:::::RIO DE JANEIRO - 01 DE OUTUBRO DE 2006 :::::

 

O Dia
01/10/2006
Piloto diz que sentiu um choque, mas não viu avião


Cuiabá - O piloto do avião Legacy, Joe Lepore, e o co-piloto, Jean Palldino, que podem ter chocado com o Boeing da Gol prestaram depoimento juntamente com os cinco tripulantes do jato por cerca de sete horas na sede da Polícia Judiciária Civil em Cuiabá (MT). Eles foram ouvidos como vítimas do acidente que vitimou 155 pessoas do Boeing da Gol.

Dentre os passageiros há um jornalista do jornal americano The New York Times - Joe Sharkey -, além do piloto americano Joe Lepore, do co-piloto americano Jean Palldino, os americanos e proprietários da empresa Excel Air, Ralph Michielli e David Rimmer, os funcionários da Embraer, o brasileiro Daniel Bachmann e o americano Henry Yendle.

As equipes de salvamento reiniciam os trabalhos de busca de corpos nesta manhã. Uma equipe de salvamento está abrindo uma clareira no meio da mata amazônica, localizada na Reserva Indígena no Xingu para iniciar os trabalhos de translado dos corpos, identificação e embalsamento.

Depoimento dos integrantes do Legacy

Uma equipe composta pelo diretor da Policia Judiciária Civil, Romeu Luis dos Santos, o delegado Anderson Garcia e o delegado Marcelo Filisbino realizou na noite de sábado e manhã de domingo, os interrogatórios para descobrir as causas do acidente.

O piloto e co-piloto do jato Legacy caso forem culpados, podem ser acusados de homicídio culposo, neglicência, imperícia e imprudência. A sentença pode ser encaminhada aos Estados Unidos, onde será homologada à Suprema Corte Americana, onde lá cumpririam pena. Além do inquérito civil, eles devem responder à prosseguimentos com a aeronáutica.

"Eles afirmam que não viram nada, ouviram um impacto e sentiram um choque no avião. Após o choque houve um desequilíbrio na aeronave e solicitaram à torre para pousar na base área de Cachimbo (PA)", relatou o delegado Anderson Garcia que ouviu o piloto e co-piloto.

Segundo o delegado Anderson Garcia, o avião Legacy estava na altura de 37 mil pés quando houve o choque. O piloto do avião afirma que eles estavam cumprindo a rota de vôo. "Eles falam que não mudaram de rota. Nós vamos solicitar a Infraero os planos de vôo das duas aeronaves e solicitar perícia das duas caixas pretas", disse Garcia.

No momento do choque, o Legacy estava no automático e após o acidente teve a parte traseira superior (aprofundador) danificada. O choque fez alterar o equilíbrio da aeronave que recobrou estabilidade após meia-hora.

O diretor da Policia Judiciária Civil, Romeu Luis dos Santos disse que foi uma decisão da Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso em determinar que os sete ocupantes do avião Legacy prestassem depoimento em Cuiabá para acelerar as investigações já que estavam na base aérea do Cachimbo (PA). Foi aberto um inquérito civil pela Policia Judiciária Civil de Mato Grosso e um outro inquérito pela Infraero.

O delegado Anderson Garcia que acompanha as investigações, afirmou que ainda é muito cedo e prematuro para fazer qualquer avaliação. "Iremos apurar e julgar quem forem os culpados. Eles foram ouvidos e não temos indícios de autoria na colisão com o Boeing. A perícia das aeronaves nos auxiliarão na apresentação de indícios".

A aeronave está na base aérea Serra do Cachimbo para ser periciada. Sobre o equipamento transponder que permite a identificação da posição da aeronave por outros aviões. Garcia declarou que o equipamento não disparou em nenhum momento, para informar a presença de outra aeronave.

"Os ocupantes do Legacy ficaram chocados ao saber do acidente. Além disso reafirmaram que sentem muito pelas vitimas e seus familiares". O avião Legacy, de fabricação da Embraer havia sido comprado pela empresa de Táxi-aereo Excel Air.

O depoimento dos sete ocupantes do avião iniciou às 21h de sábado e encerrou às 4h30 deste domingo. Eles estavam acompanhados do vice-cônsul dos Estados Unidos, sediado em Brasília, Mark Pannel; do advogado da Embraer, Antonio Carlos Gonçalves e duas assessoras de imprensa da Embraer; Após o depoimento não foi permitido a imagem e entrevista dos integrantes do Legacy.

A equipe de reportagem da TV Cidade, afiliada do SBT foi até o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande para registrar imagens dos tripulantes e pilotos do jato, no entanto foram detidos às 4h30 pela Policia Federal. A equipe teve que prestar depoimento, pois estava em aérea reservada, eles foram liberados às 6h.

 

 

O Dia
01/10/2006
Acidente da Gol: Resgate recomeçou às 6h; não haveria sobreviventes

Cuiabá - As operações de resgate das vítimas do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, que caiu na sexta-feira em região de difícil acesso, no norte de Mato Grosso, foram retomadas às 6h deste domingo com poucas esperanças de se localizar sobreviventes.

Seis peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Brasília embarcaram para o local do acidente, onde ajudarão na identificação dos corpos das vítimas. Sete militares passaram a noite próximo ao lugar onde o avião caiu e devem abrir clareira para facilitar o pouso de helicópteros no local. Ante a probalidade de todos os 155 passageiros e tripulantes estarem mortos, autoridades anunciaram também a utilização de caminhões frigoríficos para transportar os corpos das vítimas. Apesar do contigente utilizado, o trabalho de resgate, localização e transporte deve ser demorado.

No começo da noite de sábado, a Anac divulgou as primeiras fotos dos destroços do avião, em meio à mata fechada, a 200 km a sudeste do município de Peixoto de Azevedo. O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que encontrar sobreviventes do acidente aéreo da Gol seria um "milagre". O brigadeiro acredita que a chance é de 0,01%.

"Um impacto a 11 mil metros no meio da Selva Amazônica eu coloco na categoria de um milagre quase impossível", disse. A possibilidade de não haver sobreviventes foi ampliada pelo fato de os fragmentos estarem concentrados e uma área, sugerindo que o Boeing caiu de bico e não houve possibilidade de o piloto tentar um pouso de emergência.

Índios de aldeias próximas foram chamados para ajudar no resgate. O acesso é difícil, e os militares tiveram de abrir uma clareira na densa vegetação para facilitar a operação com helicópteros. Dois pára-quedistas também foram lançados de uma aeronave para avaliar a área e preparar uma pista de pouso.

Cerca de 200 técnicos, médicos e pilotos militares já se encontram na base Brigadeiro Velloso, na Serra do Cachimbo e nas imediações do local da queda do Boeing.

