Tribuna
da imprensa
02/03/2007
Coluna do Pedro Porfírio
Aerus em debate
Nesta segunda-feira, às 17h30, estarei
falando sobre a situação do pessoal do Aerus
- Fundo de Pensão da Varig e Tranbrasil - na ABI.
O Petros também será abordado por Ricardo
Maranhão. A iniciativa é do Modecon, Movimento
de Defesa da Economia - e será no auditório
do 7º andar. Conto com sua presença.
Valor Econômico
02/03/2007
Infraero estuda anular concessões
da Sata por falta de documentação
José Carlos Pereira, presidente
da Infraero, levará o assunto ao ministro da Defesa
e deve tomar decisão na próxima semana
Roberta Campassi
José Paulo Lacerda/AE
A Infraero estuda cancelar as concessões e pedir
a falência da Sata, empresa que presta serviços
em aeroportos e pertence à Fundação
Rubem Berta, ex-controladora da Varig. Segundo a estatal,
a Sata possui uma dívida acumulada de R$ 300 mil
e não apresentou documentos que permitem a renovação
das concessões. A empresa, por outro lado, afirma
que já regularizou sua documentação
e que pagará, na próxima semana, dívidas
em aberto.
A ação da Infraero será
formatada na semana que vem, segundo o presidente da estatal,
brigadeiro José Carlos Pereira. Ele pretende levar
o assunto ao ministro da Defesa, Waldir Pires, pelo fato
de que o eventual cancelamento das concessões colocaria
em risco o emprego dos quatro mil funcionários da
Sata. "O pedido de falência é uma ação
drástica e estamos avaliando principalmente os aspectos
sociais da questão", afirma Pereira. "Mas
não se pode deixar de cobrar o que é devido
à União."
Segundo Pereira, a Infraero já
avaliou o possível impacto que a anulação
das concessões da Sata teria sobre as operações
das companhias aéreas atendidas por ela. "Seria
mínimo, pois outras empresas poderiam ocupar esse
espaço", afirma.
Não é o que a Sata diz.
"Só nós temos os equipamentos necessários
em algumas das 27 bases que atendemos. Se pararmos, as companhias
param também no dia seguinte", diz Mário
Mariz, principal executivo da Sata.
Segundo o executivo, a companhia hoje
tem 27% do mercado de serviços aeroportuários
- também chamados de "handling", que incluem
o transporte de bagagem e carga, limpeza das aeronaves,
fornecimento de equipe de check-in e de documentação
para os vôos. Entre os principais clientes da companhia
estão a Nova Varig, a VarigLog, a Air France e a
Absa. A sua principal concorrente é a Swissport.
Enquanto a Infraero afirma que a Sata
tem uma dívida de R$ 300 mil, que vem sendo acumulada
há dois anos, Mariz afirma que a companhia deve unicamente
R$ 234 mil à estatal, referentes a tarifas que não
foram pagas no mês de janeiro. Segundo o executivo,
a Sata já negociou com a Infraero e essa quantia
será paga na próxima semana, junto com os
pagamentos relativos ao mês de fevereiro.
Mariz afirma também que a empresa
já enviou toda a papelada exigida pela Infraero,
inclusive as certidões negativas de débito,
documentos que atestam que uma companhia está em
dia com suas obrigações tributárias.
O executivo diz que a Sata já refinanciou todas as
dívidas que possuía com o Fisco - num valor
aproximado de R$ 100 milhões - e vem pagando as parcelas
regularmente.
O atrito entre Infraero e Sata cresceu
no início deste ano, quando a estatal tentou cancelar
concessões da empresa em algumas de suas bases sob
o argumento de que a documentação estava irregular.
A Sata, então, entrou com mandado de segurança
para garantir suas operações. "Estávamos
negociando e ela tomou uma atitude agressiva, acusando a
Infraero de autoritarismo", diz Pereira.
Neste momento, a Sata está buscando
vender ativos para fazer caixa e dar continuidade às
suas operações. "A Sata não vai
falir, não vai quebrar", diz Mariz, que não
divulgou quais bens estão à venda.
As dificuldades financeiras da Sata são
antigas, mas agravaram-se no primeiro semestre de 2006,
quando a Varig, sua principal cliente, deixou de pagar pelos
serviços. Pelo fato de pertencerem ao mesmo controlador,
a Sata continuou atendendo a companhia aérea e arcou
com um prejuízo de R$ 20 milhões, segundo
Mariz. A companhia demitiu 2 mil funcionários em
meados do ano passado. Em agosto, os empregados da empresa
fizeram duas greves em protesto contra o atraso no pagamento
de salários e benefícios.
Na mesma época, o grupo português
Groundforce deu início a negociações
para comprar a Sata, operação que injetaria
capital para a empresa se reerguer e que criaria a quarta
maior prestadora de serviços aeroportuários
do mundo. Mas o acordo acabou não acontecendo. "A
Groundforce mudou seu foco e decidiu concentrar os investimentos
na Europa", diz Mariz.
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