:::::RIO DE JANEIRO - 03 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
03/04/2006
Consultor propõe "encontro de contas"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador de fundações da Procuradoria Geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos Avelar Bastos, e Paulo Rabelo de Castro, consultor da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), defenderam ontem, no Senado, o encontro de contas entre as obrigações do governo com a Varig e as dívidas da aérea com a União.

Pelos cálculos de Castro, o saldo da operação seria de R$ 1,1 bilhão em favor da Varig, com o qual a aérea poderia ser reestruturada antes de ser vendida.

Os dois foram ouvidos em audiência conjunta das Comissões de Serviços de Infra-Estrutura, de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais e de Desenvolvimento Regional. Foi aprovado requerimento para convocar os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Nelson Machado (Previdência), o presidente do BNDES, Demian Fiocca, e o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis.

Folha de São Paulo
03/04/2006
Varig desvia avião e evita arresto de turbina
Companhia de leasing não consegue retomar equipamento; avião que deveria chegar a SP vai para Porto Alegre

MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa G.A. Telesis Turbine, que na semana retrasada obteve na Justiça o direito de retomar uma turbina arrendada à Varig, não conseguiu cumprir a decisão judicial ontem no aeroporto de Congonhas. Isso porque a companhia aérea enviou para Porto Alegre (RS) o avião em que está a turbina e que deveria aterrissar em São Paulo na tarde de ontem.

O vôo em questão, o 2803, que partiu do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, chegou às 16h40 em Congonhas, com cerca de duas horas de atraso. Mas o avião que trazia os passageiros era outro, o de prefixo PP-VOY -o prefixo daquele que estava programado para fazer o trecho e que foi para Porto Alegre é PP-VNZ.

"Ao que tudo indica, fizeram essa troca para ganhar tempo e recorrer da decisão. Ficamos sabendo depois que os dois aviões estavam estacionados juntos no Galeão. Trocaram os passageiros e os destinos", disse Luiz Felipe Butori, advogado do escritório César e Pascual Advogados Associados, que representa a G.A.

Segundo outro advogado da empresa, Luis Carlos Pascual, o arrendador contratou uma equipe de três mecânicos para retirar a turbina da aeronave. O representante legal da empresa de leasing, Sérgio Romariz, estava no local para acompanhar a retomada.

"Esperamos o avião acompanhados da Infraero [estatal que administra os principais aeroportos] e da Polícia Federal. Começou a haver atraso desse vôo. Atrasou uma hora, duas horas, e enfim o avião pousou, mas era outro. A Infraero não foi informada sobre essa troca de aviões", afirmou Pascual.

A Infraero confirmou que o avião que deveria pousar em SP foi para Porto Alegre, mas informou que não precisa ser avisada em situações como essa. A competência, segundo a estatal, é da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). De acordo com a assessoria de imprensa da agência, não foi possível localizar ontem o responsável pela gerência regional que engloba o aeroporto de Congonhas para comentar o caso.

A G.A. pedirá na Justiça do Rio que a ordem de retomada seja estendida a todos os aeroportos do país e que esse avião, que carrega a turbina, não possa decolar de nenhum aeroporto. A sentença foi assinada na semana retrasada pelo juiz Luiz Fernando de Andrade Pinto, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Prioridade
Procurada pela Folha, a Varig confirmou que o avião de prefixo PP-VNZ deveria fazer o trecho Belo Horizonte/Rio/São Paulo e que no aeroporto do Galeão foi direcionado para Porto Alegre. Afirmou, entretanto, que o vôo que tinha como destino Porto Alegre era prioritário, já que havia 98 passageiros que precisavam embarcar nele e que este estava atrasado. Disse que foi uma decisão técnica, tomada em função da reestruturação de malha que está sendo realizada. A companhia negou que tenha sido notificada da decisão judicial favorável à G.A.

"A Varig informa que nenhuma turbina de sua frota de aeronaves foi arrestada hoje [ontem], 2 de maio. Sobre uma possível decisão da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que determinou que um dos motores de seus aviões fosse devolvido à empresa americana G.A. Telesis, a Varig não foi notificada. A diretoria jurídica da companhia tomará, se for necessário, todas as medidas cabíveis", diz nota. A Varig informou que o avião PP-VNZ permanecerá em Porto Alegre para uma manutenção que já estava programada.

Folha de São Paulo
03/04/2006
Análise de propostas é adiada para 2ª

DA SUCURSAL DO RIO DA REPORTAGEM LOCAL

A assembléia da Varig, marcada para apresentar as quatro propostas de investidores interessados na compra da companhia, foi adiada para a próxima segunda-feira por falta de quórum. As ausências do fundo de pensão Aerus e de parte dos credores trabalhistas impediram a realização da assembléia.

Credores afirmaram que o adiamento foi resultado de uma manobra da própria administração da companhia e da consultoria Alvarez & Marsal para aperfeiçoar a proposta defendida pelo governo, de cisão da Varig em duas companhias: a Varig doméstica, que seria leiloada num prazo estimado de 60 dias, e a Varig internacional, que continuaria em recuperação judicial com as dívidas da companhia.

O Aerus informou, por meio de nota, que não compareceu devido a discussões com a administração da Varig. "O objetivo da decisão foi proporcionar mais tempo à empresa na estruturação e no detalhamento da proposta que vem sendo desenvolvida, pela qual se vislumbra a possibilidade de manutenção de um fluxo de recursos ao Aerus."

A proposta do governo conta com a simpatia da maioria dos credores, principalmente por incluir o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), mas existem dúvidas quanto à realização.

O banco poderia antecipar uma parcela do valor pelo qual a operação doméstica da empresa será vendida em leilão.

Rumores
Durante a assembléia circularam rumores de que o próprio governo teria orientado credores, principalmente as estatais, a tentar suspender a assembléia. Representantes de empresas concorrentes destacaram ter dúvidas sobre quais ativos seriam de fato leiloados na Varig doméstica. Outros credores pediram explicações sobre como seria a divisão dos vôos para o exterior que representam apenas prolongamentos de linhas domésticas.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, destacou que o atraso na votação das propostas não vai interferir no desempenho operacional da empresa.

Fontes de empresas estatais afirmaram que a consultoria Alvarez & Marsal voltou a sondá-las com uma proposta de alongamento ainda maior das dívidas do que o previsto no plano de recuperação judicial. Conforme a nova proposta, o prazo passaria de três anos de carência e sete de pagamento para três de carência e nove de pagamento. Mas ela só será aceita se houver um posicionamento do governo a favor do aumento do prazo.

Na próxima segunda os credores também vão analisar a proposta da Volo do Brasil, a do consultor Jayme Toscano e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig). Circulam rumores de que a Volo do Brasil, que tem como acionista o fundo de investimento norte-americano Matlin Patterson, já teria desistido do negócio. (JL e MP)

Folha de São Paulo
03/04/2006
Aérea confirma interesse de magnata da Rússia com registro na Interpol

DA SUCURSAL DO RIO DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de imprensa da Varig confirmou ontem que o magnata russo Boris Berezovski manifestou interesse em comprar a empresa e que foi recebido na semana passada por representantes da companhia. Segundo o deputado estadual Vicente Cândido (PT-SP), a proposta de Berezovski foi recebida com otimismo.

