O
ESTADO DE S.PAULO
01/08/06
Justiça bloqueia dinheiro da
Varig
Os US$ 75 milhões pagos
no leilão devem ir para salários, diz juiz
Alberto Komatsu, Marina Faleiros
A Justiça do Trabalho do Rio bloqueou
ontem os US$ 75 milhões depositados pela VarigLog,
no dia 24, como parte do pagamento pela compra da Varig.
O objetivo da medida é garantir o pagamento de rescisões
trabalhistas dos 5.500 trabalhadores que estão sendo
demitidos desde sexta-feira, além de quitar salários
atrasados.
O depósito foi feito pela VarigLog
como primeira parcela da compra da Varig. O dinheiro não
seria usado para quitar dívidas trabalhistas, mas
para ajudar na reestruturação da empresa.
A Varig, a quem cabe recorrer da medida, informou ontem
à tarde que ainda não havia sido notificada.
O bloqueio foi determinado pelo juiz Mucio
Nascimento Borges, da 33ª Vara do Tribunal Regional
do Trabalho, que concedeu liminar pedida pelo Sindicato
dos Trabalhadores nas Empresas de Transporte Aéreo
do Município do Rio (Simarj). O problema é
que, segundo fontes ligadas à empresa, pelo menos
US$ 39 milhões já teriam sido usados para
pagar despesas como taxas da Infraero, fornecimento de combustível
pela BR Distribuidora e arrendamento de aviões.
O pedido de bloqueio também foi
feito na Justiça do Trabalho em São Paulo.
Uébio José da Silva, presidente do Sindicato
dos Aeroviários de São Paulo, diz que a decisão
de ontem foi uma vitória dos funcionários.
"Queremos que ocorra uma sucessão trabalhista,
a VarigLog vai ter que roer o osso, não pode querer
só ficar com o filet mignon", disse Uébio.
A juíza Márcia Cunha, que
integra a comissão de juízes da recuperação
judicial da Varig, afirmou que não há como
a 8ª Vara Empresarial do Rio interferir ou anular a
decisão da Justiça do Trabalho. "Só
as partes envolvidas podem recorrer ou cumprir a decisão."
Segundo ela, o que pode ser discutido é um conflito
de competências, o que "ainda não foi
cogitado".
RESCISÕES
Outro revés judicial para garantir o pagamento das
rescisões trabalhistas e de salários atrasados
pode vir do Ministério Público do Trabalho
(MPT), do Rio, que pode mover uma ação civil
pública para obrigar a nova controladora da Varig,
a VarigLog, a pagar dívidas trabalhistas. O tema
será discutido hoje em audiência, no Rio, com
representantes da Varig e da ex-subsidiária.
"A questão é realmente
preocupante. Vamos buscar uma solução. Caso
contrário, vamos buscar no Judiciário a responsabilização
da empresa", afirma o procurador do MPT, Rodrigo Carelli.
Ele diz que acredita que haverá uma solução.
"Queremos saber como ficarão os salários
e o FGTS, que, ao que parece, não é depositado
há mais de quatro anos", acrescenta o procurador.
Diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas,
Leonardo Souza conta que a Varig informou aos trabalhadores,
na semana passada, que as rescisões trabalhistas
são da ordem de R$ 253 milhões, e não
de R$ 170 milhões como havia sido divulgado pela
companhia anteriormente.
Só de salários, que caminham
para o quarto mês de atraso, a dívida é
de mais R$ 106 milhões. Para Silva, de São
Paulo, a dívida com os empregados é muito
maior. "Depois de todos estes acontecimentos, já
deve chegar a R$ 1 bilhão."
O ESTADO DE S.PAULO
01/08/06
TAM não vai endossar bilhetes
internacionais
Empresa recusa troca de passagens
da Varig no exterior
Mariana Barbosa
Passageiros com bilhetes da Varig em Paris,
Nova York e Miami não podem mais recorrer à
TAM. Desde sexta-feira, a companhia parou de aceitar bilhetes
endossados pela Varig. De acordo com a TAM, o motivo foi
falta de pagamento. A Varig deve US$ 1,5 milhão referente
a passageiros transportados em junho. O pagamento deveria
ter sido quitado no dia 28 de julho.
Até que o pagamento seja honrado,
passageiros que estão nestas três cidades terão
de seguir o mesmo roteiro dos passageiros que estão
em outras cidades no exterior. Voar para Frankfurt e enfrentar
longos dias de fila de espera para embarcar em um vôo
da Varig.
No comunicando enviado à Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) na sexta-feira,
a TAM informa que os esforços para negociar o pagamento
junto à nova administração da Varig
não deram resultado. Executivos da TAM tentaram falar
com a diretoria da Varig para acertar as contas, mas não
tiveram retorno nas ligações.
Desde que a Varig foi excluída da
câmara de compensação da Associação
Internacional de Transporte Aéreo (Iata), em junho,
a negociação de compensação
de bilhetes no mercado internacional é feito diretamente
entre a Varig e as empresas. No mercado doméstico,
a compensação é feita pelo Sindicato
Nacional das Empresas Aéreas (Snea) e a Varig está
em dia com os pagamentos.
A Anac confirma que recebeu o comunicado
da TAM e diz que entrou em contato com a Varig para que
ela negocie com a TAM. "Esta é uma questão
de mercado e a Anac está aguardando uma solução
entre as duas empresas", afirmou a Anac, por meio de
sua assessoria. "As duas empresas já estão
em negociação."
A Varig diz que não tem conhecimento
da decisão da TAM e que está em dia com todas
as empresas aéreas. Entretanto, os passageiros que
entram em contato com o escritório da Varig em Paris
já estão recebendo a informação
de que a TAM não está mais aceitando o bilhete
endossado.
Até as 20 horas de ontem, a TAM
não tinha sido contactada pela Varig para tratar
da questão.
O ESTADO DE S.PAULO
01/08/06
Clientes enfrentam caos no exterior
Mais de 100 passageiros
estão presos em aeroporto de Londres
O cancelamento de vôos da Varig para
a Europa continua causando transtornos aos brasileiros que
tentam retornar ao País. Ontem, segundo informação
de passageiros, mais de cem pessoas estavam no aeroporto
de Londres sem perspectiva de retorno. "Nunca imaginei
que fosse passar por tanta humilhação",
disse por telefone o jurista Celso Antônio Bandeira
de Mello. "Mandaram a gente calar a boca e chamaram
até a polícia."
