O Estado de São Paulo
02/10/2007
No primeiro dia da nova malha,
falta informação
Passageiros ficaram surpresos
com vôos cancelados
Bruno Tavares e Humberto Maia Junior
O primeiro dia de mudanças na malha aérea
do País foi marcado por transtornos e desinformação
no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São
Paulo, principal alvo das restrições impostas
pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac).
As situações mais comuns eram as de passageiros
que não sabiam ou não tinham sido informados
sobre as novas regras que proíbem escalas e conexões
e viagens com distâncias superiores a 1.000 km.
O representante comercial Geraldo Cavalcante Peixoto,
de 44 anos, só soube ontem, uma hora antes do
embarque para Recife, que seu vôo tinha sido transferido
para o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos.
“Isso é um desrespeito”, protestou
Peixoto.
O dia foi tranqüilo ontem no aeroporto internacional,
para onde grande parte dos vôos de Congonhas já
tinham sido transferidos. Segundo o superintendente
da Infraero, Edgard Brandão, o Aeroporto de Guarulhos
está com capacidade ociosa e pode receber aumento
no número de operações.
Em Cumbica, o procurador federal Edmar José
Deolindo, de 41 anos, lamentou a mudança, mas
disse entender os motivos. “A mudança é
necessária para dar mais segurança aos
vôos. Mas vai causar incômodos”, disse
ele, que viaja a vários Estados do País
todo mês a trabalho. Ontem, iria para Ji-Paraná
(RO), rota que antes fazia por Congonhas. Segundo ele,
as opções de transporte para Cumbica são
poucas. “O táxi é muito caro, e
tive de procurar um amigo para me dar carona.”
NOVA DECISÃO
Ontem um procurador da Anac se reuniu com o desembargador
federal Roberto Haddad, que na semana passada proibiu
os aviões de operarem em Congonhas com mais de
130 passageiros. O magistrado ouviu as alegações
da agência e se comprometeu a dar nova decisão
até quinta-feira.
O Estado de São Paulo
02/10/2007
Mais um indicado para Anac
O ministro da Defesa Nelson Jobim deve anunciar hoje
o nome de mais um indicado para compor a diretoria da
Agência Nacional da Aviação Civil
(Anac). Dois nomes foram encaminhados ontem à
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Prefiro
não dizer quem são enquanto não
tiver resposta da Casa Civil”, disse ao Estado
antes de participar na noite de ontem do programa Roda
Viva, da TV Cultura. Jobim reiterou sua intenção
de reformular a diretoria da agência. “Três
nomes foram indicados e espero que pelo menos um seja
votado (no Senado) semana que vem.” Sobre Milton
Zuanazzi, Jobim disse ter informação de
que o atual presidente da Anac está disposto
a sair. “Terminando as indicações
os novos diretores devem se reunir e escolher a Solange
Vieira como presidente.”
Folha de São Paulo
02/10/2007
Congonhas e Cumbica têm
movimento tranqüilo no 1º dia da nova malha
aérea
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro dia de operações da nova malha
aérea nacional foi relativamente tranqüilo,
com 9,6% de atrasos e 12,7% de cancelamentos nos vôos
nos aeroportos do país, segundo a Infraero. Em
Congonhas, a estatal registrou atraso em 10% dos vôos
e cancelamento em 16,6%. Em Cumbica, foram 10% e 6,3%,
respectivamente.
Mesmo assim, alguns passageiros sofreram com o desencontro
de informações e outros acabaram confundindo
o aeroporto do qual partiriam.
As mudanças nos vôos ocorrem em razão
de restrições para a operação
em Congonhas. Foram proibidos nesse aeroporto, por exemplo,
conexões ou escalas e vôos com raio superior
a 1.000 km.
Na sexta-feira, o Tribunal Regional Federal determinou
também novas restrições a Congonhas,
como um limite de 130 passageiros nas aeronaves.
A Gol anunciou no sábado o cancelamento de 47
vôos permanentes e alterações de
horário e aeroporto para cerca de 30. Já
a TAM informou que passa a operar vôos diretos
de Congonhas para 19 aeroportos -antes da restrição,
eram 27.
