:::::RIO DE JANEIRO - 03 DE DEZEMBRO DE 2006 :::::

 

Estadão
02 de dezembro de 2006 - 15:46h
Varig despede empregados paraguaios
Empresa brasileira deixou de operar no aeroporto de Assunção em agosto

AP

ASSUNÇÃO - A empresa área brasileira Varig despediu todos os seus empregados no Paraguai encerrando definitivamente a atividade no país. A companhia deixou de operar no aeroporto de Assunção em agosto devido a problemas financeiros.

Cerca de 18 empregados foram despedidos na sexta-feira, de acordo com um comunicado elaborado pela assessoria de imprensa da Varig que foi lido pelo advogado Patricio Escobar, representante da empresa.

Escobar deixou claro que sua tarefa foi somente comunicar aos funcionários o fim da atuação da empresa em Assunção. Os ex-empregados mostraram imediatamente o interesse em notificar na Justiça o pedido de indenização, além de requisitar férias e salários atrasados.

 

 

Mercado e Eventos
02/12 - 10:11h
Varig cede balcões de check-in por tempo limitado

Visando ao bem-estar dos passageiros e para atender a demanda da alta temporada, a Varig cedeu temporariamente alguns de seus espaços de check-in nos aeroportos.

Após uma petição apresentada pela companhia para que a Justiça da 1ª Vara Empresarial decidisse sobre a utilização provisória do espaço, o Juiz Luiz Roberto Ayoub autorizou pelo prazo de 60 dias, a contar de ontem (01/12), o uso pela concorrência de alguns espaços de check-in da companhia. No entanto, de acordo com Ayoub, caso a Varig necessite dos espaços para suas operações, antes deste prazo, a Infraero deverá efetuar a devolução em dez dias.

Em sua decisão, o juiz descartou a possibilidade de qualquer alteração no layout do espaço. Nos balcões de check-in da companhia somente poderá ser colocado um pequeno banner da Infraero, sem qualquer descaracterização ao domínio da Varig.

Ayoub reafirmou, em sua decisão, que não será permitida, em nenhuma hipótese, a divulgação de qualquer empresa aérea nos locais destinados à empresa. Caso haja descumprimento da decisão judicial, os espaços de check-in serão devolvidos imediatamente.

 

 

O Dia
01/12/2006 21:22h
Justiça libera FGTS a ex-trabalhadores da Varig

Os trabalhadores do Grupo Varig dispensados entre os meses de setembro e outubro deste ano receberão o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as guias de recolhimento do seguro-desemprego.

De acordo com informações da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região, a juíza Maria Thereza da Costa Prata, da 63ª Vara do Trabalho, aceitou o pedido do procurador do Trabalho Rodrigo de Lacerda Carelli que entrou com aditamento na ação civil pública proposta em agosto visando à liberação do FGTS e seguro-desemprego dos trabalhadores dispensados.

Segundo Carelli, o pleito não interfere em outros processos em que são discutidos a recuperação judicial da Varig e a sucessão trabalhista.

A ação diz respeito à entrega dos termos de rescisão de contrato de trabalho realizados pelo Grupo Varig nos últimos dois meses, que não foi realizado.

Desde o início desta semana, a liberação do FGTS e das guias de seguro-desemprego já está sendo feita.

 

G1 - Globo
01/12/2006 - 20h54m - Atualizado em 02/12/2006 - 20h35m
"POR QUE EU?", PERGUNTA CONTROLADOR QUE ACOMPANHAVA O LEGACY
Exclusivo: G1 localiza um dos controladores da hora do acidente.
"Não desejo para ninguém passar por essa experiência", diz.

