:::::RIO DE JANEIRO - 02 DE MAIO DE 2006 :::::

Folha de São Paulo
02/05/2006
Varig pode ter recurso, mas fundação, não
Dilma Rousseff diz que BNDES só emprestará a investidor que for administrar aérea e tiver fundamento "sólido"

LEILA SUWWAN DE NOVA YORK

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) confirmou ontem que o governo irá conceder um empréstimo, por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para o investidor que tiver condições de comprar a operação doméstica da Varig, dentro da proposta de divisão da empresa.

Segundo ela, a atitude de "não colocar dinheiro em empresa falida" se aplica com exclusividade à Fundação Ruben Berta, dona de 87% do capital da empresa.

O "empréstimo-ponte" em questão, estimado em cerca de US$ 100 milhões, é a peça-chave do chamado "Plano B" de recuperação da empresa. Esse plano já vinha sendo discutido desde a semana passada e será votado hoje em assembléia de credores.
Nele, a Varig é dividida em duas operações: a "Varig velha" ficaria com as rotas internacionais, os passivos e o plano de recuperação judicial e a "Varig nova", com o lado financeiro sanado, ficaria com as rotas domésticas e seria leiloada. O BNDES não pode emprestar diretamente para a Varig por causa do passivo.

"Temos todo o interesse em emprestar para alguém que tenha fundamentos sólidos. Não vamos emprestar se for mantida qualquer participação da Ruben Berta", disse Dilma em Nova York, durante palestra da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Segundo a ministra, o governo "fará todo o possível para resgatar o nome Varig, os empregos e as condições para continuar voando" e insistiu que em hipótese alguma disponibilizaria recursos que possam ser operados pela Ruben Berta. Medindo as palavras, disse que o motivo é a "gestão não considerada eficiente".

"O "empréstimo-ponte" não é um empréstimo solto no ar", afirmou Dilma, ressaltando que o governo já tem informação da vários interessados na nova Varig.

Desentendimento
Dilma tentou amenizar para a platéia de empresários e banqueiros o grau de desentendimento entre o ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do BC, Henrique Meirelles, a respeito do ritmo de redução das taxas de juros. Ela afirmou que as discussões internas ou debates são normais.

"Acredito que seja legítimo que o Ministério da Fazenda e o Banco Central debatam os ritmos [de redução dos juros]. Mas não há possibilidade de perda de controle ou de cenário de especulação."

Folha de São Paulo
02/05/2006
Assembléia pode decidir hoje por divisão da aérea
DA SUCURSAL DO RIO

Três grupos estão interessados em participar do leilão da operação nacional da Varig, se a proposta de divisão da companhia for aprovada hoje na assembléia dos credores da empresa.

A informação foi dada ontem por Marcelo Gomes, diretor da consultoria Alvarez & Marsal, contratada pela Varig para conduzir o processo de recuperação.

De acordo com Gomes, os grupos interessados são liderados pela ASM Asset Management, por um banco nacional de investimento e por um fundo californiano.

Na reunião de hoje, na Ilha do Governador (zona norte do Rio de Janeiro), os credores vão analisar quatro propostas pela Varig. A mais cotada é a criada pelo governo federal, por credores e pela Justiça do Rio, e pretende dividir a empresa: uma sem dívidas, que atuaria no mercado nacional, e a outra internacional, com as dívidas.

Nesse caso, a primeira empresa seria leiloada em um prazo estimado de 60 dias. Além dos três confirmados por Gomes, outros grupos podem se interessar pelos vôos domésticos da Varig.

Além do plano do governo federal, os participantes da assembléia vão apreciar também as ofertas da Volo, controladora da Varig Log, do TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) e a do consultor Jayme Toscano.

Folha de São Paulo
02/05/2006
Força defende ajuda para aérea

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma ampla defesa a favor da intervenção federal na Varig foi feita ontem, durante o ato de 1º de maio da Força Sindical, em São Paulo. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da entidade, disse, de improviso, em seu discurso, que "se Lula tem dinheiro para dar ao mensalão, tem de ter dinheiro para a Varig também", disse. "Ou então ele [Lula] vai cair. E junto com a Varig." Não houve grande reação do público.

