Valor
Econômico
01/02/2007
LAN aproxima-se da Varig de olho em
mercado no Brasil
Janaina Vilella e Roberta Campassi
A chilena LAN negocia com a VRG Linhas
Aéreas, a nova Varig, a compra de participação
minoritária na empresa brasileira. Ontem, em comunicado,
a LAN informou que fez empréstimo de US$ 17,1 milhões
em setembro do ano passado à Varig em troca de exclusividade
em opção de compra de ações
da companhia. O Valor apurou com fontes ligadas à
Varig que a chilena negocia a aquisição de
10% do capital total da empresa.
"Nunca escondemos o interesse em participar
do mercado brasileiro, porque só ele representa 50%
da aviação na América Latina",
afirmou Claudio Tessada, diretor geral da LAN no Brasil.
Segundo o executivo, a companhia não decidiu se e
quando vai adquirir uma participação na Varig.
"Podemos garantir que cumpriremos a lei brasileira",
disse.
|
A
legislação prevê a limitação
em 20% de capital estrangeiro com direito a voto
nas empresas aéreas brasileiras. A Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac) informou,
ontem, que "não recebeu nenhum pedido
oficial para constituição de novos
sócios - com aporte ou não de capital
estrangeiro - referentes à empresa VRG, conhecida
também como nova Varig". |
As conversas entre as duas empresas sobre
a compra de participação começaram
meses depois da venda da Varig para a VarigLog, em julho,
mas até ontem não haviam sido confirmadas
oficialmente. A LAN conduziu as negociações
diretamente de sua matriz no Chile, sem envolver os responsáveis
pelas operações da companhias aérea
no Brasil.
Se a LAN decidir adquirir a participação
na Varig, terá que comprar as ações
do fundo de investimentos americano Matlin Patterson. Isto
porque o fundo já detém o limite de 20% do
capital votante da Varig.
Comenta-se no mercado que o Matlin Patterson
deseja se desfazer de suas ações em razão
da dificuldade que tem enfrentado para aumentar a frota
da companhia aérea. Isso porque as principais companhias
de leasing (aluguel) de aviões garantem que não
fecharão contratos com a Varig, especialmente num
momento em que a demanda por aviões no mundo todo
está aquecida.
Em nota, a nova Varig disse ontem que
a aproximação com a LAN "é o início
do namoro entre duas grandes empresas da aviação
civil".
A LAN já detém um participação
da empresa de carga aérea Absa, sediada em Campinas
(SP). A empresa chilena possui 20% das ações
ordinárias (que dão direito à voto)
e 100% das ações preferenciais.
Para se aproveitar do fluxo de passageiros
entre os países da América Latina - um dos
que mais cresce no mundo, a taxas de 6,9% ao ano - a LAN
criou subsidiárias em vários países.
A companhia tem unidades no Chile, Peru, Equador e na Argentina
- esta última resultado da aquisição
da Aero 2000, em 2005. Com essa estratégia, a empresa
faz rotas domésticas em cada um desses países
e rotas internacionais entre eles.
Segundo Tessada, a LAN estuda diferentes
possibilidades com a Varig. "Ainda não existem
definições sobre possíveis acordos
comerciais", disse. Ele lembra que a LAN já
teve um acordo de compartilhamento de vôos (code-share)
com a Varig, até 2001. No final de 2006, surgiram
rumores de que a Varig poderia unir-se à aliança
oneworld após sair da Star Alliance. A LAN faz parte
da oneworld.
O movimento da LAN reforça a discussão
sobre o limite de capital estrangeiro permitido no Brasil.
O Ministério da Defesa estuda elevar o teto para
até 49% e já há projetos de lei sobre
o tema tramitando no Congresso.
