:::::RIO DE JANEIRO - 03 DE AGOSTO DE 2006 :::::
 

O Globo
03/08/06
Corpo-a-Corpo: MARCO ANTONIO AUDI


‘Estamos reconstruindo a empresa’
O presidente do Conselho da VarigLog, Marco antonio Audi, promete contratar, já na semana que vem, mais 700 funcionários, além dos 1.700 previstos.
Ramona Ordoñez

A nova Varig não vai arcar com as indenizações trabalhistas?

MARCO AUDI: As despesas trabalhistas são da Varig antiga. Nós ainda não contratamos pessoal porque não temos a licença para operar. Pelo edital do leilão, os US$ 75 milhões são para operar a companhia. Mas acho que a Varig antiga vai encontrar uma solução, usando créditos de impostos, entre outras coisas para pagar as indenizações trabalhistas.

Os funcionários estão com salários atrasados. O que a nova empresa pode fazer?

MARCOS AUDI: É um drama muito forte, nem imagino o que é esse problema na vida de cada um quando chega o fim do mês e não tem dinheiro para pagar as contas. Só quem vive sabe.

E que esperança esses funcionários podem ter da nova empresa?

MARCO AUDI: Estamos reconstruindo a empresa. No dia seguinte do leilão apenas dois aviões voaram, pois havia o risco de serem arrestados e a diretoria tinha medo de até ser presa. Tivemos que negociar com hotéis, lanchonetes e com outras empresas aéreas, para podermos atender a milhares de pessoas que estavam em aeroportos em todo o mundo.

E agora, quais são os planos?

MARCO AUDI: Nossos planos são fazer a empresa voltar a crescer. Num primeiro momento, vamos contratar 1.700 funcionários da antiga empresa para retomar as operações com 13 aeronaves. Mas os planos são de crescer. A Varig veio para ficar.

Vai aumentar o número de aviões?

MARCO AUDI: Vinte e quatro horas por dia penso em como fazer a companhia crescer. Na próxima semana vamos fechar contratos ( de leasing ) para mais cinco aviões na nossa frota. Em breve vamos anunciar a compra de mais 50 aviões.

A Varig vai contratar?

MARCO AUDI: Sim. Os novos cinco aviões que vamos ter na próxima semana já vão exigir mais 700 funcionários (além dos 1.700). O projeto dos 50 novos aviões necessitará de 6.500 novos empregados a serem contratados no prazo de um ano e meio.


O Globo
03/08/06
Balcões da Varig serão redistribuídos em breve

Geralda Doca e Sabrina Valle*

BRASÍLIA e RIO. Os balcões de check-in em poder da Varig nos principais aeroportos do país — Congonhas, Guarulhos, Santos Dumont, Galeão, Brasília e Fortaleza — somente serão redistribuídos às concorrentes na próxima semana. As unidades são as que concentram os casos de tumulto devido à paralisação parcial de atividades da companhia aérea. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, disse ontem que aguarda o encaminhamento da proposta de malha aérea da Nova Varig para repassar as áreas às outras empresas.

Fontes ligadas às negociações disseram que a VarigLog — que comprou a marca e as rotas da Varig — pediu à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) um prazo de 48 horas, que se encerra amanhã, para apresentar o plano operacional completo da nova empresa. Até então, dizem essas fontes, a VarigLog teria apresentado uma malha precária, que seria implementada em três etapas: uma, em caráter de emergência, que prevê nove aviões; outra para o semestre, com 45; e, finalmente, uma para dois anos, com 75 aeronaves. A agência não confirma as informações.

TAM contrata 205 ex-funcionários da Varig

Segundo Pereira, não faz sentido a Nova Varig continuar de posse de todas as áreas aeroportuárias se vai operar uma malha pequena. Uma das idéias é repassar os balcões a Gol, TAM, BRA e Ocean Air, temporariamente, a cada 15 dias.

A VarigLog entrou ontem com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar liminar concedida pela justiça trabalhista do Rio, que bloqueou US$ 75 milhões pagos à Varig depois do leilão, a fim de garantir direitos trabalhistas aos funcionários da Varig. Os recursos seriam usados para dar continuidade à operação da Varig até que a Aéreo Transportes Aéreos (empresa criada pela VarigLog para assumir as operações) obtenha autorização da Anac para voar.

A TAM confirmou ontem a contratação de 205 ex-aeronautas (equipe de bordo) da Varig até setembro. A empresa também deve absorver outros funcionários da Varig, já que pretende aumentar sua frota das atuais 88 aeronaves para pelo menos 96 até o fim do ano. Mas novas contratações só devem ser anunciadas depois que a TAM divulgar seu balanço.

No último dia 22, a Varig comunicou a demissão de 5.500 de seus 9.485 empregados. Até o fim do primeiro semestre, ou seja, antes dascontratações anunciadas ontem, a TAM tinha 10.240 funcionários. Destes, 1.150 são pilotos e co-pilotos.

Para cada nova aeronave, a TAM precisará de reforço nas áreas de manutenção, atendimento e administrativas, além de pessoal de bordo. No entanto, a companhia não divulgou uma estimativa do número de contratações futuras.

Depois de terem seus vôos cancelados pela Varig, 23 passageiros que iriam do Rio para Belém aguardaram até três dias para embarcar. Hospedados ao lado do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, eles se reuniram ontem para pressionar a companhia. Juntos, caminharam do hotel, próximo ao terminal 1 do aeroporto, até o balcão da empresa, no terminal 2. No fim da tarde, a companhia informou que eles seriam levados para São Paulo, de onde iriam para Fortaleza e, em seguida, para Belém.

A advogada Carolina Cerqueira de Miranda, de 23 anos, tentava ser realocada em outras companhias desde segunda-feira. De acordo com ela, havia idosos, crianças e um bebê de apenas 4 meses entre os passageiros. A Varig pagou as despesas do grupo com hospedagem e alimentação.


Valor Econômico
03/08/2006
Anac aguarda definição da Varig sobre vôos

Ana Paula Grabois* e Janaina Vilella

O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, espera que a Varig entregue hoje a malha de vôos definitiva da companhia. Segundo as regras do leilão de venda da companhia, os novos donos devem apresentar o plano até o fim deste mês, a fim de obter junto à entidade o certificado de empresa aérea. "É do interesse da nova empresa obter o certificado de transporte aéreo e é fundamental que apresente a malha. Esperamos que isso ocorra amanhã (hoje), sem esperar o prazo oficial do leilão", disse Zuanazzi, que esteve reunido ontem com o juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub.