Ele e a mulher deveriam ter retornado de
Paris pela Varig no sábado. Na falta de vôos
de Paris e com a TAM não aceitando mais o endosso,
a Varig colocou o casal em um vôo de outra empresa
para Londres no domingo, com volta prevista para São
Paulo no mesmo dia. No entanto, o vôo de domingo estava
lotado devido ao acúmulo de passageiros que estavam
há cerca de uma semana aguardando em Londres. "Perdi
conferências e outros trabalhos", afirma o jurista.
"Mas o meu problema é o menor diante das pessoas
que estão aqui. Tem um casal muito simples que veio
de Madri e não sabe uma palavra de inglês.
Outro que tentou buscar o filho no Líbano e foi barrado
na fronteira. Tem também uma menina que vai casar
no sábado."
O médico Sérgio Galbinsky,
oncologista de um hospital federal de Porto Alegre, perdeu
seis cirurgias. "Há pacientes com cirurgia agendada
há meses", diz Galbinsky. Ele tentou comprar
outra passagem, sem sucesso. "Paguei US$ 3 mil para
minha mulher voltar via Estados Unidos. Mas eu não
tenho visto. E não há lugar em outra empresa
nem via África."
Os passageiros que estão em Londres
conseguiram ser acomodados em hotéis.A empresa estuda
a possibilidade de fazer uma escala em Londres no vôo
que sai de Frankfurt na quarta, ou levar os passageiros
para Frankfurt para encaixá-los no vôo de sexta.
Procurada, a Anac afirma que os problemas em Londres foram
causados por "overbooking" e que a Varig está
tentando solucioná-los.
Folha de São Paulo
01/08/06
Liminar bloqueia US$ 75 milhões
da Varig
Juiz quer que dinheiro depositado
pela VarigLog seja usado para o pagamento de obrigações
trabalhistas da empresa
Companhia aérea disse que só vai se pronunciar
sobre liminar depois de ser notificada oficialmente da decisão
da Justiça
KAREN CAMACHO CLARICE SPITZ
DA FOLHA ONLINE MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro
concedeu ontem liminar para bloquear o depósito de
US$ 75 milhões feito pela VarigLog no dia 24 de julho
e garantir o pagamento de obrigações trabalhistas.
Os US$ 75 milhões seriam usados para financiar investimentos
na Varig, conforme previsto no edital do leilão de
venda da aérea. A Varig disse que ainda não
havia sido notificada da liminar e que só se manifestaria
após a notificação.
A liminar, pedida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas
de Transporte Aéreo do município do Rio de
Janeiro e pelo Sindicato dos Aeroviários do Amazonas,
ligados ao TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), foi concedida
pelo juiz do trabalho Múcio Nascimento Borges. Na
decisão, o juiz diz que o bloqueio foi feito "para
que garanta o pagamento dos haveres trabalhistas dos substituídos
[trabalhadores filiados a esses sindicatos], bloqueando
o valor depositado em favor da 8ª Vara Empresarial".
De acordo com o promotor Gustavo Lunz, que acompanha o processo
de recuperação judicial da Varig, a medida
pode não ser viável por "conflito de
competências". "Tenho dúvidas quanto
à competência do juiz da Vara do Trabalho para
deferir essa decisão", afirmou.
Hoje, no Rio de Janeiro, ocorre uma reunião no Ministério
Público do Trabalho para a qual foram convocados
a Varig "antiga", a VarigLog e sindicalistas a
fim de tentar resolver o passivo trabalhista da aérea.
São Paulo
Em São Paulo, por solicitação do Ministério
Público do Trabalho, ocorre hoje uma audiência
entre Varig, VarigLog e trabalhadores no TRT (Tribunal Regional
do Trabalho).
Além da audiência, o Ministério Público,
com os sindicatos de aeroviários do Estado de São
Paulo e de Guarulhos, também pediram o bloqueio dos
mesmos US$ 75 milhões citados na liminar de ontem
do Rio para pagamento das rescisões, salários
atrasados, FGTS e 13º salário dos funcionários
demitidos da Varig.
A audiência de hoje com os aeroviários será
presidida pelo vice-presidente do TRT, juiz Pedro Paulo
Teixeira Manus.
A procuradora do Trabalho Oksana Boldo, responsável
pelo pedido, disse que "existem débitos e lesões
ao trabalhador de longa data" e que eles não
têm nenhuma perspectiva de receber os salários
atrasados e verbas rescisórias.
O pedido foi de dissídio de greve. Esse instrumento
faz referência às recentes paralisações
realizadas pelos trabalhadores da companhia aérea
como forma de enfatizar a urgência da situação.
O objetivo de utilizar esse instrumento é agilizar
a cobrança do passivo trabalhista. Pelas vias normais,
o processo poderia levar mais de um ano. "Vai se tentar
chegar a um acordo na audiência de conciliação,
mas é algo muito difícil, quase impossível",
afirmou Boldo.
A Varig "antiga" não tem como honrar as
rescisões e os salários atrasados -os valores
estimados são de, respectivamente, R$ 253 milhões
e R$ 106 milhões-, e a VarigLog, que comprou a companhia,
vem afirmando que não se responsabilizará
pelos pagamentos. Na avaliação do MPT, entretanto,
a nova dona da Varig pode, sim, ser responsabilizada.
Se não houver acordo na audiência de conciliação,
o caso vai a julgamento na seção de dissídios
coletivos da Justiça do Trabalho, o que pode demorar
algumas semanas, segundo advogados dos sindicatos.
Para Boldo, o bloqueio é a única solução
para garantir que os empregados recebam o dinheiro, e, na
sua opinião, a falta de pagamento é "uma
lesão clara ao trabalhador".
O presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado
de São Paulo, Uébio José da Silva,
estima que a dívida trabalhista da Varig chegue a
R$ 1 bilhão.
Do total de 9.485 funcionários da Varig alocados
no Brasil, apenas 3.985 foram mantidos.
A VarigLog, nova dona da companhia, informou que vai absorver
1.700 empregados diretos quando receber a autorização
da Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) para operar os vôos da antiga Varig sob nova
razão social.
No entanto, isso não significa que os 2.285 funcionários
restantes ficarão na "Varig antiga", que
herda as dívidas, permanece em recuperação
judicial e fica com a concessão da Nordeste para
a linha SP/Porto Seguro. Segundo fontes, mais de mil desses
trabalhadores não estão entre os demitidos
no momento porque estão afastados em razão
de licenças.
