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  • Jornal da Midia
    10/06/2012

    Jato da Embraer fará voo com combustível renovável durante Rio+20

    Os participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) poderão assistir, no próximo dia 19, ao voo de demonstração Azul+Verde, de um jato 195 da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), pertencente à  empresa Azul Linhas Aéreas, abastecido com combustível renovável, feito à base de cana-de-açúcar produzida no Brasil.

    O sucesso dos testes foi anunciado no último dia 4 pelas empresas Azul Linhas Aéreas, Embraer, Amyris e GE, essa última fabricante do motor CF34-10E que vai equipar o jato da Embraer.

    Pela primeira vez no país, um jato irá voar com um biocombustível de aviação produzido à base de cana-de-açúcar. A assessoria da Embraer informou que maiores detalhes serão fornecidos durante o voo, na Rio+20. A ideia é que o biocombustível para jatos apresente desempenho similar aos combustíveis convencionais derivados de petróleo.

    Na avaliação do coordenador do Programa de Engenharia de Transportes da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Marcio D’Agosto, o projeto  representa  benefícios do lado ambiental, mas mostra problemas tecnológicos.

    O professor lembrou que a Amyris já fabrica  uma série de produtos a partir da fermentação do caldo de cana-de-açúcar.  A própria Coppe vem testando um diesel de cana fabricado pela Amyris. D’Agosto disse que já existem algumas iniciativas no mundo utilizando biodiesel no setor da aviação. “O mundo todo está desenvolvendo biocombustíveis para uso aeronáutico, porque você tem que  substituir o querosene de aviação”. Ele lembrou ainda que, no Brasil, essa iniciativa é inovadora, embora não seja pioneira.

    Marcio D’Agosto citou o professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, como um dos precursores nesse campo, ao produzir bioquerosene na década de 1980. “No momento, no Brasil, acho que essa é uma iniciativa isolada no campo do transporte aéreo”. O país já vem usando etanol para motor aeronáutico em aviões de pequeno porte que fazem pulverização no interior.

    O coordenador da Coppe esclareceu que diferentemente de outros modais de transporte, principalmente o terrestre, os setores aéreo e marítimo têm muita dificuldade de substituir os atuais sistemas de propulsão. Referiu-se aos automóveis que hoje, além de usar gasolina e álcool, podem também ser movidos a eletricidade. No avião, ao contrário, essa possibilidade é nula devido ao problema de autonomia e peso.

     

     

    R7 - Record
    10/06/2012

    Mais de 600 pessoas morreram nos últimos dez acidentes aéreos na África

    A cidade de Lagos, na Nigéria, assistiu ao mais recente grande acidente aéreo ocorrido na África. Em 3 de junho deste ano, o avião de modelo MD83, da companhia Dana Air, que partiu da capital Abuja, encontrou problemas já próximo ao aeroporto de Lagos e acabou se chocando com alguns prédios. A aeronave ficou completamente destruída e 153 pessoas morreram, entre passageiros e pessoas que foram atingidas pelo avião no solo.

    Com a tragédia de Lagos, foram dez graves acidentes no continente em quatro anos, que deixaram 609 mortos. Veja a lista a seguir

     

     

    Surgiu.com.br
    10/06/2012

    Viajar de avião na África é cinco vezes mais perigoso que em outras partes do mundo
    Com apenas 3% do tráfego mundial, continente concentra 14% dos acidentes

    O mais recente acidente aéreo na Nigéria, que deixou cerca de 150 mortos no dia 3, agravou as desconfianças em relação à aviação de passageiros na África. Nos últimos quatro anos, foram dez graves acidentes aéreos no continente, que deixaram mais de 600 mortos.

    A queda da aeronave da companhia nigeriana Dana Airlines, que se chocou contra prédios residenciais em Lagos, é reflexo também de um dado preocupante: o nível de segurança no continente africano está muito abaixo ao das outras regiões do mundo.