A entrada do magnata russo, que tem registro de antecedentes criminais na Interpol, aumenta o rol de investidores excêntricos interessados na Varig. O folclore em torno dos investidores dispostos a comprar a companhia inclui desde donos de mina de ouro a donos de cybercafé.

Segundo o deputado, que participou do encontro de Berezovski com a Varig, o magnata tem interesse também em setores como energia. "Um empresário amigo dele pediu que eu o acompanhasse, ele tem interesse em investir no Brasil, não só na Varig, mas também na área de energia e petróleo. Ele já teve empresa do setor e tem uma leitura favorável."

Um empresário brasileiro do setor que participou da reunião com a Varig avaliou que o encontro teve um saldo positivo, mas ainda não foi detalhado nenhum valor. Segundo esse mesmo empresário, Berezovski se encontrou com representantes da Petrobras em São Paulo ontem. A assessoria de imprensa da empresa negou.

Hoje, o empresário russo vai para o Rio. Especula-se que a intenção do empresário seja continuar as negociações com Varig.

Antecedentes
Berezovski arrematou a Aeroflot, estatal soviética, por uma fração do seu valor. Ele é acusado de ter participado do desvio de US$ 600 milhões da empresa.

Condenado por diversos crimes em seu país, Berezovski vive exilado em Londres desde o ano 2000. Ele foi acusado de envolvimento em negócios fraudulentos no ramo de petróleo, assassinatos, lavagem de dinheiro e financiamento de grupos guerrilheiros. Dono de uma das maiores fortunas da Rússia, Berezovski criou um império após o colapso do comunismo.

A relação do magnata russo com o Brasil começou com o investimento da MSI no Corinthians. Inicialmente, o iraniano Kia Joorabchian, chefe da parceira do clube no país, sustentava que ela não tinha ligação com Berezovski -fato que Alberto Dualib, presidente da associação do Parque São Jorge, posteriormente confirmou.

O Estado de São Paulo
03/05/2006
Nova Varig vale US$ 700 milhões
Avaliação leva em conta apenas a parte de vôos domésticos, que será oferecida aos investidores sem dívidas

Nilson Brandão

Ficou para segunda-feira a decisão dos credores da Varig sobre a proposta de venda da parte doméstica da empresa, sem dívidas e com financiamento do BNDES, o chamado Plano B. Na prática, ainda faltam novas rodadas de negociação para o alongamento do prazo de dívidas acumuladas e detalhamento adicional sobre o plano. Além disso, os credores querem mais tempo para receber informações e comparar as propostas apresentadas pelos investidores para ficar com a parte de vôos domésticos da Varig.

A assembléia foi suspensa por falta de quórum. O fundo de pensão Aerus informou que “de comum acordo com a administração da Varig, em tratativas que se estenderam até a noite do dia 1º de maio, optou por não dar quórum de instalação à Assembléia Geral de Credores”. O objetivo foi dar mais tempo para detalhar a proposta em desenvolvimento. Além disso, nem todos os credores tiveram acesso ao plano.

O plano prevê a separação da Varig em duas partes, uma dedicada aos vôos domésticos e outra aos internacionais. Um cálculo preliminar mostra que o valor de mercado da Varig Doméstica seria de pelo menos US$ 700 milhões. O valor consta da apresentação anexada ao processo de recuperação pela consultoria Alvarez&Marsal. É considerado conservador pela consultoria.

Trata-se de um exercício que leva em conta o dobro de um indicador chamado Ebitdar (em português, ganhos antes de taxas, depreciação, amortização e arrendamento). E é considerado conservador porque a mesma relação para o caso da TAM estaria perto de 8 vezes a geração de caixa medida pelo Ebtidar e no caso da Gol, perto de 13 vezes. O multiplicador da Varig Doméstica seria menor porque considera que a empresa é nova e traz o risco inerente a empreendimentos recentes. A Varig Doméstica é uma unidade isolada da Varig, que poderá ser vendida em leilão, sem dívidas, caso a alternativa seja aprovada na assembléia da semana que vem. A proposta, segundo a Alvarez&Marsal, é de consenso com o governo. A Varig Internacional fica com as dívidas e em recuperação judicial.

O documento, uma versão inicial que está sofrendo alterações, informa que os recursos levantados com a venda da empresa servirão para reformar a frota. Atualmente, a frota da Varig é de 60 aviões, dos quais 14 estão parados por “falta de investimento em manutenção”.

Os valores servirão para reforma de aeronaves e restabelecimento da frota, “estabilização da situação com os credores em geral”, redução de gastos de pessoal (o que exige gastos indenizatórios) e “outras medidas para recuperar a receita”. Caso a cisão da empresa em duas (Doméstica e Internacional) seja aprovada, a unidade surgiria com 16% do mercado.


O Estado de São Paulo
03/05/2006

Fuga para impedir apreensão
MARIANA BARBOSA

A G.A. Telesis Turbines obteve ontem uma liminar na 10.ª Vara Cível do Rio com pedido de "reintegração de posse" de uma turbina arrendada para a Varig.

Trata-se da primeira liminar favorável a um fornecedor credor da companhia aérea. Se a Varig não conseguir que a liminar seja cassada, pode abrir um precedente, com graves conseqüências para a empresa aérea. Os advogados da G.A. tentaram, sem sucesso, apreender a turbina ontem à tarde no Aeroporto de Congonhas - onde a aeronave com o equipamento estava programada para pousar, num vôo originário de Belo Horizonte, com escala no Rio.

"A Polícia Federal já estava na pista, mas o vôo chegou com duas horas de atraso e num avião diferente daquele em que os passageiros embarcaram em BH", afirmou o advogado da G.A., Luís Cláudio Pascual. "Mudaram a rota no ar." A Varig informou que, por uma "coincidência feliz", o avião teve que ser direcionado para Porto Alegre, onde deve permanecer durante o dia de hoje.

Pascual, por sua vez, alega que obteve "informações junto a PF em Porto Alegre" de que o avião estaria programado para decolar às 3 horas da manhã desta quarta-feira para ao Rio. A Varig está confiante que o caso seja transferido para a 8.ª Vara, onde seu processo está concentrado.

Se isso acontecer, é grande a chance de a decisão final ser favorável a aérea. Em abril, um fornecedor de turbina e outro de jato tiveram pedidos de reintegração de posse negados por diferentes varas do tribunal do Rio.

Zero Hora
03/05/2006

Turbina da Varig sob risco de apreensão

A 10ª Vara Cível do Rio concedeu ontem liminar à G.A. Telesis Turbinas para a reintegração de posse de uma turbina de uma aeronave da Varig.

Os advogados da empresa tentaram, sem sucesso, apreender a peça à tarde no aeroporto de Congonhas, onde o avião com o equipamento estava programado para pousar, em um vôo de Belo Horizonte, com escala no Rio. A Varig informou que, por uma "coincidência feliz", a aeronave teve de ser direcionada para Porto Alegre.