A bióloga Paula Faria, 26, afirma que perdeu
uma entrevista de emprego em razão da bagunça.
Ela voltava de Foz do Iguaçu (PR) e chegou a
Congonhas às 9h. Foi para Guarulhos pegar o vôo
para Uberlândia, mas ele sairia de Congonhas.
"Ninguém me avisou. Quem vai arcar com meu
prejuízo?"
A Gol disse ter estranhado a ocorrência do problema,
porque não existe vôo de Guarulhos para
Uberlândia. E afirmou que está fazendo
o máximo para amenizar os transtornos aos passageiros.
O ex-jogador de basquete Oscar Schmidt, 49, foi um dos
que se enganaram com as mudanças. Ele ia a Salvador
e teria de embarcar em Guarulhos. Só quando chegou
a Congonhas, às 11h30, percebeu que estava no
lugar errado. "Mas foi culpa minha, por pura inércia.
Estava escrito que era Guarulhos", disse o ex-jogador,
que saiu correndo para tentar chegar ao outro aeroporto
a tempo de pegar o vôo, marcado para as 13h.
Parte dos problemas foi causada pela restrição
ao número de passageiros determinada pelo TRF.
O gerente Eduardo Kamigauti, 42, perdeu o vôo
para Florianópolis. No check-in, o avião
da TAM já estava com os 130 passageiros permitidos.
"Isso é bem desagradável, mas não
tem outro jeito." A TAM remarcou o embarque para
a noite de ontem.
Trinca
Uma trinca no pára-brisa de um avião da
TAM que faria o vôo 8084 -de Cumbica para Londres-
levou o piloto a retornar para o aeroporto, na madrugada
de ontem. O vôo foi cancelado, o que atrasou a
viagem dos 135 passageiros.
Segundo a empresa, não houve risco, uma vez que
o vidro é formado por três camadas e a
trinca atingiu só uma delas. A decolagem foi
à 0h50, e o pouso, às 2h16. As causas
da trinca no vidro não foram informadas.
Jornal do Brasil
02/10/2007
Plano para desafogar começa
mal
São paulo. No primeiro dia de operações
da nova malha aérea nacional, os passageiros
sofreram com o desencontro causado pelo esforço
das companhias aéreas em se adequarem às
restrições impostas ao Aeroporto de Congonhas,
local onde ocorreu o maior acidente aéreo da
história do país, no dia 17 de julho.
Os tumultos aconteceram principalmente durante a manhã
e no início da tarde. Segundo a Infraero, em
Congonhas, da meia-noite até as 19h, 63 (26,6%)
dos 237 vôos previstos atrasaram mais de uma hora
ou foram cancelados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um
dos primeiros passageiros a utilizarem a nova malha
aérea, mas não sofreu com os atrasos.
Ele decolou de Congonhas às 8h40 no Airbus presidencial
rumo a compromissos no Rio.
No começo da tarde, no saguão do aeroporto,
os passageiros comuns sofriam com falta de informação.
Com o fim das escalas, um grupo de turistas de Goiânia
que tentava retornar à cidade depois de passar
uma semana em Porto Seguro, foi obrigado a sair às
5h de Porto Seguro para Belo Horizonte e, então,
para Guarulhos, onde os turistas foram informados de
que o vôo para Goiânia sairia de Congonhas.
Mesmo com o translado da TAM, quando chegaram, o vôo
já havia partido.
Outra vítima da desinformação
foi o radialista Aldair dos Santos, 26 anos. Cliente
da Gol, ele foi a Guarulhos na tentativa de conseguir
um vôo para Uberlândia (MG). Mas foi informado
de que o vôo partiria de Congonhas. Mais uma vez,
mesmo com o translado, o passageiro chegou atrasado
ao terminal.
- O avião foi e nós ficamos - lamentou.
A bióloga Paula Faria, 26 anos, que também
pegaria o vôo para Uberlândia, reclamava
ter perdido uma entrevista de emprego por causa da confusão.