    Atualmente, a África representa apenas 3% do tráfego aéreo mundial. Ainda assim, em 2010, 14% do total mundial de acidentes aconteceram naquela região, segundo dados do último relatório da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, na sigla em inglês), de 2011.

    O documento mostra ainda que viajar de avião no continente africano é cinco vezes mais perigoso que na América do Norte, na Europa e até mesmo na Ásia.

    Em 2010, a cada 1 milhão de aviões que decolaram na África, 16,8 sofreram algum tipo de acidente. Na América do Norte, na Europa e na Ásia, esse número foi de aproximadamente três acidentes para cada milhão de voos. Na Oceania e na América Latina, os índices foram 4,8 e 5,4, respectivamente.

    A alta porcentagem de mortes causadas por desastres aéreos na África pode ser explicada pela frágil adoção de medidas de segurança nos países africanos.

    De acordo com um estudo do Programa de Auditorias Universais de Supervisão da Segurança Operacional (USOAP), que analisa o nível de segurança adotado ao redor do mundo, a África apresenta um baixo nível de segurança: apenas 41%.

    Na avaliação da auditoria, a América Latina e Caribe adotam 64% das medidas de segurança, enquanto a Europa fica em 72%.

    Já a América do Norte, que tem o transporte aéreo mais seguro do mundo e também o tráfego mais intenso, tem um nível de segurança operacional avaliado em 93%.

    A auditoria avalia, entre outros pontos: legislação aeronáutica e regulamentos da aviação civil; treinamento de pessoal; acidentes de avião e investigação de incidentes; controladores de voo.

    Aeronaves antigas e falhas de manutenção

    Para José Antônio de Freitas, especialista em Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos, a frota antiga e os problemas na manutenção são as principais razões para a falta de segurança na aviação africana.

    — Toda a sucata do mundo vai para a África. São aeronaves que, quando não dá mais pra voar em canto nenhum, mandam para lá. Além disso, a preparação dos técnicos de manutenção é falha.

    Freitas explica que algumas aeronaves russas que voam no continente africano são tão antigas que não existem mais peças de reposição, o que complica ainda mais a manutenção preventiva, que é considerada por ele o mais importante aspecto da segurança aérea. Além disso, os custos são muito altos, relata Freitas.

    — Comprar uma aeronave todo mundo compra. Manter que é o problema.

    Lista negra

    Além dos problemas de manutenção das aeronaves antigas, alguns países africanos também possuem uma infraestrutura precária, com aeroportos funcionando muitas vezes sem energia elétrica.

    Por essas razões, a África lidera o número de companhias consideradas inseguras pela Comissão Europeia, que elaborou uma “lista negra” e proibiu companhias de operar no espaço aéreo europeu. Confira a lista.

    Angola, República do Congo, Moçambique, Serra Leoa, Sudão e outros países possuem empresas nesta relação.

    De acordo com relatório da Associação de Companhias Aéreas Africanas (AFRAA), a República do Congo concentra mais da metade dos acidentes aéreos ocorridos em toda a África: o número chega a 55%.

    É seguro viajar?

    Apesar dos riscos, as estatísticas comprovam que o transporte aéreo continua sendo uma opção muito segura, mesmo na África.

    De acordo com o Conselho Nacional de Segurança (NSC) americano, durante uma vida inteira, a chance que uma pessoa tem de morrer em um acidente de carro é de 1 em 85. No caso do transporte aéreo, esse número cai para 1 em 5.862.

    Segundo a ICAO, o número de acidentes em todo o mundo não tem se modificado significativamente nos últimos anos. Em 2005, 824 pessoas morreram em desastres aéreos. Em 2010, esse número diminuiu: foram 707 mortes.

    Enquanto isso, o tráfego aéreo vem crescendo: passou de 28 para 30 milhões de voos nos últimos cinco anos. Apenas na África, o crescimento no número de decolagens foi de 9,7%.

    Esse aumento no número de voos pode tornar os acidentes menos raros, mas a AFRAA tem tentado mudar essa situação, insistindo na correta manutenção das aeronaves e, principalmente, na aposentadoria de aeronaves muito antigas.

     

     


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