívidas. Hoje,
a solução que os executivos propõem
é que a Angra Partners, que representa os fundos
de pensão, consiga levantar mais recursos junto a
entidades como a Previ, o Serpros, o Aerus e o próprio
BBI.
Se esse novo aporte não ocorrer,
a empresa pode se complicar ainda mais. Os pedidos já
realizados não são cumpridos e os cancelamentos
já em execução ultrapassam R$ 28 milhões.
E vem mais por aí. "Além
destes valores, temos um negócio a decidir na Venezuela
de aproximadamente R$ 25 milhões, que nas atuais
condições teremos que declinar", avisa
o presidente no documento.Outro contrato de R$ 28 milhões
com Cuba corre risco de seguir o mesmo caminho. E até
o aquecimento do mercado agrícola interno, que poderia
ajudar a empresa a sair da quase bancarrota em que se encontra,
se transforma em problema.
Nos dois primeiros meses deste ano,os pedidos
de orçamento somaram R$ 600 milhões, mas a
empresa não consegue pagar suas atividades básicas.
Com atrasados a receber, seus fornecedores só aceitam
pedidos com pagamento a vista.
Anastácio Fernandes Filho e os diretores
da Kepler Weber não falam sobre o assunto. Concentram
esforços para tentar encontrar uma saída.
Em setembro do ano passado, conselheiros e acionistas decidiram
entregar a reestruturação operacional e financeira
da companhia para a consultoria Angra Partners, que tem
feito reuniões mensais com o grupo. Algumas medidas
já foram tomadas desde então. O nível
de estoques foi reduzido em 60% para R$ 20 milhões
e o quadro de pessoal que já contou com 2,2 mil colaboradores
passou a ter 1,1 mil. Nem mesmo a fábrica de silos
foi poupada. De seus 500 funcionários iniciais, restam
apenas 30 que a mantêm em operação a
duras penas. Uma fonte próxima à Kepler Weber
acredita que, até o fim do mês, uma saída
deve ser anunciada.
O BBI informa que "está ciente
dos problemas e que em médio prazo a companhia conseguirá
reverter o quadro atual". Um novo aporte oficial está
a caminho.
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