:::::RIO DE JANEIRO - 03 DE JUNHO DE 2006 :::::
 

Zero Hora
03/06/06
Leilão é adiado para quinta-feira
Nova data amplia tempo para investidores montarem propostas


A pedido da Varig, a 8ª Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro adiou o leilão de venda da parte operacional da empresa - marcado inicialmente para segunda-feira - para a quinta-feira, às 10h, no hangar da empresa, no Aeroporto Santos Dumont, no Rio.

A decisão foi assinada pelo juiz Paulo Roberto Fragoso, em auxílio à 8ª Vara Empresarial do Rio, por volta das 17h30min. O juiz Luiz Roberto Ayoub, que cuida da recuperação judicial da Varig, e que participou de evento ontem em Porto Alegre, havia dito às 15h que o leilão estava mantido. Mais tarde, Ayoub confirmou o adiamento.

Em comunicado distribuído pela companhia, o motivo alegado foi que investidores pediram mais tempo para montar suas propostas. Inicialmente, o leilão deveria ocorrer somente em 9 de julho, 60 dias após a assembléia geral de credores, que aprovou os modelos de venda da companhia. Como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não aprovou as propostas de interessados em fazer um empréstimo-ponte, o leilão precisou ser antecipado, sob pena de a empresa não sobreviver até à venda, devido a seu combalido caixa.

A antecipação sofreu críticas dos trabalhadores, e os próprios investidores - até agora cinco acessaram a sala com as informações financeiras da empresa (data room) - não demonstraram convicção de que participariam do leilão. O adiamento reforça o que analistas do setor já apontavam na quinta-feira: a venda corria sério risco de fracassar.

Ao ser transferido para quinta-feira, porém, o leilão deixa a empresa prensada com outra data limite. No dia 13, expira o prazo da Justiça de Nova York para que a Varig volte a pagar os arrendadores de aeronaves e não tenha parte de sua frota confiscada. Se o leilão fracassar, há pouco tempo hábil para uma solução.

Saiba mais
Até agora seis grupos estão analisando informações da Varig para participar do leilão. O data room vai até quarta-feira. São eles:
> Gol
> TAM
> OceanAir
> Aero-LB (grupo com participação da TAP)
> Amadeus (empresa de sistema de reservas de passagens)
> Fundo norte-americano Brooksfield (representado pelo escritório de advocacia Ulhôa Canto, Rezende e Guerra)
O que está em jogo
A parte operacional da Varig, oferecida em dois modelos:
Opção 1
Rotas domésticas e internacionais: preço mínimo de US$ 860 milhões
Dívida de R$ 7,9 bilhões fica com:
Varig Comercial (segue em recuperação judicial)
Opção 2
Rotas domésticas: preço mínimo de US$ 700 milhões
Dívida de R$ 7,9 bilhões fica com:
Varig Internacional (segue em recuperação judicial)
Se não houver oferta no valor mínimo estipulado para venda, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, definirá o quanto pode ser aceito e que não seja considerado "vil".
Os números da Varig
Aeronaves: 71 (cerca de 50 em operação)
Funcionários: 9,4 mil
Mercado doméstico*: 18,78%
Mercado internacional*: 70,17%
* Janeiro a abril


Zero Hora
03/06/06
O juiz que trabalha para recuperar a Varig

PEDRO DIAS LOPES

Ele tem 46 anos, 13 de magistratura, amor incondicional pelo Botafogo e convicção de que a Varig conseguirá se reerguer. O carioca Luiz Roberto Ayoub, juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que cuida da recuperação judicial da companhia aérea, está otimista com o leilão da parte operacional da empresa, adiado para quinta-feira:

- Rejeito a possibilidade de fracasso, não conto com a hipótese de não haver investidor interessado.

Casado, pai de uma filha, o juiz garante que seu hobby nos últimos meses tem sido estudar a Lei de Recuperação Judicial, deixando de lado a prática do tênis. O programa deste final de semana, depois de mais uma semana com jornada diária de 14 horas de trabalho, será ponderar os fatores para definir qual valor significa "preço vil" pela Varig. O edital do leilão prevê que, em caso de as ofertas não atingirem o preço mínimo estabelecido - US$ 860 milhões pelas rotas domésticas e internacionais ou US$ 700 milhões apenas pelas linhas domésticas - caberá a Ayoub a decisão sobre quanto pode ser aceito para a venda se concretizar.

- Estou analisando todas as variáveis, mas confio que as ofertas chegarão ao preço mínimo - disse.

Desde que a crise da companhia aérea se agravou, nos últimos quatro meses, Ayoub converteu-se em uma espécie de "anjo da guarda" da Varig. Primeiro rechaçou a falência da empresa e depois tomou medidas para garantir a sobrevivência operacional do grupo, como a proibição à BR Distribuidora de cobrar combustível antecipado. Quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) descartou conceder empréstimo-ponte à Varig e o fluxo de caixa apertou, o juiz antecipou o leilão para a próxima semana. E ainda incluiu no edital a obrigatoriedade de o comprador injetar US$ 75 milhões imediatamente na empresa.

- A Varig é totalmente viável, e o que é bom precisa ser mantido. O problema é de curto prazo, de necessidade de capital de giro. Se o leilão demorasse mais, talvez a empresa não chegasse viva até lá.

Ayoub insiste que comprador não assumirá dívidas

Ayoub, que além do caso Varig tem 5 mil processos sob sua responsabilidade, reiterou diversas vezes que o maior temor dos investidores - assumir dívidas trabalhistas e previdenciárias da Varig no futuro, mesmo que só estejam comprando as operações - é descabido.

- Se fosse assim, a Lei de Recuperação Judicial não teria sentido em existir. O objetivo é manter a Varig voando e, para isso, só se as dívidas ficarem em separado.