- O pior foi que recebi uma notificação
da Gol por e-mail dizendo que meu vôo sairia de
Guarulhos. E quando cheguei lá, estava tudo errado
- irritou-se.
O dia nos aeroportos também foi marcado por
incidentes. De madrugada, uma trinca no pára-brisa
de um avião da TAM do vôo 8084 - que iria
de Guarulhos para Londres - levou o piloto a retornar
para o aeroporto. Com isso, o vôo foi cancelado,
o que atrasou a viagem dos 135 passageiros.
Segundo a companhia aérea, o problema não
representou riscos, uma vez que o vidro é formado
por três camadas e a trinca atingiu apenas uma
delas.
O piloto, no entanto, retornou ao aeroporto por medida
de segurança. A decolagem ocorreu por volta da
0h50, e o pouso, às 2h16. Em nota, a TAM informou
que o problema ocorreu "na camada interna do pára-brisa
esquerdo, sem qualquer comprometimento à segurança
do vôo".
A empresa afirmou que os passageiros foram encaminhados
a hotéis e serão acomodados em outros
vôos hoje, com destino a Paris, Milão e
Londres. As causas da trinca no vidro não foram
confirmadas.
Jornal do Brasil
02/10/2007
TAM leva multa de R$ 987 mil
São paulo. O Procon de São Paulo multou
a TAM em R$ 987 mil por omissão ao direito à
informação e à garantia de assistência
adequada aos consumidores. A decisão foi publicada
no Diário Oficial do Estado de sábado.
A punição foi aplicada em decorrência
de um auto de infração lavrado em novembro
por fiscais do Procon e considera os transtornos causados
aos consumidores que estavam em aeroportos durante a
crise no final do ano passado. A Gol também foi
multada, em julho, por motivo semelhante, em R$ 672
mil.
De acordo com o Procon, apesar de existirem normas
que regulam o setor aéreo, a aplicação
do Código de Defesa do Consumidor é obrigatória
sempre que há prestação de serviço
aos consumidores.
Na ocasião, de acordo com o órgão,
diversos passageiros foram submetidos a um regime de
espera excessiva para embarcar, além do cancelamento
dos vôos, e todos tinham o direito ao acesso à
informação, o que não ocorreu.
Em nota, a TAM afirma que já foi notificada
oficialmente da decisão administrativa do Procon
e garante que irá tomar as medidas judiciais
cabíveis no prazo legal. Segundo o órgão
de defesa do consumidor, no entanto, não há
mais recurso, uma vez que todos os prazos para a defesa
já foram expirados.
Coluna - Claudio Humberto
02/10/2007
Compadre em céu de brigadeiro
O advogado Roberto Teixeira, primeiro-compadre do presidente
Lula, continua atuando no setor aéreo. Seu escritório
se apresentou como representante da Digex, empresa de
manutenção de aviões, para formalizar
a oferta de R$ 24 milhões pela unidade de manutenção
da Vasp. A Digex até se comprometeu a contratar
prioritariamente ex-empregados da Vasp, que suspendeu
as operações no inicio de 2005, após
intervenção judicial.
Mercado e Eventos
01/10/2007 - 12:29h
Varig anuncia nova marca e pintura
dos aviões no dia 23
Mario Brizon
Está previsto para o dia 23 de outubro, no hangar
no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o lançamento
da nova logomarca da Varig. Segundo informações
de Tarcísio Gargioni, vice-presidente de Marketing
e Serviços da Gol Linhas Aéreas Inteligentes,
controladora da Varig, na nova marca vai predominar
o azul "com um pingo de laranja, que é a
eficiência da Gol", disse ele em evento recentemente
realizado em Roma.
No mesmo dia do lançamento da nova logo, a Varig
também deve apresentar a nova pintura dos seus
aviões, com um boeing já repintado no
hangar. Toda a frota será adaptada ao novo visual
de forma gradativa, dentro do cronograma normal de manutenção.
Como a Varig vai operar nas suas linhas no exterior
com aviões Boeing 767, que atualmente possuem
12 lugares na classe executiva, uma das alterações
de configuração previstas é a ampliação
da executiva para 30 lugares.