O governo já afirmou diversas vezes que não pretende dar dinheiro para a companhia, mas pensa na possibilidade de financiá-la de alguma forma.

"Por que com o Proer salvaram os bancos?" disse Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, também em discurso no palco do evento da Força. Detalhe: o Proer, programa de salvação dos bancos privados, foi criado não neste governo, mas no anterior.
(AM)

Zero Hora - Empresas
02/05/2006
Interessados na Varig mostram suas armas
Proposta de cisão apoiada pelo governo é considerada a mais forte

Diferentes grupos envolvidos em encontrar um plano de salvamento para a Varig passaram o feriado negociando, na tentativa de chegar com um discurso mais afinado na assembléia de credores, marcada para às 9h de hoje, no Rio de Janeiro.

Cercada de grande expectativa, a assembléia não deverá ter um caráter decisivo - poderá, inclusive, ser suspensa se algum dos credores pedir mais prazo para optar - mas será a oportunidade de todos mostrarem suas armas e de tentar conquistar aliados.

O ponto de união dos diversos interesses é a proposta liderada pela Alvarez & Marsal, que conta com a aprovação do governo. Como existe o consenso de que a participação do poder público é decisiva para o resgate da companhia, os outros três planos (ver quadro) perderam força individualmente. Os encontros de ontem tinham o objetivo de buscar uma forma de adaptação ao plano da Alvarez & Marsal, escritório encarregado do processo de recuperação, e de solucionar dúvidas.

- As brigas entre os credores estão amenizadas, então é mais fácil conversar para chegar à assembléia com posições mais próximas. O objetivo é chegar a um modelo para apresentar ao governo e ao juiz que cuida do processo de recuperação - avaliou ontem o presidente da Associação Nacional de Pilotos da Varig, Rodrigo Marocco.

Durante o fim de semana, três investidores privados declararam ter interesse em participar de um leilão, caso a cisão da empresa seja aprovada. Até o começo da noite de ontem, a informação era de que quatro propostas serão apresentadas hoje. Mas, nos últimos dias, circularam informações sobre novos investidores interessados. Além do magnata russo Boris Berezovski, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estaria negociando a participação da estatal de petróleo do país, a PDVSA, no capital da Varig. Essa possibilidade foi aventada em tom de denúncia pelo prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL).

Também foi cogitado que a Fundação Ruben Berta estaria intermediando mais uma rota de salvamento alternativa para apresentar hoje. Haveria, ainda, uma orientação do governo federal aos credores estatais para interromper a assembléia caso percebam chance de a proposta da VarigLog (Volo do Brasil) ser aceita pelos demais credores.

Apesar de as atenções estarem concentradas na assembléia, a crise da Varig também será debatida hoje em nova audiência pública, no Congresso Nacional.

Confira como deverá ser a assembléia:
A Varig tem cerca de 22 mil credores, entre os quais 19 mil trabalhadores

Classes dos credores:
Classe 1 - credores trabalhistas
Classe 2 - credores com garantia real (principal: Aerus)
Classe 3 - credores sem garantias (principais: empresas de leasing, Infraero e BR Distribuidora)

Como se instala a assembléia:
Em primeira convocação, instala-se com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe (computados pelo valor) e, em segunda convocação (prevista para 8 de maio), com qualquer número, desde que as três classes estejam representadas.

Quantos votos são necessários para aprovar uma proposta?
Para modificar o Plano de Recuperação, a maioria simples do total de créditos presentes, independentemente da classe, basta para aprovar uma proposta.
Para aprovar propostas de reestruturação da empresa, é necessária a concordância de duas classes pelo menos, sendo que, nas classes 2 e 3, é preciso haver maioria simples dos créditos (considerando-as separadamente). Na classe 1, é preciso maioria simples por cabeça.