Em Porto Alegre ontem para participar do 8º Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, o juiz fez questão de mostrar sua torcida pela companhia em todas as suas manifestações. O único momento em que se desviou do assunto foi para reclamar da derrota de seu clube para o Figueirense, quinta-feira à noite no Maracanã, por três a dois.
( pedro.lopes@zerohora.com.br )

Negócio arriscado
Por que os investidores estão receosos:
Incerteza quanto à sucessão de dívidas trabalhistas, fiscais e previdenciária:
Os investidores temem que a parte endividada, que terá direito ao crédito que a Varig tem com o governo, estimado em R$ 4,5 bilhões, não honre todo o passivo e os credores acabem batendo à porta do comprador da parte operacional.
Risco de anulação do negócio:
Se o valor de venda ficar abaixo do preço mínimo, credores estatais, como Infraero e BR Distribuidora, prometem impugnar o negócio
Necessidade de aporte imediato de US$ 75 milhões imediatamente:
O valor é considerado alto demais para um negócio que pode ser suspenso. Depois de pago, se o negócio não fechar, o dinheiro entra para a dívida da Varig (o investidor passa a credor)


Folha de São Paulo
03/06/06
Sob temor de fracasso, Varig adia leilão

Juiz atende a pedido da companhia, que temia que não aparecesse comprador e que venda fosse realizada a "preço vil"
Operação, que seria realizada na segunda, fica para o dia 8; indefinições jurídicas assustam potenciais compradores

JANAINA LAGE DA SUCURSAL DO RIO

O leilão de venda da Varig foi adiado de segunda-feira para o dia 8. O juiz Paulo Roberto Fragoso, que auxilia a 8ª Vara Empresarial no processo de recuperação da companhia, atendeu o pedido da Varig com o objetivo de conseguir um preço maior no leilão.

De acordo com o que a Folha apurou, a expectativa era que não aparecesse comprador caso a data fosse mantida. Havia também o temor de que a companhia fosse vendida a "preço vil" porque as propostas não estariam de acordo com o patamar de preço definido pela Varig. Riscos elevados, indefinições jurídicas e a obrigação de adiantar recursos para a empresa reduziram o apetite dos investidores.

Em nota, o Tribunal de Justiça afirma que a companhia ganhou mais tempo para estudar as propostas apresentadas até agora. Segundo Marcelo Gomes, diretor da Alvarez & Marsal, que atua como reestruturadora da Varig, o pedido de adiamento partiu dos próprios investidores. "Os investidores solicitaram um prazo adicional para analisar todas as informações. Além disso, o leilão seria feito após dois dias sem funcionamento bancário e seria difícil estruturar a operação."

Segundo o juiz Fragoso, a Varig tem fôlego para aguardar até o dia 8. "Entendi que esse pedido era extremamente conveniente porque é a possibilidade de atrair novos investidores e conseguir um preço maior", disse.

De acordo com Gomes, a companhia acertou alongamento de prazos com seus principais fornecedores, com destaque para a BR. "Conseguimos recursos de fornecedores correntes, e o prazo é de apenas três dias", disse.

Tempo
Com o avanço da crise, a frota da Varig hoje é de 60 aeronaves. Desse total, 46 estão em operação. Segundo Rodrigo Marocco, do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), o adiamento foi benéfico para a companhia. "Tem muito atropelo, o investidor precisa de tempo para avaliar a situação da empresa. Se o leilão fosse levado adiante, a empresa poderia ser vendida a qualquer preço ou a falência poderia ser decretada", disse.

O edital de leilão da Varig prevê um aporte de US$ 75 milhões três dias após a venda da companhia, antes mesmo que o vencedor obtenha a autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Caso o comprador não consiga cumprir os requisitos da Anac, o segundo colocado pode ser convocado.

Apesar das incertezas sobre a forma de realização do leilão, o consórcio Aero-LB (liderado pela TAP), a Gol, a TAM e a OceanAir entraram no data room para acessar as informações da empresa. Participam da disputa também o escritório de advocacia Ulhôa Canto, Rezende e Guerra, que representa um fundo de investimentos que atua no Reino Unido e nos Estados Unidos, e a Amadeus, empresa de reserva de passagens, que já pegou o manual de diligência (conjunto de normas e procedimentos do leilão).

Os investidores poderão escolher entre dois modelos de venda da companhia. No primeiro, será ofertada a Varig Operações, que reúne linhas domésticas e internacionais, com lance mínimo de US$ 860 milhões. Entre os investidores, há consenso de que esse valor dificilmente será alcançado. A outra hipótese de venda prevê a oferta da Varig Regional, que reúne as linhas domésticas da companhia por US$ 700 milhões. Nos dois casos, a parcela ofertada é isenta de dívidas.


Folha de São Paulo
03/06/06
Companhia aérea é viável, diz juiz do caso

LÉO GERCHMANN DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Mesmo com o temor manifestado por analistas de que haja pouco interesse de empresas pelo leilão da parte operacional da Varig, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, confirmou o evento para a próxima quinta-feira.

O leilão se realizaria nesta segunda, mas, por solicitação dos investidores, que pediram um tempo adicional para montar suas propostas, a Justiça autorizou o adiamento.

Ayoub é o juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da Varig e se diz otimista em relação aos destinos da empresa. Ele afirmou que aposta na presença de vários grupos participando do leilão. ""A Varig é viável", disse.

Ainda não foi definido o que será um preço considerado vil pela empresa, o que levaria a novo leilão. Os valores mínimos foram fixados em US$ 860 milhões para a Varig Operações e US$ 700 milhões para a Varig Regional.

O magistrado, que esteve em Porto Alegre para participar do 8º Congresso Brasileiro de Fomento Mercantil, acredita que esses valores constarão só como referência e serão superados.