A Aeronáutica informou que estão envolvidos na operação cinco helicópteros, quatro aviões e uma aeronave com UTI aérea, que aguarda para fazer resgate.
Com informações do Terra

 

 

O Dia
01/10/2006
Destroços de avião são encontrados em raio de 10 km

Cuiabá - Destroços do Boeing 737-800 da Gol que caiu na sexta-feira no norte do Mato Grosso foram localizados em um raio de 10 km, em região de mata fechada. De acordo com peritos, o avião pode ter se desintegrado no ar.

O resgate das vítimas é feito neste domingo e envolve sete helicópteros. A perícia aguarda autorização da Polícia Civil do Mato Grosso para realizar os trabalhos no local. A previsão é que o resgate seja concluído em pelo menos uma semana.

Há dificuldades de comunicação no local, já que a fazenda Jarinã, que é a base das operações, conta com apenas um telefone. Durante a noite, 15 homens trabalharam na abertura de uma clareira para possibilitar o pouso de helicópteros em um ponto mais próximo do local do acidente.

 

 

Folha de São Paulo
01/10/2006
Mortos devem chegar a 155 no maior acidente aéreo da história
Equipes de resgate só viram "corpos e mais pedaços de corpos, nada além disso", diz Infraero
Jato menor sumiu das telas do controle aéreo por pane, mudança de rota ou falha no radar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

É "remotíssima" a chance de haver sobreviventes entre os 149 passageiros e seis tripulantes que estavam no vôo 1907 da Gol que caiu anteontem no Mato Grosso, segundo a Aeronáutica. O Boeing 737-800 saiu de Manaus rumo ao Rio, com escala em Brasília, e caiu após um incidente não esclarecido com um jato executivo Legacy, fabricado pela Embraer.

O Legacy, com sete pessoas a bordo, entre eles dois repórteres do "The New York Times", conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo, no sul do Pará.

A FAB (Força Aérea Brasileira) e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) informaram que não seria possível afirmar se alguém saiu vivo porque as equipes de resgate não tiveram "acesso total" ao local.

O presidente da Infraero, o tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, é menos cauteloso e diz que é "impossível" alguém ter sobrevivido: "As equipes da Força Aérea já percorreram toda a área do acidente sem encontrar nenhum vestígio de sobrevivência possível. Apenas corpos e mais pedaços de corpos, nada além disso".

Se confirmadas as 155 mortes, será o maior acidente aéreo da história brasileira. O desastre recordista até então ocorreu em 1982. Um avião da Vasp caiu no Ceará, com 137 mortes.

Os destroços do Boeing foram localizados ontem pela manhã na fazenda Jarinã, no norte de Mato Grosso, na fronteira com o Pará. A Infraero disse que há indícios de que o avião caiu praticamente na vertical, a mais de 400 km/h, até o seu nariz se chocar com o solo.
Por causa da mata fechada, a equipe da FAB só desceu no local às 13h30 de ontem, quase 21 horas após o horário estimado do acidente. Com a dificuldade de atravessar a mata a pé, dois militares foram lançados de pára-quedas e outros desceram de helicópteros por meio de rapel para buscar sobreviventes. Índios caiapós também ajudam na busca.

A remoção de corpos deve começar hoje. Eles devem ser encaminhados para Brasília.
A causa do acidente ainda é um mistério. Os sete ocupantes do Legacy, todos norte-americanos, permaneciam incomunicáveis, e o teor do depoimento dos dois pilotos à Aeronáutica não havia sido divulgado.

O acidente ocorreu a 37 mil pés -ou 11.200 metros. O jato Legacy deveria, em tese, estar nesta rota com destino aos Estados Unidos, e o da Gol, 300 metros abaixo -a 36 mil pés. As rotas funcionam como pistas virtuais no espaço aéreo, com "faixas" de ida e vinda com alturas diferentes.

As torres do Cindacta (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) em Brasília não detectaram a possibilidade de choque entre os aviões porque o Legacy desapareceu dos radares. O desaparecimento do jato no radar pode ter ocorrido por três motivos:

1) Mudança de rota;
2) Pane no sistema elétrico da aeronave;
3) Falha de um dos radares da Aeronáutica. O céu estava carregado de nuvens no momento do incidente.

A Anac não confirma que houve colisão entre os dois aviões -classificou a possibilidade de "especulação".

O avião da Gol começara a operar havia 17 dias e tinha só tinha 234 horas de vôo. Foi o primeiro acidente com vítimas envolvendo o modelo 800 do Boeing-737, a versão mais moderna do avião comercial mais vendido do mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota lamentando as mortes e decretou três dias de luto nacional.

 

 

Jornal do comercio Pernambuco
01.10.2006
Acidente aéreo - Passageiros do Legacy não viram avião da Gol

Nos depoimentos dados durante toda a noite de sábado (30) e a madrugada de hoje, os tripulantes (piloto e co-piloto) e os cinco passageiros do jato Legacy 600, que colidiu com o Boeing da Gol, disseram, segundo relato da Polícia Civil de Mato Grosso que sentiram o impacto, ouviram o barulho e nada viram. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que eles foram ouvidos na qualidade de vítimas. Um dos cinco passageiros é brasileiro: Daniel Robert Bachmann, funcionário da Embraer, da área comercial da empresa.

Recém comprado pela empresa Excell Air Services, o Legacy partiu de São José dos Campos, em São Paulo, com destino aos Estados Unidos e escala prevista em Manaus. Conforme relato da tripulação do jato as conseqüências da colisão com o Boeing se resumiram a um certo desequilíbrio na aeronave, logo controlado e a danos em duas peças: o aprofundador, localizado na cauda do avião e o mindlet, situado na ponta da asa esquerda, e cuja função é auxiliar na estabilidade do avião.

Os depoimentos foram feitos separadamente, no âmbito do inquérito que apura as causas do acidente que derrubou o Boeing 737-800 da Gol, com 149 passageiros e 6 tripulantes.

Segundo o delegado Anderson Garcia, que tomou os depoimentos do piloto do avião, Joe Lepore e do co-piloto Jan Palladino, a decisão de pousar na Base Militar da Serra do Cachimbo foi uma "precaução" diante das avarias detectadas no avião, visíveis pela janela. "Foi um dano pequeno, segundo eles", explicou Garcia.

Segundo o delegado os dois tripulantes afirmaram que a aeronave, que fora comprada dias antes na fábrica da Embraer em São José dos Campos, possui equipamento anticolisão (dispositivo que identifica a aproximação de outra aeronave). Mas por um motivo desconhecido o alarme não disparou. Piloto e co-piloto também informaram que a rota que seguiam a 37 mil pés de altitude (aproximadamente 10 quilômetros) foi autorizada pela Torre de Controle de São José dos Campos e que não se desviaram dela.