No aeroporto Salgado Filho, funcionários da aérea informaram que dois vôos com origem no Rio chegaram à capital gaúcha - um às 18h e outro às 22h13min - mas não confirmaram qual deles deveria ter a turbina apreendida.

A Polícia Federal (PF) informou que, até as 23h30min, não havia recebido determinação da Justiça para recolher a turbina. Entre os agentes da PF que estavam no aeroporto, o clima era de surpresa.

- Pelo que sei as turbinas tem um tempo de vida menor do que uma aeronave, por isso são arrendadas. Agora, apreender uma turbina eu nunca tinha visto. Mas, se a Justiça mandar, cumpriremos a ordem - disse o agente federal Jorge Garcia.

A estratégia da Varig é conseguir a transferência do processo para a 8ª Vara do Rio, onde o processo de recuperação judicial está concentrado. Em abril, um fornecedor de turbina e outro de jato tiveram pedidos de reintegração de posse negados.

Sem a participação do fundo de pensão Aerus e de número suficiente de representantes dos trabalhadores, a assembléia de credores da Varig foi adiada de ontem para segunda-feira. A falta de quórum e a conseqüente remarcação da data ocorreram porque a empresa recebeu quatro propostas de compra, ainda em análise.


O Globo - Versão Impressa
03/05/06
Governo interfere e assembléia da Varig é adiada


Erica Ribeiro e Geralda Doca

RIO e BRASÍLIA. A assembléia de credores da Varig foi adiada ontem por falta de quórum, após interferência do governo. O objetivo é dar mais tempo aos articuladores da proposta de cisão da Varig de detalhar pontos como a participação do BNDES na operação de salvamento da companhia. A ausência do fundo Aerus, que lidera a classe 2 de credores, provocou o adiamento. Em nota, o Aerus informou que foi orientado pela consultoria Alvarez & Marsal a não comparecer. Um dos motivos seria a possibilidade de garantir recursos para o pagamento dos benefícios dos participantes dentro do plano do governo. Uma nova reunião está marcada para a próxima segunda-feira, no Rio, e, desta vez, não será necessário quórum.

Quatro propostas seriam avaliadas ontem: a do governo, com a cisão da empresa e a criação da Varig Nacional, que iria a leilão; a da VarigLog, que oferece US$ 400 milhões pela empresa e tem planos de corte de pessoal e redução da frota; a do consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores estrangeiros interessados em investir US$ 1,9 bilhão na Varig; e a do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), que prevê a criação de uma Varig Operacional, sem dívidas e o pagamento do passivo com os recursos do Aerus. Também estava na pauta a formalização dos fundos de investimentos e participações (FIP).

Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o atraso não compromete a parte operacional da companhia e dá mais tempo para os credores conhecerem as propostas.

— Seis dias ajudam muito na negociação. Quanto ao plano do governo, é preciso ver como seria vendido o ativo (Varig Nacional), entre outros assuntos. Temos ainda a proposta firme da VarigLog e outras que surgiram. É preciso conhecer para chegar à melhor opção — disse Bottini.

Pelo plano do governo, a Varig Nacional teria uma estimativa de valor de mercado de US$ 700 milhões. Os recursos da alienação da parte doméstica da Varig seriam usados para reformar aviões, pagar credores e reduzir o quadro de pessoal, entre outras medidas.


02/05/2006 - 23h00
Folha On Line
Avião da Embraer faz pouso de emergência no Texas
France Presse, em Chicago


Um avião da Continental Airlines realizou um dramático pouso de emergência nesta terça-feira no Texas após estourar um dos pneus traseiros quando decolava do aeroporto de Houston, revelou a imprensa americana.

O jato, fabricado pela brasileira Embraer e com capacidade para 50 pessoas, sofreu o problema nos pneus por volta das 16h locais (18h em Brasília).

Em seguida, o piloto sobrevoou o aeroporto de Houston por mais de duas horas para gastar combustível, antes de fazer com sucesso um pouso de emergência, durante o qual só se viu um pouco de fumaça saindo das rodas traseiras.

Os 45 passageiros e três tripulantes seguiam para Minneapolis, Minnesota (norte).

02/05/2006 - 22h37m
O Globo
Avião com cerca de 100 passageiros cai no Mar Negro

Reuters

MOSCOU - Um avião de uma companhia aérea armênia que fazia a rota de Yerevan até o balneário russo de Sochi, caiu no Mar Negro, informou nesta terça-feira a agência de notícias russa RIA. O avião transportava cem pessoas, incluindo cinco crianças.

Segundo o porta-voz do Ministério das Emergências, Viktor Beltsov, o avião, um Airbus 320, desapareceu das telas dos radares às 2h15 (19h15 de terça-feira em Brasília) quando estava próximo a Sochi, um balneário russo próximo a fronteira com a Geórgia. Cem pessoas

O ministério enviou um avião anfíbio para o local do acidente para auxiliar no resgate de possíveis sobreviventes. Segundo Beltsov, fragmentos da aeronave eram visíveis na superfície do mar.


02/05/2006 - 22h20
Folha On Line
Avião armênio com cerca de cem pessoas cai no mar Negro


Um avião das Linhas Aéreas Armênias caiu na madrugada desta quarta-feira (noite de terça-feira no Brasil) no mar Negro e os destroços da aeronave foram encontrados a cerca de seis quilômetros do litoral russo, informou o ministério russo de Situações de Emergência.

O Airbus 320, com cerca de cem passageiros a bordo, fazia a rota entre Ierevan, capital da Armênia, e a cidade de Sotchi, no sul da Rússia, quando desapareceu do radar.

O aparelho sumiu da tela dos controladores de vôo do aeroporto de Adler, na região de Sotchi, às 2h15 local (19h15 de terça-feira em Brasília), segundo o ministério russo.

O contato foi perdido quando o Airbus se preparava para pousar e estava a seis quilômetros do aeroporto, sobre o mar Negro.

Um avião anfíbio do Ministério de Situações de Emergência, outro aparelho Il-76, transportando equipes de resgate, e barcos de salvamento seguiram para o local do acidente, completou o órgão.

Ainda não há informações sobre as vítimas.


Ultimo Segundo
Agência EFE
02/05/06 - 21:55h
Uruguaia Pluna desembolsa quase US$ 1 milhão por dívida da Varig

A companhia aérea uruguaia Pluna pagou US$ 935.616 à Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) por dívidas da Varig e com o objetivo de evitar um corte dos serviços prestados, informaram hoje fontes oficiais.

A empresa brasileira é proprietária de 49% das ações da companhia aérea estatal uruguaia Pluna, mas em junho de 2005 deixou de ser a responsável por sua administração.

A dívida com a Iata poderia deixar a Pluna sem os serviços prestados pela associação.

A Varig atravessa uma crise financeira que ameaça seu futuro e recentemente negociou com a venezuelana Conviasa a venda das ações que possui na Pluna.

O Estado uruguaio é proprietário dos outros 49% das ações da Pluna, e os 2% restantes estão nas mãos de funcionários da companhia e de investidores privados uruguaios.