Alessandro Greco, enviado do G1 a Brasília

"Não desejo para ninguém passar por essa experiência." As palavras são de um dos controladores que acompanhavam o Legacy no dia do acidente com o Boeing da Gol que fazia o , dia 29 de setembro, que matou 154 pessoas. É a primeira vez que um profissional que estava de plantão naquele dia dá uma entrevista. Localizado pelo G1, esse controlador, que trabalha no Cindacta-1, em Brasília, só aceitou falar sob a condição de não ser identificado. E fez um alerta sobre a precariedade do controle de tráfego aéreo no Brasil: "A bomba-relógio está ligada novamente. Vai estourar. Já aconteceu e vai acontecer novamente''.
 
A seguir, os principais trechos da entrevista.
 
G1 - Como tem sido o seu dia-a-dia?
Controlador - Bem chato. Eu só penso naquilo que me machuca, me maltrata. Te deixa impotente em algumas situações. Você fica sem previsão de algum futuro, sem previsão de expectativa de melhora, de piora.  Não que me sinta culpado, pois não tenho sentimento de culpa, porque dentro da minha capacidade profissional fiz a minha parte. Mas existe a cobrança pessoal, a cobrança de família. Toda uma dedicação ao serviço. É justamente essa injustiça da vida. Você se pergunta por que eu fui escolhido para estar ali naquele momento, por que não outra pessoa. Não é nada confortável e não desejo para ninguém passar por essa experiência. É complicado. A parte emocional ficou muito comprometida.

G1 - Como você ficou sabendo do acidente?
Controlador - Depois de uns 20, 25 minutos senti falta do Gol. Cadê o Gol? Começou aquela barata tonta. Foi quando o piloto do Legacy pousou no Cachimbo (Base Aérea onde o jatinho Legacy fez o pouso de emergência depois do acidente), ligou para Manaus, e falou: “Vinha voando, mantendo o tempo todo 370, colidi com alguma coisa e fiz um pouso de emergência”. E falaram que houve uma colisão. Como isso aconteceu se o cara vinha em 360 e o outro a 370 [altitudes diferentes]"?

G1 - Você saiu a que horas [no dia do acidente]?
Controlador -
Uma hora, uma hora e meia depois, porque tinha pouca gente na equipe pra render também. A gente é preparado para agüentar um tipo de pressão, segurar a onda, segurar o emocional. Aí comecei a me imaginar no lugar de cada pessoa, no lugar do piloto, no lugar do comissário, no lugar do cara que estava botando o filho para buscar um monte de gente e ver aquela cena trágica, foi horrível. Aí fiquei só...e, graças a Deus, culpa minha não foi. É um consolo que eu tenho, até hoje.

G1 - Tem se dito que o número que aparecia na tela do sistema era 36 mil pés após passar por Brasília.
Controlador -
Como o sistema modificou de forma automática, a informação da direita dizia mesmo 36 mil pés, nível 360 [parte do radar que mostra o plano proposto de vôo]. Porém, no lado esquerdo, a altitude real que a aeronave estava mantendo apresentava variação. Era uma questão técnica de transponder [equipamento que envia dados para o radar do controle aéreo e para outras aeronaves].

G1 - Quantas vezes você chamou o Legacy?
Controlador - Várias. Na hora não tem como. São vários aviões que a gente atende constantemente, não tem como contar para esse eu fiz tantos [chamados] para outro tantos.

G1 - Outras pessoas tentaram chamar o Legacy?
Controlador - Não, porque estava dentro da minha [área], mas o acidente foi na área de Manaus. Saiu da minha área e umas 30 milhas depois aconteceu a colisão. Foi quase na divisa.    

G1 - Quando houve o acidente, quem controlava [o Legacy] era Manaus?
Controlador -
Pelo local do acidente, pela experiência de distância e velocidade, Manaus teve de três a cinco minutos para resolver o problema. Esse pontinho aqui, Nabol (ponto imaginário no espaço aéreo para controle de tráfego), é um ponto de notificação compulsória. O piloto tem a obrigação de tentar chamar comigo ou tentar chamar Manaus.