O Globo
03/06/06 - Versão Impressa

Leilão da Varig é adiado para quinta-feira

Erica Ribeiro

RIO, PORTO ALEGRE e BRASÍLIA. O leilão da Varig, inicialmente marcado para segunda-feira, foi adiado para quinta-feira, a pedido dos investidores. Segundo Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal (responsável pela reestruturação da Varig), os interessados no leilão alegaram a necessidade de mais tempo para avaliar os dados da companhia disponíveis no data-room .

— Outro motivo apresentado pelos investidores foi o fato de o sistema bancário estar fechado sábado e domingo, o que inviabiliza transações financeiras na véspera do leilão, necessárias para formatar as propostas — acrescentou Gomes.

Segundo Gomes, seis empresas já entraram no data-room : TAM, Gol, AeroLB (formada pela TAP e por investidores brasileiros e de Macau), OceanAir, Amadeus (sistema de reservas) e o fundo americano de private equity Brooksfield (representado pelo escritório de advocacia Ulhôa Canto, Rezende e Guerra). O local do leilão continua sendo o hangar da Varig no aeroporto Santos Dumont.

Juiz acredita em preço de venda maior no dia 8

A diretoria da Varig enviou o pleito dos investidores à 8 Vara Empresarial do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio ontem. O juiz Paulo Roberto Fragoso, que também acompanha o processo de recuperação judicial da Varig, aceitou o adiamento. Para ele, a alteração da data dará mais segurança aos investidores e tornará o leilão mais atrativo:

— Parece conveniente a alteração da data porque este é um negócio altamente complexo e o investidor precisa de mais tempo e mais segurança. A tendência é que, com o adiamento, o preço de venda da Varig seja maior no dia 8 do que se conseguiria no dia 5.

Quanto à situação de caixa da companhia, Fragoso acrescentou que se a Varig pediu o adiamento é porque tem condições para se manter até a nova data:

— Se a Varig fez esse pedido, é porque sabe até onde suas pernas alcançam.

A empresa tem um acordo com a BR Distribuidora até terça-feira para pagar o combustível em recebíveis (créditos pela venda de passagens) de cartões de crédito. Até o dia 13, a companhia também está protegida contra o arresto de aviões por empresas de leasing dos EUA, por causa de uma liminar da Justiça de Nova York.

Lula pede revolução na aviação regional

Antes da confirmação da transferência do leilão, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de recuperação da Varig no Rio, disse em um evento em Porto Alegre que acredita no sucesso da venda:

— Trata-se de uma empresa atrativa, que desperta grande interesse. A empresa é estratégica para o Brasil, porque traz grandes divisas. Tem problemas de curtíssimo prazo, mas também é uma empresa credora.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem, na abertura do II Salão de Turismo, em São Paulo, uma “revolução no transporte regional na aviação brasileira”:

— É preciso que a gente pegue a Infraero, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Ministério do Turismo, a Aeronáutica para apresentar para este país uma nova dinâmica na aviação brasileira, porque a que está aí é antiga, é velha. O turista mudou e vai mudar muito mais. Ninguém quer comprar um vôo direto daqui a Pequim, porque morre dentro do avião, precisa parar um pouquinho, pelo menos para esticar as pernas.

Segundo Lula, hoje os turistas são levados a sacrifícios:

— O cidadão que mora na Alemanha quer ir conhecer a Amazônia e vem num vôo de carreira normal, ele não tem que vir até São Paulo ou até o Rio de Janeiro, para depois voltar mais quatro horas para lá. Por Deus do céu, vamos tornar a vida das pessoas mais agradável — afirmou o presidente. — Da mesma forma que o cidadão que mora no Nordeste ou no Norte não tem que ir ao Rio de Janeiro ou a São Paulo para ir para a Europa, porque ele dobra o horário da viagem.
COLABORARAM Chico Oliveira e Ricardo Galhardo


Revista Exame
03.06.2006
Justiça adia leilão da Varig para quinta-feira, dia 8

Empresas interessadas pediram mais tempo para analisar as condições do leilão. OceanAir estaria negociando com Anac a portas fechadas
Por Fabrícia Peixoto

A pedido das empresas interessadas, a Justiça do Rio decidiu adiar o leilão da Varig para a próxima quinta-feira, dia 8. A intenção é dar mais tempo para que os possíveis compradores possam avaliar melhor as condições do negócio. O leilão estava marcado para segunda-feira, dia 5, uma semana após a publicação do edital.

Os preparativos para o leilão da Varig seguem no mesmo estilo que marcou a trajetória da empresa nos últimos 15 anos: informações truncadas, desorganização e muito lobby do governo. A publicação do edital a apenas sete dias de um leilão dessa importância contraria, inclusive, a legislação brasileira, que exige um prazo mínimo de 15 dias. Os investidores perceberam que seria inviável a análise do emaranhado financeiro da Varig em tão pouco tempo e recorreram à Justiça.

Onze empresas retiraram a documentação do edital; dessas, seis acessaram o data-room e tudo indica que apenas uma continuará no páreo, a OceanAir. Um especialista  no mercado aéreo envolvido no processo afirma que Gol e Tam chegaram a contratar juristas especializados para analisar toda a papelada. A recomendação? Não participar do leilão. O medo de herdar o passivo trabalhista da Varig teria afastado as duas interessadas.

Tanto o texto do edital como o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso na Justiça, garantem que o comprador não herdará o passivo. Mas em se tratando de Varig, ninguém quer arriscar. A exceção fica por conta do empresário German Efromovich, dono da Ocean Air, cotado como possível comprador da Varig. No entanto, mesmo o empresário, conhecido por seu perfil agressivo no mundo dos negócios, quer garantias. Segundo EXAME apurou,  Efromovich teria se reunido duas vezes nesta semana com representantes da Associação Nacional de Aviação Civil (Anac), a portas fechadas, para pedir uma carta oficial que lhe garanta blindagem contra os passivos da Varig.

