O Dia
03/05/2007 - 01:27h
Novas promessas no ar
Executivos do grupo Gol e Varig
anunciam até 2.500 empregos, a maioria no Estado
do Rio
Gabriel Mascarenhas
Rio - Em almoço com o governador do Rio, Sérgio
Cabral, executivos da Gol prometeram investimentos, empregos
e ampliação das rotas no estado. A segunda
maior companhia aérea do País, atrás
da TAM, vai contratar até 2.500 funcionários,
a maior parte deles no Rio. A Região dos Lagos
é um dos focos de investimentos do grupo. Novo
vôo para Buenos Aires (Argentina) começará
a decolar de Cabo Frio.
Membro do Conselho da Gol, Joaquim Constantino procurou
renovar as esperanças dos trabalhadores demitidos
da Varig, recentemente adquirida pela família Constantino,
dona da Gol: “Nessas contratações,
vamos dar prioridade aos ex-funcionários da Varig”.
Futuras admissões dependem, segundo a cúpula
da aérea, do incremento da frota e de rotas. Até
o fim deste ano, a empresa deve adquirir 14 novas aeronaves,
que se juntarão às 17 que hoje levam a marca
Varig. As encomendas visam à retomada dos destinos
internacionais para os quais a Varig deixou de operar.
Miami, Nova York, Londres e Frankfurt estão entre
as prioridades.
No Brasil , a capital paraense, Belém, também
passará a receber vôos da nova companhia.
Os planos ainda abrangem a ampliação do
número de decolagens para cidades, como Porto Alegre,
São Paulo e Brasília.
De olho na atração dos argentinos pela
Região dos Lagos, a Gol aguarda a conclusão
do aeroporto de Cabo Frio para operar no município.
De lá, vão partir aviões para Buenos
Aires, com escala no Galeão. Animado com as novidades,
Sérgio Cabral confirmou: “As obras em Cabo
Frio (do aeroporto) estão em fase de conclusão.
Devem estar prontas na segunda quinzena de julho”.
Consultor da Gol, o brigadeiro Venâncio Grossi,
ex-diretor do extinto Departamento de Aviação
Civil (DAC), deu a entender que pedirá à
Agência Nacional da Aviação Civil
(Anac) a renovação da licença para
pousos e decolagens (slots) internacionais da Varig, que
deverá vencer em junho.
Também participaram do encontro de ontem, no Palácio
Laranjeiras, os secretários de Transportes, Julio
Lopes, e de Turismo e Esportes, Eduardo Paes.
Inativos do Aerus continuam
esquecidos
Se os demitidos da Varig vêem na Gol uma possível
via de acesso à antiga fonte de renda, o mesmo
não acontece com aposentados e pensionistas da
companhia que aderiram ao Aerus, plano de previdência
complementar da empresa, sob intervenção
do governo federal.
O pagamento dos inativos que entraram na Varig até
1995 vem diminuindo a cada dia, e se encerra no mês
que vem. Questionado sobre a situação desses
ex-funcionários da companhia, Joaquim Constantino,
membro do Conselho da Gol, esquivou-se: “Não
tenho informações . Não tenho conhecimentos
sobre o Aerus”.
Com a crise da Varig, beneficiários de previdência
complementar deixaram de receber o valor correto. Em junho,
só serão depositados 20% do que eles teriam
direito. A partir de então, o pagamento será
cancelado.
Contraste de temperamento
“Sorria, Joaquim”. O pedido foi do governador
Sérgio Cabral para o executivo da Gol, no fim da
entrevista coletiva. A brincadeira revelou a diferença
de temperamentos de Cabral e de Constantino. Durante o
encontro com os jornalistas, o entusiasmo do governador
se sobressaía diante do semblante contido do executivo.
Com nítida preocupação de reiterar
publicamente a importância da entrada de dinheiro
privado no Rio, Cabral chegou a arriscar trocadilho: “A
Gol está fazendo um golaço”, disse,
arrancando apenas um leve sorriso de Constantino.