Desatenção
A procuradora Oksana Boldo considerou uma "desatenção"
o fato de a empresa não ter enviado representante
para a audiência que aconteceu ontem no Ministério
Público do Trabalho em São Paulo. A Varig
justificou a ausência ao dizer que a reunião
foi marcada de última hora e que desconhecia seu
teor, motivos não aceitos pela procuradora, porque
em situação semelhante, tempos atrás,
a Varig havia comparecido.
Folha
de São Paulo
01/08/06
Sem vôo, jurista Bandeira
de Mello critica "abandono" de passageiros em
Londres
MARCO AURÉLIO CANÔNICO DE LONDRES
Além
da incerteza sobre quando voarão, passageiros da
Varig presos em Londres por falta de vôo reclamavam
ontem de abandono e maus-tratos por parte da empresa.
"Tinha uma multidão no aeroporto, várias
pessoas sendo humilhadas e ofendidas, nos mandaram calar
a boca, esse tipo de relação", afirmou
Celso Bandeira de Mello, advogado e professor da PUC-SP.
"Há vários professores universitários
aqui, todos perderam compromissos. Eu ia fazer a abertura
de um congresso em Santa Catarina e perdi", disse o
advogado.
Diabético, ele também reclamou que sua condição
médica foi ignorada pelos funcionários da
Varig. "Eu expliquei que minha situação
era séria, meus remédios acabaram e eu pedi
ajuda para conseguir mais, mas eles responderam que isso
não era assunto deles."
Realocado em um vôo na próxima sexta-feira,
Bandeira de Mello disse que encontrou pessoas em situação
pior, as quais a Varig não ofereceu nem hotel. "Meu
infortúnio é pequeno se comparado ao dos que
não têm dinheiro para pagar hotel. Depois do
que eu vi hoje, não posso passar na frente deles,
vou viver o mesmo destino de todos."
Os depoimentos dos passageiros, que, até as 22h de
ontem, ainda não sabiam se teriam hotel, vôos
ou qualquer informação da Varig, retratam
bem a confusão que reinou no balcão da empresa
em Heathrow, aeroporto da capital inglesa.
"Estou desde as 14h na fila e não consegui chegar
ao balcão para ser atendida", disse a psicóloga
Inez Farah. "A fila estava gigantesca e cada funcionário
dizia uma coisa diferente."
Ela também reclamou da falta de ação
da VarigLog, que comprou a Varig. "O mínimo
que podiam fazer era colocar vôos charter para pegar
os passageiros."
Quem tentou resolver sua situação por telefone
só encontrou desinformação. "Liguei
para o Brasil e me confirmaram que eu voaria hoje. Cheguei
aqui e me disseram que não há previsão
alguma", disse Sônia Pessoto, que passou por
uma experiência semelhante na vinda.
"Tive que vir de táxi aéreo de Porto
Alegre para São Paulo, para conseguir pegar meu vôo
a tempo de chegar para o casamento do meu filho aqui em
Londres."
Para Mário Bruni, gerente da Varig no Reino Unido,
a confusão de ontem foi causada por passageiros que
tentaram antecipar seus vôos. "Ontem tivemos
passageiros que só tinham passagem marcada para hoje
e chegaram aqui pedindo hotel. Não vamos pagar, é
claro."
Folha
de São Paulo
01/08/06
Em SP, MP também pede
bloqueio
MAELI PRADO DA REPORTAGEM LOCAL
Em São Paulo, o Ministério
Público do Trabalho e os sindicatos de aeroviários
do Estado de SP e de Guarulhos entraram ontem com um outro
pedido coletivo na Justiça do Trabalho de bloqueio
dos mesmos US$ 75 milhões para pagamento das rescisões,
salários atrasados, FGTS e 13º salário
dos funcionários demitidos da Varig.
Apesar de o Sindicato dos Aeroviários do Estado de
São Paulo já ter sido contemplado na liminar
da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, a idéia
foi reforçar o pedido também em São
Paulo.
O instrumento escolhido pelo MPT foi o pedido de dissídio
de greve, uma ação que faz referência
às recentes paralisações realizadas
pelos trabalhadores da companhia aérea como forma
de enfatizar a urgência da situação.
Com esse instrumento, o MPT e os sindicatos esperam agilizar
a cobrança do passivo trabalhista da Varig.
Pelas vias normais, o processo poderia levar até
um ano e meio. A expectativa é de que o Tribunal
Regional do Trabalho da 2ª Região (Grande SP
e Baixada Santista), que recebeu o pedido, possa convocar
uma audiência de conciliação com a empresa
aérea e os sindicatos em no máximo 72 horas.
"Vai se tentar chegar a um acordo na audiência
de conciliação, mas é algo muito difícil,
quase impossível", afirmou Oksana Boldo, procuradora
regional do Trabalho.
A Varig "antiga" não tem como honrar as
rescisões e os salários atrasados -os valores
estimados são de, respectivamente, R$ 253 milhões
e R$ 106 milhões-, e a VarigLog, que comprou a companhia,
vem afirmando que não se responsabilizará
pelos pagamentos. Na avaliação do MPT, entretanto,
a nova dona da Varig pode, sim, ser responsabilizada.
Se não houver acordo na audiência de conciliação,
o caso vai a julgamento na seção de dissídios
coletivos da Justiça do Trabalho, o que pode demorar
algumas semanas, de acordo com advogados dos sindicatos.
Ontem, nem a Varig nem a VarigLog mandaram representantes
ao MPT, com a justificativa que a convocação
foi feita às pressas.
O presidente do Sindicato dos Aeroviários do Estado
de São Paulo, Uébio José da Silva,
estima em cerca de R$ 1 bilhão todo o passivo trabalhista
da Varig, incluindo ações antigas movidas
pelos funcionários. De acordo com ele, a Sata, coligada
da Varig que presta serviços às companhias
nos aeroportos, vai cancelar 51 demissões que havia
programado.
Folha
de São Paulo
01/08/06
TAM não aceita mais
endosso de vôo ao exterior
DA REPORTAGEM LOCAL
A TAM informou à Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) na última
sexta-feira que não aceitará mais bilhetes
endossados pela Varig para vôos internacionais. Esta
última deve à primeira cerca de US$ 1,5 milhão
em bilhetes aéreos que endossou mas não pagou.