O resultado do imbróglio será conhecido na quinta-feira. Caso a OceanAir ou outro concorrente venha a conseguir garantias, os adversários  podem questionar o tratamento preferencial. Neste caso, a definição caberá ao juiz Ayoub.

No mercado, comenta-se que a falência da Varig estava marcada para o mês de abril, mas o excesso de feriados naquele mês acabou causando o adiamento da decisão. Com a Copa do Mundo, mais uma vez a falência foi postergada. Agora, comenta-se que o objetivo é salvar a empresa pelo menos até as eleições, já que, para o governo, a derrocada de uma companhia que já foi símbolo nacional poderá prejudicar sua imagem.


Revista Exame
03.06.2006

Mesmo depois de um ano, nova Lei de Falências ainda não "pegou"
Número baixo de adesões às novas regras mostram que empresas têm receio de compartilhar rumos da empresa com credores
Por Larissa Santana

A 10 dias do primeiro aniversário, a  Lei de Recuperação de Empresas, ou nova Lei de Falências, ainda não pode ser considerada um sucesso. Depois de tramitar por 11 anos no Congresso Nacional  e acumular defensores fervorosos no empresariado brasileiro, a legislação não se mostrou tão popular assim desde que promulgada: apenas 177 empresas recorreram a seus dispositivos até abril de 2006, de acordo com levantamento realizado pela Serasa.

O número, considerado baixo por analistas, pode ser explicado pelo medo que os administradores têm de compartilhar suas decisões com os credores, uma das mudanças trazidas pela nova lei. Sob a lei antiga, empresas que entravam em concordata negociavam as dívidas de forma unilateral, impondo quando e como pagariam, de acordo com os critérios legais. Com as novas regras, quem deixou de quitar o que devia precisa abrir as contas a todos os credores, para que eles também possam avaliar qual a melhor – ou única – saída do buraco. "A nova lei trouxe o credor para dentro do processo de recuperação. Ele pode emitir um parecer do plano e até recusá-lo", explica o economista Fábio Astrauskas, da consultoria Siegen, especializada em recuperação judicial.

Expor os rumos da empresa e aceitar as demandas dos credores é algo que intimida a adesão à legislação atual, diz Luiz Fernando Valente de Paiva, coordenador acadêmico de recuperação de empresas da GV Law. "O número pequeno de empresas que pediram recuperação judicial demonstra um certo receio da utilização das novas regras. Mostra também que estamos em uma fase de mudança cultural, de as pessoas compreenderem os benefícios da lei", explica Paiva. Prova de que a lei ainda não conquistou completamente o empresariado é o fato de nenhuma empresa ter requisitado à Justiça, desde a aprovação das novas regras, aprovação de um plano de recuperação extrajudicial, pelo qual a negociação das dívidas é feita entre empresa e credores e só levada a juízo depois de celebrado um acordo.

Apesar do receio dos empresários, a nova Lei de Falências trouxe muitas vantagens frente à legislação anterior, lembra Paiva. A principal delas é que agora uma empresa endividada que recorre à recuperação judicial pode planejar o pagamento das dívidas, sem que haja à porta credores com notas promissórias e oficiais de Justiça com ações de execução. Isso é possível porque a nova lei institui uma assembléia de todos os credores para discutir o prazo e a forma de implementação do plano de recuperação, enquanto a concordata regulava apenas o pagamento das quantias devidas aos quirografários (sem garantia real ou preferência de pagamento) – outros, como trabalhadores e credores com garantias, continuavam habilitados a contestar individualmente a inadimplência na Justiça.

O que assusta na nova lei

Mas de acordo com os especialistas, é justamente a assembléia que mais assusta os administradores, temerosos de ter de enfrentar uma falência caso o plano de recuperação não seja aceito. Astrauskas lembra que, apesar de levar mais transparência à condução da companhia e à negociação, o fórum também pode dar prejuízo a credores, principalmente aos pequenos. "O plano pode estabelecer um alongamento de dívida que, se não for bem negociado, pode deixar no vermelho os credores menores", diz.

A precaução contra questões como essas têm mantido a negociação entre empresas e credores na informalidade, diz Paiva. Para que o próximo ano de vida da Lei de Falências seja comemorado com mais vigor, diz o advogado, é preciso que as companhias não procurem a Justiça como último recurso. "Hoje uma empresa entra no processo de recuperação judicial quando está praticamente irrecuperável. Quando finalmente toma essa decisão, é praticamente impossível um acordo com os credores", afirma.


Folha Online
02/06/2006 - 21h39

Pneus de avião da TAM estouram em pouso e assustam passageiros
Agência Folha

A aterrissagem de uma aeronave da TAM, que teve três pneus estourados e parou a cerca de cem metros do limite da pista, provocou pânico nos 154 passageiros que chegavam a Macapá (AP) à 0h50 desta sexta-feira.

Segundo o superintendente da Infraero no aeroporto internacional de Macapá, Júlio Kuenzo, durante o pouso, o piloto sentiu que no final da cabeceira não daria para parar a aeronave e efetuar o contorno e teve, então, de acionar o freio de emergência.

Acionado o dispositivo, as rodas travaram, e três dos pneus do avião, arrastados por 200 metros, estouraram devido ao atrito com o solo.

Por pouco, não ocorreu uma tragédia, afirmou Kuenzo. "Houve apenas um grande susto. Mas se o comandante não tivesse feito o procedimento, haveria um grave acidente. Foi um ato heróico, em que ele usou perícia e conhecimento."