Desde 21 de junho a Varig vem operando por meio de plano de emergência temporário, no qual os bilhetes de vôos suspensos pela empresa são endossados por outras companhias aéreas. Mesmo após a venda da Varig à VarigLog, esse plano foi mantido até a entrega da malha definitiva.

Ontem, a companhia aérea informou que a Anac prorrogou para o dia 24 o vencimento do plano de emergência, que valia até 31 de julho. A agência, no entanto, negou a informação, por meio de nota e até às 18 horas de ontem não havia chegado um comunicado oficial à diretoria do órgão regulador que ressaltou, no entanto, que vai manter algumas ações de emergência para garantir o atendimento dos usuários da Varig.

"Enquanto houver um passageiro fora do país ou com problemas para chegar ao seu destino, a Anac estará atuando nos aeroportos por meio dos fiscais das Seções de Aviação Civil (SACs)", informou. A Varig, por sua vez, não quis comentar as declarações.

Já na disputa com os empregados, a VarigLog recorreu na terça-feira no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a liminar que bloqueou um depósito de US$ 75 milhões feito pela aérea para que o dinheiro fosse utilizado no pagamento de rescisões trabalhistas e de salários atrasados dos funcionários da Varig. Os recursos correspondiam ao primeiro investimento da VarigLog após a compra da Varig e estavam destinados à manutenção das operações da empresa. A liminar do bloqueio foi concedida pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, a pedido do Sindicato dos Aeroviários do Município do Rio de Janeiro (Simarj).

De acordo com uma fonte ligada à Varig, o recurso da VarigLog foi encaminhado ao STJ, pois envolve um conflito de competência entre juízes. Isto porque, em uma decisão anterior, o STJ entendeu que qualquer matéria relacionada à Varig deveria ser tratada na 8ª Vara Empresarial do Rio, que conduz o processo de recuperação judicial da empresa, e não na Justiça do Trabalho. A expectativa é de que hoje o juiz Ayoub anuncie uma decisão sobre o bloqueio do dinheiro. O STJ também deve se pronunciar hoje sobre o recurso da VarigLog.

Em nota ontem, a nova dona da Varig informou que cabe à antiga empresa a responsabilidade do pagamento dos salários e direitos trabalhistas de seus funcionários. "Uma vez tendo comprado a marca e parte da empresa, a VarigLog é solidária com a angústia de funcionários e credores, mas não pode ser responsabilizada por esses passivos, que são de responsabilidade da Viação Rio Grandense S.A. (Varig antiga)."

Segundo a empresa, o dinheiro bloqueado deve ser utilizado somente para fazer frente às despesas operacionais da companhia. A VarigLog acrescentou ainda que as dívidas da Varig antiga não podem ser pagas com os recursos operacionais da nova Varig. Entre as prioridades da nova empresa está o aumento da frota para 45 aviões no curto prazo. Atualmente, a companhia aérea opera com dez aeronaves.

Ontem, a TAM anunciou que irá contratar, até setembro, 205 aeronautas que perderam empregos na Varig. Desses, 185 são comandantes e co-pilotos e os 20 restantes são comissários de bordo. A companhia informou ainda que todas as futuras contratações de aeronautas darão prioridade a trabalhadores oriundos da Varig, em virtude da experiência exigida para essas funções e da redução dos "transtornos" causados pelas demissões.


Valor econômico
03/08/2006
Seguradoras querem os desligados de fundos de pensão
De São Paulo

As recentes crises que abalaram alguns fundos de pensão fizeram o setor de previdência privada aberta despertar novamente para reclamar maior flexibilidade na migração entre os dois modelos. Ontem, no 3º Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), voltou a propor uma revisão de leis e normas que viabilizem a transferência entre fundos de pensão e PGBLs ou VGBLs, que hoje é irrisória.

A discussão foi retomada após virem à tona problemas envolvendo os fundos de pensão Aerus, de trabalhadores da Varig, e Petros, dos funcionários da Petrobras, nos últimos dias. Isso mostra que esses fundos de pensão têm riscos reais e não possuem garantia das empresas, diz Nascimento. "Queremos flexibilizar a migração do trabalhador desligado da patrocinadora do fundo, para que possa optar pela previdência privada aberta."

A Anapp - representante das seguradoras nessas disputas por uma fatia do dinheiro administrado pelos fundos de pensão - propõe um alteração da Lei Complementar nº109 e de normas da Secretaria de Previdência Complementar (SPC). A lei determina que a transferência da fechada à aberta só será permitida se o participante converter o patrimônio em renda, imediatamente, para receber em um prazo mínimo de 15 anos. Outras normas sobre a portabilidade entre os fundos são responsabilidade da SPC.

O presidente da Anapp diz que a regra deveria considerar as novas condições do mercado de trabalho. "É quase impossível ver, hoje em dia, um empregado deixar uma empresa em que tem plano fechado para outra onde também há um fundo de pensão, para o qual ele poderá transferir seus recursos e manter seus direitos."

Para ele, é legítimo que o trabalhador continue a só poder migrar de fundo fechado para aberto ao sair da empresa. Hoje, muitos deixam as empresas para serem autônomos ou para trabalhar em empresas sem fundos, diz. "Esses deveriam transferir para um fundo aberto mais facilmente." (DF)


 

Zero Hora
03/08/06
TAM e Gol contratam demitidos da Varig

Varig informa hoje a sua nova malha aérea, e Anac vai distribuir entre concorrentes as linhas não atendidas

Enquanto a Varig dispensa metade da sua força de trabalho na tentativa de manter a empresa em funcionamento, a TAM e a Gol já contrataram 220 ex-pilotos da companhia nos últimos meses. As líderes do setor querem aproveitar a experiência dos profissionais.

Conforme Gelson Fochesato, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, a TAM ficou com 150 pilotos e a Gol chamou 70.

A movimentação no setor continua. Ontem a TAM confirmou a contratação, até setembro, de 185 pilotos e 20 comissários ex-Varig.

A ampliação é conseqüência do aumento da frota, de 88 para 96 aviões até dezembro, e expansão no número de vôos. Neste ano, a TAM iniciou 40 novas rotas domésticas e oito internacionais.

