::::: RIO DE JANEIRO - 03 DE JULHO DE 2007 :::::

 

Valor Econômico
03/07/2007
Varig negocia acordos com aéreas estrangeiras
Janaina Vilella

A Varig voltou a negociar com companhias aéreas estrangeiras acordos bilaterais de vendas de passagens para ter uma melhor distribuição de passageiros e oferecer mais conexões. Como parte de sua estratégia de retomada de rotas internacionais, a empresa negocia parcerias na Europa com a alemã Lufthansa, as espanholas Iberia e SpanAir, a italiana Alitalia, a inglesa British Airways e a francesa Air France, disse ontem o diretor comercial da companhia, Lincoln Amano. Segundo o executivo, esses acordos não necessariamente irão ocorrer no âmbito das alianças globais de empresas aéreas, como ocorria no passado, quando a Varig integrava a Star Alliance.

A empresa, comprada pela Gol em março, busca parcerias internacionais assim como a TAM vem fazendo ao longo deste ano. As duas concorrentes poderão, inclusive, fechar acordos em comum. A TAM, líder de mercado no Brasil, já tem parceria com a Air France e um acordo de entendimento com a Lufthansa para estabelecer o compartilhamento de vôos no futuro. Nos últimos dois meses, também fechou acordos com a americana United Airlines e a portuguesa TAP, ambas da Star Alliance, e com a chilena LAN, da aliança Oneworld. A união da TAM com a Lufthansa, na avaliação de Amano, não impede que a alemã firme uma nova parceria com a Varig.

Antes de ser vendida para a Gol, a Varig perdeu grande parte dos acordos comerciais devido à sua crise financeira. Em janeiro, a companhia saiu da Star Alliance. Em junho de 2006, foi excluída da chamada câmara de compensação da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), por falta de pagamento, e ficou impossibilitada de manter parcerias. A câmara é o instrumento por meio do qual as empresas aéreas pagam umas às outras pelo transporte de passageiros.

De acordo com o Amano, a Varig retomará vôos para Madri, em agosto, Cidade do México, em setembro, e Londres, Roma (com escala em Paris) e Santiago do Chile, em novembro. No último dia 16 de junho, a companhia iniciou o segundo vôo diário para Frankfurt, a partir do aeroporto do Galeão, no Rio. "Nossa idéia é que o projeto de retomada dos destinos internacionais esteja completo até meados do próximo ano. Em janeiro de 2008, por exemplo, retomaremos as freqüências para Miami e Nova York, nos Estados Unidos", disse. Hoje a companhia aérea opera 11 destinos nacionais e quatro internacionais (Bogotá, Frankfurt, Buenos Aires e Caracas).

Os planos da empresa estão sendo possíveis graças a uma liminar concedida em maio pelo juiz da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, que fixa um prazo até novembro para que a Varig reinicie parte das operações internacionais. A liminar derrubou a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que fixava o dia 18 de junho como data limite para a retomada das rotas abandonadas pela Varig no auge de sua crise, em meados de 2006. Fontes graduadas da Anac haviam dito que a agência recorreria da decisão, mas, até agora, isso não ocorreu.

Para atender as novas rotas, a Varig está sendo reaparelhada já neste ano com oito aviões 767-300 e cinco 737-800 NG, ambos da Boeing. A expectativa é de que, até o fim do próximo ano, a empresa receba outros seis aviões modelo 767-300. A companhia tem atualmente uma frota de 18 aeronaves.

O diretor de marketing da Varig, Murilo Barbosa, afirmou ontem, em almoço com jornalistas, que a empresa se posicionará no mercado como uma companhia aérea de serviços com foco no passageiro executivo. Segundo ele, a empresa pretende reestruturar todo o serviço de bordo da classe executiva, assim como reformar as salas vips nos aeroportos de Buenos Aires, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. A companhia trabalha ainda, em parceria com uma empresa não divulgada, na mudança de toda a identidade visual, que inclui mudança dos uniformes, do logotipo e pintura dos aviões. "E ainda pretendemos lançar em breve uma grande campanha publicitária que mostrará que Varig é essa que foi comprada e o que ela pretende num horizonte de mais longo prazo", afirmou Barbosa. "Já sabemos por pesquisas que mais de 68% dos passageiros voltariam a voar Varig com a ampliação da oferta de assentos. Estamos trabalhando nisso." (Colaborou Roberta Campassi, de São Paulo)

 

 

O Estado de São Paulo
03/06/2007
Varig negocia acordos com empresas estrangeiras
Alberto Komatsu

A Varig negocia pelo menos cinco acordos bilaterais com empresas estrangeiras para oferecer mais conexões aos seus passageiros na Europa, disse ontem o diretor comercial da empresa, Lincoln Amano. As negociações estão sendo realizadas com a alemã Lufthansa, as espanholas Iberia e SpanAir, a italiana Alitalia, a Air France e a British Airways.

'Estamos negociando com todas as companhias. Estamos conversando com a Lufthansa para podermos fechar um acordo de distribuição de passageiros em toda a Europa', afirmou Amano. A Varig fazia parte da aliança global de empresas aéreas Star Alliance até abril, mas foi afastada por causa de seus problemas financeiros.

A TAM, por sua vez, fechou em apenas um mês quatro acordos de compartilhamento de assentos com ex-parceiros da Varig na Star Alliance, como a própria Lufthansa, a americana United Airlines e a portuguesa TAP. Também firmou parceria com a chilena LAN, da oneworld.