Não houve feridos. O vôo 3448 havia saído de Brasília (DF) e feito escala em Belém (PA). Devido ao incidente, a pista foi interditada. Um outro vôo da TAM, um da Gol e um da Varig tiveram de ser cancelados pela manhã. A pista só foi reaberta às 8h.

A aeronave da TAM, uma Airbus 320, teve os pneus trocados e foi rebocada para o pátio da companhia. Peritos da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) viajaram ainda nesta sexta ao Estado para apurar as causas do incidente. A equipe de profissionais foi deslocada da 1ª Gerência de Belém.

Segundo Kuenzo, a pista atende a todas as normas de segurança e o tempo estava bom no momento do pouso. Apesar de ter elogiado a atuação do piloto, ele não descarta um equívoco do comando. "Há duas hipóteses: problema na aeronave ou erro de cálculo."

A TAM informou, por meio de uma nota, que "a apuração do fato está a cargo das autoridades competentes com a cooperação da equipe técnica da companhia aérea". A assessoria de imprensa da TAM disse ainda que qualquer hipótese levantada antes de um laudo oficial é "especulação".

O Globo
02/06/2006 - 20h37m
Juiz adia leilão da Varig para 8 de junho e diz que mudança é conveniente
Erica Ribeiro - O Globo

RIO - O juiz Paulo Roberto Fragoso da 8ª Vara Empresarial do Rio, atendendo a solicitação da Varig, decidiu nesta sexta-feira adiar o leilão da companhia para o dia 8 de junho. De acordo com o juiz, o pedido encaminhado pela Varig ao Tribunal de Justiça do Rio, em nome dos investidores, foi entregue por volta de 16h desta sexta-feira.

- Me parece conveniente, a alteração da data porque este é um negócio altamente complexo e o investidor precisa de mais tempo e mais segurança para tomar suas decisões. A tendência é que com o adiamento o preço de venda da Varig seja maior no dia 8 do que se conseguiria no leilão do dia 5 - afirmou o juiz.

Quanto à situação de caixa da companhia, o juiz acrescentou que se a Varig pediu o adiamento tem condições para se manter até a nova data do leilão.

- Se a Varig fez esse pedido, sabe até onde suas pernas alcançam no que diz respeito ao caixa - assinalou Fragoso. O local do leilão continua sendo o hangar da Varig no aeroporto Santos Dumont, no Rio, com horário previsto para início às 10h. A solicitação de adiamento do leilão foi feita pela Varig, a pedido dos investidores.

Segundo o diretor da consultoria Alvarez e Marsal, Marcelo Gomes, os investidores interessados na Varig solicitaram o adiamento junto à 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, alegando que o pouco tempo tornava inviável o estudo das informações contidas no data-room da companhia, pela complexidade dos dados.

- Outro motivo apresentado pelos investidores foi o fato de o sistema bancário estar fechado no sábado e no domingo, o que inviabiliza a realização de transações financeiras na véspera do leilão - acrescentou Gomes.

Até o momento, segundo ele, seis empresas se mostraram interessadas no leilão: Gol, TAM. OceanAir, TAP (por meio da empresa AeroLB, formada pela estatal portuguesa com investidores brasileiros e de Macau), Amadeus (empresa de sistema de reservas de passagens) e o fundo americano de private equity Brooksfield, que se apresentou no data-room com o nome de Céu Azul e é representado pelo escritório Ulhoa Canto, Rezende e Guerra.

Uma das especulações do mercado nesta sexta-feira era de que a empresa aérea WebJet poderia tentar comprar a companhia para concorrer com a Gol.

Com o adiamento, os interessados terão mais três dias até a nova data do leilão para acessar o data-room, afirmou Gomes.


O Globo
02/06/2006 - 20h28m
Varig: mercado especula que WebJet estaria interessada no leilão

Reuters


RIO - O "data-room" da Varig, cujo leilão foi adiado por três dias - para a próxima quinta-feira - a pedido de investidores, foi acessado até esta sexta-feira pelas empresas Gol, TAM, OceanAir, AeroLB (TAP) e pelo fundo de investimentos americano Brookefield. Mas, mesmo quem não entrou no "data-room", a sala de dados com informações completas da companhia, poderá fazer lances.

Procuradas, Gol e TAM informaram que foram conhecer os dados da concorrente, enquanto a OcenaAir e a TAP ainda estão avaliando se vão fazer lances no leilão.

- Acompanhamos com interesse a situação na Varig. Ainda não tomamos qualquer posição sobre a compra da Varig - informou em Portugal a assessoria da TAP.

Uma das especulações do mercado nesta sexta-feira era de que a empresa aérea WebJet, que tem como acionista o empresário Jacob Barata, dono de um grupo que controla as empresas de ônibus Útil, Guanabara e Normandy, poderia tentar comprar a companhia para concorrer com a Gol, reproduzindo no ar a briga que travam em terra. O dono da Gol é proprietário também do grupo de ônibus Áurea.

Uma executiva da WebJet afirmou, no entanto, que as discussões sobre o assunto ainda não foram finalizadas.

- Nada está decidido. Isso está sendo discutido neste momento - informou a executiva, que não quis ser identificada.

As ações da companhia no mercado demonstraram o desânimo de investidores com o leilão. Depois de subirem feito jato na semana passada, os papéis da empresa fecharam o dia em queda de 14,7%, cotadas a R$ 3,93, praticamente metade dos R$ 7,20 há alguns pregões.


O Globo
02/06/2006 - 19h45m
Lula propõe revolução no transporte aéreo regional
Cristina Massari - Globo Online
Ricardo Galhardo - O Globo


SÃO PAULO - Em seu discurso na abertura do Salão do Turismo, que acontece até dia 6 na capital paulista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, perante as autoridades que cuidam da aviação comercial -- o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e da Infraero, José Carlos Pereira, também presentes ao evento --, uma "revolução na aviação regional" do Brasil.