Antes das contratações anunciadas, a TAM tinha 10.240 funcionários. Destes, 1.150 são pilotos e co-pilotos. A Varig, devido ao processo de recuperação judicial da empresa, demitiu 5,5 mil de seus 9.485 empregados na sexta-feira.

A TAM não divulgou uma estimativa do número de contratações futuras. Para cada novo jato incorporado à frota, a companhia precisará de reforço nas áreas de manutenção, de atendimento e setores administrativos, além de pessoal de bordo.

Na página da empresa na Internet também são anunciadas vagas para analista de custos, assistente de importação, mecânico de manutenção, técnico mecânico, comissária de vôo, atendente de call center, secretária bilíngüe, técnico de qualidade e analista de estratégia.

Varig Log ingressa no STJ para desbloquear depósito

A Varig Log entrou ontem com recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a decisão da Justiça do Trabalho do Rio de bloquear os US$ 75 milhões pagos à Varig após o leilão. A liminar foi concedida para garantir o pagamento de obrigações trabalhistas dos empregados e dos demitidos da companhia aérea.

Os recursos bloqueados seriam usados para financiar investimentos na Varig e manter a operação da empresa até a transferência para a nova gestora, conforme previsto no edital do leilão judicial.

Pressionada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Varig Log deve divulgar hoje a malha aérea definitiva que vai operar com os aviões da Varig. Com o documento, a Anac concederá a autorização para a nova companhia operar.

Com o encolhimento da Varig, TAM e Gol já dominam quase 90% do tráfego doméstico, conforme o especialista Paulo Bittencourt Sampaio. A TAM detém mais da metade (51%) e a Gol chegou 37,1%. Apenas entre as décadas de 1970 e de 1980 houve tamanha concentração.


O Estado de São Paulo
03/08/06
Rivais contratam ex-funcionários da Varig
ANA PAULA LACERDA E ALBERTO KOMATSU

Após fazer contato com o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a TAM definiu que dará prioridade aos ex-funcionários da Varig ao contratar novos profissionais, especialmente para os cargos que exigem experiência - como pilotos e co-pilotos. A Gol também demonstrou interesse nestes profissionais.

Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, cerca de 150 pilotos já estão trabalhando na TAM e outros 70 na Gol. Até o mês de setembro, a TAM contratará 185 pilotos e co-pilotos e também 20 comissários de bordo, todos ex-funcionários da Varig. As contratações estão acontecendo por causa da expansão no número de vôos da empresa.

A TAM iniciou 40 novos vôos domésticos no primeiro semestre e deve chegar a 8 novos vôos internacionais com o início das operações Guarulhos-Londres, em outubro. Atualmente, a empresa conta com 88 aeronaves e deve chegar ao fim do ano com 96 aviões. Só no primeiro semestre, a Tam já recebeu sete novos Airbus 330.

Na Varig, pilotos e comissários começaram a receber hoje os avisos de demissão. Segundo eles, o comunicado pede que os funcionários façam os exames demissionais e diz que, posteriormente, serão comunicados de como será realizado o desligamento da companhia. No total, foram 5,5 mil postos de trabalho fechados na empresa.


O Estado de São Paulo
03/08/06
VarigLog recorre ao STJ contra bloqueio de dinheiro
Controladora da Varig entra com recurso para liberar os US$ 75 milhões retidos para pagar funcionários
Alberto Komatsu

A VarigLog entrou com uma petição no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para questionar a competência da Justiça do Trabalho do Rio, que na segunda-feira determinou o bloqueio do depósito de US$ 75 milhões para a Varig. Os recursos são a primeira parcela da compra da companhia aérea e têm como destino bancar sua operação. Mas os trabalhadores querem uma garantia de que receberão as verbas de rescisão trabalhista e quatro meses de salários atrasados.

Na petição, a VarigLog alega que, em abril, o próprio STJ já havia decidido que qualquer ação que prejudicasse o processo de recuperação judicial da Varig deveria ser de competência da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, responsável pela recuperação judicial da companhia. O juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 8ª Vara, só se pronuncia hoje sobre o bloqueio, após ter recebido um parecer da administradora judicial da Varig, a consultoria Deloitte, sobre o impacto da liminar na operação da empresa.

Pilotos e comissários da Varig começaram ontem a receber os avisos de demissão, relatam funcionários que participaram de reunião convocada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas para discutir a situação dos empregados. Na sexta-feira, a Varig comunicou a demissão de 5,5 mil empregados, de um total de 9.485 pessoas. Segundo a empresa, as rescisões trabalhistas chegam a R$ 253 milhões, e os salários atrasados somam R$ 106 milhões.

NOVA MALHA
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) espera para hoje uma definição do planejamento de vôos da Varig, para acelerar a homologação da empresa como concessionária de transporte aéreo.

Segundo o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, esse processo depende mais da empresa do que da própria agência. A VarigLog informou que a nova malha de vôos deverá ser divulgada para a Anac nos próximos dias. "Eles (Varig) estão com praticamente tudo pronto", afirmou Zuanazzi.

Ontem, poucas horas depois de a Varig ter informado que a Anac havia prorrogado seu plano de emergência para o dia 24, a agência divulgou comunicado para desmentir a informação. O plano de emergência vencia no último dia 31 e foi estabelecido a partir do dia 21 de junho, quando a Varig comunicou à Anac que só faria 14 vôos domésticos e 11 internacionais. No entanto, desde o dia 26 de julho a Varig só está operando 11 rotas, incluindo a ponte aérea Rio-São Paulo.


O Estado de São Paulo
03/08/06

Passageiros ainda passam sufoco
Família entrou em oito filas de espera em dois dias no aeroporto
Naiana Oscar

Entre as milhares de pessoas que movimentavam, ontem, o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, estava o pequeno Mateus de Souza, de dois anos. Lá, ele tomou mamadeira, dormiu, brincou, comeu papinha, recebeu apertões na bochecha, correu e até fugiu dos pais.

Divaldo e Rosane de Souza têm de fazer marcação cerrada, senão o filho sai correndo. Ontem, a mãe piscou e o menino sumiu, perto dos balcões de embarque do aeroporto. Foi encontrado pelo pai do lado de fora, quase no meio da estrada.

