24/06/2009
Folha de São Paulo
24/06/2009
França desmente informação sobre caixas-pretas
CÍNTIA CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS
O BEA (Escritório de Investigação e Análise), órgão do governo francês, desmentiu ontem a informação divulgada pelo jornal "Le Monde", que dizia que as caixas-pretas do Airbus da Air France, que caiu no Atlântico em 31 de maio, haviam sido encontradas.
"Nenhum sinal de balizas acústicas dos gravadores do voo foi comprovado até hoje [ontem]." Ainda segundo o sucinto comunicado do BEA, as investigações vão continuar para "eliminar toda a dúvida" em relação aos sons identificados.
O jornal francês "Le Monde" chegou a afirmar que o minissubmarino Nautile mergulhou na segunda-feira para procurar os aparelhos tendo como referência apenas um "sinal muito fraco" captado pelo submarino francês Emeraude.
"Sinais sonoros foram captados em 20 de junho pelo Emeraude", disse o ministro da Defesa da França, Hervé Morin.
O ministro disse, porém, que não era possível afirmar que os sinais são das caixas-pretas. Ele pediu prudência na divulgação desse tipo de informação por respeito às famílias das vítimas.
O comandante do navio Pourquoi Pas, outro navio francês envolvido nas buscas, afirmou que não havia indícios de localização das caixas-pretas.
A busca desses equipamentos é, agora, uma das prioridades da investigação.
Cerca de 500 destroços do avião já foram resgatados, mas os gravadores de voo ainda não. O BEA afirma que a operação de localização e busca das caixas-pretas do A330 é extremamente complicada, devido ao relevo submarino acidentado e profundo do local do acidente.
Segundo os investigadores, as caixas-pretas emitem sinais por cerca de 30 dias. Ou seja, resta cerca de uma semana para encontrá-las.
Folha de São Paulo
24/06/2009
Família do Rio é a 1ª a enterrar vítima do acidente com Airbus
Foi um "alívio", disse filho do engenheiro Luiz Cláudio Monlevad, sepultado ontem em Barra Mansa (RJ)
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A BARRA MANSA (RJ)
Vinte e três dias depois da queda do avião da Air France, a família do engenheiro Luiz Cláudio Monlevad, 48, foi a primeira a poder enterrar uma vítima do acidente que matou 228 pessoas.
"Alívio" foi como descreveu o filho do engenheiro, o estudante Gabriel, 19. "A gente foi ficando tranquilo porque sabia que ele estava com Deus. Mas era a dor de uma situação que não se resolvia", afirmou.
Cerca de 350 pessoas foram à cerimônia, no Cemitério Municipal de Barra Mansa, cidade do Sul Fluminense onde Lucas, como era chamado, nasceu e viveu até embarcar no Airbus A330 da empresa francesa.
Deixou dois irmãos, a mulher, dois filhos e os pais.
Parentes dizem que deixou também a lembrança de alguém animado. Havia acabado de concluir, no final de 2008, a reforma de sua casa, no bairro Santa Clara. O projeto ficou engavetado por 15 anos e demorou um ano e meio para ser concluído, contou Gabriel.
Reconhecimento por foto
Cunhado de Luiz Cláudio, o secretário municipal de Saúde, Mário Froes de Andrade, afirmou que o corpo foi identificado por impressão digital, arcada dentária e outros 12 testes feitos pelo IML de Pernambuco. Segundo ele, que foi a Recife para liberar o corpo, foi possível também reconhecê-lo pela foto tirada pelos peritos.
Andrade disse que o corpo foi encontrado inteiro com peças de roupas. Ele saiu do Recife de avião ontem às 6h30, desembarcou no Rio e fez traslado até Barra Mansa. O corpo de Luiz Cláudio foi enterrado embalsamado, segundo Andrade, com o caixão fechado, às 16h.
Luiz Cláudio trabalhava na empresa francesa Saint-Gobain Canalização. Era responsável pelo controle de qualidade dos produtos produzidos (tubos de ferro fundido). Embarcou no voo AF 447 tendo como destino a cidade de Nancy (a cerca de 300 km de Paris). Ia a uma reunião de trabalho, como fazia quase uma vez ao ano.
A empresa considerou a morte de Luiz Cláudio um "acidente de trabalho" e vai dar apoio psicológico e pagar o seguro.
Mercado e Eventos
24/03/2009
Trip recebe sua 3ª aeronave Embraer 175
Lisia Minelli, de São José dos Campos
A Trip Linhas Aéreas recebe na noite desta quarta-feira (24/06) a terceira aeronave Embraer 175 de sua frota, aumentando em 35% a oferta de assentos. "Este é um marco em nossa trajetória e na nossa entrada na era da tecnologia dos jatos propulsores", disse o presidente da Trip, José Mário Caprioli. O evento que acontece na fábrica da Embraer, em São José dos Campos, conta com cerca de 400 convidados.
A entrega da aeronave foi feita pelo diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado. "A Embraer alcançou, ao longo dos anos, destaque nos mercados internacionais e agora com a parceria da Trip consolida sua presença no Brasil. Temos certeza de que, juntas Embraer e Trip terão uma grande contribuição para o sistema de transporte aéreo do país", disse.
Para o presidente do conselho administrativo da Trip, Renan Chieppe, a companhia atinge uma nova escala na aviação regional. "A trip nasceu com uma proposta inovadora e de se tornar a número um no segmento. Estamos buscando esse resultado e a parceria com a Embraer nos deixa muito feliz, por ser um orgulho nacional", declarou.
Caprioli informou que daqui uma semana a quarta aeronave será entregue e até novembro, a quinta. "Mesmo diante da crise dos últimos meses a Trip manteve sua política de investimento. O impacto da crise na aviação regional é diferente. Nosso maior público é corporativo e embora tenha tido uma desaceleração no crescimento, temos conseguido administrar a situação", explicou.
Segundo Caprioli, a companhia transportou em 2008 cerca de 1 milhão de passageiros e faturou R$ 322 milhões, um crescimento de 275%. Para 2009, a meta é transportar mais de 1,6 milhões e faturar R$ 520 milhões. "Em 2009 nossa meta é crescer 65% em número de passageiros. Além disso, nossa previsão é atingir 2,5% em market share até o final do ano".
Finalizando o evento, os participantes foram agraciados com um show surpresa do cantor Seu Jorge. Ele compos uma música especial para a Trip, que estará presente na nova campanha institucional da empresa. "Queriamos uma pessoa que representasse bem a brasilidade da empresa, que usa jatos e combustíveis nacionais, da Embraer e da Petrobrás. Por isso, escolhemos o Seu Jorge", explicou o presidente.
Jato Embraer 175 - Os jatos Embraer 175 - modelo E-Jet da Trip são configurados em classe única com 86 passageiros e espaço entre os assentos de 79 centímetros. As aeronaves estão financiadas em reais pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e pelo Banco do Brasil. A companhia hoje conta com 25 aeronaves e passa a operar em 73 cidades. A Trip possui uma meta de encerrar o ano com 30 aviões voando para 80 cidades. Segundo Caprioli, em dois anos, o objetivo é estar operando em 100 destinos.