- É preciso apresentar uma nova dinâmica na aviação regional. Vamos tornar a vida das pessoas mais agradável. Estamos levando a vida do cidadão ao sacrifício. O sujeito que vem da Alemanha para a Amazônia não tem que vir antes a São Paulo e ao Rio para chegar até lá. Da mesma forma que o brasileiro que toma um avião no Norte não tem que ir ao Rio ou a São Paulo para ir à Europa. Dobra o tempo de viagem e encarece tudo. Não podemos mais continuar como estamos - disse Lula.

E continuou:

- A gente deve para este país uma nova dinâmica na aviação brasileira, porque a que está aí é antiga, é velha e precisa ser superada, porque o Brasil mudou e vai mudar muito mais. Ninguém quer comprar um vôo direto daqui a Pequim porque morre dentro do avião. Precisa parar um pouquinho, pelo menos para esticar as pernas - disse Lula.

Segundo o presidente, hoje os turistas são levados a sacrifícios em função da atual estrutura.

- O cidadão que mora na Alemanha e quer ir conhecer a Amazônia e vem num vôo de carreira normal, ele não tem que vir até São Paulo ou até o Rio de Janeiro para depois voltar mais quatro horas para lá. Por Deus do céu, vamos tornar a vida das pessoas mais agradável. Ou seja, o cara sai da Alemanha, vem para São Paulo, passa por cima do Amazonas, anda mais quatro horas até São Paulo, depois mais quatro horas de volta. Além da chatice de ficar duas horas no aeroporto. Ou seja, nós levamos o cidadão a um sacrifício ao invés de facililtarmos a vida dele - criticou.

Lula deu o mesmo exemplo de perda de tempo para o passageiro que mora no Norte do país que precisa ir para a Europa.

- Da mesma que o cidadão que mora o Nordeste ou no Norte, não tem que ir ao Rio de Janeiro ou a São Paulo para ir para a Europa, porque ele dobra o horário da viagem. Se ele está em Pernambuco, no Pará ou no Ceará, ele vai levar oito horas para ir para a Europa se for direto. Agora, se ele tiver que vir para cá, andar quatro horas para cá, mais quatro para voltar, ele dobrou a viagem, encareceu tudo na vida dele - disse Lula. - Não podemos mais continuar do jeito que estamos - completou o presidente, no discurso de abertura do Salão do Turismo (confira as atrações do evento).

Presente à solenidade, o vice-presidente de vendas e serviços da Gol, Tarcísio Gargioni, acolheu a sugestão de Lula.

- A proposta feita pelo presidente é bem-vinda e o Brasil precisa organizar e interiorizar a aviação regional e a Gol atua com esta função de popularizar o transporte aéreo. Nossos aviões são grandes, mas nada impede que tenhamos uma operação integrada, em que se possa fazer com que os aviões regionais, de menor porte, possam se conectar a aviões de maior porte de rede nacional, como os nossos, em pontos estratégicos, com horários e combinando facilidades para o consumidor com relação à bagagem, emissão de bilhetes etc.

A Gol participa do Salão do Turismo como um parceiro do programa Vai Brasil, já que a empresa disponibiliza 128 mil assentos por mês, a tarifas reduzidas, para serem oferecidas no leque de opções entre os 225,6 mil assentos que estão sendo oferecidos em todo o projeto, que visa baratear as viagens para o brasileiro durante a baixa temporada, reduzindo assim os impactos da sazonalidade nos destinos.

- Estamos dando apoio total e irrestrito ao programa, disponibilizando a uma tarifa reduzida, que é a mínima disponível no mercado, excluindo as nossas tarifas promocionais - disse Gargiani.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Walfrido dos Mares, o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, o ministro do Trabalho, Luis Marinho, entre outras autoridades e diversos deputados e senadores compareceram nesta sexta-feira à solenidade de abertura do II São do Turismo - Roteiros do Brasil, que acontece até 6 de junho, no ExpoCenter Norte, em São Paulo.
*Cristina Massari viajou a convite do Ministério do Turismo


Jornal de Turismo
02/06/2006 19:22h
Leilão da Varig é adiado para quinta-feira
Postado por fnogueira


Por solicitação dos investidores, que pediram um tempo adicional para montar suas propostas, a 8ª Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro autorizou o adiamento do leilão de venda de ativos da Varig.

O evento estava marcado inicialmente para a próxima segunda-feira e foi mudado para o próximo dia 8 de junho, quinta-feira, às 10h, no hangar da empresa, no Aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro.


JB Online
02/06/06 - 18:09h
Leilão da Varig é adiado para quinta-feira


RIO - Por solicitação dos investidores, que pediram um tempo adicional para montar suas propostas, a 8ª Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro autorizou o adiamento do leilão de venda de ativos da Varig, marcado inicialmente para segunda-feira, para o dia 8 de junho, às 10h, no hangar da empresa, no Aeroporto Santos Dumont.


Valor Online
02/06/2006 18:06
Leilão da Varig é adiado para o dia 8 de junho

SÃO PAULO - Por solicitação dos investidores, que pediram um tempo adicional para montar suas propostas, a 8ª Vara de Justiça Empresarial do Rio de Janeiro determinou o adiamento do leilão da Varig, marcado inicialmente para a próxima segunda-feira (5), para o dia 8 de junho, às 10h, no hangar da companhia, no Aeroporto Santos Dumont.