LANCEPRESS
21:14 02/05
Boris Berezovski está no Brasil para cuidar de negócios

Boris Berezovski, magnata russo e principal investidor do MSI, parceiro do Corinthians, voltou ao Brasil para tratar de negócios com Varig e Petrobras, informa o jornalista Juca Kfouri, em seu blog.

Ele esteve em São Paulo na semana passada, mas teve de ir às pressas para a Geórgia, para participar de uma reunião.

O empresário tem a garantia do Ministério da Justiça do Brasil de que não será preso em território nacional. O órgão argumenta que o país não tem tratado de extradição com a Rússia.

Berezovski tem mandado de prisão na Rússia por vários crimes cometidos naquele país.


Agência Estado
20:51h - 02/05
Dois jatos da Embraer fazem pouso arriscado nos EUA

Um jato Embraer 145 da Continental Express fez com sucesso um pouso de emergência no aeroporto internacional Bush, em Houston (Texas). Os pneus do trem de pouso esquerdo do avião haviam furado na decolagem com destino a Minneapolis (Minnesota) e o aparelho teve de circular durante algumas horas para gastar combustível antes de tentar a aterrissagem de emergência. Segundo a Continental, o avião levava 45 passageiros e 3 tripulantes. A rede de televisão CNN mostrou o pouso do avião ao vivo; aparentemente, a aterrissagem aconteceu sem problemas.

Em Chicago, um outro jato Embraer 145, da American Eagle, saiu da pista ao pousar no aeroporto internacional O'Hare. Ninguém ficou ferido. O avião vinha de Bentonville (Arkansas), com 40 passageiros e 3 tripulantes. Segundo Elizabeth Cory, porta-voz da Administração Federal de Aviação (FAA), os controladores de vôo do aeroporto viram fumaça saindo do trem de pouso do avião no momento em que ele aterrissou.

A aeronave derrapou na pista e parou no gramado. Segundo Dave Jackson, porta-voz da American Eagle, um exame preliminar mostrou que um pneu estava furado. As informações são da Associated Press, citada pela Dow Jones.


Aérea paga R$ 30 mil por quebrar bagagem de passageiro
Terça, 2 de Maio de 2006, 19h47 
Fonte: INVERTIA

A companhia aérea Sociéte Air France terá que indenizar em R$ 30 mil um passageiro por quebrar o aeromodelo dele durante o transporte de bagagens. O cliente era praticante de aeromodelismo e foi impedido de participar do campeonato mundial por causa do acidente.

Henrique Adrião Cruz e o pai embarcaram em agosto de 2003 rumo à Polônia. Ao chegarem no aeroporto de Varsóvia, perceberam que a caixa que transportava o pequeno avião tinha sido extraviada.

No dia seguinte, a bagagem foi recuperada, mas tanto a caixa quanto o aeromodelo estavam destruídos e Cruz não pôde competir. O Brasil ficou em último lugar na disputa.

A companhia alegou que a embalagem era imprópria, mas fotos mostravam que ela trazia a indicação de material frágil e era feita de madeira resistente.

A decisão leva em conta que "a obrigação do transportador é de resultado, sendo a ele exigido que leve ao destino contratado e indene de danos tanto o transportador como sua bagagem seja qual for a forma e o conteúdo da última, obrigação essa que a empresa não foi capaz de cumprir".

O juiz Maurício Chavez de Souza Lima, da 33ª Vara Cível do Rio de Janeiro decidiu ainda que Air France pagará R$ 2 mil, referentes ao preço das passagens e da taxa de embarque, além do valor do aeromodelo e da caixa que o abrigava.


Agencia Brasil
16:26h - 02/05
Congresso discute situação do fundo de pensão dos funcionários da Varig

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil

Brasília – A situação do fundo de pensão dos funcionários da Varig (Aerus) foi um dos pontos abordados durante nova audiência pública realizada por quatro comissões do Senado, hoje (2), para discutir a crise da Varig.

O coordenador do Grupo de Trabalhadores da Varig (TGV), Márcio Marsillac, informou que os aposentados foram avisados por meio de cartas que o Aerus só poderá garantir pagamento dos aposentados até outubro. A partir deste mês os benefícios começam ser reduzidos em 30% até chegar a 50%, no mês de outubro. Após esse prazo, o pagamento passa a depender da situação de caixa do fundo.

Se não receberam o benefício do fundo de pensão Aerus os aposentados ficam apenas com a fonte proveniente do INSS. Segundo o engenheiro de vôo aposentado, Félix Oliveira, isso pode significar uma redução de mais da metade nos rendimentos dos aposentados. "Tem colegas com 28 anos de contribuição que estão perdendo esse valor dentro do Aerus", afirma.

Diversos aposentados que acompanharam a audiência pública entregaram os cartões do plano de saúde ao presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), senador Heráclito Fortes (PFL-PI). "Vamos perder a condição de pagar o plano de saúde que custa mais caro para os mais idosos", afirma o aposentado Félix Oliveira.

A Secretaria de Previdência Complementar (SPC), do Ministério da Previdência decretou, no dia 12 de abril, a intervenção no fundo, bem como a liquidação extrajudicial dos planos de benefícios I e II patrocinados pela Varig. O coordenador do TGV, Márcio Marsillac, disse que a recuperação do Aerus deve ser um potencializador e não empecilho para a recuperação da Varig. "Com a liquidação pela Secretaria de Previdência Complementar ficou muito complicado que ele seja um potencializador. È necessário fazer uma discussão de qual o melhor encaminhamento em relação ao Aerus para viabilizar a recuperação da empresa".

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, e o secretário de previdência complementar, Adacir Reis, não compareceram à audiência. Embora tenha justificado a ausência, os senadores consideraram desrespeitosa a atitude do presidente do BNDES de não atender pela segunda vez a convite para discutir o assunto. Foram aprovadas novas convocações para que Fiocca e Adacir Reis participem de futura audiência pública. Além dele, será convidado também o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Furlan.

As comissões que debatem conjuntamente a situação da Varig são a de Serviços de Infra-estrutura (CI), Assuntos Econômicos (CAE), Assuntos Sociais (CAS) e Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR).


02/05/2006 - 16h17m
O Globo

Aerus esclarece ausência em assembléia de credores da Varig

Érica Ribeiro

RIO - O fundo de pensão Aerus divulgou comunicado nesta terça-feira aos seus participantes informando que, "de comum acordo com a administração da Varig, em tratativas que se estenderam até a noite do dia 1º de maio, optou por não dar quórum de instalação à assembléia geral de credores, designada para acontecer na manhã desta terça-feira", diz o comunicado.

De acordo com o Aerus, a decisão de não participar da assembléia teve o objetivo de dar mais tempo à Varig para detalhar proposta que prevê a manutenção de um fluxo de recursos ao fundo para pagamento de benefícios. Ainda segundo o comunicado, os participantes foram informados da nova data da assembléia de credores, marcada para a próxima segunda-feira, em segunda convocação, desta vez sem a necessidade de quórum.