Mercado e Eventos
03/05/2007
Gol anuncia compra de 14 aeronaves
para Varig e novas rotas
A Varig ganha até o final do ano mais 14 aeronaves
incluindo nove aviões 767-300, que farão
vôos internacionais da companhia, e outros cinco
737-800, para vôos domésticos. A informação
foi divulgada por Joaquim Constantino Neto, membro do
conselho consultivo da Gol, que participou ontem (02/05)
de um almoço com o governador Sérgio Cabral,
no Palácio das Laranjeiras.
Na ocasião, o dirigente confirmou o afastamento
de Guilherme Laager da presidência da Varig, uma
vez que o dirigente passa a dirigir a VarigLog. Constantino
Neto informou ainda que a Gol iniciará em breve
o vôo na rota Cabo-frio/Galeão/Bueno Aires.
"Além disto, a Varig está solicitando
à Anac novas rotas para serem operadas até
o final do ano, muitas delas incluirão o Rio como
ponto de partida", afirmou o dirigente.
Entre as rotas solicitadas para a Anac estão uma
para Belém, seis para Brasília, duas para
Confins, duas para Bueno Aires, duas para Porto Alegre,
um total de 227 para Congonhas, uma pra Frankfurt e uma
para Miami. E segundo o dirigente existem planos para
reativar as rotas para Nova York, Paris, Roma e Londres.
O governador Sérgio Cabral confirmou que foi atendido
o pedido para que a sede da Varig permaneça no
rio, além da promessa de contratação
de novos funcionários.
"O Rio de Janeiro foi a cidade que mais perdeu com
a saída da Varig, e agora temos a promessa da diretoria
da Gol de contratar mais 1600 funcionários, totalizando
2400 que farão parte do quadro funcional da Varig",
disse o governador.
Entre as autoridades presentes no almoço estavam
Nenê Constantino, da Gol, além do secretário
de Esporte, Lazer e Turismo do Estado do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes, o secretário de transportes, Júlio
Lopes, e o brigadeiro Venâncio Gross, consultor
da Gol.
O Estado de São Paulo
03/05/2007
Gol deve contratar 2,5 mil para
a Varig
A Gol vai adquirir até o final deste ano, por
meio de leasing operacional, 14 novos aviões para
a Varig. A empresa também deve contratar até
2,5 mil funcionários, com prioridade para ex-empregados
da Varig. A informação foi dada ontem por
Joaquim Constantino Neto, membro do conselho de administração
da Gol.
O Dia
03/05/2007 - 01:24h
CPI do Apagão será
instalada hoje na Câmara
Quase todos os partidos já
indicaram seus representantes
Rio - A Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) do Apagão Aéreo será instalada
na Câmara dos Deputados às 15h de hoje. As
investigações foram antecipadas por decisão
do presidente da Casa , Arlindo Chinaglia (PT-SP).
A maioria dos partidos já indicou seus representantes.
Donos das maiores bancadas, PT e PMDB têm direito
a preencher oito vagas, cada um (quatro de titular e quatro
de suplente), além das cadeiras do relator, que
ficará com PT, e de presidente da Comissão,
com PMDB. Caso algum partido não indique nenhum
deputado até a manhã de hoje, a escolha
será feita pelo presidente da Câmara. Dos
24 vagas de titular existentes na Comissão, 16
delas são do governo e oito, da oposição.
Na primeira lista do PMDB estariam, por exemplo, os deputados
gaúchos Ibsen Pinheiro e Cezar Schirmer. O PT só
vai divulgar seus indicados nesta manhã. Ao todo,
14 deputados disputam as oito vagas do partido. A legenda
que mais encontrou dificuldade para indicar parlamentares
foi a do PSDB. A decisão só saiu no fim
da noite de ontem: vão representar o partido Gustavo
Fruet (PR), Vanderlei Macris (SP) e Mendes Thame (SP),
como titulares, e os suplentes Carlos Sampaio (SP), Otávio
Leite (SP) e Rodrigo de Castro (MG).