A Polícia do Mato Grosso vai requisitar o plano de vôo do Legacy arquivado na torre de controle de São José dos Campos, vai analisar o conteúdo da caixa preta das duas aeronaves (na verdade são amarelas e trazem o registro de alterações ocorridas durante os vôos), e vai periciar a aeronave, que está retida na Base Militar da Serra do Cachimbo. Os resultados serão confrontados com os depoimentos. "Vamos checar. Se ficar comprovado que houve negligência, imprudência ou imperícia, piloto e co-piloto poderão ser enquadrados no crime de homicídio culposo", explicou Garcia, que também é chefe e inteligência da Polícia Civil do Mato Grosso.

Conforme relato dos dois tripulantes, o Legacy decolou de São José dos Campos às 14h47. A colisão teria ocorrido por volta das 17 horas, e 30 minutos depois o jato fez o pouso de emergência na Serra do Cachimbo. A aeronave estava no piloto automático , como de praxe, e passou a ser conduzida manualmente após o impacto. Piloto e co-piloto informaram que estavam acordados, que a visibilidade era boa e que estavam recebendo normalmente as comunicações do Comando do tráfego aéreo.

Os tripulantes, segundo relato do delegado, informaram que não viram nada e que só perceberam o impacto. O jornalista a bordo da aeronave, Joe Schrkei, relatou, segundo o delegado, que estava escutando uma reportagem dele, no momento do impacto. "Sentiu o impacto, olhou pela janela e viu que a aeronave tinha sido atingida!", disse Garcia. Segundo relato do delegado, o jornalista americano teria dito, também, que logo se tranqüilizou, porque o avião se estabilizou.

Os tripulantes e passageiros do Legacy deixaram a sede da Polícia Civil de Cuiabá por volta das 6 horas de hoje, e seguiram para o aeroporto. Eles retornaram para São José dos Campos e estão livres para deixar o País. "Não há motivo para retê-los", explicou Garcia. Segundo ele, se ficar comprovada qualquer responsabilidade do piloto e co-piloto no acidente, eles poderão ser ouvidos por carta rogatória. Uma eventual sentença seria homologada pela Suprema Corte Americana o cumprimento da pena poderia ocorrer nos Estados Unidos. Os tripulantes e passageiros do Legacy estavam acompanhados de mais dez pessoas. Entre elas, o vice-consul norte-americano em Brasília, um advogado da Embraer e funcionários da empresa.
Fonte: AE

 

 

Folha Online
30/09/2006 - 21h25
Saiba como é o trabalho das equipes que buscam vítimas do vôo 1907
da Folha Online
da Folha de S.Paulo


As operações de resgate encontraram neste sábado os destroços do Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907 e caiu sexta-feira (29) em Mato Grosso. A localização ocorreu por volta das 9h, quase 20 horas após o provável horário da queda do avião em Mato Grosso.

O Comando da Aeronáutica informou que, como parte das buscas, equipes começaram a abrir uma clareira em meio à densa vegetação e descer até o local do acidente. Veja como foi:

 

 

O Dia
30/9/2006 21:17h
Avião da Gol caiu de bico na selva
Vôo 1907: Buscas são suspensas e serão retomadas neste domingo

A FAB e a Anac informaram que as buscas por sobreviventes do vôo 1907 da Gol foram suspensas no fim da tarde deste sábado, por falta de luz natural e serão retomadas na manhã de domingo.

O Comando da Aeronáutica informou que dois militares especializados em busca e resgate desceram em uma área próxima ao local onde foram encontrados os destroços do avião da Gol, que caiu nesta sexta-feira com 155 pessoas a bordo após um choque com um jato Legacy.

Os destroços foram localizados na manhã deste sábado em uma área de mata serrada no Mato Grosso, em plena floresta amazônica, a 200km a oeste do município de Peixoto de Azevedo e da rodovia BR-163. Isso seria o equivalente a cerca de cinco horas de caminhonete em estrada de terra.

O lugar fica entre duas aldeias indígenas no Alto Xingu. As autoridades prevêem que as operações de resgate devam demorar pelo menos três dias. Não há indícios de sobreviventes do acidente que  já é considerado o pior acidente da história da aviação brasileira.

O acesso é difícil e os militares tentam abrir uma clareira na densa vegetação para facilitar a operação com helicópteros. Dois pára-quedistas também foram lançados de uma aeronave para avaliar a área e preparar uma pista de pouso.

A Aeronáutica informou que estão envolvidos na operação cinco helicópteros, quatro aviões e uma aeronave com UTI aérea, que aguarda para fazer resgate na região da Serra do Cachimbo.

Queda em posição vertical

Uma comissão que vai investigar as causas do acidente já está no local. A hipótese principal é que o avião tenha se chocado com o Jato Legacy 600, mas as autoridades que comandam a investigação afirmam que, por enquanto, qualquer informação sobre a colisão entre as duas aeronaves é mera especulação".

O jato teve a asa danificada e o piloto foi obrigado a fazer pouso forçado na Base Aérea de Cachimbo, no Pará. A aeronave levava um grupo de americanos a bordo. Os tripulantes do jato já prestaram depoimento, mas disseram só ter vito um "vulto".

Só depois de analisarem os destroços do Boeing, técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terão condições de dizer qual foi o ângulo de colisão. A suspeita inicial é de que a asa do Legacy cortou como uma navalha o dorso do Boeing.

Segundo a Infraero, o avião da Gol sofreu uma queda vertical.

Além do possível erro humano, outras causas estão sendo analisadas pelos peritos da Aeronáutica e da Anac. A possibilidade de falha no radar do avião da Gol que caiu no Mato Grosso é considerada remota. As investigações podem durar até três meses para serem concluídas.

A aeronave da Gol partiu às 15h35 desta sexta-feira (horário de Brasília) do aeroporto de Manaus e tinha chegada prevista ao aeroporto de Brasília às 18h12. O último contato
com a aeronave ocorreu às 17h00.

Estavam a bordo 155 pessoas, sendo que 149 delas eram passageiros e 6 tripulantes. Sete passageiros seguiam para o Rio e 71 desceriam em Brasília.

Segundo a Gol, a aeronave, um Boeing 737-800, era a mais nova da frota - foi recebida nova do fabricante no último dia 12 de setembro - e tinha apenas 200 horas de vôo.

A FAB e a Anac informaram que as buscas por sobreviventes do vôo 1907 da Gol foram suspensas no fim da tarde deste sábado, por falta de luz natural e serão retomadas na manhã do domingo.

Com informações da Agência Brasil

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 21h09m
Primeiras fotos divulgadas

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 18h56m
Governo do Mato Grosso diz que não há sobreviventes na queda do avião da Gol
Bernardo de la Peña - O Globo

CUIABÁ - O secretário de segurança do Mato Grosso, Célio Wilson de Oliveira, informou há pouco que recebeu das equipes do governo estadual que acompanham as buscas por sobreviventes da queda do avião da Gol Linhas Aéreas, perto do município de Peixoto de Azevedo, no norte do estado, a informação de que não há sobreviventes do acidente. A informação teria vindo dos militares que estão no local onde caiu o avião, a cerca de 200 quilômetros do município.