Agencia Brasil
15:56h - 02/05
Fundo de pensão de funcionários da Varig não vai e assembléia de credores é adiada

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Rio – A assembléia dos credores da Varig, que estava marcada para hoje (2), foi adiada por falta de quórum.

Os representantes do fundo de pensão dos funcionários (Aerus), principal credor da companhia aérea, não compareceram para mais uma tentativa de encontrar uma solução para o fim da crise da empresa.

Uma nova assembléia já está marcada para o próximo dia 8. Hoje, os credores iriam avaliar as três propostas de compra da Varig. Para o presidente da empresa, Marcelo Bottini, o adiamento da assembléia não compromete a operacionalidade da companhia e até permite uma melhor análise das propostas apresentadas.

"Eu acredito que mais seis dias ajudam muito nas negociações. Aprimorar, discutir sempre é bom e não compromete a Varig, então de nossa parte vamos aproveitar esses dias que temos para decidir qual é a melhor opção para a companhia e deixar que os credores exerçam seu direito de voto na próxima assembléia", acrescentou Botini.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil, Celso Klafke, também afirmou que o adiamento da assembléia não vai prejudicar as negociações. Ele lembrou que até a semana passada os credores tinham apenas uma opção para tentar salvar a Varig e que agora existem outras duas alternativas.

"Se por um lado a gente tem toda uma expectativa de decisão rápida em relação ao problema Varig, por outro lado não serão seis dias do processo que vai fazer com que a Varig pare ou volte a voar", explicou Klafke.

Além da proposta de compra da companhia pela Varig Logística (VarigLog), os credores vão analisar a proposta do grupo Jaime Toscano em associação com investidores estrangeiros e ainda a da consultoria Alvarez & Marsal, que divide a Varig em duas empresas e tem o apoio do governo. De acordo com o representante dos aeronautas, esta última proposta ainda precisa ser melhor definida.

"Tivemos uma única reunião com a consultoria na sexta-feira e muitas de nossas dúvidas não foram respondidas. Nós temos que compará-la com as outras e ver qual é a melhor proposta para os trabalhadores e para a Varig". Com cerca de 11 mil funcionários, a Varig acumula nos últimos quatro anos dívidas em torno de R$ 7,5 bilhões.


02/05/2006 - 13h29
Folha On Line
Varig recebe quatro propostas de compra

IVONE PORTES

A Varig recebeu quatro propostas de compra, que seriam apresentadas hoje à assembléia dos credores, adiada para a próxima segunda-feira (8).

A mais cotada delas é a criada pelo governo federal, em conjunto com os credores e a Justiça do Rio, que prevê a divisão da empresa: uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

Caso esta proposta seja aprovada, a primeira empresa poderá ser leiloada em um prazo estimado de 60 dias. Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, responsável pelo processo de reestruturação da Varig, informou que três grupos já demonstraram interesse em participar do leilão.

Os grupos, segundo ele, são liderados pela ASM Asset Management, por um banco nacional de investimento e por um fundo californiano.

Outras três propostas serão analisadas pelo conselho. A VarigLog ofereceu US$ 400 milhões pela companhia e ficaria somente com a parte boa da empresa.

O consultor Jayme Toscano propôs US$ 1,9 bilhão pela aérea, o que incluiria a aquisição do controle das três empresas em recuperação judicial --Varig, Rio Sul e Nordeste.

A TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) ofereceu R$ 2,5 bilhões, cujo pagamento seria feito com parte dos recursos do fundo de pensão Aerus, que está em liquidação.

Para o diretor da consultoria Alvarez & Marsal, "todas as propostas são muito boas e é natural que os credores queiram mais tempo para escolher a melhor opção".

Segundo a consultoria, o adiamento não será prejudicial para as operações da companhia que permanece operando dentro da normalidade.

02/05/2006 - 13h25m
O Globo

Varig: Adiamento de assembléia não prejudica operações, diz Bottini

Erica Ribeiro

RIO - O presidente da Varig, Marcelo Bottini, afirmou nesta terça-feira, pouco após o adiamento da assembléia de credores da companhia, que o atraso na decisão dos credores quanto à escolha de uma proposta para capitalização da Varig não compromete a parte operacional da companhia.

- Não vai acontecer nada com a Varig nesta semana de negociação. Por outro lado, (o adiamento) traz mais alguns dias para que as negociações destas propostas que estão na mesa sejam discutidas. Este tempo que foi estabelecido nesta assembléia não prejudica a parte operacional - disse.

Ao ser perguntado se a proposta do governo - que prevê a criação da Varig Nacional e Internacional - precisa ser aprimorada, Bottini disse que conhece alguns detalhes da proposta e que a empresa tem trabalhado com a consultoria Alvarez & Marsal, encarregada da reestruturação da Varig, sobre o assunto.

- Temos a proposta firme da VarigLog e temos mais algumas para elaborar melhor qual a melhor opção. É preciso ver como se vende o ativo (Varig Nacional) e conversar com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) sobre a Varig doméstica e a Varig internacional. Seis dias (prazo até a próxima assembléia) ajudam muito na negociação - comentou.

Na opinião do presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, as propostas do governo, do porta-voz Jaime Toscano - que representaria investidores internacionais - e do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) "apareceram de última hora e alguns credores, combinados com a Alvarez e Marsal", decidiram pelo adiamento da assembléia para que houvesse mais tempo para avaliar o conteúdo destas propostas.

Segundo fontes do setor, presentes à assembléia, o interventor do fundo Aerus, Enio Brentano, teria recebido pessoalmente a solicitação da consultoria responsável pela recuperação judicial da Varig, para não participar da assembléia.

A assembléia de credores, marcada para esta terça-feira, foi adiada para o dia 8 de maio, na sede da Fundação Ruben Berta (FRB), na Ilha do Governador, no Rio. Nesta segunda convocação, não haverá a necessidade de quórum mínimo para a análise das propostas de investidores.

Quatro modelos de capitalização da Varig estarão à mesa da assembléia. Entre elas está a chamada proposta do governo e da consultoria Alvarez e Marçal, que prevê a cisão da companhia em duas, com a criação da Varig Nacional, por meio de uma Sociedade de Propósito Especifico (SPE) - parcela que posteriormente iria a leilão - e da Varig Internacional, que permaneceria com o passivo e dentro da recuperação judicial. Há ainda a proposta da VarigLog, ex-subsidiária de logística, que oferece US$ 450 milhões pela companhia, mas em contrapartida determina um impactante corte de pessoal e redução da frota.

Outra proposta é a representada pelo consultor Jaime Toscano, que diz representar investidores estrangeiros interessados em injetar US$ 1,9 bilhões na Varig. Também está na mesa para a análise dos credores a proposta do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que criaria uma Varig operacional e que utilizaria recursos dos fundos de pensão dos trabalhadores no Aerus e da redução dos salários dos funcionários para investimento na companhia.


Valor Online
02/05/2006 - 13:07h

Assembléia de credores da Varig é adiada para o dia 8 de maio

SÃO PAULO - A ausência de representantes do fundo de pensão Aerus inviabilizou a assembléia de credores da Varig, que seria realizada hoje pela manhã. Na reunião, seriam apresentadas formalmente as quatro propostas de compra da companhia aérea. De acordo com a assessoria de imprensa da Varig, uma nova assembléia foi marcada para a próxima segunda-feira, dia 8.