O Estado de São Paulo
01/02/2007
Chilena Lan pode virar sócia
da Varig
Grupo empresta US$ 17,1 milhões
à Varig, como primeiro passo para participar do capital
da empresa
Mariana Barbosa
Depois de meses de especulação,
a chilena Lan Airlines deu ontem o primeiro passo que poderá
transformá-la em sócia da nova Varig. A empresa
anunciou um empréstimo de US$ 17,1 milhões
para a companhia brasileira, com a opção de
converter essa dívida em participação
acionária. Segundo analistas de mercado, se a Lan
exercer essa opção ficará com cerca
de 5% do capital da empresa.
O valor do empréstimo é pequeno
para os padrões do setor aéreo e, sobretudo,
para as necessidades de expansão da Varig. Segundo
analistas, esse dinheiro deve ser usado para capital de
giro. Mas, mesmo tendo um valor relativamente baixo, essa
operação traz alguns sinais importantes.
Se por um lado o empréstimo é
um indicador do interesse da Lan pelo mercado brasileiro,
por outro sinaliza que o fundo de investimentos americano
Matlin Patterson, que adquiriu a Varig no leilão
judicial, não está mais colocando dinheiro
no negócio. “O Matlin já deu todos os
sinais que pretende se desfazer do investimento”,
afirma uma fonte próxima à Varig.
NOVOS
AVIÕES
Para o analista Paulo Sampaio, a entrada
no mercado brasileiro é a “única grande
oportunidade de crescimento que resta para a Lan”.
“O mercado brasileiro é de uma importância
capital. O Chile tem o PIB do Estado do Rio de Janeiro.
Uma entrada no mercado brasileiro muda totalmente a situação
da Lan no mundo.” Já para a Varig, avalia,
a parceria com a Lan ajudará na tentativa de conseguir
novos aviões no mercado.
“A Lan sempre disse que gostaria
de entrar no Brasil e uma eventual participação
na Varig casa com sua estratégia de expansão
na região”, completa o analista do Santander
em Santiago, Felipe Mercado.
Apesar de não achar este o momento
ideal para entrar no mercado brasileiro, Mercado diz que
a Lan está determinada a conquistá-lo. “O
Brasil é um mercado atrativo e creio que ela vai
entrar de sócia”, diz. “A Varig tem rotas
importantes para a Lan. Mas com a crise do controle de tráfego
e com competidores tão fortes como TAM e Gol, talvez
este não seja o melhor momento, nem a Varig o melhor
parceiro para entrar no Brasil.”
Um executivo do setor que conhece de perto
a Lan diz que a empresa chilena é bastante agressiva
e “não dá tiros no escuro”. “Eles
querem entrar de sola na Varig, mas estão fazendo
um investimento a conta gotas, para ver primeiro se não
há problemas com as autoridades do setor aéreo
brasileiro”, diz o executivo, lembrando que o Brasil
é um dos países da América Latina com
a legislação mais restrita no que se refere
à participação estrangeira.
As negociações da Lan foram
realizadas com o Matlin Patterson, em Nova York, e pegaram
de surpresa alguns executivos da própria Varig. Uma
das maiores empresas da América Latina, com receita
anual de US$ 2,5 bilhões e em franca expansão,
a Lan está há anos de olho no Brasil. Tentou
adquirir a TAM, mas a família Amaro não quis
vender o controle da empresa. A Lan também analisou
a possibilidade de adquirir a Gol - hoje sua grande rival
no continente - mas já era tarde. Hoje, a Gol e a
TAM estão grandes demais para a Lan.
As ações da Lan subiram mais
de 3% ontem com o anúncio do empréstimo. Analistas
dizem que a Lan pode aumentar sua participação
na Varig adquirindo a totalidade das ações
do Matlin Patterson, que é dono de 20% do capital
votante, limite máximo para um investidor estrangeiro.
Outra possibilidade, que já foi estudada, é
a aquisição do controle da Varig por meio
da Absa Cargo, subsidiária de cargas da Lan no Brasil.
Assim como o Matlin é minoritário na Varig,
a Lan tem apenas 20% do capital votante da Absa. E, assim
como o Matlin, a Lan é quem dá as cartas na
companhia.
MERCADO
Uma eventual entrada da Lan no Brasil terá
reflexos significativos para as concorrentes TAM e Gol.