Segundo Oliveira, a polícia pretende ouvir o mais rápido possível os tripulantes e passageiros do jato executivo Legacy, que teria se chocado com o avião da Gol. A Polícia do Mato Grosso instaurou um inquérito para apurar as causas e eventuais responsáveis pelo acidente.

- Eles (os tripulantes) estão aos cuidados da Aeronáutica e serão deslocados para cá e serão ouvidos o mais rápido possível. Ainda não sei quando isso acontecer, mas deve ser hoje ou amanhã, depende da disponibilidade da Aeronáutica - explicou Oliveira.

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 18h44m
FAB: primeira equipe chegou às 13h30m no local do acidente
O Globo

BRASÍLIA - A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nota na qual relata que os primeiros homens da equipe de resgate chegaram por volta das 13h30m deste sábado à área do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, nas cercanias da Reserva Nacional Indígena do Xingu, no Estado do Mato Grosso. O avião caiu na noite de sexta-feira.

Dois militares especializados em busca e resgate desceram ao local para abrir uma clareira na vegetação densa, de forma a criar um espaço para que os helicópteros com as equipes possam pousar e dar início aos trabalhos em terra. Dois pára-quedistas, lançados de uma aeronave SC-95, também já chegaram à localidade. Eles vão avaliar o local e ampliar a base de apoio à operação de resgate.

Estão participando da operação - que mobiliza mais de 200 militares, além de policiais - as seguintes aeronaves: dois helicópteros H-1H, dois helicópteros H-60 Black Hawk, sendo um do Exército Brasileiro, um helicóptero H-34, duas aeronaves R-99, um SC-95 Bandeirante, com capacidade de busca e um C-130 Hércules, que decolou do Rio de Janeiro conduzindo equipes de resgate especialmente treinadas para ações em locais de difícil acesso. A Força Aérea Brasileira acrescenta que uma aeronave C-97, equipada como UTI aérea, está de prontidão, na região de Cachimbo, para prestar todo apoio que for necessário.

Foi informado ainda que "a comissão para investigação do acidente aeronáutico já se encontra no local e iniciou os trabalhos para apurar os fatores que contribuíram para o acidente".

 

 

Revista Veja
30 de Setembro de 2006 - 18:20h
Avião da Gol sofre queda vertical. Infraero diz que não há chance de sobreviventes

O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, estatal que administra os aeroportos nacionais, disse neste sábado que considera "muito difícil" haver sobreviventes entre os 149 passageiros e seis tripulantes do Boeing 737-800 da Gol, que caiu no norte do Mato Grosso na noite desta sexta-feira. "A experiência mostra que quando há destroços concentrados significa que o avião bateu na posição vertical. Imagine a velocidade que ele chega ao solo, caindo de uma altitude."

Nenhuma autoridade confirma o motivo da queda, que pode ter ocorrido por choque com outra aeronave no ar - um Legacy, que conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo, com a asa e cauda avariadas. As investigações das causas do acidente devem durar pelo menos três meses. O Boeing 737-800 fazia o vôo 1907, de Manaus para o Rio, com escala em Brasília.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião saiu de Manaus às 15h35 desta sexta e deveria ter pousado na capital federal às 18h12. Às 16h48, contudo, o Boeing sumiu dos radares do controle de tráfego aéreo. Conforme nota oficial da Gol, o último contato com o avião ocorreu às 17h, via rádio. O avião, recebido pela Gol no último dia 12, tinha apenas 200 horas de vôo.

Sem indícios - Em nota divulgada no fim da tarde deste sábado, a Força Aérea Brasileira (FAB), que participa das ações de resgate, informou que "cinco militares da FAB, especializados em busca e resgate, encontram-se no local do acidente, junto aos destroços da aeronave acidentada".

Ainda segundo a nota da FAB, a equipe está preparando a área para que outras equipes cheguem até o local, mas "até o presente momento não há indícios de sobreviventes na área". Os destroços da aeronave foram localizados a 200 km da cidade de Peixoto Azevedo, em meio à mata fechada. Segundo o presidente da Infraero, a região é de difícil acesso e a equipe de resgate usa helicópteros e cordas para chegar ao local. Cerca de 200 pessoas, entre civis e militares, participam dos trabalhos.

Nota conjunta - Pouco antes, nota conjunta da Aeronáutica, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Infraero dizia que não era possível ainda dizer se havia ou não sobreviventes do acidente. Segundo autoridades que coordenam o resgate, as primeiras equipes de socorro que chegaram ao local disseram que os corpos estavam muito mutilados.

De acordo com a nota, dois militares especializados em busca e resgate conseguiram descer numa área próxima aos destroços do avião e estão abrindo uma clareira em meio à densa vegetação para que helicópteros cheguem ao local. Além disso, dois pára-quedistas foram lançados de uma aeronave SC-95 para avaliar uma área próxima para servir de pista de pouso e apoiar operações de resgate.

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 18h12m
Infraero afirma oficialmente que não há sobreviventes
Alan Gripp - O Globo

BRASÍLIA - O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, acaba de informar ao jornal "O Globo" que não há possibilidade de haver sobreviventes do acidente com o Boeing 737-800 da Gol, que caiu na sexta-feira no Mato Grosso.

- Recebi informações das equipes de resgate, que percorreram todo o perímetro do acidente, e não há a menor chance de haver sobreviventes do acidente.

A informação foi passada no momento em que o representante do comando da Aeronáutica, brigadeiro Leite, dava uma entrevista para a imprensa dizendo que ainda não é possível afirmar que não há sobreviventes.

- Não posso responder pelo comando da Infraero. O que eu posso dizer é que a Aeronáutica ainda não pode dizer que não há sobreviventes - esclareceu o brigadeiro.

 

 

Folha Online
30/09/2006 - 18h12
Para Aeronáutica, chance de haver sobreviventes é "remotíssima"; para presidente da Infraero, é "zero"
da Folha Online

A possibilidade de encontrar com vida algum dos passageiros do Boeing 737-800 da Gol, que caiu na tarde de sexta-feira em Mato Grosso, é "remotíssima", afirmou no final da tarde deste sábado o brigadeiro Antonio Gomes Leite Filho, representante do comando-geral da Aeronáutica. O acidente com o avião da Gol, que transportava 149 passageiros e seis tripulantes, é o maior da história da aviação brasileira.

Ao lado do presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, Leite explicou que, por conta do difícil acesso ao local onde foram encontrados os destroços, não há prazo para a retirada dos possíveis corpos encontrados. As buscas foram encerradas hoje às 17h45, quando anoiteceu na região, e serão retomadas no domingo de manhã, "ao nascer do Sol", diz a FAB (Força Aérea Brasileira).