A Varig foi excluída em junho, por inadimplência,
da câmara de compensação da Iata (Associação
Internacional de Transporte Aéreo). A "clearing
house" da Iata funciona como uma câmara de compensação
para liquidação dos créditos e débitos
das empresas aéreas.
Desde que a Varig foi vendida para a VarigLog, a TAM vinha
procurando, sem sucesso, conversar com os novos donos para
negociar o pagamento desses bilhetes endossados. Nos vôos
domésticos, a empresa aérea continua aceitando
endosso dos bilhetes da Varig, já que a VarigLog
pagou a câmara de compensação nacional.
A TAM informou ontem que contratará, até setembro
deste ano, 185 comandantes e co-pilotos e 20 comissários
que foram demitidos da Varig. Segundo a assessoria de imprensa
da companhia aérea, o Sindicato Nacional dos Aeronautas,
que reúne pilotos e comissários, já
foi informado que a prioridade da TAM, quando precisar de
funcionários com mais anos de experiência,
é contratar funcionários dispensados pela
Varig.
Valor
Econômico
01/08/2006
Justiça bloqueia recursos pagos
na compra da Varig
Ana Paula Grabois* e Janaina Vilella
A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro decidiu bloquear
ontem os US$ 75 milhões pagos pela VarigLog à
Varig - como parte dos recursos injetados pela ex-subsidiária
de logística da Varig para a compra da aérea
- para garantir o pagamento de salários atrasados
e de verbas rescisórias dos funcionários demitidos
na semana passada. A liminar foi concedida pelo juiz Múcio
Nascimento Borges, da 33ª Vara do Tribunal Regional
do Trabalho do Rio, a pedido do Sindicato dos Aeroviários
do Município do Rio de Janeiro (Simarj), ligado ao
Trabalhadores do Grupo Varig (TGV). A decisão cabe
recurso.
O
arresto dos bens pode comprometer a continuidade das operações
da Varig "velha" e da Nova Varig, uma vez que
esses recursos estavam sendo usados para manter a empresa
voando. Como ainda não conseguiu autorização
da Agência Nacional de Aviação (Anac)
para explorar serviços de transporte aéreo,
a empresa ainda é considerada juridicamente como
Varig, embora já esteja sob administração
dos novos donos.
Na
avaliação do advogado da Varig, Paulo Penalva,
a liminar do juiz do trabalho acabará perdendo eficácia,
uma vez que qualquer decisão relativa ao processo
de recuperação judicial da Varig, segundo
ele, é de competência da Vara Empresarial.
Sendo assim, caberia ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª
Vara Empresarial, que conduz o processo de recuperação
judicial da Varig, decidir se concorda com a decisão
do juiz do trabalho. "Toda e qualquer decisão
interfere no plano de recuperação da empresa,
e tudo isso, segundo o Superior Tribunal de Justiça
é de competência da Vara empresarial",
disse Penalva.
De
acordo com o consultor jurídico do TGV, Paulo Calazans,
os recursos serão bloqueados até que as indenizações
sejam pagas.
Hoje,
sindicalistas ligados à Federação Nacional
dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac)
e representantes da Varig e da VarigLog se reúnem
com o procurador do Ministério Público do
Trabalho, Rodrigo Carelli, para tratar das indenizações
trabalhistas.
A
Varig e a VarigLog não comentaram a decisão
porque não receberam a notificação
da Justiça do Trabalho. Na sexta-feira, a Varig anunciou
a demissão de 5.500 funcionários. Foram mantidos
3.985 empregados. Segundo cálculos da Varig, o custo
das indenizações trabalhistas corresponde
a R$ 253 milhões e dos salários atrasados,
a R$ 106 milhões.(*Do Valor Online)
O Globo
01/08/06
Varig: Justiça trabalhista
bloqueia US$ 75 milhões
Aguinaldo Novo, Ramona Ordoñez e Geralda
Doca
SÃO PAULO, RIO e BRASÍLIA.
Por entender que existe risco de prejuízo aos trabalhadores,
a Justiça do Trabalho no Rio mandou bloquear, ontem,
US$ 75 milhões da Varig, para garantir o pagamento
de salários atrasados e verbas rescisórias
dos funcionários demitidos. O dinheiro fora depositado
dia 24 pela Volo do Brasil (controladora da VarigLog), depois
do leilão da Varig, para financiar novos investimentos.
Cópia da liminar foi enviada ao juiz Luiz Roberto
Ayoub — titular da 1 e da 8 Varas Empresariais do
Tribunal de Justiça (TJ) do Rio e responsável
pela recuperação judicial da Varig —
que aprovará ou não a decisão.
O bloqueio foi determinado pelo juiz Múcio
Nascimento Borges, da 33 Vara do Trabalho do Rio, que concedeu
liminar a uma ação apresentada pelos sindicatos
dos Aeroviários do Município do Rio (Simarj)
e dos Estados do Amazonas e de São Paulo.
— É uma vitória, ainda
que parcial, ainda que os valores sejam insuficientes para
pagar os atrasados. Temos certeza de que o trabalhador da
Varig não terá o mesmo fim do de outras empresas,
como Transbrasil e Vasp — disse o presidente do Sindicato
dos Aeroviários de São Paulo, Uébio
José da Silva.
Sindicalistas não descartam novas
paralisações
Nem a Varig nem a VarigLog quiseram comentar
a decisão, dizendo que ainda não receberam
qualquer notificação.
Silva, que estima em R$ 1 bilhão
a dívida trabalhista da Varig, disse que a liminar
não afasta a possibilidade de os trabalhadores iniciarem
uma greve para pressionar a empresa. Ele acredita na adesão
de quem não foi demitido:
— Já existem movimentos isolados.
Provavelmente amanhã (hoje) sairá greve.
Em outra ação da Justiça,
a procuradora Oksana Boldo, do Ministério Público
do Trabalho em São Paulo, vai apresentar ao Tribunal
Regional do Trabalho (TRT) pedido de dissídio para
cobrar o pagamento dos salários em atraso. A decisão
saiu depois de a Varig não mandar representante à
audiência de conciliação, alegando que
não haveria “tempo hábil” para
que seus diretores fossem do Rio para São Paulo.
A Varig anunciou semana passada que, dos
9.485 funcionários no país, apenas 3.985 foram
mantidos. A VarigLog tem informado que vai absorver somente
1.700 empregados assim que receber a autorização
da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) para voar.