As propostas:
Alvarez & Marsal
Elaborada com a aprovação do governo, ainda não foi formalmente apresentada. Sabe-se que prevê a divisão da Varig, em uma empresa doméstica sadia e outra internacional com as dívidas.
Prevê financiamento de até 50% da venda pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O BNDES ainda fará um empréstimo-ponte de US$ 100 milhões para a companhia agüentar o período estimado de 60 dias até o negócio. Os valores do empréstimo-ponte seriam uma antecipação dos recursos que entrarão com a venda da parte doméstica e serão repassados diretamente para uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) a ser criada com os ativos domésticos ou para um investidor que se credencie para disputar o leilão e se apresente para receber e repassar, antecipadamente, os valores à Varig.
Com a realização do leilão, no prazo estimado de 60 dias, o dinheiro volta para o BNDES. No caso de um investidor se apresentar e funcionar como um intermediário do recebimento dos recursos da antecipação, o valor antecipado equivalerá a um percentual do preço mínimo da venda - que ainda será definido.
Os consórcios interessados em participar do leilão terão de incluir, necessariamente, uma empresa aérea. O operador pode ser nacional ou internacional, dentro do limite da lei (até 20% do negócio). Isso abre espaço para a Gol e a TAM.

VarigLog
Controlada pelo fundo MatlinPatterson, a VarigLog pagaria US$ 400 milhões pela parte "boa" da companhia. A Varig seria dividida em uma operacional, que ficaria com a VarigLog, e outra que herdaria as dívidas.
Os novos controladores usariam R$ 630 milhões para capitalizar a empresa de imediato. A parte "ruim" da Varig receberia R$ 110 milhões para pagar dívidas trabalhistas dos cortes de pessoal. Seis mil pessoas seriam demitidas.

Trabalhadores do Grupo Varig (TGV)
A proposta da entidade, que reúne as associações de empregados da empresa e sindicatos do setor aéreo, prevê a divisão da empresa em duas, com uma empresa saudável chamada Varig Operacional, corte de pessoal e uso dos recursos do Aerus e da redução de salários dos trabalhadores para aplicar na empresa, tornando os empregados investidores.

Jaime Toscano
O consultor ofereceu US$ 1,889 bilhão para comprar a Varig,Rio Sul e Nordeste - em processo de recuperação judicial, envolvendo um empréstimo. A garantia seria a emissão de debêntures (títulos de crédito) conversíveis em ações e ativos.
A proposta prevê a injeção imediata de US$ 500 milhões e a expansão da empresa. De 54 aviões em operação, a companhia passaria para 120 até dezembro. O número de funcionários subiria de 9,4 mil para 12 mil até o final do ano. Toscano afirma representar um fundo de investimento europeu, mas não informa a origem dos recursos que seriam usados.

 

O Globo - Versão Impressa
02/05/2006
Varig: acionistas analisam propostas

Erica Ribeiro, Helena Celestino e Geralda Doca

RIO, BRASÍLIA E NOVA YORK. A diretoria e o conselho de administração da Varig podem ser substituídos amanhã, caso seja aprovada na assembléia de hoje a proposta do governo de cisão da empresa em duas: uma sem dívidas, para o mercado doméstico, que iria a leilão, e outra internacional, com o passivo.

Segundo Selma Balbino, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, de acordo com informações da consultoria Alvarez & Marsal, outras duas propostas devem ser apresentadas hoje. Numa, a VarigLog oferece US$ 400 milhões pela empresa. Outra é de Jayme Toscano, que diz representar investidores estrangeiros interessados em injetar US$ 1,9 bilhão na Varig.

Selma disse que, no fim de semana, os funcionários da Varig receberam e-mail de Marcelo Botinni, presidente da companhia, convocando-os para a assembléia para haver quórum.

O coordenador do TGV, Rodrigo Maroco, disse que a proposta deles, que prevê o uso de recursos do Fundo de Pensão Aerus na capitalização da Varig, deverá entrar na pauta da assembléia. Maroco advertiu ontem, no entanto, que, dependendo da posição dos credores, há possibilidade de a assembléia de hoje não ocorrer.

O governo federal, que vem trabalhando no salvamento da Varig, orientou os credores estatais, liderados pela Infraero, a suspender a assembléia de hoje, por prazo superior a 24 horas, caso haja risco de a proposta de cisão da Varig não ser aprovada. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, a intenção é não permitir que a proposta da VarigLog passe na assembléia. A operação de venda da VarigLog para Volo do Brasil ainda não foi aprovada e há a suspeita de que a Volo tenha majoritariamente capital estrangeiro. A legislação brasileira fixa um limite de participação externa de 20% nas companhias aéreas nacionais.

