:::::RIO DE JANEIRO - 01 DE MARÇO DE 2007 :::::

 

O Estado de São Paulo
01/03/2007
Esquenta disputa pelo controle da Nova Varig
Presidente da TAM vai ao Chile negociar com os donos da LAN sociedade na companhia aérea
Mariana Barbosa

Nos próximos dias, o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, juntamente com Maurício e Maria Cláudia Amaro, filhos do fundador da companhia, Rolim Amaro, embarcam para Santiago do Chile para uma conversa com os donos da LAN, a família Cueto. Na pauta, está uma possível associação para comprar a Nova Varig.

Interessada em entrar no mercado brasileiro, a chilena LAN está limitada, pela legislação brasileira, a ter uma participação de 20% no capital votante. Uma eventual associação com a TAM - que teria 80% do capital com direito a voto - poderia viabilizar o negócio. O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) restringe o capital votante (ações ordinárias), mas não fala sobre o capital total. Pela legislação societária, se tiver 100% das ações preferenciais (sem direito a voto) e 20% das ordinárias, a LAN poderia ser dona de 76% do capital total, e a TAM do restante.

Para a TAM, a associação seria uma forma de barrar o avanço da Gol, que tem exibido taxas de crescimento bastante superiores no mercado doméstico.

A LAN deve decidir nos próximos dias se transforma um empréstimo de US$ 17,1 milhões feito à Nova Varig em participação acionária. Pelo acordo firmado com o fundo Matlin Patterson, dono de 20% do capital votante da Nova Varig, a LAN tem direito à chamada primeira recusa. Isso significa que a LAN tem preferência na compra da participação do Matlin. Só com a desistência da LAN o Matlin poderia oferecer a participação a outro investidor.

A ligação das famílias Cueto e Amaro vem de longa data, ainda que os contatos tenham se tornando menos freqüentes desde a morte do comandante Rolim, em 2001. A parceria das duas empresas culminou em uma negociação conjunta para a aquisição de jatos da Airbus.

No final do ano passado, o Matlin Patterson promoveu uma aproximação entre LAN e Gol, mas as negociações não avançaram. A Gol nega, mas fontes do setor garantem que a companhia está no páreo comprar a Nova Varig. A família Constantino estaria estruturando uma operação financeira que permitisse blindar a empresa de sucessões fiscais e trabalhistas. A aquisição se daria por meio de fundos da família, sem qualquer ligação com a Gol.

O vice-presidente de marketing da Gol, Tarcísio Gargioni, descartou essa possibilidade: 'Não passa de fofoca', disse. 'Estamos focados no nosso modelo de negócios e temos muito espaço para crescer no Brasil e na América Latina.'

 

 

CORREIO DA FASP-RJ
28/02/2007
Varig sofreu um golpe mortal, a empresa de aviação tinha condições de resistir ao fim

O caso Varig foi um escândalo. Esta empresa nacional de aviação, a bandeira nacional nos ares do mundo, foi completamente golpeada em função de compromissos exclusos assumidos por aqueles que detêm o poder, a partir do governo federal. A Varig que era uma empresa importante cumpria, ás vezes, exigências do governo, levando linhas que eram antieconômicas. Depois no momento em que surgiram as dificuldades, se submetendo a congelamentos de tarifas etc, o governo federal não retribuiu. Ao contrário não aceitou um encontro de contas, o que seria suficiente para preservar a empresa voando, preservando também as demais empresas.

Na primeira tentativa de recuperação da empresa, quando os funcionários se mobilizaram houve um plano de recuperação que não foi bem sucedido: os funcionários acreditaram e depois foi criada a lei de Falências e Concordatas. Foi a primeira empresa a se submeter à nova legislação. O plano de recuperação judicial também se demonstrou uma farsa, na medida em que houve gastos desnecessários, não prestação de contas.

O Leilão vencido pelos funcionários, que não assumiram imediatamente a gestão da empresa, quando vários aviões estavam em condições de voar foi cancelada, foi feito outro e sendo vitorioso o grupo que antes já vinha assumindo despesas da empresa. Até de forma suspeita, porque o grupo não era banco, não era nada e fazendo empréstimos. Ou seja: o Lap Chan, que criou a Nova Varig.

Depois ainda houve um outro problema. Foi criada uma empresa. Quer dizer: o leilão não foi o leilão da Varig. Foi uma farsa de leilão porque a empresa velha, a Varig, ficou com todos os débitos, com todas as responsabilidades, e foi criada uma empresa nova, com um novo certificado de habilitação, de transporte aéreo, para recuperar as linhas da Varig.

E, agora, também está sendo golpeada a nova empresa, demonstrando claramente que a proposta inicial do governo federal de submeter a Varig aos interesses da TAM vem sendo alcançada agora por novos meios. Agora, a Nova Varig perde todas as linhas em homenagem á TAM e á GOL. Quer dizer: é uma situação lamentável.

CPI- durantea CPI da Varig ouvimos ex-diretores o pessoal da Agência nacional de Aviação civil, os novos compradores, representantes de funcionários e sindicais. Então um trabalho muito profícuo, mas que precisa ser concluída. Então, vamos reabri-la. Tenha certeza que com a reabertura dos trabalhos, vamos poder aprofundar a investigação e ter assim algumas convicções mais consolidadas e com provas.

A expectativa da CPI ainda é a possibilidade de recuperar a antiga Varig, que tem créditos junto ao governo federal, tem uma situação que não do grau de dificuldade que foi apresentado pela mídia á população. A Varig poderia ter sido recuperada e não foi. Tinha créditos com o governo federal, tinha créditos com vários governos de estado. O governo do Rio foi o único que, num certo sentido, se comportou de modo dar uma contribuição para salvar a Varig, em função dos créditos que tinha com a empresa, renunciando a esses créditos para que a empresa se levantasse. Eram aproximadamente R$ 140 milhões, não era uma quantia pequena. O governo do estado acreditou na sinceridade do plano de recuperação e depois verificou que era insincero.

Termos esperança em recuperar uma empresa que muito significa para todos nós, não só para a aviação civil, mas principalmente para a soberania nacional. Vamos tentar recuperar. A reabertura da CPI é o primeiro passo.

Deputado Estadual Paulo Ramos, líder do PDT na Assembléia Legislativa do estado do Rio ( Alerj ) e presidiu a CPI da Varig na Casa ano passado

Correio da FASP-RJ ( Publicação da Federação das Assossiações e Sindicatos dos Servidores Públicos no Estado do Rio de Janeiro )