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  • Valor Econômico
    03/04/2012

    Gol corta 300 tripulantes para ajustar-se à malha menor de voos
    Alberto Komatsu

    A Gol Linhas Aéreas demitiu ontem 131 tripulantes, sendo 86 copilotos e 45 comissários, após não ter obtido o nível de adesão desejado no programa de licença não remunerada, já suspenso, e em um processo de demissão voluntária. Os dois planos foram implementados em março, com a meta de alcançar em torno de 200 funcionários. Os cortes chegam a 300 desde o início do ano, com a redução da sua malha de voos e a desaceleração do fluxo de passageiros.

    Por meio de nota, a Gol informa que teve 46 adesões ao programa de licença não remunerada e 28 pedidos voluntários de desligamento, somando 74 dispensas. Com as 131 demissões de ontem, a Gol soma 205 desligamentos desde o início de março. Como a empresa demitiu cerca de 100 tripulantes do início de 2012 até março, chega-se a um total de cerca de 300 dispensas.

    O critério para os cortes anunciados ontem são os tripulantes que estavam em processo de admissão e que não chegaram a obter a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para poder voar nos aviões da companhia. A informação é do presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato.

    "A empresa planejou mal as contratações. Eles não tiveram o crescimento de demanda que esperavam", diz o sindicalista. No dia 27 de março, a Gol anunciou uma redução entre 8% e 10% de sua malha de voos, ou entre 80 e 100 frequências por dia de um total de até 1.150 voos diários que opera.

    "A Gol reforça que não deixará de atender a nenhum dos 63 destinos nacionais e 13 internacionais que compõem sua malha. O que está em curso é uma redução de frequências", informou a empresa.

    Os voos serão cortados até o fim deste mês e incluem 20% de frequências da Webjet, adquirida pela Gol em julho do ano passado. Os 80% restantes são voos da Gol, principalmente os noturnos, e incluem todas as regiões do país. Essa redução foi o que motivou as demissões na companhia, segundo afirmou o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior. O executivo afirmou que a Gol terá "crescimento zero" de oferta neste ano.

    Dados preliminares do planejamento de frota da Gol indicam uma redução de quatro aeronaves, neste ano, na frota combinada com a Webjet, ou 141 aviões de um total de 145 em operação atualmente. A informação foi divulgada na semana passada durante teleconferência da empresa para comentar os resultados do quarto trimestre de 2011 e do acumulado do ano passado, quando o prejuízo líquido da companhia ficou em R$ 751 milhões, o segundo maior em 10 anos de atividade da Gol.

     

     

    Valor Econômico
    03/04/2012

    Empresa pública

    Um aeroportuário da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), demitido sem justa causa, conseguiu ser reintegrado ao emprego, apesar do funcionário de empresa públicas não ter direito à estabilidade prevista no artigo 41 da Constituição.

    A Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho (TST) deu provimento ao recurso do trabalhador por entender que a dispensa foi discriminatória. Ele foi demitido após ter ajuizado ação trabalhista contra a empresa. O aeroportuário, admitido por concurso público em 1990, fazia parte de um grupo que ajuizou ações trabalhistas contra a Infraero no período de julho de 1988 a fevereiro de 1999, pleiteando o pagamento do adicional de quebra de caixa e de periculosidade. A empresa ameaçou-os de demissão caso não desistissem das ações.

    Os que desistiram mantiveram seus empregos e os outros, como ele, foram dispensados em abril de 1999. Em primeira e segunda instância, o pedido do trabalhador foi rejeitado. No TST, a 2ª Turma manteve o acórdão regional. Na SDI-1, os ministros seguiram o voto do relator do caso, ministro Ives Gandra Martins Filho. Na sessão de julgamento, o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen, considerou que o caso é um exemplo típico de abuso de direito, "em que se sacramenta uma despedida imediatamente após o exercício do direito constitucional de ação". Além de ter que reintegrar o aeroportuário, a Infraero foi condenada a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 12 mil.

     

     

    Folha de São Paulo
    03/04/2012

    Após perder R$ 710 milhões, Gol reduz voos e corta 205 tripulantes
    Companhia afirma que cortes são adequação à nova realidade
    MARIANA BARBOSA

    Depois de registrar um prejuízo de R$ 710 milhões no ano passado, a Gol anunciou ontem a demissão de 131 tripulantes. Foram 86 pilotos e 45 comissários. Ao todo, 205 tripulantes se desligaram da empresa nas últimas duas semanas. Além dos demitidos de ontem, 46 aderiram a um programa de licença não remunerada e 28 ao programa de demissões voluntárias.

    O número é inferior à previsão do Sindicato Nacional dos Aeronautas, que falava em 240 demissões só de tripulantes.

    Antes das demissões, a Gol tinha 1.800 pilotos e 3.600 comissários -em um quadro que soma cerca de 18 mil funcionários.

    Também devem ocorrer cortes na área administrativa e de aeroportos em diversas cidades do país, mas a companhia não revela quantos nem quando as demissões vão acontecer.

    O ajuste no quadro de funcionários acompanha o plano de redução da malha diária de voos, anunciado na semana passada.

    Serão eliminados de 80 a 100 voos diários, de um total de 1.100 voos. Não haverá corte no número de destinos, mas sim de horários.

    Voos noturnos, cujas tarifas costumam ser mais baixas, serão os mais afetados na restruturação.

    Em comunicado, a Gol afirma que os cortes foram necessários para "adequar a companhia à nova realidade do mercado".

    As empresas aéreas estão sofrendo uma pressão forte de custos devido ao aumento do preço do petróleo e também das tarifas aeronáuticas (que elas pagam para poder usar a infraestrutura dos aeroportos).

    Com a demanda menos aquecida, as empresas estão com pouca margem para repassar a alta de custos para as passagens.

     

     


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