O leilão poderá marcar o fim do drama da companhia aérea, em crise financeira há mais de cinco anos, com dívidas que chegam a R$ 7 bilhões. Pela parte operacional da Varig, que inclui as rotas nacionais e internacionais sem as dívidas, foi estipulado um preço mínimo de US$ 860 milhões. Porém, o leilão também prevê a venda somente da Varig doméstica, ao valor de US$ 700 milhões. Nesse caso, a parte internacional herdará o passivo.

Além disso, o vencedor do leilão terá de fazer um depósito de US$ 75 milhões na conta da aérea em um prazo máximo de 72 horas, para que a companhia possa quitar compromissos urgentes, como combustível e aluguel de aviões. Na última quarta-feira, o juiz do tribunal de Falência de Nova York, Robert Drain, estendeu até o próximo dia 14 a garantia para que os aviões da companhia não sejam arrestados pelas empresas de leasing. Drain confiou que a Varig poderá quitar suas dívidas com os recursos oriundos do leilão.

Esta semana, credores domésticos da Varig se reuniram com o objetivo de adiar a data do leilão, pois o edital divulgado na última segunda-feira menciona a possibilidade de o preço mínimo não ser obrigatório, ou seja, a empresa poderia ser vendida por um valor menor que o estipulado na assembléia de credores. Diante dessa possibilidade, Infraero e BR Distribuidora, principais credores, temem que, no caso de uma venda com valor muito baixo, a Varig não tenha condições de arcar com seus compromissos.

Até hoje, cinco interessados pagaram R$ 60 mil para visitar o " data room " da Varig, sala com informações detalhadas sobre a companhia. São eles: TAM, Gol, OceanAir, Aero-LB (empresa formada pela estatal portuguesa TAP e por investidores brasileiros) e o escritório de advocacia Ulhôa Canto Rezende e Guerra.
(Murillo Camarotto | Valor Online)


O Dia
2/6/2006 18:05h
Leilão da Varig é adiado para quinta-feira


Rio - O juiz Paulo Roberto Fragoso, em auxílio à 8ª Vara Empresarial do Rio, atendendo à solicitação dos investidores da Varig, decidiu adiar para a próxima quinta-feira o leilão das companhias Varig, Rio Sul Linhas Aéreas e Nordeste Linhas Aéreas, todas em recuperação judicial.

O novo pregão será no próximo dia 8, às 10h, na Avenida Almirante Silvio de Noronha, no Centro. Com isso a companhia aérea ganhará mais tempo para estudar as propostas e poderá conseguir um preço maior no leilão.

A reivindicação dos investidores era baseada em dois pontos. O primeiro, a necessidade de maior amadurecimento do data-room, espaço onde são oferecidos relatórios e informações sobre a Varig. O segundo, o fato de o sistema bancário estar fechado no final de semana, uma vez que o leilão estava marcado inicialmente para a segunda-feira.


Folha Online
02/06/2006 - 18h03
Justiça adia leilão da Varig para a próxima quinta-feira
IVONE PORTES da Folha Online, no Rio


A Justiça do Rio de Janeiro decidiu adiar o leilão da Varig, que deveria acontecer na próxima segunda-feira, para o dia 8 de junho.

A decisão foi tomada pelo juiz Paulo Roberto Fragoso, em auxílio à 8ª Vara Empresarial do Rio, e atende solicitação da própria Varig. Segundo nota da Justiça, o adiamento em três dias tem como objetivo conseguir um preço maior na venda da Varig.

Inicialmente o leilão deveria ocorrer somente em 9 de julho, 60 dias após a realização da assembléia geral de credores, que aprovou os modelos de venda da companhia.

Como, entretanto, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não aprovou as propostas de interessados em fazer um empréstimo-ponte para a empresa, o leilão foi antecipado para impedir que a empresa ficasse sem caixa para continuar a voar.

A nova data, porém, não deu o tempo necessário para que possíveis interessados na Varig pudessem estudar um preço justo a ser pago pela companhia.

Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal --empresa responsável pela reestruturação da Varig--, afirmou que os próprios investidores solicitaram à empresa que adiasse o leilão.

Ele também lembrou que o leilão ocorreria depois do final de semana, ou seja, após dois dias com os bancos fechados, o que impediria que mais empresas acessassem a sala de informações ("data-room").

A empresa aérea poderá ser vendida integralmente --operação nacional e internacional, denominada Varig Operações-- ou separada --somente operações domésticas, chamada de Varig Regional. Os preços mínimos são, respectivamente, US$ 860 milhões e US$ 700 milhões.

Nos dois modelos de venda estão excluídas as dívidas da companhia, estimadas em R$ 8 bilhões.

De acordo com o edital de venda, podem participar do leilão empresas brasileiras com sede e administração no país. Até hoje, entraram no 'data-room' da Varig --sala virtual com informações confidenciais sobre a empresa-- a Gol, TAM, OceanAir e TAP. Para poder ter acessar as informações, cada empresa teve que depositar R$ 60 mil na conta da Varig.

No leilão, credores da empresa também poderão fazer lances. Nesse caso, o investidor poderá pagar o valor equivalente ao preço mínimo em reais ou com créditos trabalhistas e créditos extra-concursais (conseguidos após o início da recuperação judicial).

O edital prevê ainda que será vendido no leilão o modelo que receber a maior oferta. Entretanto, no caso de propostas iguais para os dois modelos, vence a feita pela Varig Operações.

Se não houver oferta no valor mínimo estipulado para venda da empresa no leilão, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio, poderá definir um novo preço para outro leilão que será realizado no mesmo dia.

A Varig está em recuperação judicial desde junho do ano passado. Ela foi a primeira grande empresa do país a se beneficiar desse processo, que substitui a concordata, já que a Nova Lei de Falências foi aprovada no dia 9 de junho de 2005 e a empresa entrou com pedido no dia 17 daquele mês.