Dilma: empréstimo do BNDES sem a Fundação

Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e da Defesa, Waldir Pires, vão monitorar os credores na assembléia. Entre as opções de ajuda à Varig, estaria, em caso de aprovada a proposta de cisão, a concessão de prazo de carência para que a aérea pague tarifas aeroportuárias. Isso seria feito até o leilão de venda da chamada Nova Varig.

No BNDES, haverá uma reunião às 10h de técnicos para acertar como será a injeção de recursos do banco na cisão. Uma das dificuldades é que o BNDES não sabe quem será o tomador do eventual empréstimo para investimento na Varig, o que dificulta avaliação de risco. Avalia-se se o Banco do Brasil — também credor da Varig — poderá entrar com recursos na operação de salvamento, pela compra de recebíveis da aérea.

A ministra Dilma Rousseff condicionou ontem o empréstimo-ponte do BNDES ao completo afastamento da Fundação Ruben Berta da companhia. Segundo ela, a posição do governo é a mesma desde o início do agravamento da crise da Varig: fará todo o possível para resgatar o nome da Varig e os empregos na companhia, mas não acha razoável colocar recursos públicos para serem operados pela Fundação.

— Estaremos emprestando para um investidor com outros fundamentos. O empréstimo-ponte tem como cláusula a recuperação. Não é um empréstimo solto no ar, tem de se saber de onde parte e para onde vai — disse a ministra, que, em sua primeira viagem aos Estados Unidos como ministra da Casa Civil, participou ontem de um café da manhã com empresários americanos promovido pela Câmera de Comércio Brasileira Americana.


O Globo - Versão Impressa
02/05/2006
Ancelmo Gois - Varig-Gol

Marcelo Gomes, da americana Alvarez & Marsal, que atua na recuperação da Varig, explicou sexta à noite a representantes de trabalhadores a proposta de divisão da empresa em duas: uma doméstica, outra internacional.

O sonho de Gomes é que a Gol pague R$ 700 milhões — metade financiada pelo BNDES — para ficar com as linhas nacionais e uma frota de 36 aviões.


Agencia Brasil
06:16 02/05
Comissões do Senado discutem soluções para a crise da Varig


Brasília - Quatro comissões permanentes do Senado realizam hoje audiência conjunta para discutir possíveis soluções para a crise econômica por que passa a companhia aérea Varig.

Foram convidados para os trabalhos, que começam às 10 horas, o juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Roberto Ayoub; o procurador de Fundações da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Antônio Carlos Avelar Bastos; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca; o economista e consultor da Associação de Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) Paulo Rabelo de Castro; o secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência e Assistência Social, Adacir Reis; e as presidentes do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, e do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino.

A audiência, que será realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, do Senado, é promovida pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE), de Serviço de Infra-Estrutura (CI), de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) e de Assuntos Sociais (CAS).

 

Agência Estado
20:51h - 01/05/06
Com FRB no controle, Varig não terá dinheiro do BNDES

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse hoje em Nova York que o governo fará todo o possível para resgatar a Varig e, desde que existam investidores qualificados, afirma que o governo pode conceder empréstimo por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Contudo, é condição para que um empréstimo-ponte do BNDES seja concedido à Varig que a Fundação Rubem Berta seja afastada de qualquer papel de controladora da companhia. "Nós não emprestaremos para a Fundação Rubem Berta. Nós acreditamos que a Varig chegou onde chegou, entre outras coisas, por uma gestão que nós não consideramos eficiente", disse em entrevista em Nova York.

Segundo a ministra, o governo definiu uma série de diretrizes para a questão da Varig. "A primeira diretriz é que nós gostaríamos muito e faremos todo o possível para resgatar o nome Varig, os empregos e as condições para os consumidores trafegarem nas linhas aéreas Varig. Mas em hipótese alguma achamos razoável colocarmos recursos que possam ser operados pela Fundação Rubem Berta. No entanto, (para) qualquer investidor que comprove que tenha condições de assumir a Varig, esteja cumprindo toda a legislação que o setor tem, em termos de qualificação técnica, e tenha condições financeiras, nós estaremos inteiramente à disposição no que se refere a empréstimos do BNDES", disse.