O Mateus não sabe direito o que faz ali naquele lugar enorme, cheio de gente, desde terça-feira pela manhã. Ele não sabe que é passageiro da Varig. Já sua família entende bem o que está acontecendo.

A família tentava voltar para Belém depois das férias no Rio Grande do Sul. O pai de Mateus deveria ter voltado a trabalhar na terça. Ele é professor em duas universidades. O coordenador de uma delas já ligou ameaçando demiti-lo. Por cada dia de trabalho que Divaldo perde no aeroporto, deixa de ganhar R$ 580. "Quem vai me pagar? O Lula? E se eu perder o emprego?", reclama.

Nos dois dias que passou em Congonhas, a família entrou em 8 listas de espera de empresas concorrentes. Todos os vôos estavam lotados. Pensaram em ir para Manaus e de lá para Belém, mas ouviram casos desanimadores de gente que tentou essa rota e teve de esperar três dias no aeroporto amazonense.

Mateus e os pais dormiram num hotel pago pela Varig. Mas passavam o dia no aeroporto à espera de um vôo. A companhia também cedeu uma sala, atrás do balcão de check-in para acomodar a família e as malas.

Ontem, às 21h15, eles embarcaram num vôo da Varig para Fortaleza, que depois seguiria excepcionalmente para Belém, em função do número de passageiros à espera desse destino.


O Estado de São Paulo
03/08/06

TAM e Gol já dominam quase 90% do mercado
Só nas décadas de 70 e 80 houve tanta concentração no setor
Nilson Brandão Junior

As duas principais empresas aéreas, TAM e Gol, já dominam quase 90% do tráfego doméstico de passageiros, em um momento em que despenca a participação da Varig no mercado doméstico. Apenas entre as décadas de 1970 e de 1980 houve tamanha concentração de mercado no setor. Segundo o especialista Paulo Bittencourt Sampaio, a participação da Varig deve estar hoje em torno de 2%. A empresa caiu para a quarta colocação no mercado, atrás da BRA.

Sampaio estima que na terceira semana de julho, a TAM já havia ultrapassado o patamar de metade do mercado (51%) e a Gol chegado a 37,1% - juntas somavam 88,1 %. A Varig tinha 4,6% no dia do leilão, peso que deve ter caído praticamente à metade depois da drástica redução da malha da empresa, na semana seguinte à venda. O especialista avalia que a Varig já está atrás da BRA e mais perto da Ocean Air no ranking.

Sampaio lembra que se tivesse ocorrido a fusão Varig/TAM, que chegou a ser defendida dentro do governo, haveria hoje uma empresa com mais de 70% de participação - à época, as duas companhias somavam 73%. Especialistas em defesa da concorrência argumentam que quando a concentração aumenta, cai a competição e os preços sobem. O consultor avalia que não é necessariamente nocivo haver duas grandes empresas no setor.

Já o pesquisador do Núcleo de Estudos em Competição e Regulação de Transporte Aéreo (Nectar), do Instituto Tecnológico Aeronáutica (ITA), Alessandro Oliveira, analisa que no curto prazo situações de duopólio tendem a ser prejudiciais e que num caso de crise na concorrência, como o atual, acaba ocorrendo uma migração de passageiros para as duas maiores empresas e os preços sobem. Inicialmente, a oferta de vôos não basta para atender o avanço da demanda.

Mas no médio prazo, acredita ele, a situação do mercado tende a se regularizar. "Depende do que o órgão regulador e as autoridades antitruste (de defesa da concorrência) fizerem", disse Oliveira.

Ele explica que se o mercado continuar livre e for permitido o acesso de novas empresas à prestação de serviços, a tendência é de mais empresas disputarem o setor.

TARIFAS
Oliveira fez um trabalho junto com a economista Lúcia Helena Salgado, do Ipea, mostrando que caso a flexibilização das regras do setor na década de 1993 a 2002 não tivesse sido implementada os passageiros teriam pago 11,3% a mais pelos bilhetes aéreos. Segundo o estudo, este patamar "é relativamente alto e deveria ser considerado quando dos debates quanto à formulação de novas políticas".

Recentemente, executivos da TAM argumentaram que o setor é concentrado também em outros países, à exceção, basicamente dos EUA, onde há várias empresas. Em mercados com o francês e o alemão, uma empresa domina a maior parte do mercado. Para o pesquisador do Nectar, o mercado brasileiro comporta basicamente entre três e quatro empresas aéreas de maior porte, além de empresas regionais e táxi aéreo.

REJEIÇÃO
A VarigLog terá grande dificuldade para recuperar mercado e diminuir o domínio da TAM e da Gol. Uma pesquisa realizada pelo Estadão.com.br, que ouviu 1.626 pessoas, mostrou que 78,37% delas - ou 1.275 - não comprariam bilhetes da companhia na atual situação. "Como posso confiar em uma empresa que cancela seus vôos e não tem compromisso com o cliente?", disse Roberto Schimidt, que participou da pesquisa.


Folha de São Paulo
03/08/06
Agência cobra definição de rotas permanentes da Varig

Aérea quer prorrogação das operações de um conjunto reduzido de vôos até o dia 24
VarigLog recorre ao STJ para contestar bloqueio, determinado pela Justiça do Trabalho, de US$ 75 mi para pagamento de funcionários

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, afirmou que a agência espera receber ainda hoje o conjunto de rotas que a Varig pretende operar em definitivo. Segundo Zuanazzi, a nova Varig ainda não recebeu o Cheta (Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo) porque não informou quais rotas vai operar.

A Aéreo Transportes Aéreos, empresa criada pela VarigLog para assumir os ativos da Varig, precisa do certificado para se constituir como uma concessionária de serviço público.

O prazo previsto para a entrega da malha é de 30 dias após a homologação da venda. "Como é do interesse da nova empresa obter o certificado o quanto antes, esperamos que no mais tardar amanhã [hoje] ela apresente a malha", disse.

A VarigLog diz que, assim que obtiver o certificado, poderá destinar US$ 485 milhões (R$ 1,058 bilhão) para investimentos, como no aumento da frota para 45 aviões.

Segundo Denise Abreu, diretora da Anac, quando a Varig apresentar os destinos e as rotas que pretende operar, as linhas que não forem contempladas serão devolvidas à agência, que pode redistribuí-las para outras companhias aéreas.