Sheila Maria Cruz, funcionária da
Varig há 21 anos e comissária de bordo há
17, é um dos profissionais que não sabem se
continuam com emprego. Sheila imagina que foi demitida porque
não está na lista dos próximos vôos
da empresa, mas não recebeu qualquer comunicado oficial.
Casada e com um filho de seis anos, ela contou que está
cortando gastos e o marido tem arcado com as despesas:
— É muita desconsideração
com os funcionários. Oficialmente não sei
se estou demitida, mas meu nome não está na
escala de vôos dos próximos dez dias.
Dificilmente o governo atenderá
ao pedido dos funcionários demitidos pela Varig de
receberem duas parcelas adicionais do seguro-desemprego.
Na sexta-feira, os sindicatos de aeronautas (comissários
e pilotos) e aeroviários (trabalhadores em terra)
enviaram uma carta ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho,
com o pleito.
Embora a legislação permita
a ampliação do benefício — que
varia entre três e cinco parcelas, de acordo com o
tempo de serviço — a medida só pode
ser tomada em caráter excepcional, quando o setor
atravessa uma crise, o que não acontece com a aviação
civil. Além disso, é necessário constatar
que os trabalhadores demitidos estão com dificuldades
de conseguir um novo emprego há pelo menos 12 meses.
Os motivos explicam a cautela de Marinho.
— A questão tem que ser analisada
com mais cuidado. Temos que aguardar. A nova empresa acabou
de assumir e pode recolocar (os funcionários) no
mercado. A Gol e a TAM também podem. Não se
pode pensar numa ação focada só no
desemprego — disse o ministro ao GLOBO.
Segundo técnicos da pasta, o governo
somente terá condições de avaliar a
situação dos ex-funcionários da Varig
no início de 2007. Também pesará na
decisão do governo o fato de esse grupo de segurados
receber altos salários. Portanto, a ampliação
do benefício não resolveria a situação
dos trabalhadores. Os valores do benefício variam
entre um salário-mínimo (R$ 350) e R$ 654,85.
Os técnicos alegam, ainda, que o
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT), fonte dos recursos do seguro-desemprego, só
aprovou, no mês passado, a concessão de duas
parcelas extras do benefício a três segmentos
da economia — calçados, móveis de madeira
e fabricação de máquinas agrícolas
— porque são áreas afetadas, de forma
geral, pelo câmbio.
O Globo
01/08/06
TAM deixa de endossar bilhetes no
exterior
Geralda Doca
BRASÍLIA. A TAM deixou de endossar
bilhetes da Varig em Paris, Nova York e Miami na última
sexta-feira, apesar do plano de emergência montado
pela Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) para trazer os passageiros de volta ao país.
A decisão — que é válida mesmo
que haja assento disponível na aeronave — foi
informada ao órgão regulador no mesmo dia.
A TAM alegou que não recebeu pagamento, no valor
de US$ 1,5 milhão, pelo embarque dos usuários
da Varig do exterior. Nas rotas domésticas, os endossos
continuam sendo feitos pela TAM, desde que existam assentos
disponíveis.
A Varig foi expulsa em junho da Associação
Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla
em inglês), uma espécie de câmara de
compensação entre companhias aéreas.
Com isso, as negociações sobre compensação
de assento de passageiros da Varig em vôos internacionais
vinham sendo feitas diretamente entre as companhias.
A Anac disse apenas, ontem à noite,
que está preocupada com a decisão da TAM e
a situação de vários passageiros no
exterior. E afirmou que as duas empresas tentavam chegar
a um acordo no fim da tarde de ontem. A informação
foi negada pela TAM por volta das 20h.
A Anac também não soube informar
quantos passageiros estavam com problemas nos destinos que
deixam de ter apoio da TAM, e aguardava até a noite
informações da Varig. Uma fonte ligada à
Gol disse que a companhia não acompanhou a decisão
da TAM e continua transportando passageiros da Varig no
país e na América do Sul.
Agência Estado
31/07 - 20:34h
Varig e trabalhadores
se reúnem para discutir demissões
CONSULTOR JURÍDICO:
Representantes da Varig e da Federação Nacional
dos Aeroviários e Aeronautas participam de reunião
com o Ministério Público do Trabalho da 1ª
Região, nesta terça-feira (1/8) no Rio, para
analisar as demissões de 5,5 mil funcionários
da companhia aérea. Caso não haja entendimento
sobre o pagamento em espécie das indenizações,
o MPT entrará com Ação Civil Pública
na Justiça do Trabalho.
Para o procurador Rodrigo
Carelli, que comandará o encontro e cuida das investigações,
não há hipótese para a quitação
dos débitos em debêntures ou outro tipo de
papel. Em entrevista à ConJur nesta segunda-feira,
Carelli destacou que na ótica do MPT, os novos donos
da Varig são responsáveis pelas antigas dívidas
trabalhistas da companhia. "Não tenho dúvida
de que houve sucessão de direitos", enfatizou.
No encontro serão ainda discutidos os salários
atrasados na Varig. Estima-se que para colocar o contracheque
em dia, a empresa terá que desembolsar cerca de R$
100 milhões. Já as despesas com as rescisões
consumiriam outros R$ 170 milhões. "Décimo-terceiro,
férias e outras garantias do assalariado são
obrigatoriamente quitadas na hora da dispensa. Ninguém
pode abrir mão disso", diz o procurador.
Funcionários da Varig estão pleiteando ainda
que o governo federal estenda ao setor aéreo o pagamento
do auxílio-desemprego. O benefício seria ampliado
por cinco meses, contra os três previstos em lei.
Carelli explicou que o pedido não será objeto
de discussão amanhã, uma vez que é
da competência do Ministério do Trabalho.
Embora admitindo que só terá melhor visão
do quadro assim que receber as informações
dos dirigentes da Varig, o procurador considerou estranhas
as declarações do presidente da companhia,
feitas no fim de semana, de que as rescisões serão
pagas na forma prevista no Plano de Recuperação
Judicial, aprovado por todos os credores. "Ninguém
pode receber dívida trabalhista paga com crédito
incerto". Não há um prazo exato para Carelli
emitir um parecer, mas ele prometeu agir rápido.
"O assunto está na ordem do dia".
Valor
Online
31/07 - 19:13h
Justiça concede liminar que
bloqueia US$ 75 milhões da Varig para pagar indenizações
trabalhistas
RIO - A Justiça
do Trabalho do Rio concedeu uma liminar que bloqueia US$
75 milhões pagos pela VarigLog à Varig como
parte da compra da aérea
Os recursos serão
utilizados para pagar as indenizações dos
funcionários demitidos na semana passada.