Enquanto a Anac prefere a cautela e não confirma nenhuma morte, o presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou que não há nenhum sobrevivente.

"Na prática nós sabemos que é impossível que alguém tenha sobrevivido", disse à Folha Online, no final da tarde deste sábado. "As equipes da Força Aérea já percorreram toda a área do acidente sem encontrar nenhum vestígio, nenhum indício de sobrevivência possível. Apenas corpos e pedaços de corpos e mais pedaços de corpos, nada além disso".

As equipes da FAB chegaram ao local onde foram encontrados os destroços da aeronave apenas nesta tarde, quase 20 horas após o provável horário da queda do avião em Mato Grosso. Os pedaços do avião foram localizados por volta das 9h de hoje, em uma área de mata muito fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo. Segundo a FAB, a localização exata é de 10º 29' sul e 53º 15' oeste.

Efe
Parentes de passageiros esperam, em Manaus, por notícias sobre acidente da Gol; veja fotos
Parentes de passageiros esperam, em Manaus, por notícias sobre acidente da Gol; veja fotos
O acesso ao local foi feito a partir de uma clareira próxima. Uma vez no local, foram iniciados os trabalhos para abrir mais espaços na mata para permitir o pouso de outros helicópteros.

Assim, a dificuldade de acesso ao local do acidente reduz cada vez mais as chances de que as equipes de resgate localizem e resgatem possíveis sobreviventes. Mesmo assim, a FAB ordenou que o hospital de Peixoto Azevedo deixe médicos de prontidão para receber possíveis feridos.

Mesmo sem a confirmação das mortes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de nota, disse ter recebido "com enorme pesar" a notícia sobre o acidente que "tomou a vida dos passageiros e tripulantes que voavam de Manaus para Brasília". A Presidência comunicou ainda que o presidente decidiu decretar três dias oficias de luto nacional. "Está seguro de assim poder expressar a comoção que a queda do vôo 1907 causou à nação brasileira."

Efe
Gol divulgou telefone para que parentes de passageiros recebessem informações
Gol divulgou telefone para que parentes de passageiros recebessem informações
Ao lamentar o ocorrido a Gol também anunciou, por meio de nota, a garantia de assistência aos parentes de todos os passageiros do Boeing em qualquer aspecto necessário, incluindo hospedagem, transporte, alimentação, assistência médica, Atendimento psicológico especializado, assistência religiosa e custeio dos funerais.

"Todos os colaboradores da Gol estão comprometidos e engajados em atender às necessidades imediatas das famílias desses passageiros", disse o presidente da companhia, Constantino de Oliveira Júnior.

Colisão

Por enquanto, não foi confirmado oficialmente se a queda do Boeing teria sido causada por uma colisão com um avião menor, um jato Legacy, fabricado pela Embraer, que conseguiu fazer pouso de emergência sem feridos na base aérea da serra do Cachimbo. O Legacy levava quatro passageiros, todos americanos (entre eles um repórter do "New York Times", além do piloto brasileiro.

A posição oficial da Aeronáutica, Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e Infraero (estatal que administra aeroportos) é de que ainda é muito cedo para "especular" as possíveis causas do acidente, e que qualquer conclusão seria "mera especulação".

Efe
Parentes de passageiros do avião da Gol fazem apelo por mais informações
Parentes de passageiros do avião da Gol fazem apelo por mais informações
Apesar disso, a Aeronáutica convidou o piloto e os quatro passageiros a permanecer na base aérea do Cachimbo até que seja determinado o que ocorreu com a aeronave. Segundo a Anac, o processo levará mais de três meses para ser concluído.

O piloto do Legacy foi ouvido durante 5 horas neste sábado, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações --a Infraero tampouco informou o nome dos passageiros do jato.

O piloto da Gol, o comandante Décio Chaves Jr., tinha 15 mil horas de vôo. A Gol informou que o avião desaparecido era novo --tinha apenas 200 horas de vôo. Segundo a empresa aérea, o Boeing foi recebido do fabricante em 12 de setembro passado.

Alan Marques/Folha Imagem
Parentes dos passageiros do vôo da Gol 1907 recebem no DF a notícia que avião foi achado <BR>
Parentes dos passageiros do vôo da Gol 1907 recebem no DF a notícia que avião foi achado
O vôo 1907 saiu de Manaus e seguia para Brasília. Já o Legacy saiu de São José dos Campos, interior de São Paulo, e seguia para os Estados Unidos. Antes, faria uma possível parada em Manaus para abastecer. A aeronave que fez pouso forçado está com uma asa avariada e problemas hidráulicos, segundo a Infraero.

Perguntas

Segundo o brigadeiro José Carlos Pereira, piloto experiente, é preciso descobrir o motivo de dois aviões bem equipados e novos estarem no mesmo nível, quando deveriam estar a uma distância mínima de 300 metros. "São aviões com equipamentos anticolisão. Precisamos saber por que eles não evitaram o acidente", disse o brigadeiro.

Pereira também levantou a necessidade de esclarecimentos acerca do fato de qual avião estaria acima ou abaixo do nível correto, e ressaltou que a altura das aeronaves, entre 36 e 37 mil pés, é completamente visualizada por radares.

Na velocidade em que os aviões estavam, de acordo com Pereira, seria impossível aos pilotos fazerem qualquer identificação visual de outro avião. No entanto, os equipamentos deveriam ter alertado sobre a possibilidade de rotas coincidentes.

Quando isso acontece, o sistema alerta o piloto com sinais sonoros e luminosos, além de orientar o procedimento. "O piloto não precisa raciocinar, basta seguir a orientação", explicou.

 

 

O Globo Online
30/09/2006
às 17h45m
Equipes de resgate já tratam do translado dos corpos de vítimas
Regina Alvarez - O Globo

BRASÍLIA - As equipes de resgate começam no domingo o translado dos corpos das vítimas da queda do Boeing 737-800 da Gol, no Parque do Xingu, na divisa do Mato Grosso com o Estado do Pará. O major Márcio Tadeu Firme, comandante do Batalhão da PM na região de Peixoto de Azevedo (MT), informou ao jornal "O Globo" que foram contratados caminhões para transportar os corpos até a Base Aérea de Cachimbo.

Como o local do acidente é de difícil acesso, o translado deve envolver uma operação complexa e demorada. Os corpos terão que ser transportados de helicóptero desde a clareira aberta no meio da selva até o local onde estarão os caminhões. De lá, seguirão por uma estrada de terra até a Base Aréa de Cachimbo, a cerca de 280 quilômetros do local.

Segundo o major Tadeu Firme, a viagem pode durar cerca de oito horas, pelas condições precárias da estrada. Alguns caminhões foram cedidos por empresas da região a pedido de políticos locais.