“Aí sim teremos uma competição
bastante interessante pois a Lan nunca entra em um mercado
para brincar”, diz o analista Paulo Sampaio. “Teremos
as três maiores empresas da América do Sul
competindo de frente no Brasil. Todas as três são
bem administradas, eficientes e com ações
na bolsa de Nova York.”
A Lan tem ações negociadas
em Nova York e Santiago, mas seu controle está nas
mãos das famílias Cueto e Piñera. Um
dos principais controladores, Sebastián Piñera,
foi candidato a presidente do Chile em 2005, concorrendo
pelo partido de centro-direita Renovação Nacional,
mas foi derrotado por Michelle Bachelet.
Folha de São Paulo
01/02/2007
Chilena LAN negocia compra de parte
da Varig
Empresa quer entrar no Brasil
para disputar a liderança no continente
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A LAN está em processo de negociação
com a Varig para a compra de uma participação
minoritária na companhia brasileira. A companhia
chilena já concedeu US$ 17,1 milhões em créditos
à nova Varig que podem ser convertidos em ações.
A notícia foi recebida por analistas como um primeiro
passo para a venda da empresa. O presidente da Varig, Guilherme
Laager, estava ontem em Brasília para apresentar
a proposta ao ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia,
e à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Hoje, ele apresenta o projeto à Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
Em nota, a LAN diz que "mesmo que o montante de investimento
não tenha um efeito significativo na empresa, ao
exercer essa opção, a LAN pode deter uma parcela
minoritária na Nova Varig". A legislação
brasileira define um limite máximo de 20% para a
participação de empresas estrangeiras.
"Em relação ao limite existe um projeto
tramitando para ir a 40%, 49%", afirmou Laager à
Folha. "Mostrando ao governo do país, como eu
estou mostrando para os ministros, que com isso vamos fazer
um crescimento saudável das duas empresas, ainda
mais que o presidente Lula tem dado muita ao regional, à
América do Sul, é uma sinalização
que estamos estreitando laços e derrubando barreiras",
completou.
De acordo com o executivo, o investimento inicial da companhia
chilena é apenas "uma formalização
do interesse da LAN". "Se você compra uma
casa e oferece um sinal, isso não quer dizer que
você levou o quarto da empregada."
Segundo analistas, a entrada da LAN no capital da Varig
pode causar uma "revolução" no setor.
A LAN é uma das três maiores empresas de aviação
da América do Sul, junto com TAM e Gol. Tem uma frota
de 80 aeronaves e conta com subsidiárias na Argentina,
no Equador e no Peru. A entrada no Brasil é considerada
estratégica para consolidar sua posição
de liderança.
Milhas
A LAN faz parte da aliança operacional internacional
OneWorld, que permite a troca de milhas por passagens em
diversas companhias. Por outro lado, a Varig saiu nesta
semana da Star Alliance. Laager não descartou uma
futura parceria com a OneWorld. "Alianças são
conseqüência do desenho de cada empresa. Automaticamente,
se você é parceiro dessa empresa, com 5%, 10%
ou 20% de participação, não teria porque
eu não ser também."
Invertia
Quinta, 1 de fevereiro de 2007
Ex-aeromoças da Varig são
capa da Playboy francesa
Além de trazer o ensaio, revista
aborda a situação
financeira da empresa aérea brasileira
O ensaio de dez páginas com as ex-aeromoças
da Varig Sabrina Knop, Juliana Neves e Patrícia Kreusburg
"aterrisou" na França. Elas são
a capa da Playboy de fevereiro, mas são tratadas
como "escândalo".
A reportagem fala sobre as dificuldades
da empresa aérea brasileira, como ela cuida dos desempregados
e lamenta a demissão das comissárias de bordo.
No fim , sugere que caso sejam empregadas
na Air France, estará garantida a atenção
dispensada pelos passageiros às instruções
de emergência.