A falta de tempo para a análise das propostas foi apontada como o principal motivo do cancelamento. A consultoria Alvarez & Marsal, que comanda a reestruturação da Varig, afirmou em nota que o adiamento não será prejudicial para as operações da companhia.

O presidente da Varig, Marcelo Bottini, considerou o cancelamento positivo, pois acredita que o grande número de propostas " só demonstra que a empresa é um negócio atraente, com perspectivas reais de crescimento " .

Entre as quatro ofertas de capitalização da Varig está a proposta de cisão da companhia em duas, com a criação da Varig Nacional (com rotas domésticas) e da Varig Internacional (com rotas internacionais e dívidas). Há também a oferta de US$ 450 milhões feita pela VarigLog, que prevê demissões e redução da frota.

Outra proposta é a representada pelo consultor Jayme Toscano, que diz representar investidores interessados em aplicar US$ 1,9 bilhão na companhia aérea. Além dessas, ainda há uma proposta apresentada pelos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que prevê a utilização dos fundos de pensão dos trabalhadores do Aerus e a redução de salários para investimentos na companhia.

(Murillo Camarotto | Valor Online)


02/05/2006 - 13:04h
O Dia
Falta de quórum adia assembléia da Varig


Rio - O fundo de pensão Aerus não mandou representantes para a assembléia de credores da Varig, o que acabou provocando o adiamento da reunião. No encontro seriam discutidas a proposta do governo para dividir a empresa em nacional e internacional e as ofertas de compra da Varig. A próxima assembléia de credores está marcada para segunda-feira, dia 8 de maio.

Segundo a consultoria que está implantando a recuperação judicial da endividada companhia aérea, Alvarez & Marsal, a Varig recebeu quatro propostas de compra: da VarigLog; do investidor Jayme Toscano; da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig); e a chamada proposta de consenso, construída pela consultoria Alvarez & Marsal em conjunto com os credores, a Justiça e as autoridades do Governo Federal.
Com informações da CBN


02/05/2006 - 12h55
Folha On Line
Assembléia da Varig é adiada para próxima segunda-feira
IVONE PORTES

A assembléia de credores da Varig, que deveria ocorrer hoje, foi adiada para a próxima segunda-feira por falta de quórum.

O atraso na assembléia, segundo o presidente da empresa, Marcelo Bottini, "não vai prejudicar as operações da companhia". Na avaliação dele, o adiamento será bom porque dará mais tempo para avaliação das propostas de compra da Varig.

"Este é um sinal extremamente positivo para a Varig. A multiplicidade de propostas só demonstra que a empresa é um negócio atraente, com perspectivas reais de crescimento", disse Marcelo Bottini.

"A empresa recebeu quatro propostas de compra, cujos detalhamentos estão sendo finalizados, o que levou os credores a pedirem um prazo maior para poderem avaliar e comparar as ofertas", divulgou a Varig.

Segundo a consultoria Alvarez & Marsal, empresa que trabalha na reestruturação da empresa, o adiamento não será prejudicial para as operações da companhia que permanece operando dentro da normalidade.

Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, também considera que "todas as propostas são muito boas e é natural que os credores queiram mais tempo para escolher a melhor opção".

O executivo informou que na próxima segunda-feira (8) serão avaliadas as ofertas da VarigLog, do investidor Jayme Toscano, da TGV (Trabalhadores do grupo Varig) e a chamada proposta de consenso construída pela consultoria Alvarez & Marsal em conjunto com os credores, a Justiça e as autoridades do governo federal.


Varig recebe quatro propostas de compra e adia assembléia
Terça, 2 de Maio de 2006, 12h34 
Fonte: Reuters

A Varig recebeu quatro propostas de compra, informou a consultoria que está implantando a recuperação judicial da endividada companhia aérea, Alvarez & Marsal.

Em assembléia na próxima segunda-feira serão avaliadas as propostas da VarigLog - do investidor Jayme Toscano - da TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e a chamada proposta de consenso, construída pela consultoria Alvarez & Marsal em conjunto com os credores, a Justiça e as autoridades do Governo Federal, informou a Varig em um comunicado nesta terça-feira.

Uma assembléia para apresentar a proposta de consenso foi suspensa nesta terça-feira e adiada para segunda, por falta de quórum entre os credores. De acordo com o diretor da Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, o adiamento não vai atrapalhar as operações da companhia.

"Todas as propostas são muito boas e é natural que os credores queiram mais tempo para escolher a melhor opção", afirmou Gomes na nota.


02 de maio de 2006 - 12:20
Estadão
Varig adia assembléia de credores para dia 8

A reunião analisaria a proposta do governo de cisão da companhia aérea em duas: a doméstica, que seria colocada em leilão, e a internacional que ficaria com o passivo
Mônica Ciarelli

RIO DE JANEIRO - A assembléia de credores da Varig foi adiada no final da manhã desta terça-feira, por falta de quorum, para o próximo dia 8. A reunião analisaria a proposta do governo de cisão da companhia aérea em duas: a doméstica, que seria colocada em leilão, e a internacional que ficaria com o passivo. A principal ausência foi o fundo de pensão Aerus. Segundo o presidente da Varig, Marcelo Bottini, o adiamento não será prejudicial para as operações da companhia.

De acordo com a Varig, o adiamento da assembléia foi conseqüência do fato de a empresa ter recebido quatro propostas de compra, cujos detalhamentos ainda estão sendo finalizados. Por isso, de acordo com Bottini, alguns credores pediram prazo maior para poder analisar e comparar as ofertas. "Esse é um sinal extremamente positivo para a Varig. A multiplicidade de propostas só demonstra que a empresa é um negócio atraente, com perspectivas reais de crescimento", disse o executivo.


Aviação
Aerus boicota reunião e prolonga crise da Varig
Terça, 2 de Maio de 2006, 12h05 
Fonte: INVERTIA

Os representantes do fundo de pensão Aerus, dos trabalhadores da Varig, não compareceram à assembléia dos credores da companhia, marcada para esta manhã. A reunião analisaria as quatro propostas existentes para a solução da crise na empresa aérea.

Com a ausência do Aerus, a assembléia não atingiu o quórum necessário para sua realização e teve que ser adiada. A expectativa é de que uma nova assembléia de credores seja marcada para o dia 8 de maio.


02 de maio de 2006 - 11:42
Estadão
Audiência pública da Varig começa com apenas dois convidados
O presidente do BNDES, Demian Fiocca, e o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis, estão entre os que não compareceram à reunião
Isabel Sobral

BRASÍLIA - O Senado iniciou, na manhã desta terça-feira, a segunda audiência pública para debater a crise da Varig. Apenas dois convidados, o procurador de Fundações da Procuradoria-Geral do Rio Grande do Sul, Antonio Carlos Bastos, e o economista e consultor dos empregados da Varig, Paulo Rabello de Castro, foram à reunião.