Além disso, depois que a empresa iniciar suas operações como uma nova concessionária, estará submetida às normas aplicadas a todas as empresas, ou seja, caso deixe de operar uma rota por mais de 30 dias, ela será devolvida à Anac. A Varig teve suas linhas "congeladas" em maio por decisão judicial para tornar a empresa mais atraente em leilão.

Desde que foi comprada pela VarigLog, a Varig opera com número reduzido de rotas. A empresa diz ter entregue pedido de prorrogação das operações com número menor de vôos até o dia 24, mas a Anac nega ter recebido o pedido.

Bloqueio
O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, deve se pronunciar hoje sobre a decisão da 33ª Vara do Trabalho do Rio que bloqueia o depósito de US$ 75 milhões feito pela VarigLog no dia 24 de julho para garantir o pagamento de obrigações trabalhistas.

A VarigLog entrou com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra sentença da Justiça do Trabalho. Decisão anterior do STJ garantia que a Vara Empresarial era responsável pelas decisões que afetassem o plano de recuperação.

Em nota, a VarigLog afirma que comprou a marca, as linhas aéreas, o sistema de reservas e vendas de passagens e o plano de milhagem e que cabe à Varig assumir a responsabilidade pelo pagamento de salários e de direitos trabalhistas. "A VarigLog é solidária com a angústia de funcionários e credores, mas não pode ser responsabilizada por estes passivos", informa.

Os trabalhadores ainda precisam aderir ao plano de pagamento de créditos extraconcursais, como salários atrasados. Se eles não aceitarem, podem recorrer à Justiça para que a VarigLog assuma as dívidas.


Folha de São Paulo
03/08/06
TAM e Gol já contratam 220 pilotos da Varig

DA SUCURSAL DO RIO

As concorrentes nacionais já contrataram 220 ex-pilotos da Varig nos últimos meses, de acordo com Gelson Fochesato, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas. A TAM ficou com 150 pilotos da aérea, e a Gol, com 70.
A TAM pretende contratar 185 comandantes e co-pilotos até setembro, além de 20 comissários. Muitos já estão em fase de treinamento. A perspectiva é de aumento do quadro de funcionários com a expansão da frota. A companhia pretende fechar o ano com 96 aviões, oito a mais do que o número atual.
A empresa tem dado prioridade a ex-funcionários da Varig em razão da experiência dos pilotos.
Ontem, os aeronautas começaram a receber telegramas da Varig informando sobre o fim do contrato de trabalho e os procedimentos para exame de demissão. A Varig anunciou a demissão de 5.500 empregados na última sexta.
Antes das demissões, a companhia tinha cerca de 1.200 pilotos. (JL)


Folha de São Paulo
03/08/06
Petrobras vai cobrir déficit de R$ 4,5 bi da Petros em 30 anos

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras e a FUP (Federação Única dos Trabalhadores) selaram um acordo, após três anos de negociação, que abre caminho para a estatal absorver um déficit de R$ 4,5 bilhões da Petros, fundo de pensão da companhia.

A proposta prevê que a Petrobras cubra em 30 anos o déficit atuarial do fundo, que pode comprometer a capacidade de pagamento de benefícios. O déficit foi gerado especialmente pelo aumento da expectativa de vida dos beneficiários, o que elevou as despesas com benefícios, segundo a Petros.

O acordo ainda depende da adesão dos participantes da Petros -que tem 80 mil participantes, dos quais 53 mil são aposentados e pensionistas-, pois a Petrobras propôs mudanças no plano.

Segundo a estatal, o acerto "elimina os problemas estruturais mais graves" do plano, como vinculação do reajuste dos benefícios de aposentados e pensionistas a aumentos de funcionários ativos. A Petrobras quer trocar a correção pela variação do IPCA.

Para estimular a adesão dos participantes, a Petrobras propôs conceder abono de três salários, limitados ao teto de R$ 15 mil, para cada participante do plano.

O plano continuará seguindo o modelo de benefício definido (os participantes sabem o quanto irão receber na aposentaria). No governo FHC, a Petrobras queria introduzir o modelo de contribuição definida, no qual o segurado contribui um valor predeterminado e os pagamentos são correspondentes ao montante capitalizado pelo participante ao longo do tempo.

A Petrobras se comprometeu a criar o Petros 2, plano que incorporará 15 mil funcionários admitidos a partir de 2002 e que não são assegurados. Nesse caso, o modelo será similar ao da contribuição definida, mas incorporará benefícios como auxílio doença, segundo Paulo Cesar Martin, diretor da FUP e conselheiro da Petros eleito pelos segurados.

De acordo com a Petrobras, no novo plano "o patrimônio acumulado a partir das contribuições do participante e da Petrobras deverá assegurar o custo da correspondente aposentadoria e sua conversão em pensão [em caso de morte do cônjuge]". Tal condição não existe no plano antigo. Esse novo plano depende de aprovação de SPC (Secretaria de Previdência Complementar).


O Globo
02/08/2006 - 21h39m
Juiz adia para esta quinta decisão sobre liminar trabalhista no caso Varig
Agência Brasil


RIO - O juiz da 8ª Vara Empresarial Luiz Roberto Ayoub, recebeu nesta quarta-feira o parecer da administradora judicial da Varig - a consultoria Deloitte - sobre os efeitos que o arresto de recursos da primeira parcela paga pelo novo controlador teria sobre as empresas VarigLog e Varig. Ayoub só deverá se pronunciar nesta quinta-feira sobre a liminar que determinou o bloqueio.

A informação é da assessoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e segundo a liminar, da 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, os recursos são para o pagamento de dívidas trabalhistas aos empregados da Varig. O juiz Ayoub é titular das 1ª e 8ª Varas Empresariais do Rio de Janeiro e preside o processo de recuperação judicial da Varig desde a inscrição da empresa na nova Lei de Recuperação de Empresas, no dia 17 de junho de 2005.

Ele não acatou determinação anterior do juiz Evandro Guimarães, da 14ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, no sentido de que os bens da companhia aérea Varig fossem entregues aos empregados. O seqüestro de parte dos bens da empresa, determinado pela Justiça do Trabalho no Rio de Janeiro no dia 11 de abril, visava a dar segurança aos funcionários da companhia.