- Os caminhões são necessários por causa do estado dos corpos - explicou o comandante da PM.

O major explicou que as equipes de resgate estão abrindo uma clareira no local do acidente e vão permanecer lá durante toda a noite. O helicóptero da PM sobrevoou o local da queda do Boing 737-800 pela manhã, mas só conseguiu pousar a 32 quilômetros do local. As equipes tiveram dificuldade de encontrar os destroços do Boeing, porque eles estão concentrados em um local bastante pequeno, explicou o comandante, o que reforça a informação da Infraero de que o avião teve uma queda vertical.

- Não houve pouso de barriga. Naquelas condições dificilmente alguém poderia sobreviver - disse o major.

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 17h15m
Passageira diz que outro avião da Gol evitou colisão por um triz
Paula Máira - Extra

RIO - No dia 12 de setembro deste ano, entre 20h50m e 22h40m, os passageiros do vôo 1753 da Gol (Porto Alegre-Congonhas) podem ter escapado por um triz de colisão do Boeing 737-700 com uma aeronave de pequeno porte. O quase acidente teria ocorrido no meio da viagem de volta para casa da executiva Miriam Matos, de 35 anos.

— Foram os 60 segundos mais longos de minha vida - conta a passageira.

Segundo Miriam, gerente de novos negócios de uma empresa paulista de comunicação, o avião sacudiu e começou a descer exatamente no instante em que os comissários de bordo serviam bebidas. Por intermédio de um amigo, ela obteve de um tripulante do vôo a assustadora explicação: o comandante teria sido obrigado a um brusco desvio de rota, para evitar o acidente.

No avião de 38 toneladas e com assentos para 144 passageiros, Miriam testemunhou cenas típicas de filmes de catástrofe:

— Os comissários correram, pessoas gritavam e desmaiavam. Houve clima de pânico.

A passageira lembra que ainda tentou obter informações sobre as causas da turbulência, mas a tripulação se

negou a prestar qualquer esclarecimento.

— Um amigo meu que é comissário entrou em contato com uma colega, tripulante do meu vôo. Segundo a explicação dela, o comandante contou à equipe que houve de fato risco concreto de colisão.

David Barioni, vice-presidente técnico da GOL, negou neste sábado que o incidente tivesse sido causado pela existência de um avião em rota de colisão com a aeronave. Segundo ele, a mudança repentina de altitude foi causada por forte turbulência.

Veja o relato da passageira:

‘Foi pânico geral. O avião despencava’

“Talvez tudo tenha acontecido em um único minuto, um minuto interminável. O avião sacudiu tanto que as bebidas servidas pelos comissários entornaram. Fiquei encharcada de suco de manga. Pessoas gritavam. Foi pânico geral.

A minha irmã, Damaris, de 41 anos, desmaiou do meu lado. As luzes de emergência se acenderam. O avião despencava. Os comissários, transtornados, correram para o fundo do avião. Nada de explicações. Só pensava no meu filho de 1 ano. Um amigo comissário apurou com uma tripulante do vôo que o avião teve de fazer um desvio brusco para não colidir com outro, menor.

Questionei a Gol. Um comandante me ligou e disse que houve só uma turbulência normal. Não acreditei. Meus amigos acharam absurda a minha história. Virei motivo de chacota. Agora, 17 dias depois, uma tragédia dessas, nas mesmas circunstâncias. É assim que funciona o tráfego aéreo? Voar nestas condições é seguro? Pode um piloto ter de detectar outro avião apenas segundos antes de uma possível colisão?”

 

 

Estadão
30 de setembro de 2006 - 14:12
Falha humana deve ter causado queda do avião, dizem militares
Secretário de Segurança do Mato Grosso abriu inquérito para investigar as causas e apurar as responsabilidades pelo acidente
Tânia Monteiro e Vanildo Mendes

BRASÍLIA e CUIABÁ - Embora ninguém se arrisque a listar as possíveis causas da queda do avião da Gol na tarde de sexta-feira, militares especulam que a causa mais provável do acidente seja um conjunto de erros humanos. A especulação do conjunto vem das dúvidas sobre por que os dois aviões estavam na mesma altitude, por que as alturas não foram corrigidas quando os alarmes soaram no Legacy e no Boeing da Gol e por que o Centro de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília, não advertiu os dois pilotos para que mudassem de altura.

Além do depoimento do piloto americano do Legacy, as fitas do Cindacta com as imagens (pontinhos representados por números) dos dois aviões foram resgatadas para serem analisadas. O último horário em que as aeronaves aparecem no painel de controle foi às 16h48. A partir daí elas desaparecem. Mas há outros registros de contatos do piloto do Legacy falando em emergência informando que precisava pousar na pista da Base de Cachimbo, no sul do Pará.

Na hora que os dois aviões desapareceram da tela, soou um alarme no Cindacta. O operador responsável pela tela, na hora do acidente, também foi ouvido.

A investigação aberta pela Força Aérea tem prazo de pelo menos 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, por quantas vezes forem necessárias, até ser encontradas todas as causas do acidente. Esta investigação tem prazo flexível porque o objetivo da investigação do Centro de investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) não é buscar culpados, mas verificar todos os motivos que levaram ao acidente e evitar que outros ocorram pelo mesmos motivos.

Apuração

A apuração de responsabilidades é da Polícia, de acordo com a Aeronáutica. O piloto do Legacy, que é americano, já foi ouvido. Mas ficará à disposição da Justiça, até que seja liberado para retornar ao seu país. Ele não está detido, mas à disposição para ajudar nas investigações. Já o avião não pode deixar o país, até porque não tem condições técnicas, para ser detidamente periciado. Não há registro, no entanto, de qualquer comunicação do piloto da Gol depois do choque.

Como os aviões comerciais seguem rigorosamente todos os procedimentos estabelecidos, como altitude e rota, e o piloto Décio tinha mais de dez mil horas de vôo e conhecia a rota, dificilmente, na avaliação de técnicos militares, ele não teria se desviado um milímetro de seu trajeto. Por outro, o piloto americano do Legacy, embora também seja experiente, não conhecia a área e certamente poderia ter deslocado para cima ou para baixo, provocando o acidente.

Mas aí vêm inúmeras perguntas básicas. A principal é como os dois aviões, o Boeing 737-800 da Gol e o jato executivo Legacy, que têm alarmes que são acionados assim que detectam qualquer obstáculo à frente, se chocaram. Outra dúvida é por que ambos pilotos não alteraram suas posições, como mandam os equipamentos. Da mesma forma, o sistema de controle de vôo também tem redundâncias para evitar acidentes: se falhar a primeira, a segunda já entra em operação automaticamente e assim sucessivamente. Então, "por que houve tantos problemas?", questionam os militares.