Os outros convidados encaminharam às comissões justificativas por escrito para explicar a ausência. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Demian Fiocca, explicou que "faltou tempo hábil para organizar a agenda" e o secretário de Previdência Complementar, Adacir Reis, alegou "reuniões intransponíveis" pela manhã.

O juiz que conduz o processo da Varig no Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub, e os representantes dos sindicatos dos aeronautas e aeroviários justificaram, por sua vez, que estariam presentes à assembléia de credores da Varig, no Rio de Janeiro.

As discussões foram convocadas por quatro comissões permanentes: Assuntos Econômicos, Assuntos Sociais, Infra-Estrutura e Desenvolvimento Regional e Turismo.


02 de maio de 2006 - 10:57
Estadão
Fundo de pensão impede assembléia da Varig
Sem a participação do Aerus, a reunião, que analisaria a proposta do governo de cisão da companhia aérea em duas, não pôde ser realizada

Monica Ciarelli

RIO - Confirmando as expectativas, o fundo de pensão Aerus informou, na manhã desta terça-feira, que não participará da assembléia de credores da Varig, marcada para o mesmo dia no Rio de Janeiro. A reunião analisaria a proposta do governo de cisão da companhia aérea em duas: a doméstica, que seria colocada em leilão, e a internacional que ficaria com o passivo.

Por volta das 9h50, nenhum representante do fundo havia chegado ao local da reunião. Com isso, a possibilidade de adiamento da assembléia tomou força, já que sem a presença dos representantes do Aerus, o quorum não seria atingido. A expectativa de fontes que estão na reunião é de que uma nova assembléia seja marcada para o próximo dia 8.


Ultimo Segundo
09:54h - 02/05
AFP
Efromovich, da Avianca, descarta interesse em comprar a Varig

BOGOTÁ, 2 mai (AFP) - O magnata brasileiro Germán Efromovich - dono de várias companhias aéreas latino-americanas, entre elas a colombiana Avianca - descartou ter interesse em adquirir a Varig, em entrevista publicada nesta terça-feira na imprensa colombiana.

"Não temos mais interesse na Varig. Estávamos interessados em fevereiro de 2005, quando fizemos uma oferta, aproveitando que os credores da Avianca eram os mesmos da Varig. Hoje é um problema muito sério, a empresa está muito doente".

"Há seis semanas propusemos uma espécie de aliança para dar vida (à Varig) e evitar que perdesse as rotas regionais que deixaria de operar. Propusemos colocar a seu serviço os nossos aviões, mas autoridades não aprovaram. Agora a Varig está à sua própria sorte", acrescentou o magnata brasileiro.


IstoÉ - Dinheiro - 03/05/2006
Paulo Rabello de Castro

"Deixar a Varig quebrar é burrice"
Economista diz que o fim da empresa aérea custaria pelo menos R$ 10 bilhões ao País e que o novo discurso do governo só serve aos concorrentes interessados em criar um duopólio na aviação

Por Leonardo Attuch

O economista Paulo Rabello de Castro, formado na Universidade de Chicago, reduto do pensamento liberal, fica possesso quando ouve alguma autoridade de Brasília – e têm sido muitas nos últimos dias – repetindo o bordão de que o “governo não deve colocar dinheiro numa empresa quebrada como a Varig”.

O motivo da indignação: esse discurso tem certa lógica, parece responsável e soa até liberal. “Só que é um discurso desinformado e burro, que só serve aos concorrentes”, diz ele. Rabello de Castro, que é consultor dos pilotos da Varig, fez um estudo em que aponta o prejuízo do País com o fim da companhia aérea: R$ 10 bilhões.

Seriam perdas decorrentes do corte de empregos, do fim dos impostos e dos aumentos de tarifas com um duopólio formando por TAM e Gol, entre outros fatores. Além disso, ele diz que o que está em jogo não é o resgate da Varig com dinheiro público, mas sim uma solução privada, em que os atuais acionistas controladores seriam punidos e a empresa preservada. “É assim que se faz em qualquer parte do mundo capitalista”, diz ele, que também critica a postura errática do governo Lula no caso. Leia a seguir sua entrevista à DINHEIRO.

DINHEIRO – O sr. diz que o Brasil perderia R$ 10 bilhões com o fim da Varig. Por quê?
PAULO RABELLO DE CASTRO
– Há muita coisa que se perde e que não se repõe pela concorrência. Essa é a primeira coisa, que já indica ser falso o argumento de que novos entrantes tomariam rapidamente o espaço da Varig. Haveria perdas fiscais e não fiscais. Só a queda do PIB do setor aéreo no Brasil seria da ordem de R$ 4 bilhões. Isso inclui a marca Varig, a sua operação e tudo que vem junto com ela, como o Smiles.

DINHEIRO – Por que é falsa a tese de que novos entrantes tomariam o lugar da empresa?
CASTRO
– O discurso do “deixa quebrar para que o mercado resolva” é o dos concorrentes, ao qual eu, um autêntico liberal, me oponho. Não haveria a destruição criadora, na linha do economista Joseph Schumpeter, mas sim a destruição de uma empresa, que teria seu espaço ocupado por um duopólio. E não tem graça nenhuma país pobre sair destruindo suas companhias. A nova Lei de Falências é inteligente. Ela preserva a empresa e tira o acionista.

DINHEIRO – Até agora, estamos em R$ 4 bilhões. E o restante?
CASTRO
– Eu fiz uma conta referente também aos empregos, considerando que, dos 11 mil trabalhadores, cerca de 7 mil poderiam ser absorvidos, mas com salários aviltados. Isso criaria uma perda para a economia de R$ 700 milhões. Estou confrontando dois cenários: a Varig existindo versus a Varig não existindo.

DINHEIRO – O que mais?
CASTRO
– Eu coloco mais R$ 300 milhões como perda de eficiência nas linhas nacionais, estimando um aumento de tarifas da ordem de 7% após a confirmação de um duopólio entre TAM e Gol. E isso já pode ser pressentido. Já não se voa barato na Gol. Além disso, perde-se muito tempo nas filas. Estão roubando o tempo do cliente. É uma combinação de perda de eficiência e aumento de preços.

DINHEIRO – E as rotas internacionais?
CASTRO
– Nesse caso, com a Varig deixando de voar para o exterior, é óbvio que companhias internacionais prestarão o serviço. Eu apontei um valor de R$ 670 milhões, que é inferior ao que a Varig fatura no exterior todos os anos, mas que representa o valor agregado desse PIB do transporte internacional. Mas isso pode estar bem subestimado.

DINHEIRO – Gol e TAM não passariam a voar nas rotas internacionais da Varig?
CASTRO
– Não existe nem aparelho para isso. Os horários de chegada lá não são passados para outras companhias de bandeiras brasileiras. Ou é a Varig ou não é. Mas as perdas maiores são as que vêm na seqüência.

DINHEIRO – Quais?
CASTRO
– No campo tributário são R$ 3,5 bilhões. É uma tunga no contribuinte.