A ação de arresto dos bens da Varig dividia a empresa em duas: uma delas, referente à parte operacional, ficaria sob a responsabilidade dos trabalhadores e a outra, envolvendo o passivo estimado em R$ 7 bilhões, seria de responsabilidade da atual direção da Varig.

O novo pedido de liminar foi deferido pelo juiz Múcio Nascimento Borges, atendendo a ação movida pelos sindicatos dos Aeroviários do Município do Rio de Janeiro e dos Estados do Amazonas e São Paulo, e encaminhado a Ayoub. O juiz Borges solicitou a Ayoub providências para o bloqueio dos US$ 75 milhões depositados pela VarigLog, como primeira parcela de pagamento após vencer o segundo leilão judicial da Varig, no dia 20 de julho, representada pela Aero Transportes Aéreos.

Na sexta-feira, haverá nova reunião de representantes dos sindicatos, da Varig e da VarigLog com o procurador do Trabalho do Rio de Janeiro, Rodrigo Carelli, na tentativa de chegar a um acordo negociado que evite a tomada de medidas judiciais.

A audiência pública convocada para esta terça-feira pelo Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro terminou sem acordo. Estão em discussão o pagamento das dívidas trabalhistas da Varig com os empregados, a forma de pagamento dos salários em atraso há cerca de quatro meses e a indenização dos 5,5 mil empregados demitidos na semana passada. Somente as despesas com as rescisões trabalhistas são avaliadas em R$ 260 milhões.


Folha Online
02/08/2006 - 20h16
Pressionada, VarigLog apressa plano definitivo de vôos

A VarigLog deve apresentar nesta quinta-feira a malha definitiva que pretende operar. A relação deverá informar as rotas que pertenciam à Varig que mantém e as que serão divididas entre as companhias concorrentes. Hoje, o presidente da Anac (Agência de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, disse esperar que a VarigLog esclareça até amanhã a malha definitiva.

Segundo ele, com esses vôos definidos a agência concederá o Cheta --autorização para que a nova companhia possa operar. "É do interesse da nova empresa obter o seu certificado de transporte aéreo. É fundamental que ela apresente a malha definitiva", afirmou.

De acordo com ele, a autorização para voar depende mais da nova empresa do que da agência.

A companhia opera malha reduzida e temporária de vôos desde 21 de junho. No mercado doméstico, estão mantidos os vôos diários que partem do Rio de Janeiro e de São Paulo para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Além desses, estão mantidos os vôos da ponte aérea.

A Infraero, empresa que administra os aeroportos, disponibiliza em seu site a situação de cada vôo da Varig e de outras companhias aéreas. Clique aqui e selecione o aeroporto da decolagem para saber sua situação neste momento.

No final da tarde, a Anac informou que não recebeu, por parte da Varig, pedido para prorrogação do plano de emergência. No entanto, a agência disse que mantém ações de emergência para atendimento dos passageiros e, mais cedo, havia informado que a prorrogação estava confirmada.

"Até às 18h, não havia chegado nenhum comunicado oficial à Diretoria Colegiada, mas a diretoria informou que, de parte da Anac, serão mantidas algumas ações de emergência para garantir o atendimento dos usuários da Varig", informa comunicado da Anac.

"Enquanto houver um passageiro fora do país ou com problemas para chegar ao seu destino, a Anac estará atuando nos aeroportos através dos fiscais das Seções de Aviação Civil, com técnicos dentro da Varig ou em ações pontuais com as empresas nacionais e estrangeiras para facilitar o trânsito e chegada dos brasileiros", disse a agência.


Valor Online
02/08 - 19:33h
Anac agora diz não confirmar prorrogação de plano emergencial da Varig


RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou há pouco que não confirma a prorrogação do plano de vôos reduzidos da Varig até o dia 24 de agosto

Durante a tarde, a assessoria de imprensa da Anac e a Varig divulgaram que o programa de emergência tinha sido estendido até aquela data.

No entanto, no começo da noite, a agência distribuiu nota oficial para dizer que não confirmava a notícia.

"Até às 18h, não havia chegado nenhum comunicado oficial à Diretoria Colegiada", diz o texto oficial.

A agência assegurou, porém, que manterá mas a diretoria informou que, de parte da ANAC, serão mantidas "algumas ações de emergência" para atender os clientes da Varig.

"Enquanto houver um passageiro fora do país ou com problemas para chegar ao seu destino, a Anac estará atuando nos aeroportos através dos fiscais das Seções de Aviação Civil (SACs), com técnicos dentro da Varig ou em ações pontuais com as empresas nacionais e estrangeiras para facilitar o trânsito e chegada dos brasileiros", conclui a nota.


Estadão
02 de agosto de 2006 - 18:13
TAM contrata ex-funcionários da Varig
Na Varig, pilotos e comissários começaram a receber hoje os avisos de demissão

Ana Paula Lacerda e Alberto Komatsu

SÃO PAULO - Após fazer contato com o Sindicato Nacional dos Aeronautas, a TAM definiu que dará prioridade aos ex-funcionários da Varig ao contratar novos funcionários, especialmente para os cargos que exigem experiência - como pilotos e co-pilotos.

Até o mês de setembro, a TAM contratará 185 pilotos e co-pilotos e também 20 comissários de bordo. As contratações estão acontecendo devido à expansão no número de vôos da empresa. Este ano, a TAM iniciou 40 novos vôos domésticos e 8 internacionais. Este ano, a empresa recebeu sete Airbus 330 e deve chegar ao final de 2006 com 96 aeronaves.

Na Varig, pilotos e comissários começaram a receber hoje os avisos de demissão. Segundo eles, o comunicado pede que os funcionários façam os exames demissionais e que posteriormente serão comunicados como será realizado o desligamento da companhia.

No total, foram 5.500 postos de trabalho fechados na empresa. Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, em torno de 150 pilotos da Varig já estão trabalhando na TAM e outros 70 na Gol.


 

Folha Online
02/08/2006 - 18h13
Justiça do Rio recebe parecer sobre bloqueio de US$ 75 milhões da Varig

CLARICE SPITZda Folha Online, no Rio


O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, recebeu hoje parecer da consultoria Deloitte, administradora judicial da Varig, sobre o impacto financeiro do bloqueio de US$ 75 milhões pela Justiça do Trabalho.