De olho no controle da CPI, o governo orientou os partidos
que compõem a bancada aliada no Congresso a indicar
deputados desconhecidos e fiéis ao Palácio
do Planalto . À exceção do deputado
José Carlos Araújo (PR-BA), os outros governistas
jamais integraram comissões parlamentares. Fernando
Gabeira (PV-RJ) também estará na CPI do
Apagão.
Valor Econômico
03/05/2007
Kepler Weber monta plano para rolar
dívida
Sérgio Bueno
A Kepler Weber, principal fabricante de equipamentos
para armazenagem de grãos do país, espera
fechar neste mês uma operação com
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) para alongar parte de uma dívida
vencida de R$ 300 milhões com a própria
instituição e com bancos privados. O socorro,
que pode chegar a R$ 180 milhões, é a última
esperança da empresa para evitar um processo de
recuperação judicial e deve ser acompanhado
por um aporte e capital de giro pela Previ e pelo BB Banco
de Investimentos (BB-BI), que dividem o controle acionário
com os fundos de pensão Aerus e Serpros.
Em carta distribuída a clientes e fornecedores
na semana passada, a Kepler afirma estar "muito próxima"
de concluir uma reestruturação "envolvendo
o BNDES, bancos credores e acionistas". A operação,
conforme a empresa "pressupõe a adequação
do endividamento de curto prazo em vencimentos alongados,
bem como o aporte de recursos para recompor o capital
de giro". Procurado pelo Valor, o BNDES não
comentou o assunto.
As dificuldades da Kepler começaram em 2005 devido
aos problemas enfrentados pelo agronegócio e pelo
impacto negativo do câmbio sobre as exportações.
Nos últimos dois meses, porém, ante um cenário
de recuperação do mercado em que a empresa
opera e do volume de encomendas não atendidas por
falta de capital de giro, o BNDES teria sinalizado com
um plano para alongar parte das dívidas. O Previ
e o BB-BI também poderão colocar novos recursos
no negócio, o que ajudaria a convencer os bancos
privados a aderir ao processo de reestruturação.
A dívida total da empresa é de R$ 400
milhões, mas 25% deste valor está por vencer
até 2013. Os débitos vencidos incluem R$
136 milhões em notas promissórias subscritas
em setembro do ano passado pelo Itaú, Bradesco,
Santander, Unibanco e Banco Votorantim já como
rolagem de financiamentos anteriores. O prazo era de quatro
meses e no fim desse período a empresa pretendia
converter as notas em debêntures de até nove
anos, mas os bancos não concordaram. Na época,
a operação totalizou R$ 179,5 milhões,
incluindo R$ 43,5 milhões aportados pelos acionistas.
A Kepler deve mais R$ 121 milhões, já
vencidos, a outros bancos, incluindo R$ 41 milhões
para o BNDES. Sem crédito nem capital de giro e
endividada também com os fornecedores (R$ 32,2
milhões no fim de 2006), a companhia foi obrigada
a reduzir drasticamente a produção nos últimos
meses, o que ajudou a agravar o quadro. A unidade de Campo
Grande (MS) está praticamente parada e a de Panambi
(RS) está operando a menos de 50% da capacidade.
O número de funcionários na fábrica
gaúcha caiu de 2,2 mil para 1,1 mil desde o início
de 2006.
No ano passado, a Kepler apurou prejuízo de R$
249,9 milhões e fechou o exercício com patrimônio
líquido negativo de R$ 177,5 milhões. Na
nota distribuída aos clientes e fornecedores, a
empresa disse que optou, "de forma conservadora",
pelo não lançamento de créditos tributários
de R$ 105 milhões, decorrentes de prejuízos
acumulados, e pela contabilização de despesas
não recorrentes de R$ 50 milhões provocadas
pela redução das operações
em Campo Grande. Em 2005, registrou prejuízo de
R$ 42,3 milhões e, de um ano para o outro, a receita
líquida consolidada caiu de R$ 342,7 milhões
para R$ 183,9 milhões.