DINHEIRO – Mas pode-se dizer que a Varig já não paga os impostos?
CASTRO
– Esse valor é uma dívida do passado, que seria negociada mediante um crédito também do passado, referente ao congelamento tributário. É bom que se diga que esse crédito em favor da Varig já transitou em julgado e que o governo tem adotado apenas medidas protelatórias. O resultado disso é que a União vai acabar tendo que pagar a indenização referente ao congelamento para uma massa falida – e não para uma empresa em operação. Se eu pago para alguém que está vivo, eu posso cobrar os impostos. Se eu pago para um morto, fico numa situação ruim.

DINHEIRO – O encontro de contas no futuro só terá uma ponta?
CASTRO
– Exatamente. Só a ponta do governo pagador.

DINHEIRO – E como seria a perda do fundo de pensão dos funcionários, o Aerus?
CASTRO
– É o que fecha a conta dos R$ 10 bilhões. A despesa vai cair nas costas da sociedade. É só ver o que a Justiça já decidiu no caso do Aero, o fundo de pensão da Vasp. E agora, com a intervenção do governo no Aerus, no momento em que os funcionários apresentavam uma solução para a Varig, essa questão ficou ainda mais líquida e certa.

DINHEIRO – Por quê?
CASTRO
– Houve uma falha clara na regulação, que deve ser sempre antecedente aos fatos. Eu mesmo fui ao governo ainda em 2002 para alertá-los sobre os problemas no Aerus. Os empregados pediram intervenção com muitíssima antecedência. Onde é que estava a Secretaria de Previdência Complementar nesse tempo todo? Só eu fiz denúncias formais várias vezes.

DINHEIRO – E por que eles decidiram intervir só agora?
CASTRO
– Eles só acordaram do distraído sono para atrapalhar a única coisa que ainda poderia fazer o Aerus ser coberto parcialmente pela própria máquina da Varig. Os trabalhadores pegariam parte dos recursos para fazer a empresa voltar a operar. O que pouca gente sabe é que os trabalhadores são os principais credores da empresa. Portanto, é natural que eles queiram ser os donos de uma nova empresa, que seria a Varig Operacional. As dívidas não são com bancos privados.

DINHEIRO – O governo joga pela quebra da empresa?
CASTRO
– É o que se depreende do discurso oficial, que além de burro é desinformado. Até porque a Varig não quer dinheiro público e nem está quebrada. Ela está agindo em conformidade com a lei de recuperação judicial.

DINHEIRO – O governo vetou a proposta de US$ 400 milhões feita pela Varig Log, por meio de uma decisão da Agência Nacional de Aviação Civil. Por quê?
CASTRO
– É estranho. Parece que há um movimento orquestrado na direção da quebra e que existem dois pesos e duas medidas. Dependendo da situação, a lei vale ou não.

DINHEIRO – E por que o governo, que antes dizia que a Varig era estratégica, mudou tanto?
CASTRO
– Eu fui ao José Dirceu no início de 2003. Ele me disse que gostava de aviação e que conhecia tudo – tudo mesmo – do setor. No primeiro momento, eu fiquei animado. Depois, quando perguntei se ele conhecia a situação do Aerus, percebi que ele não conhecia tanto assim.

DINHEIRO – Ele articulou o compartilhamento de vôos com a TAM. Isso foi bom?
CASTRO
– Já ficou claro que isso foi bom para a TAM e contribuiu para a asfixia da Varig. Aliás, eu disse ao Dirceu que o problema da Varig era simples, uma vez que a empresa não devia a bancos privados ou internacionais. Ela devia a fornecedores, empregados e empresas com participação do governo, como BR e Infraero. A Globo, que devia a bancos internacionais, contratou a Goldman Sachs, chamou todos e renegociou. Sempre há solução, dentro das regras de mercado. O discurso do “deixa quebrar” é o discurso da conveniência.

DINHEIRO – Qual o papel da Fundação Rubem Berta, dona da Varig, na crise?
CASTRO
– É o papel do Drácula, que foi sugando o sangue da empresa. O Drácula vai inoculando a vítima e só se alimenta do sangue necessário. Mas a questão é que a boa solução é aquela que mata o Drácula e salva a vítima – no caso, a Varig.

DINHEIRO – Alguém no governo já tentou efetivamente contribuir para uma solução?
CASTRO
– O Carlos Lessa, que estava no BNDES, parecia disposto a contribuir, mas numa entrevista recente disse que suas iniciativas vinham sendo bloqueadas. Proibiram-no de fazer qualquer coisa a respeito.

DINHEIRO – E o José Alencar, no Ministério da Defesa?
CASTRO
– Ele atuou para que a Fundação Rubem Berta contratasse uma consultoria do Unibanco. Mas a solução foi esdrúxula, pois dependia de mudanças na Lei de Falências no Senado. Por isso, não prosperou. E depois vieram os notáveis que ingressaram em maio de 2005.

DINHEIRO – É a turma do David Zylberstajn?
CASTRO
– Isso. E foi então que a empresa aderiu à Lei de Falências. O problema é que a postura do governo em relação à Varig sempre foi errática. Mesmo sem ser credor.

DINHEIRO – BR e Infraero não são credores?
CASTRO
– São empresas com participação acionária da União, com créditos relativamente pequenos. E é bom lembrar que operam em situações de monopólio. Será que é justa a tarifa aeroportuária cobrada no Brasil?

DINHEIRO – A Varig Operacional geraria caixa positivo?
CASTRO
– Claro que sim. Se você separa essa empresa da Varig antiga, ela passa a valer, no dia seguinte, US$ 1 bilhão. E é uma conta até conservadora, porque a Gol, por exemplo, vem sendo avaliada em US$ 5 bilhões. É por isso que faz sentido, para muitos investidores, inclusive os funcionários, apostar no futuro da Varig.

DINHEIRO – E a Varig podre fica então com o governo?
CASTRO
– Não é verdade. O desequilíbrio entre ativos e passivos é irreal. Existe só um descasamento temporal entre as cobranças feitas no presente à companhia e os diversos recursos processuais que o governo tem à disposição para não pagar o que deve à Varig.

DINHEIRO – Estatizar a Varig, como aconteceu com outras empresas aéreas importantes até na Europa, seria uma solução?
CASTRO
– Essa é uma proposta que cria só confusão, porque não é necessária. Há soluções disponíveis de mercado, que, portanto, seriam mais eficientes.

DINHEIRO – O sr. ainda acredita numa solução?
CASTRO
– O tempo joga contra. E nesse relógio o ponteiro dos segundos se acelera. O problema é que o efeito tempo age sobre a percepção do cliente – e isso é que me deixa desesperado. Mas deixar quebrar seria burrice, um neomercadismo da pior espécie. É a representação mais nítida de que o País já não toma decisões estratégicas.

DINHEIRO – Deixar quebrar é uma tese que vem travestida de discurso liberal.
CASTRO
– É isso que me enfurece. Eu sou do time liberal, e não os que hoje atuam pela quebra da Varig. Propor a quebra não é liberalismo. É entreguismo aos concorrentes nacionais e internacionais. Mas tudo isso é reversível. A marca Varig é tão forte que basta um sinal contundente na direção positiva para que os clientes voltem.