O montante, pago pela VarigLog dias após o leilão da Varig, foi bloqueado para garantir o pagamento das rescisões e salários atrasados dos trabalhadores da companhia.

De acordo com Ayoub, um posicionamento da Justiça será oficializado nesta quinta-feira. A VarigLog entrou com recurso contra a decisão da Justiça do Trabalho no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em São Paulo, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) negou o pedido de bloquear o depósito de US$ 75 milhões alegando que não tem certeza se a decisão do Rio também vale para os trabalhadores de São Paulo e se o valor será suficiente para o pagamentos das verbas trabalhistas de todos os funcionários.




Estadão
02 de agosto de 2006 - 17:21
VarigLog entra na Justiça para desbloquear depósito
O caso cabe agora ao Superior Tribunal de Justiça
Alberto Komatsu

RIO - A VarigLog entrou com uma petição no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para questionar a competência da Justiça do Trabalho do Rio, que determinou bloqueio de um depósito de US$ 75 milhões feito pela ex-subsidiária na Varig.

Segundo informação dada nesta quarta-feira por uma fonte que acompanha a reestruturação da companhia, essa petição lembra que em abril a Justiça trabalhista do Rio já havia determinado a penhora dos bens da Varig, mas o caso foi encaminhado ao STJ, que reconheceu naquela ocasião que a competência desse assunto cabia à 8ª Vara Empresarial do Rio, onde corre a recuperação judicial da Varig.

A decisão sobre o arresto do dinheiro foi tomada na segunda-feira. O objetivo é utilizar o dinheiro para pagar salários atrasados de funcionários, bem como as rescisões contratuais.


Folha Online
02/08/2006 - 17h15
VarigLog entra com recurso no STJ contra bloqueio dos US$ 75 milhões
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio


A VarigLog entrou hoje com recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra a decisão da Justiça do Trabalho do Rio de bloquear os US$ 75 milhões pagos à Varig após o leilão.

A 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro concedeu na última segunda-feira uma liminar para bloquear o depósito dos US$ 75 milhões. A medida visa garantir o pagamento de obrigações trabalhistas.

Os recursos bloqueados seriam usados para financiar investimentos na Varig, conforme previsto no edital do leilão de venda da companhia.

A nova dona da Varig alega que decisão anterior do STJ já proibia que o dinheiro de uma empresa em recuperação pudesse ser usado para arcar com causas trabalhistas.

"Uma vez tendo comprado a marca e a parte da empresa, a VarigLog é solidária com a angústia de funcionários e credores, mas não pode ser responsabilizada por estes passivos, que são de responsabilidade da Viação Aérea Rio Grandense S.A. [a antiga Varig]. Se assim o fosse, certamente não iria se eximir de cumprir suas obrigações", diz a VarigLog em comunicado.

O ministro Ari Pargendler deve decidir amanhã sobre o recurso.

O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse esperar que a VarigLog esclareça até amanhã a malha definitiva que pretende operar.

Segundo ele, com esses vôos definidos a agência concederá o Cheta --autorização para que a nova companhia possa operar.

"É do interesse da nova empresa obter o seu certificado de transporte aéreo. É fundamental que ela apresente a malha definitiva", afirmou.

De acordo com ele, a autorização para voar depende mais da nova empresa do que da agência.


O Globo
02/08/2006 - 16h06m

TAM anuncia contratação de 205 ex-aeronautas da Varig
Globo Online

RIO - A TAM confirmou nesta quarta-feira a contratação de 205 ex-aeronautas (equipe de bordo) da Varig até setembro. A empresa também deve absorver outros funcionários da Varig, já que pretende aumentar sua frota das atuais 88 aeronaves para pelo menos 96 até o fim do ano. Mas novas contratações não devem ser anunciadas antes de sexta-feira, quando a TAM divulga seu balanço semestral.

No último dia 22, a Varig comunicou a demissão de 5.500 de seus 9.485 empregados. Até o fim do primeiro semestre, ou seja, antes contratações anunciadas nesta quarta, a TAM tinha um quadro com 10.240 funcionários. Destes, 1.150 são pilotos e co-pilotos.

Para cada nova aeronave, a TAM precisará de reforço nas áreas de manutenção, de atendimento e nas áreas administrativas, além de pessoal de bordo. No entanto, a companhia não divulgou uma estimativa do número de contratações futuras.

Na página da empresa na internet também são anunciadas vagas para analistas de estratégia, atendentes de call center, mecânicos, chapeadores e auditores. Além disso, há uma vaga anunciada para cada função a seguir: analista de custos, assistente de importação, técnico em mecânica, técnico de qualidade, assistente bilíngüe, secretária bilíngüe, analista de sistemas e auxiliar da área de combustíveis.


Estadão
02 de agosto de 2006 - 16:06
De cada dez pessoas, oito não comprariam passagem da Varig
Enquete realizada pelo Estadão.com.br mostrou que, de 1.626 pessoas, 1.275 preferem não comprar passagens da companhia aérea
Adriele Marchesini

SÃO PAULO - Mesmo com o arremate da VarigLog, a salvação da Varig ainda não está garantida. A companhia aérea, criada em 1927, e, até então, a única brasileira a operar rotas internacionais, precisa, agora, reconquistar a confiança dos clientes. Enquete realizada pelo Estadão.com.br que ouviu 1.626 pessoas mostrou que 78,37% delas - ou 1.275 - não comprariam bilhetes da companhia na atual situação.

"Quando vamos viajar é porque temos um objetivo a cumprir, que envolve normalmente prazos e custos. Como posso confiar em uma empresa que cancela seus vôos e não tem compromisso com o cliente?", disse Roberto Schimidt. "Existem outras companhias. Por que arriscar?"

Porém, outras pessoas já têm queixas da empresa mesmo antes do agravamento da crise. Segundo um entrevistado que se identificou apenas como Fernando, demoras no embarque são fatores comuns há tempos. "Atrasos eram sempre uma rotina, ouvi todo tipo de desculpas, ora técnicas, ora por atraso de vôos de conexão."

Além dos transtornos com atraso e cancelamentos de vôos, entrevistados apontam para a segurança das aeronaves. "Se você não sabe pilotar um Boeing não deve viajar numa companhia que não paga o salário de seus pilotos há cinco meses. E a manutenção, será que está sendo feita?", indagou Sérgio Schwaz.