Segundo o prefeito de Panambi, Delmar Hinnah, que na
semana passada participou de uma comitiva que conversou
com representantes da Previ e do Ministério da
Fazenda em busca de uma solução, a Kepler
comprou R$ 45 milhões de fornecedores da cidade
em 2006 e hoje deve 10% deste valor. Antes das demissões
promovidas desde o início de 2006, a companhia
respondia por 24% dos empregos formais do município.
Jornal o Dia
02/maio/07
SOBROU PARA ELE
Lupi volta ao Rio,sexta,para audiência na Câmara
sobre o caso AERUS/VARIG, organizada pelo vereador Pedro
Porfírio . Vem com o diretor Jurídico do
Ministério e promete sair com a solução
para o problema.
O ESTADO DE SÃO PAULO
02/05/2007
'Sem regulação de
mercado, só os muito grandes sobrevivem'
Entrevista: German Efromovich:
dono da OceanAir
Empresário diz que crise dos controladores prejudicou
a OceanAir e cobra da Anac limites para o domínio
da Gol e da TAM
O empresário German Efromovich, dono do Grupo
Synergy, assume nesta semana a presidência da sua
companhia aérea, a OceanAir. Diferentemente da
sua companhia colombiana Avianca, que saiu de um processo
de recuperação judicial e está em
franca expansão, a OceanAir já foi rentável.
Hoje sente o apagão aéreo.
Por que o sr. resolveu reassumir a OceanAir?
Com toda essa confusão em Congonhas, controladores
em greve e a Anac perdida, o turista cancelou a viagem.
Estamos queimando combustível e avião é
um brinquedinho que custa. O mercado se retraiu.
O que o sr. pretende fazer para recuperar a rentabilidade?
A OceanAir vai existir, mesmo que o grupo Synergy tenha
que bancar a operação. Hoje, ela não
é rentável, mas já foi, quando fazia
vôos regionais. Em dois meses, a operação
sairá do vermelho. Nossa meta é ter entre
10% e 15% do mercado, mas é difícil sem
aumentar a presença em Congonhas.
Como crescer num mercado em que as duas líderes
detêm mais de 90% do tráfego?
O duopólio nos levará a sair de certas rotas
e o resultado será aumento de tarifas para o usuário.
Como órgão regulador, a Anac tem de tomar
providências. Existia uma norma, que foi abolida,
que dizia que em aeroportos de grande demanda ninguém
podia ter mais de 40% dos slots. TAM e Gol controlam mais
de 98% de Congonhas e na hora de distribuir o resto, elas
também disputam. Sem regulação, só
os muito grandes sobrevivem.
E como a OceanAir vai fazer para conquistar esses
15%?
Estamos ampliando a frota e definindo uma nova malha,
mais regional, partindo de aeroportos centrais. Será
um nicho de cidades de médio porte, com poder aquisitivo
e demanda para aviões de 100 lugares.
O sr já havia tentando comprar a Varig. Voltou
a avaliar essa possibilidade recentemente?
Não. Nossos advogados nos garantiram que não
é possível não assumir as dividas.
A Varig não foi recuperada, ninguém recebeu
um tostão. Nossa Justiça chama isso de recuperação.
Moralmente é vergonhoso. Não existe velha
e nova Avianca.Todos os credores estão sendo pagos.
Quem é: German Efromovich
Empresário nascido em La Paz, na Bolívia,
e naturalizado brasileiro. Controla o grupo Synergy, holding
que reúne negócios nos ramos de petróleo,
construção naval, infra-estrutura de telecomunicações
e aviação. Além da OceanAir, o Synergy
controla outras companhia aérea na América
Latina, como a colombiana Avianca.