Os US$ 75 milhões foram depositados na segunda-feira
passada pela VarigLog para manter as atuais operações
da Varig.
A liminar foi concedida pelo juiz Múcio Nascimento
Borges, da 33ª Vara do Trabalho, a pedido do Sindicato
Municipal dos Aeroviários do Rio de Janeiro (Simarj).
O Simarj é ligado ao Trabalhadores do Grupo Varig
(TGV).
O TGV chegou a vencer um leilão de venda da Varig,
mas não levou a empresa porque não depositou
o investimento inicial necessário para fechar o negócio.
De acordo com o consultor jurídico da TGV, Paulo
Calazans, os recursos serão bloqueados até
que as indenizações sejam pagas.
A Varig e a VarigLog não comentaram a decisão
porque não receberam a notificação
da Justiça do Trabalho.
Na sexta-feira, a Varig anunciou a demissão de 5.
500 funcionários.
Foram mantidos 3.
985 empregados.
Segundo cálculos da Varig, o custo das indenizações
trabalhistas corresponde a R$ 253 milhões.
Já o montante devido por salários atrasados
é de R$ 106 milhões, considerando o total
de 9.
485 funcionários.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)
O
Globo
31/07/2006 - 18h17m
Decisão de bloqueio
de recursos da Varig foi do juiz da 33ª Vara do Trabalho
Aguinaldo Novo
SAÕ PAULO - Foi do juiz Mucio Nascimento
Borges, da 33ª Vara do Trabalho do Rio, a decisão de bloquear
em caráter liminar os US$ 75 milhões depositados pela VarigLog
na 8ª Vara de Falências do Estado pela compra do controle
da Varig. O pedido de bloqueio foi apresentado na quinta-feira
passada pelos Sindicatos dos Aeroviários do Município do
Rio e dos Estados de São Paulo e do Amazonas.
- É uma vitória, ainda que parcial, ainda
que os valores não sejam suficientes para pagar todos os
atrasados. Mas foi uma vitória do trabalhador. Temos a certeza
de que o trabalhador da Varig não terá o mesmo fim do de
outras empresas, como Transbrasil e Vasp - afirmou o presidente
do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, Uébio José da
Silva.
Cabe recurso contra a decisão tanto ao
juiz da 33ª Vara como ao Tribunal Regional do Trabalho do
Rio.
Valor
Econômico
31/07 - 18:13h
Demitidos da Varig vêem apenas
ICMS devido como fonte de pagamento de indenizações
RIO - Os 5,5 mil trabalhadores demitidos da Varig na sexta-feira
passada têm como única esperança de
pagamento das indenizações e dos quatro meses
de salários atrasados apenas os créditos de
ICMS de Estados devidos à empresa, mas ainda não
pagos
Depois
da venda da parte operacional da companhia aérea
à VarigLog, os empregados permaneceram como funcionários
da chamada Varig antiga - parte que não foi vendida,
sob recuperação judicial e com uma dívida
de R$ 7 bilhões.
De
acordo com a presidente do Sindicato dos Aeronautas, Graziela
Baggio, segundo o plano de recuperação da
Varig antiga, a empresa não tem caixa para pagar
essas indenizações.
A
saída, diz ela, é o pagamento por meio dos
créditos de ICMS dos Estados, estimados em R$ 1,3
bilhão.
"O
fato é real.
Nossa
expectativa é de usar esses créditos",
disse ela.
Amanhã,
representantes da Federação dos Trabalhadores
em Aviação Civil (Fentac), da Varig e da VarigLog
se reúnem com o procurador do Ministério Público
do Trabalho Rodrigo Carelli para tentar um acordo.
"Os
trabalhadores não podem deixar de receber",
disse a sindicalista.
Uma
paralisação organizada pelo Sindicato dos
Aeroviários de São Paulo de São Paulo
estava prevista para hoje, mas acabou não acontecendo.
Segundo
cálculos da Varig, o custo das indenizações
trabalhistas corresponde a R$ 253 milhões e dos salários
atrasados, a R$ 106 milhões, considerando o total
de 9,485 mil funcionários.
De
acordo com o plano de recuperação, a Varig
ainda deve R$ 170 milhões aos empregados.
Na
sexta-feira, a Varig anunciou a demissão de 5,5 mil
funcionários.
Foram
mantidos 3.
985
empregados.
Deste
total, 1,7 mil foram absorvidos pela Nova Varig, comprada
pela VarigLog.
O
restante desse contingente deverá ser recontratado
aos poucos, conforme o aumento previsto da frota de aviões
e da retomada de vôos suspensos, segundo a VarigLog.
Os
novos donos da empresa, entretanto, não definiram
a quantidade.
(Ana Paula Grabois | Valor Online)
Agência Estado
31/07 - 18:02h
TAM pára de aceitar bilhetes
de algumas rotas da Varig
Passageiros com bilhetes da Varig em Paris, Nova York e
Miami não poderão mais recorrer à TAM.
Desde sexta-feira, a companhia parou de aceitar bilhetes
endossados pela Varig. De acordo com a companhia, o motivo
foi falta de pagamento. A empresa afirma que comunicou a
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
da decisão na própria sexta-feira.
Agência Estado
31/07 - 18:01h
Demitidos
da Varig pedem seguro-desemprego extra
Os trabalhadores da Varig, que estão
sendo demitidos pela companhia aérea, querem a ampliação,
por mais dois meses, do pagamento do seguro-desemprego.
O pedido de ampliação do seguro-desemprego
foi entregue na última sexta-feira pelos aeroviários
ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Segundo a assessoria
de imprensa do Ministério, o ministro não
prometeu nada, mas se comprometeu a avaliar a questão.
"Não se pode pensar numa ação
focada só no desemprego", disse o ministro.
Marinho argumentou que é preciso
aguardar a ação da nova empresa, que acabou
de assumir e que vai ficar com uma parte dos empregados
da antiga Varig. O Ministério do Trabalho também
espera que outras companhias aéreas, como Gol e TAM,
possam absorver uma parcela dos funcionários demitidos.
O pedido dos aeroviários baseia-se
nas resoluções aprovadas há duas semanas
pelo Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(Codefat). No dia 17 de julho o Codefat aprovou a ampliação
de duas parcelas do seguro-desemprego para os trabalhadores
desempregados da indústria de calçados, móveis
e máquinas e implementos agrícolas.