Otimismo
Autran do Bomfim Carneiro está entre os 20% que ainda confiam na aérea. "A Varig foi uma empresa que sempre tratou com muito respeito os clientes", afirmou. Victor Henrique Paina vai além. "Hoje temos que dar uma nova chance para que uma empresa como essa volte a transitar. A VarigLog está investindo e acreditando, todos nós devemos fazer o mesmo."

Outros, mais saudosos, ainda vêem a companhia aérea com o glamour de antigamente, e não sob o efeito da crise pela qual passa há mais de cinco anos - e que lhe rendeu uma dívida de R$ 7,2 bilhões e resultou na demissão de seus 10 mil funcionários. "Afirmo que viajaria pela nostalgia que aprendi a conviver nos tempos de garoto, quando ouvia no rádio ou assistia na televisão as propagandas da empresa", afirmou Silvio Silva.

Condições da empresa no mercado
A insatisfação dos passageiros já é apontada pelos dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgados recentemente. A eficiência operacional da companhia nos vôos domésticos despencou em junho e foi a pior da aviação comercial no período. O índice caiu de 55% em maio para 42%.


Estadão
02 de agosto de 2006 - 16:05
Anac prorroga plano de emergência da Varig
O plano de contingência foi estabelecido em 21 de junho, quando a aérea comunicou que só faria 14 vôos domésticos e 11 internacionais
Alberto Komatsu

RIO - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) prorrogou para o dia 24 o vencimento do plano de emergência da Varig, que valia até o último dia 31. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela da Varig.

O plano de contingência foi estabelecido a partir do dia 21 de junho, quando a Varig comunicou à Anac que só faria 14 vôos domésticos e 11 internacionais. No entanto, desde o dia 26 de julho, a Varig só está operando 11 rotas, incluindo a ponte aérea Rio-São Paulo. Deste total, oito são no mercado interno e três no internacional.

A nova malha da companhia foi estabelecida em conjunto com a Anac, devido à situação da empresa, que não tem aviões suficientes para poder operar todas as rotas que têm concessão.

Veja a malha de vôos da companhia

NACIONAIS

Porto Alegre- São Paulo (Guarulhos - GRU) - Porto Alegre

São Paulo (Guarulhos) - Manaus - São Paulo

Fortaleza - São Paulo (Guarulhos)- Fortaleza

São Paulo (Guarulhos) - Salvador - Recife - Salvador - São Paulo

São Paulo (Guarulhos) - Porto Alegre - Manaus - Fortaleza - Salvador e Recife

Ponte Aérea - RJ-SP

INTERNACIONAIS

Frankfurt (vôo diário)

Londres (dias alternados, próximo vôo previsto para o dia 28/7)

Copenhague (extensão do vôo de Londres, apenas dias 28 e 30, para trazer brasileiros que estão na Europa)

Nova York e Miami (dias alternados, sendo hoje para NY)

Buenos Aires (dois vôos diários): Porto Alegre com escala em São Paulo e o RJ-Buenos Aires-SP

Lima, Santiago e Caracas - vôos extras dependendo da necessidade de retorno de passageiros, até a retomada dos vôos regulares. Nesta madrugada chega um vôo de Lima; hoje será realizado o vôo de Santiago e amanhã, o vôo de Caracas.


Folha Online
02/08/2006 - 15h56
Varig prorroga vôos reduzidos até 24 de agosto
CLARICE SPITZ da Folha Online, no Rio de Janeiro


A Varig continuará a operar com vôos reduzidos até 24 de agosto. O pedido da companhia aérea foi renovado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).

A companhia opera malha reduzida e temporária de vôos desde 21 de junho.

Com isto, estão mantidos os vôos diários que partem do Rio de Janeiro e de São Paulo para Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus. Além desses, estão mantidos os vôos da ponte aérea.

Nos destinos fora do país, a empresa informa que estão mantidos os vôos diários para Frankfurt e Buenos Aires.

A Infraero, empresa que administra os aeroportos, disponibiliza em seu site a situação de cada vôo da Varig e de outras companhias aéreas. Clique aqui e selecione o aeroporto da decolagem para saber sua situação neste momento.


Agência Estado
15:24 02/08, atualizada às 15:44 02/08
Anac prorroga até dia 24 plano de emergência da Varig

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) prorrogou para o dia 24 o vencimento do plano de emergência da Varig, válido até o último dia 31. A informação é da própria companhia aérea. A Anac foi procurada, mas não retornou.

O plano de emergência foi estabelecido a partir do dia 21 de junho, quando a Varig comunicou à Anac que só faria 14 vôos domésticos e 11 internacionais. No entanto, desde o dia 26 de julho, a Varig só está operando 11 rotas, incluindo a ponte aérea Rio-São Paulo. Deste total, oito são no mercado interno e três no internacional.

A nova malha da companhia foi estabelecida em conjunto com a Anac, devido à situação da empresa, que não tem aviões suficientes para poder operar todas as rotas que têm concessão.


Estadão
02 de agosto de 2006 - 13:47
Varig começa a demitir nesta quarta
Os funcionários começaram a receber os avisos, que pedem a realização de exames demissionais. Mais de 200 pilotos já estão em outras companhias
Alberto Komatsu


RIO - Pilotos e comissários da Varig começaram a receber nesta quarta-feira os avisos de demissão. A informação é de trabalhadores da companhia que participaram pela manhã de uma reunião no Sindicato Nacional dos Aeroviários, no centro do Rio de Janeiro.

Segundo eles, o comunicado pede que os funcionários façam os exames demissionais e que posteriormente serão comunicados como será realizado o desligamento. Segundo o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, em torno de 150 pilotos da Varig já estão trabalhando na TAM e outros 70 na Gol.

A reunião do sindicato tinha como objetivo esclarecer os funcionários sobre a situação da empresa.

Bloqueio
A Justiça do Trabalho do Rio bloqueou na segunda-feira os US$ 75 milhões que foram depositados pela VarigLog, no dia 24, como primeira parcela da compra da Varig, arrematada em leilão quatro dias antes.

O juiz Mucio Nascimento Borges, da 33ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho, concedeu liminar pedida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Aéreo do Município do Rio (Simarj), com o objetivo de garantir o pagamento das rescisões trabalhistas de 5.500 trabalhadores que estão sendo demitidos desde sexta-feira.