Estadão
31 de janeiro de 2007 - 18:48
Embraer vai contratar 700 para funcionar
24 horas
Empresa quer elevar entregas de
jatos de 130, em 2006, para 170 neste ano
Simone Menocchi
SÃO PAULO - Apostando no crescimento de 30% na produção
de aviões a Embraer vai criar, a partir de maio,
o terceiro turno da fábrica em São José
dos Campos, sede da empresa. Com isso, a fábrica
passará a funcionar durante 24 horas por dia. Neste
ano a empresa pretende elevar o número de entregas
para 170 jatos. Em 2006 foram entregues 130 aeronaves.
Para a demanda, serão contratadas
700 pessoas para atuar na linha de produção
da meia-noite às 6h30. Os trabalhadores do terceiro
turno vão ter uma carga de 38 horas semanais. Esta
é a primeira vez que a fabricante brasileira recorre
à produção ininterrupta para dar conta
das encomendas firmes. Em janeiro a empresa anunciou a abertura
de outras 4 mil vagas para as unidades de São José
dos Campos, Gavião Peixoto e Botucatu, no interior
do Estado.
Três mil trabalhadores serão
para a unidade de São José dos Campos e 80%
deles vão atuar na produção de aeronaves.
Outros 20% serão para engenheiros, projetistas e
funções na área administrativa. Para
trabalhar na produção dos aviões os
requisitos mínimos para os candidatos são
o segundo grau completo e cursos de formação
básica em mecânica, elétrica ou eletrônica.
"Não há restrição
de idade já que a Embraer busca os melhores profissionais
no mercado", explicou o diretor de Recursos Humanos
Carmine Sarao Neto. As contratações são
decorrentes dos contratos fechados pela empresa, principalmente
na venda de jatos dos modelos Embraer 170/190. Em pedidos
firmes, a carteira da Embraer chega hoje a US$13,3 bilhões.
Atualmente a Embraer tem 18.300 trabalhadores.
Os currículos - cerca de mil por
dia - estão sendo recebidos pela internet no site
da empresa. Na página eletrônica da Embraer
o candidato acessa o ícone Recursos Humanos e em
seguida preenche o cadastro. Para o processo seletivo sete
agências de emprego de São José dos
Campos foram contratadas para fazer o primeiro contato com
os candidatos.
Mercado e Eventos
31/01/2007 - 17:42h
Crédito de US$17,1 milhões
dados à Varig pela Lan Airlines pode ser convertido
em ações
A Lan Airlines informou hoje (31/01) que deu US$17,1 milhões
em crédito à nova Varig. Segundo a companhia
aérea, esse crédito pode ser convertido em
ações da Varig. Mesmo que o montante do investimento
não tenha um efeito significativo na companhia, ao
exercer essa opção, a Lan pode deter uma parcela
minoritária na nova Varig.
Segundo o vice-presidente de Finanças
da Lan, Alejandro De la Fuente, desde setembro do ano passado
a empresa vem mantendo negociações com a Varig,
no sentido de participar com aporte de recursos.
Pertencem à holding Lan as empresas:
Lan Airlines, Lan Express, Lan Argentina, Lan Ecuador e
Lan Peru. A Lan Airlines serve hoje 56 destinos internacionais
nas Américas, Europa e Pacífico Sul. Atualmente
a frota da companhia – formada por Boeing-737, Boeing-767
Airbus-319, Airbus-320 e Airbus-340 – totaliza 80
aeronaves de passageiros e nove de carga. Em 2005, a companhia
transportou cerca de 8 milhões de passageiros.
Integram a Oneworld, ao lado da Lan Airlines,
as seguintes companhias: American Airlines, British Airways,
Qantas, Cathay Pacific, Iberia, Finnair e 12 afiliadas.
Estão em vias de incorporação, como
afiliadas, as empresas Japan Airlines, Malév e Royal
Jordanian.
A Oneworld – que atende mais de 600
destinos em cerca de 135 países – foi escolhida
como a Aliança Mundial Líder pelo quarto ano
consecutivo pelo World Travel Awards 2006, baseado na votação
de 170 mil viajantes, incluindo mais de 110 mil agentes
de viagens de 200 países.
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