Os militares alertam também que os próprios radares poderiam apresentar defeitos, embora tudo tenha possibilidade de esclarecimento posterior. O choque, lembram, deve ter ocorrido quando ambos aviões estavam a cerca de 800 quilômetros por hora.

Inquérito

O secretário de Segurança do Mato Grosso, Célio Wilson de Oliveira, afirmou que abriu um inquérito na Polícia Civil para investigar as causas e apurar as responsabilidades pelo acidente. O inquérito criminal deverá ser concluído no prazo de 30 dias, prorrogáveis se necessário, em paralelo ao inquérito também aberto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e deverá apurar a possibilidade de o piloto do Legacy, que teria se colidido com o Boeing 737-800, ser enquadrado por homicídio culposo.

"Alguém errou, ao que tudo indica", disse Oliveira, acrescentando que as normas de tráfego aéreo são muito rígidas quanto à altitude e rota de vôo. "Como a região é de baixíssimo tráfego aéreo, isso reforça a suspeita de que houve erro humano."

O secretário não quis antecipar se a suspeita maior de erro recai sobre o piloto do Legacy. O avião fabricado pela Embraer faria um pouso de abastecimento em Manaus. "Sabe-se apenas que esse avião estava no lugar errado."

A Secretaria de Segurança mandou equipes em helicópteros para ajudar no resgate dos corpos do local do acidente. Além de bombeiros, policiais civis e integrantes da Defesa Civil, há também peritos, um deles especialista em DNA, para trabalhar na identificação das vítimas. O delegado Luciano Inácio coordena as investigações.

Sindicato

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, defendeu na tarde deste sábado rigor na apuração e investigação do acidente com o avião da Gol para prevenir futuros acontecimentos como este. Segundo a sindicalista, ainda é muito cedo para o sindicato se pronunciar sobre especulações do que pode ter acontecido. Graziella também enfatizou que o piloto da aeronave é extremamente experiente.

"Ainda é muito cedo. Não dá para fazer nenhuma análise. É preciso uma investigação bastante apurada", afirmou Graziella. Segundo ela, o mais importante nesse momento é apurar todas as possibilidades.

 

 

O Globo Online
30/09/2006
às 11h18m
Cai helicóptero com Renan Calheiros em Alagoas
Maria Lima - O Globo

MACEIÓ - O Departamento de Avião Civil (DAC) da Aeronáutica informou há pouco que um helicóptero em que estavam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o candidato do PSBD ao governo de Alagoas, Teotônio Vilella Filho, caiu próximo à cidade de Arapiraca (AL). Segundo a assessoria do candidato, os dois estão vivos e serão atendidos em um hospital do município. Não há informações detalhadas sobre o estado de saúde deles.

A assessoria do candidato informou que o DAC e a Polícia Federal investigam a possibilidade de sabotagem. Um avião agrícola de pequeno porte estaria sobrevoando muito próximo ao helicóptero. Renan e Teotônio seguiam de Maceió para Arapiraca, segundo colégio eleitoral de Alagoas, onde fariam o último comício da campanha.

 

 

O Globo Online
30/09/2006 às 11h15m
Infraero: investigação será complexa, pois falha pode ser técnica ou humana
Martha Beck - O Globo

BRASÍLIA - O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, informou há pouco que as investigações sobre as causas do acidente que provocaram a queda do Boeing 737-800 da Gol serão muito complexas e que ainda não é possível indicar se o que houve foi falha técnica ou falha humana. J.Carlos, como é conhecido, afirmou que existe até a possibilidade de perda de contato dos pilotos com a torre.

Segundo o brigadeiro, as principais dúvidas que surgem neste momento são:

1) por que os dois aviões estão no mesmo nível (altura), quando deveria haver uma diferença de 300 metros entre eles?

2) como o choque pode ocorrer se os dois avisões são modernos e dispõem de equipamentos anticolisão? O brigadeiro explicou que esses equipamentos dão um aviso luminoso e sonoro, além de instruções aos pilotos quando há uma situação de risco iminente, como a aproximação de uma outra aeronave.

Os questionamentos das autoridades da aviação civil devem-se a dois fatos. O primeiro é que as aeronaves deveriam estar a 37 mil pés uma e 36 mil pés outra. Devido à colisão, isso significa que essas posições não foram respeitadas.

O segundo é que os dois aviões foram entregues aos seus donos nos últimos 20 dias, portanto são novos e os equipamentos anti-colisão deveriam estar a pleno vapor. O Boeing foi entregue à Gol no dia 12 de setembro e tinha 200 horas de vôo apenas. Já o Legacy tinha 600.

Perguntado sobre por que o Legacy teria conseguido pousar, enquanto o Boeing caiu, J.Carlos explicou que esta questão depende de onde o avião é atingido.

No caso da aeronave da Embraer, ela perdeu parte da asa e da calda, mas com estas avarias um avião ainda consegue pousar. Já o avião da Gol pode ter sido atingido, por exemplo, na parte hidráulica, essencial a quase todos os comandos para decolagem, vôo e pouso.

Segundo o brigadeiro, nas investigações, que devem durar pelo menos 3 meses, é preciso analisar aspectos como, por exemplo, se os motores dos aviões estavam funcionando ou parados no momento da colisão. Isso poderá indicar as condições do acidente.

Do ponto de vista da apuração das causas, ajudará o fato de uma das aeronaves ter pousado, havendo testemunhas do choque.

Apesar do acidente, J.Carlos fez questão de enfatizar que a aviação civil nacional é bastante segura:

- O Brasil é conhecido por ser um país top de linha em segurança de vôo. Não há nenhum motivo para que a população tenha medo de viajar. Este caso foi uma raridade - afirmou o presidente da Infraero.

 

 

Reuters
30/09 - 10:58h
Destroços de avião da Gol indicam queda vertical

BRASÍLIA (Reuters) - O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, relatou neste sábado que a visualização aérea dos destroços do Boeing 737-800 da Gol estão concentrados, o que indica queda na posição vertical. Ele evitou, no entanto, avaliar as possibilidades de sobreviventes. O avião transportava 155 pessoas.

"A experiência mostra que quando há destroços concentrados significa que o avião bateu na posição vertical. Imagina a velocidade que ele chega ao solo, caindo de uma altitude 36 mi pés", afirmou.

Os destroços foram localizados nas proximidades da Fazenda Jarinã, 200 quilômetros a sudeste da cidade de Peixoto de Azevedo, divisa do Pará com Mato Grosso.

(Por Cesar Bianconi)

O Globo Online
30/09/2006 às 10h48m
Avião da Gol caiu na Vertical, diz Infraero
Martha Beck - O Globo

BRASÍLIA - O brigadeiro José Carlos Pereira, presidente da Infraero, acaba de informar em entrevista coletiva que dificilmente serão encontrados sobreviventes entre os 155 passageiros e tripulantes do vôo 1907 da Gol, que levantou vôo ontem às 15h35 de Manaus com destino ao Rio e escala em Brasília.