G1 - Como foi o dia seguinte ao acidente?
Controlador -
Tenho uma certeza: caí de pára-quedas naquela situação. Jamais imaginei que estivesse na mesma altitude. É uma experiência horrível. Pra mim é difícil em especial quando falo com minha família por telefone. Quando ouço voz de pai, mãe, irmão... Já expressei minha vontade de sair, de ser transferido. Não quero voltar aqui para Brasília. 

G1 - Então você quer continuar sendo controlador de vôo?
Controlador - Sim, gosto. É interessante, isso não me melindra em continuar a trabalhar com essa função. Para quem gosta, é um vício. Se eu me sentir seguro com o sistema, volto.

G1 - O relatório preliminar diz que vocês tentaram falar com o Legacy sete vezes e não conseguiram. Há um ponto cego em que é difícil a comunicação entre o centro de controle e as aeronaves na região do acidente?
Controlador -
Com certeza, e não é à toa que é o próprio local em que ocorreu o acidente. Na minha área de controle mesmo, a área é cega, surda e muda.

G1 - Também foi dito que a pessoa que estava monitorando o Legacy havia sido homologada em 2006. 
Controlador - Tenho seis anos [de controlador de vôo]. Na verdade, quatro anos e meio, pois um ano e meio foi de estágio, homologação.  Não dá para saber o tempo de homologação de cada colega de turma. Existiam pessoas de vários tempos de experiência, operadores com 20 anos, 10 anos, outros com três anos. Tinha somente eu e um assistente [monitorando o Legacy]. Ele deveria ter uns três, três anos e meio de experiência.

G1 - Vocês estão preocupados com a investigação da PF?
Controlador - Nosso maior medo é sermos injustiçados. Fizemos tudo o que podíamos fazer, com a informação que tínhamos.

G1 - O que vocês acham do tráfego aéreo no Brasil?
Controlador - A bomba-relógio está ligada novamente. Vai estourar. Já aconteceu e vai acontecer novamente.

 

 

O Globo Online
01/12/2006 às 20h12m
Justiça transfere espaços da Varig para a Infraero
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - O Juiz Luiz Roberto Ayoub 1ª Vara Empresarial do Rio determinou que alguns espaços da Varig nos aeroportos sejam devolvidos à Infraero. O uso dos espaços foi autorizado por 60 dias e, de acordo com despacho de Ayoub, que é o juiz responsável pelo caso Varig, eles poderão ser devolvidos antes do prazo, se a empresa necessitar as áreas para operação de seus vôos.

Em sua decisão, o juiz descartou a possibilidade de qualquer alteração no layout do espaço, ou seja, nos balcões de check-in da Varig somente poderá ser colocado um banner pequeno da Infraero, sem qualquer descaracterização ao domínio da companhia. Ayoub reafirmou, em sua decisão, que não será permitida, em nenhuma hipótese, a divulgação de qualquer empresa aérea nos locais destinados à VRG. Caso, haja descumprimento da decisão judicial, os espaços de check-in serão devolvidos imediatamente para a VRG.

 

 

O Dia
01/12/2006 12:52h
Varig não vai mudar o nome para Nordeste

As companhias aéreas Rio Grandense, Rio Sul e Nordeste, empresas em recuperação judicial, divulgaram uma nota nesta sexta-feira explicando que a Varig não poderá mudar seu nome para Nordeste, porque a utilização desta marca não está presente no contrato do leilão de venda. Além disso, as companhias afirmaram que irão utilizar a marca Nordeste para retomar suas operações na aviação comercial brasileira, já no próximo ano.

O presidente da Varig Log, João Luis Bernes de Sousa, teria dito em entrevista que além de mudar o nome da Varig para Nordeste, estaria construindo uma nova Varig e contratando novos funcionários.
 
"Estamos construindo uma nova Varig, contratando gente...O nome será Nordeste, mas teremos o direito de seguir explorando o nome Varig".