De acordo com a ministra, o governo Lula vê "com muita simpatia o plano de recuperação judicial", pois a Lei de Recuperação Judicial foi uma iniciativa do Executivo. "Temos uma avaliação muito positiva do trabalho e esperamos que haja condições para o processo de recuperação, e o BNDES, então, entraria nessa linha de financiamento. O empréstimo-ponte está clausulado a esta questão da recuperação. O BNDES vai olhar, quando emprestar, qual a conseqüência a partir daí. Até porque nós estamos interessados em que dê certo este processo de recuperação da Varig", afirmou após palestra para investidores, em Nova York, promovida pela Câmara de Comércio Brasil-EUA.

A ministra rebateu as críticas de que o governo estaria mudando de posicionamento em relação à Varig por pressões em ano eleitoral, lembrando e explicando a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não colocaria dinheiro em empresa falida. "O que é colocar dinheiro em empresa falida? É empresar para o empregado da Varig? É emprestar para o consumidor da Varig? Não. É emprestar para o controlador da Varig. Nós não emprestaremos para a Fundação Rubem Berta. Essa posição nós estamos mantendo", reiterou. "Na sucessão da Varig, havendo - e parece que há - bastante interessados na recuperação da empresa, segregando a Varig nova da Varig antiga, nós teremos todo o interesse de emprestar. Mas aí estaremos emprestando para o investidor que tem outros fundamentos, fundamentos sólidos."

A ministra disse que sua viagem aos EUA, nesta semana, com extensa agenda de programação que envolve encontro com o presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz, e com a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ambos em Washington, tem sentido de "aprofundamento de relações entre setores privados dos dois países e relações entre o governo brasileiro e o governo norte-americano".

 

O Dia
01/05/2006 18:58h
Representante dos trabalhadores da Varig condena proposta de divisão da empresa


Rio - O representante dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Marcio Marsillac, disse nesta segunda-feira que considera negativa a divisão da companhia aérea em duas empresas: uma sem dívidas para operar os vôos domésticos e outra com as dívidas e os vôos internacionais. Ele explicou que ainda não conhece os detalhes da proposta, mas que, em princípio, essa solução não encontra uma lógica dentro do mercado de aviação.

Marsillac disse que há muita dificuldade em encontrar uma empresa de transporte aéreo internacional que não tenha seu braço na aviação nacional, como alimentadora e distribuidora. Mesmo cético, o representante dos trabalhadores acredita que a proposta deve ser analisada. Para ele "parece pouco provável conseguir modelo que viabilize esse negócio a longo prazo".

O representante do TGV voltou a afirmar que a companhia aérea não precisa de doação de dinheiro público. Segundo ele, é necessário apenas que o governo contribua com a reestruturação da empresa fornecendo, por exemplo, um financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Marsillac disse ainda que eles querem uma linha de financiamento com garantias, porque isso vai ajudar a viabilização de uma saída de mercado. Disse que o governo acordou para essa situação, seja para a disponibilização dessas linhas de crédito, seja também na necessidade de manter a empresa viva num curto prazo, para que o governo, que é o maior credor da empresa, possa receber seus créditos em médio e longo prazos.

De acordo com o coordenador do TGV, se a Varig falir o governo só terá prejuízo, porque não receberá nada. A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e a BR Distribuidora, por exemplo, são duas empresas públicas que têm créditos com a companhia aérea.

Marcio Marsillac também disse que a assembléia dos credores do Grupo Varig, marcada para a manhã desta terça-feira, deve ser mesmo adiada por causa das novas propostas de reestruturação e compra da companhia apresentadas nos últimos dias. "A expectativa é que a assembléia seja suspensa, para que se possa analisar cada uma das propostas. Depois, ir para uma assembléia, talvez no dia 8, e então deliberar".