Segundo J.Carlos, como é conhecido o brigadeiro, as informações iniciais coletadas pela equipe da Força Aérea Brasileira (FAB) registram que os destroços do avião estão concentrados. Isso significa que o avião caiu na vertical (de bico no chão). Ele explicou que a quantidade de energia que se gera com um impacto desta magnitude é muito grande e é pouco provável que haja sobreviventes numa situação dessas:

- É muito difícil alguém sobreviver com um impacto como este.

A equipe localizou visualmente, por volta das 9h, os destroços a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT), na divisa com o Pará, em uma área da Fazenda Jacinã dentro da Reserva Indígena do Xingu. Mais de 300 pessoas, entre militares e civis, participam da operação de localização e resgate.

 

 

Folha Online
30/09/2006 - 10h48h
Infraero admite que há pouca chance de sobreviventes do avião da Gol
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília


O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, informou hoje em Brasília que a identificação visual dos destroços do avião da Gol que caiu no Mato Grosso na tarde desta sexta-feira indica que dificilmente há sobreviventes do acidente.

Ele ressaltou, porém, que somente com a chegada dos helicópteros e das equipes de busca no local será possível confirmar se há ou não sobreviventes.

O brigadeiro disse ainda que a região é de difícil acesso e que a equipe de resgate do avião terá de usar rapel para chegar ao local.

Pereira afirmou que mais de 200 homens de equipes de busca da Aeronáutica foram enviados para a região e que provavelmente terão que ser abertas clareiras na mata para fazer o resgate.

Destroços do Boeing 737-800 da Gol, desaparecido desde a tarde de sexta-feira (29), foram localizados por volta das 9h deste sábado por militares no norte de Mato Grosso, a 200 km de Peixoto Azevedo. O vôo 1907, que havia saído de Manaus e seguia para Brasília, transportava 149 passageiros e seis tripulantes.

Os destroços, localizados por meio de contato visual, foram encontrados em uma fazenda no alto Xingu, entre Pará e Mato Grosso.

Agora, quando chegarem ao local, integrantes da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) especializados em segurança iniciarão as investigações sobre as causas do acidente.

A aeronave da Gol teria colidido com um jato Legacy, de fabricação da Embraer, que conseguiu fazer um pouso forçado na base aérea localizada na serra do Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará. O piloto já foi ouvido, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações, e a Infraero não soube informar se a aeronave que pousou teve feridos.

O Globo Online
30/09/2006
às 09h57m
Gol divulga nota confirmando localização de destroços
Luiza Damé - O Globo

BRASÍLIA - A companhia aérea Gol acaba de divulgar nota confirmando a localização dos destroços de seu avião. "A Gol, profundamente comovida, cumpre o dever de informar que ocorreu acidente com o vôo 1907 que partiu ontem às15h35m, horário de Brasília, do aeroporto de Manaus e com chegada prevista ao aeroporto de Brasília as 18h12m. O último contato ocorreu às 17h.

A aeronave, um boeing 737-800, foi recebida nova do fabricante no dia 12 de setembro e tem apenas 200 horas de vôo. Estavam a abordo 155 pessoas, sendo que 149 passageiros e seis tripulantes. Os destroços da aeronave foram localizados a Leste do município de Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso. Ainda não há informações sobre sobreviventes".

Integra da Nota:
30/09/2006 - 09:27h
04 COMUNICADO VÔO 1907

"A GOL, profundamente comovida, cumpre com o dever de informar que ocorreu um acidente com o vôo 1907, que partiu ontem, sexta-feira (29), às 15h35 (horário de Brasília) do aeroporto de Manaus e tinha chegada prevista ao aeroporto de Brasília às 18h12. O último contato com a aeronave ocorreu às 17h00. A aeronave, um Boeing 737-800, foi recebida nova do fabricante no último dia 12 de setembro e tem apenas 200 horas de vôo.

Estavam a bordo 155 pessoas, sendo que 149 delas eram passageiros e 6 tripulantes. Os destroços da aeronave foram localizados 30 km a leste do município de Peixoto Azevedo (MT). Ainda não há confirmação de sobreviventes.

As autoridades aeronáuticas estão apurando as circunstâncias do acidente. A GOL vai divulgar continuamente informações assim que elas estiverem disponíveis. 

A GOL Linhas Aéreas iniciou suas operações em 15 de janeiro de 2001, tendo voado mais de 650.000 mil horas sem nenhum acidente fatal.

A empresa faz questão de manter a transparência com os familiares, imprensa e com o público em geral. Para tanto, as informações atualizadas sobre o ocorrido poderão ser encontradas neste site.

Os familiares dos passageiros dispõem do seguinte telefone gratuito para obter informações adicionais: 0800-2800749

A empresa desde já se solidariza com os familiares e amigos das vítimas."

 

O Globo Online
30/09/2006
às 09h50m
Destroços de avião da Gol são localizados, diz chefe de Infraero
Reuters

BRASÍLIA - O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, afirmou nesta manhã que foi localizado o avião da Gol desaparecido desde a tarde de sexta-feira. O avião tinha 155 pessoas a bordo.

- O avião foi encontrado, os destroços foram encontrados - declarou Pereira ao entrar na sala de imprensa da Infraero no Aeroporto Internacional de Brasília.

A TV Globo noticiou que os destroços foram localizados no município Peixoto de Azevedo, no Mato Grosso, perto de uma fazenda.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que divulgará nota oficial em aproximadamente 20 minutos, mas evitou confirmar, por enquanto, a informação.

 

 

Folha Online
30/09/2006 - 09h28
Destroços de avião da Gol são encontrados; não há informação de sobreviventes
da Folha Online


Destroços do Boeing 737-800 da Gol, desaparecido desde a tarde de sexta-feira (29), foram localizados na manhã deste sábado no norte do Mato Grosso por militares de Aeronáutica. Ainda não há informações sobre possíveis sobreviventes. A partir de agora serão iniciadas as buscas por terra. O vôo 1907, que havia saído de Manaus e seguia para Brasília, transportava 149 passageiros e seis tripulantes.

As buscas foram intensificadas com o amanhecer deste sábado. Cerca de 200 pessoas, entre civis e militares, participaram dos trabalhos com opoio de cinco helicópteros e três aeronaves.

A aeronave da Gol teria colidido com um jato Legacy, de fabricação da Embraer, que conseguiu fazer um pouso forçado na base aérea localizada na serra do Cachimbo, em Novo Progresso, no Pará. O piloto já foi ouvido, mas não foram divulgados detalhes de suas declarações, e a Infraero não soube informar se a aeronave que pousou teve feridos.