Segundo Amano, o acordo da TAM com a Lufthansa não impede uma nova parceria com a Varig. A nova identidade visual da Varig, segundo o diretor de marketing da empresa, Murilo Barbosa, está em fase de elaboração e prevê mudanças como pintura das aeronaves, logotipo e uniformes. A Varig contratou a DM9 e vai lançar uma nova campanha publicitária.

Depois de inaugurar o segundo vôo diário para Frankfurt no dia 16, a partir do Aeroporto do Galeão, a Varig vai retomar vôos para Madri (Espanha), em agosto. A princípio, a linha partirá do Aeroporto de Guarulhos.

Em setembro, será a vez da Cidade do México. Em novembro, a Varig volta a voar para Londres, Paris, Roma e Santiago, no Chile. O investimento este ano está estimado em até R$ 60 milhões, principalmente para renovação e ampliação da frota.

 

 

Folha de São Paulo
03/06/2007
Varig retoma rotas externas e arrenda aviões
DA SUCURSAL DO RIO

Aos poucos, a Varig retoma suas rotas internacionais. A empresa planeja voltar a voar para Madri em agosto e para a Cidade do México em setembro.
O retorno dos destinos para Santiago do Chile, Londres, Paris e Roma está programado para novembro deste ano.
Segundo o diretor comercial da Varig, Lincoln Amano, serão arrendadas novas aeronaves para atender às rotas.

 

 

Jornal do Brasil
03/06/2007
O apagão das companhias
Fernando Exman

BRASÍLIA. Depois de debelar o motim dos controladores de vôo, o governo decidiu analisar a atuação das companhias aéreas. A suspeita é de que estejam atuando no limite da capacidade, o que contribui para o calvário enfrentado pelos passageiros nos aeroportos do país. Nos bastidores, autoridades públicas dizem que a iniciativa privada também é culpada pela crise. Alegam que parte do efeito cascata que prejudica milhares de brasileiros é conseqüência da "desordem operacional" das empresas.

Ou seja: faltam aviões e funcionários. Já os trabalhadores do setor alertam para o risco de redução da segurança do sistema.

- As companhias não têm uma margem de segurança operacional. Há uma carência de aeronaves e tripulação - disse graduado agente público do setor. - Um exemplo foi o que aconteceu no fim de semana. Com o fechamento dos aeroportos, as empresas entraram em colapso total. Elas têm que estar preparadas para reagir.

Nos últimos anos, as companhias passarem a explorar ao máximo o uso das aeronaves e aumentaram a jornada de trabalho das tripulações. Quando a utilização dos aviões atinge o limite e os aeronautas são obrigados a parar de trabalhar, os vôos são represados até que as empresas consigam substituir os tripulantes e as aeronaves. O mesmo ocorre quando o espaçamento entre as aeronaves e o fechamento dos aeroportos demoram horas e aeronautas e aviões precisam ser substituídos por colegas ou aviões que estão em outras cidades.

Segundo o agente público, os aviões, até 2000, voavam em média oito horas por dia. Atualmente, ficam 14 horas por dia em atividade. Segundo a Lei do Aeronauta (7.183/84), a categoria deve ter uma jornada de trabalho de no máximo 176 horas por mês. Como conseqüência, cresce a pressão para que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) reorganize a malha aeroviária, a fim de desafogar os principais aeroportos do país, e aumente a fiscalização das empresas.

Satisfeitas com o crescimento do faturamento e a redução dos custos operacionais, as companhias não querem aceitar o remanejamento de linhas e vôos. Dizem que os maiores prejudicados serão os consumidores, que hoje pagam menos pelas passagens devido ao maior número de escalas e melhor uso dos aviões. Um dos maiores defensores da reorganização da malha no governo é o presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira.

Ontem, ele voltou à carga depois de esperar mais de três horas para embarcar de Brasília rumo ao Rio de Janeiro. Chegou em cima da hora para a inauguração do novo terminal de embarque do Aeroporto Santos Dumont, cerimônia que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- A malha aérea do país inteiro foi para o espaço - disse Pereira.

Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato Nacional da Empresas Aeroviárias (Snea) informou desconhecer as apurações. Negou-se também a comentar o assunto, já que oficialmente a Anac não confirma a existência das investigações. Para a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, a decisão do governo chega tarde.

- A Anac sempre deveria ter feito essa fiscalização. Ela foi criada para isso - declarou Graziella. - O sindicato vem constantemente enviando pedidos de fiscalização sobre a qualidade das escolas de formação e o cumprimento da regulamentação profissional. Não temos obtido respostas.

A sindicalista afirmou que o desrespeito da carga horária dos trabalhadores do setor representa um risco aos passageiros.

- Isso não é saudável para a segurança de vôo.

 

Coluna Claudio Humberto - www.claudiohumberto.com.br
03/07/2007
Aéreas querem indenização


Era só o que faltava: as companhias aéreas decidiram ajuizar ações contra o governo para fazer o contribuinte indenizá-las pelos prejuízos do apagão aéreo. O sindicato das empresas (SNEA) até fez as contas: apesar da atual lucratividade acima da média, TAM e Gol alegam que suas ações valiam R$ 80 e agora valem R$ 60. Antes do apagão, as cargas aéreas tinham índice de pontualidade acima de 92% e agora caiu para 42%, perdendo mercado.