São setores que vêm sofrendo
queda do emprego por mais de 12 meses seguidos. Normalmente
as parcelas do seguro-desemprego variam de um mínimo
de três a um máximo de cinco, dependendo do
número de meses trabalhados nos últimos três
anos anteriores à demissão sem justa causa
que o trabalhador consegue comprovar. Por lei, o Codefat
tem a prerrogativa de estender por até dois meses
as parcelas do seguro-desemprego para grupos específicos
de trabalhadores.
Folha
Online
31/07/2006 - 17h26
Justiça do Rio bloqueia recursos
de venda da Varig para pagar dívida trabalhista
KAREN CAMACHO da
Folha Online
A 33ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro concedeu hoje
uma liminar para bloquear o depósito de US$ 75 milhões
feito pela VarigLog no dia 24 de julho --recursos destinados
a financiar investimentos na Varig, conforme previsto no
edital do leilão leilão da companhia-- para
garantir o pagamento de obrigações trabalhistas.
A liminar foi concedida pelo juiz do trabalho Múcio
Nascimento Borges.
Em São Paulo, a procuradora
do Trabalho Oksana Boldo, juntamente com os sindicatos dos
aeroviários do Estado de São Paulo, entrará
na Justiça com um dissídio de greve na noite
desta segunda-feira pedindo o bloqueio de bens da Varig
e da VarigLog para o pagamento de obrigações
trabalhistas atrasadas --como salários, 13º,
depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço), recolhimento de INSS-- e verbas rescisórias
aos 5.500 funcionários da companhia aérea
demitidos na última sexta-feira. A ação
proposta é de trâmite rápido: pode haver
decisão judicial em 24 ou 48 horas.
Para a procuradora, o bloqueio
é a única solução para garantir
que os empregados recebam o dinheiro e, na sua opinião,
a falta de pagamento por parte da Varig é "uma
lesão clara ao trabalhador".
Boldo considerou uma "desatenção"
o fato de a empresa não ter enviado representante
para a audiência que aconteceu nesta tarde no Ministério
Público em São Paulo.
O presidente do Sindicato
dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio
José da Silva, estima que as dívidas trabalhistas
da Varig cheguem a R$ 1 bilhão.
Do total de 9.485 funcionários
da Varig alocados no Brasil, apenas 3.985 foram mantidos.
A VarigLog, nova dona da
companhia, informou que vai absorver 1.700 empregados diretos
quando receber a autorização da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) para voar.
No entanto, isto não
significa que os 2.285 funcionários restantes ficarão
na "Varig antiga", que herda as dívidas,
permanece em recuperação judicial e fica com
a concessão da Nordeste para a linha São Paulo-Porto
Seguro. Segundo fontes ligadas à empresa, mais de
mil desses trabalhadores não estão entre os
demitidos no momento porque estão afastados em razão
de licença-maternidade ou licença para tratar
de problemas de saúde, entre outros.
Invertia
31/07/06 - 16:52h
Segunda, 31 de Julho de 2006, 16h52
Passageiros sem vôo da Varig
não ganham hotel
Fonte: INVERTIA
Cerca de 100 brasileiros aguardam no aeroporto de Londres
um avião da Varig que iria levá-los ao Brasil.
Segundo relato de um dos brasileiros à rádio
Jovem Pan, a empresa nega-se a fornecer qualquer informação
e já afirmou que não pagará hotel para
nenhum dos clientes.
Segundo
a rádio, uma funcionária teria dito que os
hotéis não aceitam mais hospedar clientes
da empresa. A Varig Log informou que mandará um vôo
no próximo dia 02 para buscar os brasileiros.
Agência
Brasil
31/07/06 - 15:26h
Governo vai analisar aumento de parcelas
do seguro-desemprego para demitidos da Varig, diz Marinho
Brasília - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz
Marinho, disse, em entrevista à Rádio Nacional,
o pedido feito ao governo pelos 5.500 trabalhadores demitidos
da Varig de estender para cinco as parcelas do auxílio-desemprego.
“Nós estamos abertos para fazer uma análise
do problema”, disse.
Marinho manifestou a expectativa de que os trabalhadores
demitidos encontrem emprego na “nova Varig”
e em outras empresas do setor. “Com a compra da Varig
pela nova Varig, nós esperamos que ela rapidamente
preencha os espaços vagos deixados pela Varig antiga
e que possa absorver grande parte dessa mão-de-obra”,
disse.
Folha
Online
31/07/2006 - 13h17
Varig e funcionários demitidos
têm audiência no Ministério Público
hoje
KAREN CAMACHO da Folha Online
Os
funcionários do grupo Varig demitidos na última
sexta pela companhia buscam apoio na tarde desta segunda-feira
no Ministério Público Federal do Trabalho
para o pagamento das verbas rescisórias. A audiência
está marcada para acontecer na regional de São
Paulo e a Varig não soube informar se a empresa enviará
representante.
Apesar
da ameaça de greve a partir de amanhã, os
funcionários que ficaram no quadro da empresa devem
continuar trabalhando. O presidente do Sindicato dos Aeroviários
do Aeroporto de Guarulhos, Evandro Cavalcanti, disse que
não espera a adesão dos trabalhadores que
não foram demitidos.
Para
ele, o importante neste momento é fazer a 'velha
Varig' pagar as verbas rescisórias e atrasados aos
5.500 funcionários demitidos em todo o país.
"O trabalhador precisa ter alguma garantia de sobrevivência.
A VarigLog se comprometeu de recontratar esses funcionários
de acordo com ampliação da frota", disse
Cavalcanti.
Na
última sexta, segundo sindicalista, os funcionários
em Guarulhos estavam paralisados quando a empresa encaminhou
os avisos de demissão. Dos 640 funcionários
do aeroporto, 534 foram cortados. Os 106 que continuaram
no quadro, voltaram a trabalhar na mesma sexta-feira. "Nós
consideramos uma traição. Por isso, não
adianta marcar greve porque eles não vão parar
em nome dos que foram demitidos", disse Cavalcanti.
Na
última sexta, a Varig anunciou a demissão
de 5.500 funcionários. Do total de 9.485 funcionários
alocados no Brasil, apenas 3.985 foram mantidos.
A
VarigLog, nova dona da companhia, informou que vai absorver
1.700 empregados diretos quando receber a autorização
da Anac (Agência Nacional de Aviação
Civil) para voar.