Esse instrumento de recuperação protegeu a Varig de ações movidas por credores, ajudou a empresa a continuar voando, a iniciar um processo de reestruturação e sobreviver até o leilão.


Agência Brasil
02/06/06 - 18:02h
Leilão da Varig é adiado para quinta-feira

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro adiou para a próxima quinta-feira (8) o leilão da Varig, que estava programado para a segunda-feira (5). A medida atendeu a solicitação de investidores, que pediram um tempo maior para montagem de suas propostas de compra.

Em entrevista à Agência Brasil, o juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que preside o processo de recuperação judicial da Varig, disse que o pedido dos investidores considerava dois pontos: a necessidade de maior amadurecimento do data-room, espaço onde estão disponibilizados relatórios e informações sobre a companhia; e o fato de o sistema bancário ficar fechado no final de semana, com o leilão marcado para a segunda-feira de manhã.


Estadão
02 de junho de 2006 - 17:22
Adiado leilão da Varig para 8 de junho
O leilão da Varig, marcado para segunda-feira, foi adiado por três dias, para o dia 8 de junho, por solicitação dos investidores

Mariana Barbosa

SÃO PAULO - O leilão da Varig, marcado para segunda-feira, foi adiado por três dias, para o dia 8 de junho, por solicitação dos investidores. Eles alegam que precisam de mais detalhes sobre as condições do leilão da companhia e querem analisar as informações sobre a empresa. A solicitação dos investidores foi feita formalmente ao Tribunal de Justiça do Rio.

Ontem, nem mesmo a Ocean Air, tida pelo mercado como principal interessada no negócio, tinha certeza se participaria ou não da disputa e um dos interessados em participar do leilão da Varig já havia desistido de participar do leilão após analisar os números da empresa. Foi o grupo europeu representado pela consultoria brasileira Azulis Capital. A informação foi dada pelo executivo Emerson Pieri, que representa um banco franco-suíço contratado pelo tal investidor. Pieri não revelou o nome do investidor nem do banco. A Azulis tem como sócia Ivone Saraiva, ex-superitendente do BNDES.

Segundo Pieri, o rombo nas finanças da Varig foi "maior do que o esperado". Questionado se o grupo teve acesso ao data room (sala com informações financeiras da empresa), Pieri não quis comentar. De todas as empresas que compraram o acesso ao data room entre quarta e quinta-feira, apenas uma não foi identificada por estar representada por um escritório de advocacia, o Ulhôa, Canto, Rezende e Guerra.

Dentre os pontos que levaram à desistência do tal grupo europeu, Pieri ressalta incertezas sobre a sucessão de dívidas trabalhista e tributária, o problema com a dívida de R$ 2,3 bilhões com o fundo de pensão Aerus e falta de detalhes a cerca do empréstimo do BNDES.


Valor Online
31/05/2006 16:53
Pilotos da Delta aprovam acordo e dão fôlego à reestruturação financeira da companhia


SÃO PAULO - Os pilotos da terceira maior companhia aérea norte-americana, a Delta Air Lines, aprovaram hoje o novo contrato proposto pela empresa para continuarem trabalhando. Com isso, a empresa vai economizar cerca de US$ 280 milhões por ano.

A empresa, que pediu proteção judicial de seus credores em setembro de 2005, conduz no momento uma reestruturação para conseguir US$ 3 bilhões por meio de cortes de custos e melhoras no faturamento.

O acordo com os pilotos é um passo importante para que a empresa alcance sua meta. Na votação, 61% dos aviadores aceitaram a proposta da empresa, que envolve um corte de 14% nos salários e o fim de repasses ao fundo de pensão desses funcionários.

Ainda assim, a empresa aguarda a decisão de um juiz do estado de Nova York que decidirá se os US$ 650 milhões depositados no fundo de pensão dos pilotos poderá ser usado pela Delta para distribuir entre eles ou se devem ser repassados ao governo.

Se a decisão judicial for desfavorável, um comitê de arbitragem poderá voltar a considerar um pedido da empresa para cancelar os contratos com seus pilotos e, assim, impor os cortes de salário que quiser. Caso isso venha a ocorrer, os pilotos já afirmaram que entrarão em greve, o que pode enterrar de vez a Delta.

(Valor Online, com agências internacionais)

Terra
02/06/2006 - 10h04 Atualizada às 10h38

Incidente com avião da TAM assusta passageiros no AP

Um incidente com o vôo 3448 da TAM assustou os passageiros que desembarcariam no Aeroporto Internacional de Macapá, na capital do Amapá. Durante a aterrissagem, três pneus da aeronave estouraram. A Infraero afirma que isso foi causado porque o piloto teve que acionar os freios de emergência. O procedimento teria travado as rodas do aparelho e os pneus estouraram por conta do atrito. A TAM não confirma a versão, e diz que espera um laudo de seu departamento técnico para falar sobre as causas.

A assessoria de imprensa da companhia e a Infraero confirmam que nenhum dos 154 passageiros sofreu ferimentos. O desembarque foi realizado na própria pista do aeroporto. De acordo com, Júlio Kunezo, superintendente da Infraero no aeroporto, o piloto da TAM acionou os freios de emergência a 300 metros da cabeceira pois não conseguiria efetuar as manobras para levar a aeronave ao terminal de desembarque.

A aeronave foi rebocada para um hangar da companhia e aguarda a chegada dos peritos do Departamento de Aviação Civil (DAC) que vai averiguar as possíveis causas do incidente, afirma Kuenzo.

Para ele, o aeroporto de Macapá oferece todas as condições de segurança, e o problema com o vôo da TAM não foi causado por eventuais falhas operacionais da pista. O aeroporto foi reaberto para pousos e decolagens às 8h da manhã desta sexta.
Redação Terra