Com informações da Agência Brasil


Jornal do Brasil
01/04/2006 - 18:54h
Varig: Representante dos trabalhadores condena proposta de divisão


RIO - O representante dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), Marcio Marsillac, disse hoje que considera negativa a divisão da companhia aérea em duas empresas: uma sem dívidas para operar os vôos domésticos e outra com as dívidas e os vôos internacionais. Ele explicou que ainda não conhece os detalhes da proposta, mas que, em princípio, essa solução não encontra uma lógica dentro do mercado de aviação.

"Você tem muita dificuldade em encontrar uma empresa de transporte aéreo internacional que não tenha seu braço na aviação nacional, como alimentadora e distribuidora", ponderou Marsillac, lembrando que a capilaridade regional de uma empresa de transporte internacional é fundamental para sua existência. Mesmo cético, Marsillac acredita que a proposta deve ser analisada. Para ele "parece pouco provável de se conseguir modelo que viabilize esse negócio a longo prazo."

O representante do TGV voltou a afirmar que a companhia aérea não precisa de doação de dinheiro público. Segundo ele, é necessário apenas que o governo contribua com a reestruturação da empresa fornecendo, por exemplo, um financiamento por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Não se está querendo uma linha de financiamento sem garantias. Mas uma linha com garantias, porque isso vai ajudar a viabilização de uma saída de mercado".

As informações são da Radiobrás.


01/05/2006 - 16:06h
Folha On Line
Força Sindical pede para governo salvar a Varig

DENYSE GODOY


A Força Sindical aproveitou a festa que está realizando nesta segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho para se manifestar a favor de que o governo federal ajude a salvar a Varig da falência.

"A Varig tem hoje 11 mil trabalhadores diretos e mais de 20 mil indiretos, é uma empresa que tem mais de 60 anos. Quero dizer ao governo Lula: se ele tinha dinheiro para dar para o mensalão, para dar para o mensalinho, para dar para banqueiro, se ele não der dinheiro para salvar a Varig, ele vai cair junto com a Varig", afirmou Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força.

"Não podemos aceitar que uma empresa brasileira seja destruída como está acontecendo com a Varig. Esse é o nosso alerta para que o governo possa salvar uma das empresas mais importantes do Brasil."

Um grupo de cerca de 10 funcionários, ex-funcionários e aposentados da Varig estava presente ao evento, que por volta do meio-dia reunia um milhão de pessoas na praça Campo de Bagatelle, zona norte de São Paulo, segundo informações da Polícia Militar.

"A Varig não quer dinheiro público, nós nunca quisemos. O que nós quisemos foi usar parte do nosso fundo para complementação de aposentadoria [o Aerus] para botar 10 aeronaves de volta para o vôo e pagar a rescisão contratual dos colegas, porque precisamos ainda enxugar a empresa", disse o comandante Tito Walker, membro da associação TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), antes de Paulinho chamá-lo e a seus colegas para o palco e fazer o discurso pedindo a salvação da companhia aérea. "Nós vínhamos há quatro anos indicando que o plano estava sendo usado [pela Varig] para pagar credores externos e quando nós queremos usar R$ 210 milhões, nos impedem, da noite para o dia, numa canetada, mostrando claramente que era uma perseguição e que tem alguma coisa por trás."

Abraçado a uma bandeira do Brasil, o comissário aposentado Amaury Guedes, que entrou na Varig em 1954, afirmou que já perdeu a conta de quantas vezes chorou por causa da crise da empresa --com o rombo do fundo de previdência Aerus, dos funcionários da Varig, ele pode ficar sem receber seu benefício. "Meu filho é comandante e já perdeu o emprego também", disse.

O presidente do sindicato dos aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, afirmou apoiar a proposta de US$ 1,9 bilhão feita dias atrás pelo consultor Jayme Toscano, representando um fundo de investidores europeus interessados na companhia. "Apresentamos a proposta ao juiz porque é a melhor para todas as partes, credores e trabalhadores", disse. "Essa proposta propõe pagar em três meses todo o passivo dos trabalhadores que estão na ativa, quita as dívidas com credores, inclusive com o fundo de pensão Aerus, o que poderia acabar com a intervenção."