No
entanto, isto não significa que os 2.285 funcionários
restantes ficarão na 'Varig antiga', que herda as
dívidas, permanece em recuperação judicial
e fica com a concessão da Nordeste para a linha São
Paulo-Porto Seguro. Segundo fontes ligadas à empresa,
mais de mil desses trabalhadores não estão
entre os demitidos no momento porque estão afastados
em razão de licença-maternidade ou licença
para tratar de problemas de saúde, entre outros.
Estadão
30 de julho de 2006 - 19:42
Demitidos da
Varig querem 5 parcelas de auxílio-desemprego
Eles querem
o mesmo benefício concedido para trabalhadores de
setores atingidos pela desvalorização do dólar
frente ao real
Agência Brasil
São
Paulo - A presidente nacional do Sindicato dos Aeronautas,
Graziela Baggio, informou , no Rio, que os funcionários
da Varig querem que o governo federal estenda ao setor aéreo
o pagamento do auxílio-desemprego em cinco parcelas.
O benefício normalmente é pago em três
parcelas, mas no último dia 18, o Conselho Deliberativo
do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) aprovou o pagamento
de mais duas parcelas para trabalhadores de setores atingidos
pela desvalorização do dólar frente
ao real.
"O
setor aéreo também é considerado de
exportação. E esse aumento também seria
muito importante para os mais de cinco mil trabalhadores
da Varig que serão demitidos", argumentou. Ela
informou que a ampliação do benefício
foi um dos pedidos feitos ao Ministério do Trabalho
em carta enviada no dia 27 pelos sindicatos dos Aeronautas
e dos Aeroviários.
As
duas entidades terão terça-feira, 1º
de agosto, audiência no Ministério Público
do Trabalho com a Varig e a Variglog para discutir sobre
a rescisão de contratos dos 5,5 mil funcionários
atingidos pelo programa de reestruturação
da empresa.
Segundo
Graziela Baggio, até agora não foi apresentado
nenhum plano para as rescisões. "Após
os avisos de demissão, a Variglog teria dez dias
para começar a pagar as rescisões contratuais.
Mas achamos que ela não tem fluxo de caixa para honrar
esse pagamento".
De
acordo com o Sindicato dos Aeroviários, a Varig deve
R$71 milhões por quatro meses de salários
atrasados. O pagamento referente a julho dos funcionários
que não serão demitidos deve ser feito no
início de agosto. As informações são
da Agência Brasil.
PanRotas
31/07/2006 - 12:44:00
Plantão - Destaques
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Marcelo Bottini explica fase de transição
da Varig, demissões e seus planos
Marcelo Bottini: "Vou para
casa"
O presidente da Varig, Marcelo Bottini,
em entrevista exclusiva ao Plantão de Notícias
PANROTAS, explicou como está a fase de transição
da empresa aérea, comprada pela Varig Log/Volo e
retomando suas operações. Veja a seguir os
principais trechos da entrevista.
DEMISSÕES
Os 5,5 mil demitidos, segundo ele, já foram comunicados
e a empresa promete recontratar cerca de 80% depois do fim
da fase de transição, que deve durar de cinco
a seis meses. A recontratação será
aos poucos, conforme as aeronaves e vôos forem voltando
e a maioria deverá ser realocado em São Paulo,
que será novo hub da companhia. Hoje a maior parte
está no Rio de Janeiro, já que as tripulações
eram baseadas no Galeão.
TRANSIÇÃO
Luís André Patrão, diretor de Planejamento
da Varig, foi o nome escolhido como coordenador da transição
pela Varig e Varig Log e já foi convidado para permanecer
na nova empresa. As duas equipes já trabalham conjuntamente
na sede do Rio. Hoje a Varig conta com dez aeronaves, mas
o plano da empresa, segundo Bottini, prevê de 50 a
80 aeronaves. Algumas virão das que estão
paradas no Brasil e serão renegociadas com as empresas
de leasing e outras virão de novos contratos. A malha
será parecida com a da Varig antiga, com vôos
nacionais e internacionais.
SAÍDA DE BOTTINI
O atual presidente deve ficar mais um ou dois meses cuidando
da transição mais imediata, mas vai sair da
empresa. “Vou para casa”, disse. Segundo ele,
sua missão, de colocar a Varig em novo rumo, foi
cumprida. Está cansado, exausto e quer descansar
antes de decidir o que fazer da carreira. “Continuarei
na aviação se me derem emprego”, brincou.
“A empresa foi vendida, vai crescer novamente, os
funcionários vão voltar, mas o processo é
desgastante”, disse. Segundo ele, não vai haver
mais a figura de presidente na nova Varig e sim a de um
gestor judicial. A recuperação judicial é
de 24 meses e deve durar mais umano.
VELHA VARIG
A área de charteres da Velha Varig, que deve se chamar
Nordeste, vai ser turbinada. Hoje a Varig opera dois 767
com a EuroAtlantic e terá mais um avião, com
direito a fazer a linha para Porto Seguro. Os imóveis
e o centro de treinamento também trarão receita
à antiga Varig.
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Segundo Bottini, a recuperação judicial funcionou
em parte. A maior debilidade, para ele, foi a falta de financiamento,
de uma linha de crédito para as empresas em recuperação.
“A sociedade financeira não está preparada
para esse quadro”, disse. Para ele, se houvesse essa
linha de crédito a situação não
teria chegado onde chegou. “Precisávamos de
US$ 100 milhões segundo o plano, não mais
que isso. Mas como não veio, a deterioração
foi muito rápida”, disse ele.
LOJAS
A maioria das lojas será fechada, pois o modelo de
venda mais inteligente, como o da Gol, via Internet, deve
ser adotado. Lojas tradicionais, como a do centro do Rio,
já estão fechadas. Diversas gerências
também estão sendo fechadas. O base do Rio,
aliás, é a mais afetada pelas mudanças,
pois o hub em São Paulo hoje é uma necessidade
de mercado.
TRADE
Marcelo Bottini disse que o trade continua tendo como interlocutores
Antonio Américo e Pedro Sorrentino e que as operações
nacionais e internacionais divulgadas na semana passada
continuam normais. “A empresa vai ter continuidade
e voltar a crescer”, resumiu, sabendo que terá
uma semana difícil ainda com a questão das
demissões, já que os funcionários querem
saber como serão as rescisões e até
mesmo ver a lista final de demitidos. Amanhã há
várias reuniões de sindicatos com o MP e a
própria Varig.
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